Nos próximos dias 25, 28 de setembro e 7 de outubro, o grupo Funk Fockers apresenta um espetáculo de Breaking, que vai ser transmitido ao vivo . “Rotina” é o nome desse trabalho e leva a cultura Hip-Hop das ruas para o palco, misturando coreografia e audiovisual, sempre buscando novos horizontes dentro da cena.
“Existem poucos espetáculos de Breaking no país. Conseguimos de forma inédita a contemplação no edital ProAC, concorrendo com grandes companhias de dança de diversos segmentos como o balé e contemporâneo, nos permitindo colocar em prática as nossas ideias e apresentar uma obra criativa em uma narrativa atual e otimista”, comenta Allan Lopes (Mixa), diretor, B-Boy e coreógrafo. O espectador irá acompanhar o dia a dia de três entregadores de aplicativo que se preparam para curtir a primeira festa de Hip-Hop pós-pandemia.
O projeto conta com a colaboração da Fuligem Comunicação e Arte, um coletivo de artistas audiovisuais.
Conheça os artistas:
Allan Barbosa Lopes (Mixa): diretor artístico, coreógrafo , intérprete e B-Boy, no cenário Hip-Hop há quase 20 anos. É um dos fundadores da Funk Fockers, crew que foi criada em 2008. Passando por França, Dinamarca, Alemanha, Chile, Argentina, Estados Unidos e Colômbia, conquistou alguns títulos individuais e em grupo.
Bruno Siles (Onnurb): coreógrafo e intérprete, também é membro fundador do grupo Funk Fockers e dançarino de Breaking há 19 anos. Participou de competições nacionais e internacionais em vários países como Suíça, França, México e Singapura.
Thiago Antonio Alves (Thiaguin): coreógrafo e intérprete, integrante do grupo Funk Fockers, dançarino de Breaking há 18 anos, participou de um dos maiores campeonatos do mundo – The Notorious IBE, na Holanda, em 2011, como convidado especial.
Igor Goforit: DJ, MC, produtor e beatmaker desde 2000.
O projeto Rotina é realizado pela Fuligem Comunicação e Arte, Funk Fockers Crew e Governo do Estado de São Paulo, por meio do edital ProAC 03/2020 e conta com o patrocínio da Nest Panos, apoio da Strutura Contábil e Me Ghusta e produção da Oriri Agência Cultural.
Serviço:
Rotina Espetáculo de Breaking com Funk Fockers Crew 50min de duração On-line (Gratuito)
Confira o local das transmissões:
25/09/2021 às 19h Site: nestpanos.com YouTube: https://youtube.com/c/NestPanos
30/09/2021 às 19h YouTube – https://youtube.com/c/SUJO https://youtube.com/c/Funkfockers Instagram: https://instagram.com/funkfockers
Ele nasceu em Pernambuco, na cidade de Palmares, mas foi em São Paulo, na Zona Leste, que conheceu e se envolveu com a Cultura Hip-Hop. Estamos falando de Luiz Paulo Roberto de Oliveira, o conhecido B-Boy e MC Lula da Gang Style Crew. Ele também é o fundador do Coletivo Hip-Hop no Vagão.
Com 29 anos, sendo 17 no Hip-Hop, Lula já passou por quase todos os elementos da Cultura de Rua. Casado com Tayná Rodrigues Rosa, que é uma das maiores incentivadoras de sua arte e do seu trabalho, Lula essa semana lançou mais um vídeo que deu o que falar, chamado “8 Jurados que você não pode contratar para o seu evento!”. Confira o bate-papo animado e descontraído que tivemos com esse mano, que também é um grande talento da cena. Viva os nossos! Viva o Hip-Hop brasileiro!
BW: Lula, queria que você me falasse seu nome de batismo, sua idade, onde nasceu e que lembranças você tem da sua infância?
Lula: Meu nome é Luis Paulo Roberto de Oliveira, tenho 29 anos, nasci em Pernambuco, em Palmares. Saí de lá e vim para São Matheus com 3 anos de idade, lembranças que eu tenho da minha infância é em São Matheus, as brincadeiras de criança no meio das vielas, os corre-corres de polícia e ladrão, muito futebol, jogava muita bola, trabalhava muito na sucata com os meus primos, algo que foi marcante também na minha vida. Passei por muitas enchentes, isso me marcou muito também na infância, isso acontecia muito na favela e muitas vezes ficávamos com o rodo na mão, tirando as águas e isso me marcou muito na infância.
BW: Quando e com que idade você teve o primeiro contato com a Cultura Hip-Hop?
Lula: Eu tive contato com a Cultura Hip-Hop em 2001, escutava nos CD´s do Chris Brown entre outros, assistia DVD´s, vídeo clipes, o meu primeiro contato foi com o Rap, segundo contato foi com o Graffiti, onde tive a oportunidade de ter umas aulas na escola mesmo, na Escola da Família e bem mais para frente foi a dança. Mas, antes de tudo mesmo eu tinha os meus tios que escutavam muito Rap nacional, os irmãos da minha mãe e os irmãos do meu pai e eu era muito fascinado pelo Rap mesmo. Eu via o programa da MTV onde passava muitos clipes e eu comecei a dançar Popping dentro de casa e depois eu fui treinar Breaking na Escola da Família quando eu estava em Guaianases já.
BW: Fale sobre sua relação com o Breaking: onde e com quem aprendeu? Nos conte um pouco sobre sua caminhada de B-Boy junto a Gang Style?
Lula: Na escola que eu estudava em Guaianases tinha aquele som no intervalo, aí tinha uma galera que dançava Breaking lá e eles treinavam Breaking no fim de semana na escola e essa época aí que tinha som no intervalo, tocava muito Rap e eles também faziam rodas e dançavam Breaking e Popping. Na época, eu cheguei dançando Popping, eles me viram dançar Popping no intervalo e me chamaram para ir no fim de semana lá na Escola Joaquim Eugenio que era onde eu estudava, escola “barracão”, bem conhecida naquela região, só que no primeiro dia que eu fui eles treinavam na sala de cima e embaixo tinha jogo de tabuleiro, vôlei, ping pong e jogo de dama e eu sempre gostei muito de jogo de dama, aí eu cheguei bem cedinho para procurar a sala onde tinha dança de rua, mas eu dei de cara com o pessoal jogando dama, xadrez e eu não resisti e fiquei por lá das 11h da manhã até as 16h jogando dama e eles desceram e me encontraram jogando dama e falaram: “Pô, nós chamamos você para dançar e chega aqui e fica jogando o dia todo…”. Aí eu subi, treinei apenas uma hora com eles e, no domingo, eu voltei e treinei o dia todo! Minha vivência com a Gang Style é muito legal pois caminhamos junto há muito tempo. Eu aprendi a dançar Breaking com eles. A Gang sempre fez parte da minha vida desde o começo mesmo. Mas foi em Guaianases onde nós já tínhamos um tempo de dança, na escola, que começou o lance com a Gang, cheguei lá tinha a galera, tinha o Douglas, o Linoo e o Júlio, que é o Jab, nosso conhecido DJ e eles gostaram muito de mim. O Douglas me pegou para treinar bem mais forte e minha experiência com a Gang foi linda porquê dessa época que treinamos juntos eu entrei no grupo, aí para frente teve muita competição. Eu era um moleque, só competidor mesmo e em todos os lugares que eu ia representava a Gang, me apresentei em palcos de quermesse, festas de rua que eram Festas Black e campeonatos. Chegou uma época em que os campeonatos ocupavam muito o meu tempo e eu ficava apenas competindo!
BW: Quando você começou a ser MC de batalhas de Breaking? Fale dos principais eventos que participou como MC…
Lula: A minha primeira participação como MC eu colei num evento que era All Style e na época era para outro MC da Gang participar, mas ele não foi e eu fui no lugar dele, apresentei rapidinho umas três batalhas, me identifiquei muito com isso, a galera gostou muito do meu trabalho como MC pela minha forma diferenciada de trabalhar, pela forma de animar, de ser bem feliz, comunicativo e tiveram eventos muito legais que eu gostei de apresentar. Eu quero que essa pandemia acabe logo para voltar tudo! Os oficiais foram Arena Caieiras, que eu sou o MC oficial de lá, o Favos Battle, que é um dos primeiros eventos que eu apresentei próximo ao Parque Villa Lobos, a Batalha Final, evento que eu gostei demais do meu destaque como MC, o Breaking Ibira e eu apresentei um campeonato chamado Criança Esperança, que foi uma Seven7Smoke, sendo bem legal, eu aprendi muito nesse dia e a competição da Gang Style que é a Batalha das Gangues. E eu pretendo ver a questão das Olimpíadas, parece que vai ter espaço para os MC’s.
BW: Quais são as principais características que um bom MC tem que ter durante uma batalha? O que um MC não pode fazer numa batalha?
Lula: Nossa, é muito legal essa pergunta! Pra mim as principais características de um bom MC, que ele tem que ter na batalha é comunicação, a espiritualidade de ter um espírito bem alegre para animar a festa diante de várias situações que podem acontecer, a batalha pode não estar muito boa, o público pode não estar muito bom e o MC tem que ter foco e confiança e muita felicidade para conseguir reverter a situação… e o que o MC não pode? Ele não pode aceitar certas posturas de B-Boys, como já aconteceu em várias batalhas, tipo gestos obscenos para B-Girls, segundo, ofensas e xingamentos. Numa situação dessa eu paro a batalha e troco uma ideia. E posturas de B-Boys e B-Girls que não aceitam perder e alguns dão até vexames, que acabam desrespeitando jurados, organização e pra mim isso está na mão do MC de corrigir essas posturas.
BW: Queria que você falasse sobre o vídeo que gravou sobre as “8 características insuportáveis dos jurados de Breaking”. Como surgiu a ideia de fazer esse vídeo? Foi baseado nas suas experiências nos diversos eventos?
Lula: Esse vídeo aí eu escrevi um pouco sobre ele, fui lembrando de coisas que eu passei… Porque eu sou competidor há muitos anos, tem um bom tempo que sou MC, eu defendo muito os DJ’s e existe algumas posturas de jurados que eu trabalhei, com vários deles também sendo jurado e fui me lembrando e já sofri também com atitudes erradas dos jurados. O MC sofre com alguns jurados que querem falar mais que o MC e muitas vezes tira a paciência e o brilho dos MC´s que estão trabalhando. Então, eu escrevi um pouco dessas atitudes, mas o vídeo foi freestyle, eu parei, pensei nas atitudes e fui muito “eu mesmo”, não copio ninguém, algo que destacou muito no meu vídeo que a galera falou foi a minha personalidade, eu mostrei o que eu sou. O carisma que eu tenho e que levo na dança, nas batalhas e também como ator que sou. Eu marquei e segui as posturas que eu tinha separado de cada jurado, o resto foi na hora! Eu criei na hora, sem roteiro, sem filtro, sem nada. O lugar que eu gravei é do lado da minha casa, no quintal e achei muito legal o ângulo. E vem mais partes por aí, aguardem!
BW: Fale um pouco sobre cada uma dessas oito características. Você já foi vítima de alguns deles?
Lula: Que da hora essa pergunta (risos). Primeiro é aquele jurado que fala muito quando está rolando as batalhas, o jurado fica falando mal da dança de um ou de outro competidor para influenciar a opinião do outro jurado. Ele fica cutucando os outros jurados para direcionar o voto deles. Segundo, são aqueles que vão virado da balada, o competidor treina para aquele evento e o jurado dorme na hora de julgar no meio das batalhas, não dava atenção, sem compromisso. Ir à balada tudo bem, agora dormir no trabalho não rola. Terceiro, são aqueles que perturbam o MC, que querem ser jurados e apresentar o evento junto. Quarto, são aqueles que comem no meio da batalha, eles olham tanto para os alimentos que perdem a batalha, acabam dando voto errado, perdendo os detalhes. A pior coisa para um competidor é ele estar dançando e os jurados não prestarem atenção e, vamos falar a verdade, vamos deixar para comer depois! Tem hora para isso, normalmente é quando o jurado chega e não na hora da batalha. Quinto, é o que enche o saco do DJ, ele quer ser jurado, ser MC e DJ e tem jurado muito chato, que quer se envolver em outras áreas que não são a dele. Já basta alguns competidores que ficam pedindo para trocar de músicas. Quando tem um cara da crew dele dançando ele quer que o DJ toque a música que o mano vai estourar. Sexto é o sabichão, é aquele que fica batendo o braço falando que tudo é roubado, copiado e isso deixa o competidor irritado com as posturas inadequadas. O sétimo é aquele que só empata, pra mim não existe empate, eles cansam os B-Boys e as B-Girls os fazendo repetir várias vezes e, por último, o espertinho, que eu já passei por isso também, fui a campeonatos que jurados não querem votar quando tem a crew dele participando e na minha opinião isso é super errado, o competidor se inscreve ali sabendo quem vai estar julgando e o jurado tem que julgar todo mundo que for competir, não tem essa que é da própria crew ou não, só que no vídeo eu fui mais além e contei algo que eu já passei, do jurado não querer julgar, mas quando chegou na final ele foi lá e votou, pois estava valendo dinheiro, viagem para fora do país, então, aí ele vai votar e no final eu fui bem original, saí gritando (risos): “Vai pagar a pizza e o litrão! Litrão! Litrão!”.
BW: Como você acha que os jurados deveriam ser escolhidos pelos eventos?
Lula: Eu acho que deveriam ser escolhidos jurados que estão sempre na ativa, participando frequentemente de eventos, estudando e se atualizando na Cultura Hip-Hop, porque colocar jurado que está muito tempo afastado de evento e de competição é embaçado. Ele precisa entender o que o competidor está fazendo, se copiou recentemente alguém, outra coisa, tem que ter dignidade, ser justo quando tiver B-Boys da sua própria crew competindo. Você vê se o jurado é digno nessa hora, se a crew dele perde na batalha e aí ele vai lá e dá o voto a favor deles, se ele age assim é um jurado que você não precisa chamá-lo depois…
BW: No final você fala dos “jurados espertinhos”, têm muitos desses por aí? Aqueles que colocam a crew toda na premiação?
Lula: Têm muitos jurados espertinhos! E o pior de tudo é que existem muitas estratégias de esperteza! Tipo, no vídeo eu só coloquei um exemplo sobre as pilantragens que alguns jurados fazem em eventos. Falo da questão do amigo, ele perdeu a batalha mas ele é meu amigo, então, vou votar nele. Tem a questão do espertinho que o jurado sabe que muitas coisas que o cara fez foram erradas e ele passa por cima. Tem a questão do roubado, uma coisa é você praticar os fundamentos que você vê outros dançarinos fazerem, isso não é roubado! Outra coisa, aí sim, é você roubar a identidade daquele B-Boy ou daquela B-Girl. Exemplo: todo mundo faz aqueles Footworks das videoaulas dos caras lá de fora, isso não é roubar e sim se inspirar. Outra coisa é você roubar identidade, movimentos que só aquele dançarino faz. E que todo mundo sabe que é dele! Isso mata de verdade!
BW: Como foi a reação das pessoas diante do vídeo? Alguém criticou ou foram mais elogios?
Lula: Diante o vídeo só recebi elogios e até agora nenhuma crítica. Todo mundo gostou. As reações foram risadas e depois o pior: que é verdade! Até recebi um pedido de workshop de como fazer um vídeo desse e isso me impressionou! Mas eu estou super aberto para críticas também!
BW: Pretende gravar mais vídeos? Se sim, já tem algum tema em mente?
Lula: Pretendo gravar muito mais vídeos! Estou aberto para receber sugestões de temas. Agora, o próximo é surpresa! Convido a todos para me acompanharem nas redes sociais.
BW: Deixe uma mensagem para os leitores do Portal Breaking World?
Lula: Salve, leitores do Portal Breaking World, aqui vão alguns conselhos: B-Boys e B-Girls, espero que vocês peguem esse vídeo que eu fiz agora e pensem um pouquinho, muitas pessoas se identificaram com o vídeo e com as situações que eu falei. Primeiramente, eu peço que possamos valorizar mais os nossos DJ’s, porque sem eles não tem festa, nossos MC’s, respeitem os nossos jurados e nossos jurados, respeitem nossos competidores também! É algo recíproco! Os DJ´s vêm sofrendo muito! E galera, vocês que pensam em fazer vídeos do mesmo jeito ou outros vídeos, procurem ser no máximo originais e respeitosos, tá bom? Muito respeito pelo o que você vai fazer ali, para não ter uma postura errada, preconceituosa, racista, homofóbica, precisamos ter muito cuidado para não soar isso, de resto, vamos lutar para fazer o povo brasileiro sorrir, porque o meu foco é esse num momento tão difícil de pandemia e de perdas de pessoas que amamos e o momento que todo mundo está preso dentro de casa, morrendo de saudades dos eventos. Então, vamos usar a tecnologia para fazer o próximo sorrir, esse é o melhor remédio. E, por fim, boas energias atraem boas energias e más energias atraem más energias. Obrigado, Portal Breaking World, estou muito feliz de fazer parte disso!
Confira o vídeo de MC Lula
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Série sobre o Hip-Hop em SP, idealizada por OsGêmeos, estreou na última quinta-feira no YouTube da Pinacoteca de São Paulo
A Pinacoteca de São Paulo lançou semana passada uma série audiovisual chamada “Segredos”, idealizada pelos gêmeos Gustavo e Otávio Pandolfo, que contam a história do Hip-Hop brasileiro por meio das lembranças dos artistas que fizeram parte dessa efervescência, desde 1980. A série foi dividida em quatro episódios e vai ser disponibilizada no YouTube da Pinacoteca (https://www.youtube com/user/MuseuPinacoteca) todas as quintas, às 20h.
A cada episódio, OsGêmeos recebem convidados diferentes que fazem parte do movimento para relembrar a trajetória de cada um e contá-la às novas gerações. Desta maneira, pretendem demonstrar como o Hip-Hop se transformou em uma das manifestações artísticas e culturais mais relevantes no Brasil, sendo determinante na vida dos que fizeram e fazem parte dele, não apenas por introduzi-los ao Rap, ao Breaking e ao Graffiti, mas pelas amizades que surgiram nos eventos da São Bento, berço do movimento em São Paulo, e que continuam até hoje.
Os encontros acontecem no vagão de um trem, imaginado pelos artistas e montado no ateliê dos dois. Declararam numa entrevista para o Estadão: “É uma cápsula do tempo que nos leva de volta à década de 80 para reviver a nossa história e a dos nossos amigos, que é a própria história do Hip-Hop”, conta Gustavo. Dentro desta máquina do tempo se revela, por exemplo, que o DJ KL Jay, do Racionais MC’s, foi dançarino de Breaking nos anos 1980. Os próprios irmãos, conhecidos no mundo inteiro graças ao Graffiti, contam que dançaram Breaking e cantaram Rap. “Todo mundo fazia um pouco de tudo”, diz Otávio.
A ideia de documentar a história do movimento é antiga, mas fazer isso por meio de uma série documental surgiu durante a montagem da exposição “OsGêmeos: Segredos”, no ano 2020. A exposição pretendia, inicialmente, fazer oficinas de Hip-Hop com jovens para incentivar a arte, mas a ideia foi abortada após o surgimento da pandemia do coronavírus. Foi aí que a série surgiu. O resultado é visto de uma maneira tão positiva pelos artistas que eles contam que “é só o começo de uma grande história”, mas não revelam o que têm em mente. O futuro promete revelar segredos…
Segundo Jochen Volz, o diretor-geral da Pinacoteca, a intenção é que o documentário também tenha uma finalidade educadora e possa servir para fomentar aulas, oficinas e debates. “O documentário foi montado de maneira bastante didática para ser visto por todos os públicos e para que os jovens, estudantes, possam aprender sobre a história do Hip-Hop e dos seus próprios artistas”, afirma Volz.
Segundo os irmãos, as entrevistas do documentário foram feitas sem um roteiro. Com improviso, histórias que não conheciam, mesmo com mais de 35 anos de amizade com a maioria dos entrevistados, foram reveladas por meio do relato de convidados como: Thaíde, KL Jay, Erick Jay, Edi Rock, Rooneyoyo e Nelson Triunfo.
Fotos: Divulgação Pinacoteca/OsGêmeos
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A amizade de Rose MC & Ellypretoriginal, do Grupo DMN, vem de longa data, desde os anos 90. Muitos shows juntos, troca de ideias, ações sociais, festas em família.
Rose fez a arte de um dos primeiros logotipos do DMN, arte-final para camisetas e capa de LP. Naquela época, era comum os grupos da mesma região se ajudarem muito. Ambos da Zona Leste, o DMN já tinha uma projeção, com vários discos gravados, mas sempre levava os amigos nos corres e eventos onde estavam inseridos e, entre eles, a amiga Rose MC.
O DJ Slick tocou na festa junina na E.E. Luiz Antônio Fragoso em 1993, onde Rose era professora. O DMN teve muitas mudanças, mas a amizade com todos os componentes do grupo continua até hoje. Em 2015, Rose iniciou o projeto Hip-Hop on The Spot, na ONG internacional iEARN (International Education and Resource Networt). Todas as músicas do projeto foram produzidas por Ellypretoriginal, e os vídeos estão disponíveis no YouTube.
Neste trabalho de Hip-Hop e Educação (que teve início em 1988), a parceria e apoio dos irmãos da Cultura de Rua foi muito importante. Sendo funcionária pública, Rose não poderia acessar as políticas públicas, contando sempre com o apoio e incentivo dos amigos dos 4 elementos. Com a correria do trampo como assessora na DRE Penha, Rose não conseguia focar no trabalho solo.
Em 2018, Rose aposentou-se e decidiu fazer o tão sonhado disco solo, com a produção musical e artística de Elly. Após vários encontros, troca de ideias, os beats ficaram prontos, no segundo semestre de 2019. Com a cara, a coragem e sem apoio financeiro, Rose inicia o processo de criação das letras, edição de Lyric Videos e divulgação. Hoje vivemos na era do streaming, onde se torna possível o lançamento independente, com muita dedicação, planejamento e aprendizado nos tutoriais da vida…
Rose lança uma música a cada quinzena e no final de 10 músicas o CD solo estará pronto! O 1° single foi: Aqui na Zona Leste, o 2° Passaporte e o 3° Flores da Primavera. O próximo lançamento será no dia 28 de maio, com o single De lá pra cá. Na noite precedente ao lançamento, Rose MC & Elly sempre realizam uma “live” pela página do Facebook do SP Hip-Hop All Stars, pois estão juntos neste projeto com o DJ Heliobranco e vários amigos da Old School.
Para produção das músicas, Rose escolheu alguns estilos: G Funky, Boom-Bap… Elly sugeriu um Trap… aos poucos as rimas foram saindo do papel. No momento de colocar a voz no estúdio, rolou uma experiência em mudar os tons, o flow e a leitura vocal… Hoje, Rose descobriu muitos espaços na região vocal por meio da orientação do seu produtor musical Elly: “vibrato, drives, melismas, vocalise… não é o The Voice (risos) é o Rap aprendendo a explorar as diversas levadas que fazem as músicas dos gringos ficarem tão da hora!”. E com esta experiência, Rose realiza seu sonho em ter um trabalho solo e dá um rumo à sua carreira, onde aprende a explorar o melhor do seu talento, se atualiza e está na pista como True School, atemporal, atrevida e verdadeira.
Foto: Arquivo Pessoal
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“Eu percebi que o Brasil não me oferecia muita coisa e resolvi me projetar para fora, onde a minha arte é mais valorizada! ” (B-Boy Neguin)
Ele é de Cascavel, Paraná, mas hoje mora em New York e se considera um mensageiro da Cultura Hip-Hop e da arte. Com 33 anos, é considerado um dos melhores B-Boys do mundo. Conhece mais de 141 países e já participou de mais de 100 campeonatos internacionais, sendo o único latino-americano e brasileiro a conquistar o cinturão de campeão da Red Bull BC One. Também coleciona outros títulos, destaque para: UBC Championship em Las Vegas, Unbreakable, Freestyle Session e Outbreak Europe. Foram vários mundiais 1 vs 1, onde foi o único brasileiro a alcançar esses títulos até hoje. Trabalhou com grandes nomes internacionais como Fergie, Gwen Stefani, Sean Paul, Justin Timberlake, Paul McCartney e Missy Elliot. Estamos falando de Fabiano Carvalho Lopes, mais conhecido na cena e no resto do mundo como Neguin. O nosso Neguin do Brasil! O Portal Breaking World bateu um papo com ele e hoje apresentamos com exclusividade para vocês:
BW: Queria que você falasse como foi sua infância. O que gostava de fazer quando criança e que lembranças tem dessa época? Foram tempos difíceis ou tranquilos?
Neguin: Minha história começa em Cascavel, no Paraná, eu comecei na capoeira aos três anos de idade. E, depois de 10 anos praticando capoeira, me interessei em aprender uma cultura diferente, então, eu despertei o interesse e comecei a praticar a Cultura Hip-Hop. Eu pratiquei todos os elementos da Cultura Hip-Hop, mas o que eu mais me destaquei foi o Breaking, devido eu já ter toda essa filosofia e conhecimento da capoeira. Então, eu mesclei as duas artes que englobam várias artes em uma só e a partir dali dei início a uma nova trajetória dentro da Capoeira e do Breaking, onde sou reconhecido mundialmente hoje. Mas, nesse período de criança, da infância, eu me envolvi também com outras atividades, o skate, o jiu-jitsu, sempre me envolvi com artes, pinturas. Sempre fui um menino voltado a aprender coisas novas que me inspiravam artisticamente. Sim, foram tempos difíceis devido ao nosso país não proporcionar apoio e nada, eu vim de família super humilde, que sempre apoiaram a minha arte, mas financeiramente sempre houve um obstáculo de viajar, ir para outros estados para poder competir, mas foi uma infância muito saudável, curti muito e ainda curto. Hoje estou com 33 anos, mas eu ainda me sinto aquele moleque de 13…
BW: Quando você disse: “É isso que eu quero para minha vida”? A capoeira, o jiu-jitsu vieram antes da paixão pela dança?
Neguin: Foi quando eu terminei o ensino médio e a capoeira e o jiu-jitsu chegaram antes do Breaking, sim. Eu terminei o ensino médio, comecei a trabalhar, eu teria a capacidade de ser um gerente numa empresa mas não foi isso que eu escolhi, pois a minha arte sempre falou mais forte e eu me joguei, peguei a primeira oportunidade e saí para fora do país, como competidor de Breaking e aproveitei essa oportunidade e me destaquei, a partir dali eu já fiz o meu cartão de visita, as pessoas identificaram o meu talento e eu comecei a viajar para outros países, em princípio para competir e, obviamente, eu comecei a ministrar palestras, workshops e tal, e surgiram outras coisas como Cirque du Soleil, comecei a trabalhar com a Madonna e minha carreira teve uma projeção rápida, ainda nos meus 19 e 20 anos.
BW: Verdade que você sofreu grandes influências dos seus irmãos que dançavam e faziam ensaios em casa? O que eles dançavam? Nos fale um pouco dessa convivência com os irmãos e como passou a entender a dinâmica da música e da dança?
Neguin: Sim, os meus irmãos dançavam o estilo deles de “club”, os “flashbacks” e foi minha irmã que me introduziu na capoeira. A minha família sempre me inspirou na arte, mas o estilo de dança deles era de passinho e tal, mas o que me influenciou bastante foram as músicas que eles escutavam na época. Escutavam flashbacks e as músicas mais clássicas e obviamente passando pelo Techno e música eletrônica. Eu cresci ouvindo música eletrônica e mesmo quando eu comecei a praticar o Breaking eu ia também nas festas raves, então, a música eletrônica sempre esteve presente dentro do meu estilo.
BW: Nos fale um pouco sobre inspirações… houve pessoas que te inspiraram na dança? Queria que você falasse também da fusão de Breaking, capoeira, movimentos acrobáticos, jiu-jitsu. No Breaking houve movimentos mais difíceis de aprender ou você sempre teve facilidade em todos?
Neguin: As inspirações, como qualquer arte que você aprende no início, lógico que tem várias inspirações, várias pessoas que são referência na modalidade, então, as minhas maiores inspirações foram vários dançarinos. Ken Swift, K-Mel, os membros da minha equipe, Pelezinho, antes de o conhecer eu já admirava bastante o trabalho dele e a minha mesclagem com a capoeira é um complemento, toda movimentação da capoeira introduzida no Breaking é uma característica minha e vice-versa e o Breaking sim, tem o grau de dificuldade mais difícil que a capoeira, mas um complementa o outro e a dedicação em cada movimento e cada etapa dentro do que você pratica acaba se adaptando e desenvolvendo uma movimentação nova. Enfim, um complementa o outro.
BW: Fale dos principais eventos que participou e que foram especiais para você?
Neguin: Eu participei de mais de 100 campeonatos internacionais, eu sou o único latino-americano, o único brasileiro a ser campeão mundial do Red Bull BC One, eu sou o campeão de 2010, também ganhei outro mundial chamado UBC Championship, em Las Vegas e ainda Unbreakable, Freestyle Session e Outbreak Europe. Foram vários mundiais 1 vs 1, eu fui o único brasileiro a alcançar esses títulos. No Brasil, participei de vários também menores, mas o início da minha carreira como competidor já me destaquei mais nos eventos internacionais, então, uma vez que eu entrei no circuito internacional, as batalhas foram em todos os continentes e eu já viajei a 141 países e dentro desse número, pelo menos nuns 80 eu estive competindo.
BW: Neguin, viver da dança é um desafio? Recentemente vi um depoimento seu onde dizia que você conheceu o mundo através da dança e da Cultura Hip-Hop. Que dicas você dá para quem pretende viver da dança?
Neguin: Sempre será um desafio como artista ter obstáculos a serem enfrentados. Primeiramente, você tem que acreditar na sua arte, ser bom naquilo que você faz, se dedicar, porque nada na vida vem fácil, é muita dedicação, muita disciplina e é preciso ter foco, ser focado nessa arte e ver o que o mundo te oferece para facilitar esse espaço para você, no meu caso era sempre difícil, mas eu pensava “eu vou me preparar para quando rolar a oportunidade eu estar pronto, então, o que vou precisar? Vou precisar do e-mail? Vou! Vou precisar falar inglês? Opa, não falo inglês, então, vou praticar inglês, não vou ficar no Facebook falando com as garotinhas. Eu vou afiar o meu inglês para que eu esteja preparado para viajar para o exterior”. Então, é uma questão de preparação! Falar inglês, estudar a sua arte! Ter todo o conhecimento para investir na sua arte, no seu talento, aproveitando as oportunidades que virão e a partir dali ter o que chamamos de sucesso! Para chegar no sucesso, precisa valorizar a sua arte e estudar muito!
BW: Atualmente, onde você mora? Como foi sair da sua terra e viver em outro país, com outro idioma e outros costumes? Como foi essa transição e adaptação?
Neguin: Atualmente, eu moro em New York, essa cidade sempre foi a minha base, eu morei na Califórnia um tempo, mas atualmente eu moro em New York. Com as viagens que eu fazia como competidor, através das minhas viagens com a dança, com a capoeira e o jiu-jitsu, eu percebi que era o lugar que eu me identifico muito, é um local onde as oportunidades estão aqui para tentar! Tanto New York como São Paulo não é nada fácil, é o mesmo perrengue e a mesma correria, porém, eu sempre gostei da Cultura Hip-Hop e como nasceu lá e a Cultura House Dance no contexto geral, New York despertou essa minha possibilidade de viver lá, então, me projetei para viver naquele local e já tem 12 anos que moro lá. Não me lembro muito das dificuldades do início, mas olha, eu não olhei para trás não! Eu percebi que o Brasil não me oferecia muita coisa e resolvi me projetar para fora, onde a minha arte é mais valorizada!
BW: Parece que você conseguiu rapidamente se conectar com as pessoas certas, trabalhando com celebridades como Madonna, Fergie, Gwen Stefani, Sean Paul, Justin Timberlake, Paul McCartney and Missy Elliot. Nos conta como tudo aconteceu?
Neguin: O meu talento sempre se destacou de uma certa forma, as redes sociais também, a internet facilita esse traslado, o network com as pessoas que eu conheci. Eu já estava morando em New York quando a Madonna assistiu um vídeo que mostraram para ela e ela ficou sabendo que eu estava em New York, ela foi no clube onde eu estava e falou: “eu quero ir lá ver quem é esse cara e vou conhecê-lo”. Na verdade, a Madonna foi até uma festa onde eu estava dançando em pessoa, você vê como em New York tem uma realidade bem diferente, a celebridade, a ícone da música pop chegou lá na festa, como uma cidadã comum, né? Ninguém olhou para ela como celebridade e a partir dali eu comecei a trabalhar com ela, aí a história vai muito mais a fundo. O meu network sempre foi voltado a estar em lugares e representar bem quem eu sou, representar a minha imagem, representar o Brasil, eu acho que isso reflete em todos os meios, seja num show, seja num vídeo. Seja na rede social.
BW: Falando especificamente da Madonna, nos conte sobre o tempo que dançou e trabalhou com a Rainha do Pop. Como foi essa oportunidade e o que lembra desse período?
Neguin: Eu conheci a Madonna em 2009, então, eu fiquei de 2009 até 2014, foram 5 anos, eu desenvolvi trabalhos com ela como performance, como coreógrafo nas turnês e acabei também ficando com ela! Eu tive um “affair” com ela também, durante um ano, poucas pessoas sabem disso, mas aconteceu, foi uma coisa bem saudável, um relacionamento saudável, teve toda a dinâmica, a gente ainda conversa, ultimamente pouco, faz muitos anos que não nos vemos, mas sempre trocamos ideia pela internet, mas foram 5 anos de trabalho e tive essa experiência muito legal.
BW: E o Cirque du Soleil? Fale como surgiu o convite e como foi essa experiência?
Neguin: O Cirque du Soleil desenvolvo trabalhos com eles desde 2008, mas eu sempre trabalhei com eles num formato de fazer shows de viagens e turnês e não num lugar fixo em Las Vegas, então, sempre fiz shows em Andorra, na Europa, no México onde eles me chamavam. Aí eu ia fazia um mês, às vezes ou uma semana. Ou shows específicos numa reunião ou num evento, então, eu sempre trabalhei em turnê com o Cirque du Soleil. Isso aconteceu em 2010, 2014, 2016, ou seja, sempre estou fazendo shows com eles. Então, o meu relacionamento é desde 2008!
BW: Em 2010, como você mesmo falou, você foi o único latino-americano, único brasileiro a vencer o Red Bull BC One, que é um dos maiores campeonatos 1vs 1 do mundo. E as pessoas o têm como referência. O que na sua opinião foi determinante para esse sucesso?
Neguin: A diferença é nítida, se eu cheguei lá é porque eu sou autêntico através da minha arte de representar quem eu sou e o que eu aprendi, nesse caso, a capoeira misturando e tendo uma identidade específica, não sendo igual a todos. Eu não sou que nem o europeu, asiático ou americano. Eu tenho características brasileiras! Afrodescendente, toda a mistura que o Brasil nos oferece, então, isso caracterizou muito o meu estilo, o meu talento. E seu eu cheguei lá foi porquê eu busquei isso! Eu passei as dificuldades, superei todos os obstáculos e foquei naquilo, o foco e a disciplina ajudaram que eu alcançasse o que alcancei. Então, se eu consegui, qualquer um pode conseguir também! Basta ter esses princípios para ser autêntico, original e ter foco e força na disciplina!
BW: Bom, atualmente o assunto que mais se fala aqui no Brasil entre B-Boys e B-Girls é o fato do Breaking ter entrado para os Jogos Olímpicos. O que acha sobre isso? Na sua opinião temos B-Boys e B-Girls preparados para competir de igual para igual com outros países e trazer uma medalha olímpica para o Brasil? O que acha do nível dos nossos B-Boys e B-Girls atualmente?
Neguin: Essa é uma conquista extremamente importante, não que o Breaking precise das Olimpíadas, mas com certeza nessa nova plataforma, que são os jogos olímpicos, isso vai fazer com que as pessoas que não conhecem o Breaking vão ter uma visão de conhecer um pouco mais, então, isso veio para somar. Referente ao Brasil, somos um dos povos mais reconhecidos no circuito mundial, eu acredito que os brasileiros têm sim um grande potencial de trazer medalhas e representar mas vai ter que correr atrás, bastante, porque têm outros países que já são maiores potências, ter mais disciplina, ter mais apoio. Tipo a Rússia, a China e, então, para os brasileiros, acho que vão precisar continuar praticando e estudando, ter todo esse lado de ajuda, de tentar ajudar o país o melhor possível com toda a minha bagagem como competidor, mas é isso… As Olimpíadas eu apoio totalmente, porque o Breaking não é um esporte apenas, é uma cultura, mas também somos atletas, querendo ou não, então, seja um campeonato da Red Bull BC One, seja nas Olimpíadas ou numa batalha da esquina o Breaking vai estar presente em todas as plataformas e torcemos para que os brasileiros tenham grande destaque e nos representem bem e esperamos também que o Brasil apoie um pouco mais seus competidores, seus atletas! Vamos ver o que rola…
BW: Para finalizar, queria que falasse sobre o Programa da MTV “De férias com o Ex” que participou recentemente. Foi desafiador?
Neguin: A participação veio através de um convite logo em novembro, e eu resolvi participar porque eu não estou viajando muito, então, estou disponível e usei o programa como uma forma de experiência nova para mim e ao mesmo tempo representar o que eu faço dentro de um ambiente que é bem diferente do que eu faço, então, entrei lá como atleta e toda a minha vida, style, que tem esse lado de curtição, foi uma experiência muito boa para mim e vamos ver agora como vai ser, eles vão lançar essa semana, por ser um programa editado espero que a repercussão da minha imagem seja bem positiva e que tragam novos públicos e pessoas que não me conheciam e passem a me conhecer vendo o que faço artisticamente.
BW: Que mensagem você deixaria para todos os B-Boys e B-Girls que curtem o seu trabalho?
Neguin: A mensagem que eu deixaria é gratidão! Eu tento sempre inspirar essas pessoas e cada um ensina um (risos), então, eu acho que se eu posso inspirar milhares de pessoas, que as pessoas que se inspiram em mim possam fazer o mesmo! A minha mensagem é que estamos todos num mesmo barco, somos todos mensageiros da arte e da Cultura! Abraço a todos!
Fotos: Arquivo Pessoal
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Hoje vamos falar sobre a importância de ser dinâmico e porquê essa palavra é muito significativa dentro do Breaking.
Primeiro de tudo, o que significa dinâmica?
Se formos pesquisar a fundo vamos encontrar uma variedade de significados relacionados sobre o tema, então, vamos resumir e associar com o Breaking.
Dinâmica é caracterizada por contínuas mudanças, atividades e progresso. Geralmente, quando começamos a praticar Breaking nos identificamos com o que é mais atrativo, por exemplo, muitos B-Boys/B-Girls gostam mais de Top Rock/Footwork, outros já se identificam mais com Power Moves/Tricks e também têm outros que se identificam com as duas coisas ao mesmo tempo e etc…
Com o passar dos anos, ser bom nisso ou naquilo não é suficiente para alcançar um nível internacional, tem que ir muito mais a fundo em todos os aspectos. Estive viajando pelo mundo por alguns anos e comecei a tomar conhecimento sobre muitas concepções que eu nunca ouvi falar quando estava no Brasil e isso me fez perceber o porquê sempre foi difícil para a maioria de nós, brasileiros, ganhar as competições mundiais mais importantes.
A resposta está relacionada ao que acreditamos, somos um povo muito intuitivo e dançar pra gente está relacionado mais com a alma do que qualquer outra coisa, gostamos de expressar de dentro pra fora e fazemos isso naturalmente, porém, muitos de nós não abordamos o Breaking de uma forma mais científica.
Apenas dançar com essa energia de latino que temos não é o suficiente.
Por isso, esse tema sobre dinâmica é muito importante para que a gente melhore em outros pontos que precisamos, para finalmente chegarmos e mostrarmos a nossa essência por completo e, assim, não ficarmos sempre um passo atrás nos eventos internacionais.
Os estrangeiros estão sempre um passo à frente porque eles abordam todos os temas, como musicalidade, técnicas, criatividade, estratégias, competitividade, surpresas, personalidade e muitas outras janelas, está tudo relacionado à dinâmica. Eles estão sempre mudando, se adaptando a novas formas e concepções, sempre em progresso. Nós, brasileiros, precisamos aprender a analisar o Breaking de uma forma mais crítica. Futuramente, vou estar escrevendo sobre cada um dos artigos citados abaixo:
Você sabe o que significa:
Dinâmica de espaço e direções?
Dinâmica de níveis?
Dinâmica de ritmos?
Dinâmica de treinos?
Dinâmica de desconforto e criatividade?
Dinâmica de ambiente?
Dinâmica musical?
Dinâmica de aprendizagem?
Dinâmica de tamanho?
Todos esses temas têm se tornado parte da minha nova pesquisa, tenho aprendido com vários renomados nomes na cena mundial. Gostaria de compartilhar com todos para que vocês, da nova geração, possam evoluir muito mais.
Até o próximo artigo!
Foto: Reprodução
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Vítima do descaso do sistema de saúde do Brasil, Dina Di partiu em 20 de março de 2010, depois de lutar 17 dias pela vida…
Viviane Lopes Matias, ou apenas Dina Di, nome artístico que escolheu por toda a vida, foi uma das divas do Rap nacional, ao lado de outras MC’s como Sharylaine, Rúbia e Cris SNJ.
Nascida em Campinas, ela era do grupo Visão de Rua e lançou sucessos como “Marcas da adolescência”, “Meu filho, Minhas Regras” e “Mente Engatilhada”. Começou na Cultura Hip-Hop com 16 anos, a artista, era brava, de personalidade forte. Usava roupas largas e boné, estilo comum usado por algumas mulheres do Rap nos anos 90, para diminuir os riscos de chamar atenção de forma sensual e dessa forma não serem respeitadas.
Foi por meio de um estilo bem masculino que Dina Di conquistou o espaço que pertencia às mulheres, mas que antes era ocupado por homens. Dina era MC e historiadora, nascida em Santos, entre todas as vozes femininas que se levantam, Dina Di é a mais forte, a que nunca foi esquecida, nem a morte a calou. “No passado, sem documentos, tentava provar num cartório que era ‘amásia’ para poder visitar o companheiro na cadeia. Ou, para fazer o videoclipe de “Mente Engatilhada”, foi pedir um tênis numa loja porque não tinha sapato. Tudo o que comia era arroz com feijão uma vez por dia.” – informações da Revista Época, publicada em 2002.
Dina Di deu voz a grandes debates, como ser mulher, periférica, mãe e MC em um país que desde seus primórdios menospreza todo tipo de arte produzida pelas periferias.
As narrativas de Dina também denunciavam questões sociais e revelavam fases distintas de sua vida fora dos holofotes.
Uma das poucas aparições da diva na grande imprensa foi numa entrevista à Revista Época, em 2002. Ele confidenciou: “Tô vivendo de sonho, de subir no palco. Pegar trem, ônibus, perua e cantar para verem que eu não morri. Sobrevivi a tudo e estou ali. E depois descer e não ter nem dinheiro para comer um cachorro-quente”.
Além de citar as vezes em que foi parar na Febem, de quando começou a trabalhar para sobreviver, aos sete anos de idade e da vez que fugiu de casa aos treze, Dina Di deixou explícito como estava orgulhosa em estar vivendo seus sonhos e qual era o seu propósito no Hip-Hop.
Visão de Rua e o adeus à diva!
No grupo Visão de Rua, ao lado de Lauren, Tum e DJ O.G, Dina Di lançou sua primeira música, em 1994, intitulada “Confidências de uma presidiária”.
É um relato da rotina no sistema carcerário feminino. Depois de ser detida e conhecer a realidade nas prisões, Dina Di usou a música como ferramenta de transformação social, a fim de compartilhar com outras mulheres formas mais otimistas de viver.
Na entrevista, ela contou à Época que levava seus CDs para as cadeias porque queria que suas “irmãs de cela” soubessem que podiam contar com ela. “Uma prima minha perdeu o filho dentro da prisão. Foi abortando a criança durante a noite, sem socorro. Quando a mulherada ouve as minhas músicas, sabe que não está sozinha”, destacou.
Em 1998, o grupo lançou seu primeiro álbum, o Herança do Vício(1998) e três anos mais tarde criou o segundo disco Ruas de Sangue (2001), que a fez ganhar o Prêmio Hutúz na categoria “melhor grupo feminino”. Em 2003, o Visão de Rua, que já havia se consolidado e conquistado um espaço importante na cena do Rap nacional, lançou o emblemático clipe A Noiva do Thock, que concorreu em três categorias no Hutúz. Em 2007, o grupo se dedicou ao seu último álbum, O Poder nas Mãos (2007).
Em 2008, Dina foi indicada novamente ao prêmio Hutúz como melhor álbum no ano, com “O poder nas mãos” e, na categoria “Grupo ou Artista Solo”; em 2009, foi indicada a categoria “Melhores Grupos ou Artistas Solo Feminino da década”, ganhando o troféu.
Dois anos depois, no dia 20 de março, depois de lutar 17 dias pela vida, Dina Di faleceu. Aos 34 anos, a artista contraiu uma infecção hospitalar após o parto de sua segunda filha, tendo a vida e carreira interrompidas. Após a repercussão da morte de Dina, a rapper Negra Li, uma de suas companheiras de profissão e amiga pessoal, disse que naquele dia o Rap havia se calado.
Médicos alertam que a nova variante é mais grave, rápida e letal entre jovens: “É preciso parar os eventos presenciais!”
O estado de São Paulo registrou nesta semana 61.064 óbitos e 2.093.924 casos confirmados durante toda a pandemia. Entre o total de casos diagnosticados de Covid-19, 1.852.904 pessoas estão recuperadas, sendo que 229.822 foram internadas e tiveram alta hospitalar.
As taxas de ocupação dos leitos de UTI são de 70% só na Grande São Paulo e 69,7% no Estado. O número de pacientes internados é de 14.809, sendo 8.042 em enfermaria e 6.767 em unidades de terapia intensiva, conforme dados desta semana. Hoje, os 645 municípios têm pelo menos uma pessoa infectada, sendo 625 com um ou mais óbitos. Em todo o país são 10.869.227 casos, 9.647.550 recuperados e 262.770 mortes. Em todo o mundo são 116.463.253 casos, 65.805.310 recuperados e 2.586.760 mortes.
Mesmo com o início da vacinação, os números ainda são alarmantes! O Brasil registrou 1.498 novas mortes por Covid-19 ontem (06), com uma média de 1.455 óbitos pela doença nos últimos sete dias, após bater o recorde de mortes por Covid-19 em um intervalo de 24 horas por dois dias consecutivos, o patamar mais alto desde o início da pandemia, foram registradas 10.183 mortes nos últimos sete dias, com isso, a média móvel de óbitos bateu um novo recorde pelo oitavo dia seguido!
Somente na cidade de São Paulo, já são 6 hospitais com 100% de ocupação de leitos de UTI para Covid-19, a taxa geral de ocupação na capital paulista chegou a 77% ontem, sendo que a rede privada varia de 80% a 99% dos leitos de UTI ocupados.
Diante dessa realidade, um dos segmentos mais afetados pela Covid-19 foi o mercado de eventos. O setor registrou prejuízo de R$ 270 bilhões com a pandemia do novo coronavírus, entre março e dezembro do ano passado. As perdas levaram ao desemprego de 3 milhões de pessoas. O segmento representa 13% do Produto Interno Bruto (PIB) e tem 60 mil empresas que dependem diretamente da realização de eventos para funcionar, além de 2 milhões de microempresários. A solução? A retomada, sem dúvida, é algo desejado por organizadores de eventos para amenizar os prejuízos, no entanto, como pensar no retorno quando a Covid-19 ainda é a grande vilã do mundo e desafia a humanidade?
A vacina chegou, mas o isolamento social ainda é uma das medidas preventivas para conter a aglomeração de pessoas e, assim, evitar a proliferação do novo coronavírus. E aí perguntamos: Como será o futuro dos eventos? Quando, com segurança, será possível retornar? Será que podemos voltar aos eventos presenciais ou teremos um futuro de eventos híbridos e on-line?
A verdade é que o futuro dos eventos está sendo construído agora, baseado em experiências do que dá certo e do que não dá! Muitas respostas ainda não existem! Mas se adaptar pode significar a sobrevivência dos negócios!
Analisando essa difícil situação, o Portal Breaking World, que é voltado para a Cultura Hip-Hop e para os seus elementos, resolveu procurar e escutar a opinião de alguns organizadores de eventos reconhecidos e de credibilidade no Breaking que acontecem no nosso país e saber o que pensam e o que andam fazendo…
Começamos conversando com o produtor de eventos Alan Jhone, mais conhecido como B-Boy Papel, de Brasília. Nascido e criado em Ceilândia, formado em Marketing, ele desde 2012 organiza o Quando as Ruas Chamam, sendo um dos grandes eventos expressivos da Cultura Hip-Hop no Brasil, um catalisador e formador de B-Boys e B-Girls, o evento reúne a nova geração e também os mais conhecidos dançarinos do país em suas competições. Ele explica que, em Brasília, a situação em relação à Covid-19 continua complicada, com alto índice de contaminação e de mortes, sendo que Ceilândia é onde tem o maior número de infectados e mortes no Distrito Federal. Um dos motivos é o fato de ser a maior população entre as regiões administrativas do DF, sendo mais de 500.000 pessoas, sem falar nos problemas com a saúde e a falta de leitos para os doentes. São dele as palavras: “A situação ficou séria aqui em Brasília, mas no meu caso, depois que eu organizei toda a parte de pós-produção em 2019, eu peguei o tempo livre e me dediquei em estudos, para fazer algumas provas e como eu já tinha o projeto que seria realizado em 2020 devidamente aprovado, tudo muito certinho, eu já estava com a edição do festival garantida, então, tive liberdade para focar em alguns estudos e olha, eu dei muita sorte, pois não tive nenhum prejuízo financeiro relacionado a essa edição de 2020, porque eu não tinha começado o processo de produção do evento. Eu tinha o planejamento de começar os preparativos no mês de maio de 2020 e aí nos deparamos com a situação da pandemia que estourou em todos os lugares. No estudo pra mim foi complicado, pois eu tive que me distanciar das aulas presenciais e acabou me atrapalhando nisso, mas, felizmente, com os prejuízos relacionados ao evento eu não tive. Mas corremos sérios riscos, tenho a certeza que muitos parceiros de outros projetos estavam com eventos em andamento e tiveram prejuízos gigantescos. Agora é tempo de reinventar, eu continuo me dedicando aos estudos, conseguimos nos movimentar e apresentar a 7ª edição do festival, que foi devidamente aprovada, com a pontuação máxima no edital que ele concorreu, então, nós temos garantido para o futuro mais duas edições do festival. Mesmo no meio da pandemia não deixamos de olhar com carinho por ele e conseguimos mais essa vitória de ter duas edições garantidas! Inclusive, estamos divulgando isso em primeira mão para o Portal Breaking World. Ultimamente, além de estudar, eu tenho cuidado da minha mãe que faz parte do grupo de risco e tenho refletido muito sobre o futuro, porque nós que somos da cultura sempre temos uma vida instável, sem muita garantia, então, eu penso que nós da cultura precisamos pensar mais em como atingir essa estabilidade, para não ter mais esses baques que tivemos, por exemplo, com a pandemia e também venho pensando muito nas alternativas para o futuro, eu sou um cara proativo, inquieto, gosto de pensar longe. Até o momento não temos a intenção de realizar o Quando As Ruas Chamam numa edição on-line, isso fugiria muito do evento. Eu acho que o negócio é esperar e voltar quando for possível com chave de ouro, recebendo todos, creio que o formato on-line seria muito complicado. O Quando As Ruas Chamam tem um lance de encontro de pessoas que vêm de várias quebradas e que podem trocar experiências e nós queremos que isso seja presencial, estamos com uma energia para produzir uma festa linda no momento seguro! O momento ainda é bastante delicado, os índices de infectados ainda são altíssimos, eu penso que as pessoas que precisam fazer seus eventos e aquelas que não podem esperar, devem buscar fazer da forma mais segura possível, cuidando dos nossos com responsabilidade para que nenhum irmão pegue esse vírus maldito. Planos para o futuro é ver alguns outros projetos que eu tenho guardado saírem do papel, como tem sido muito gratificante ver o Quando as Ruas Chamam”, conclui.
Da cidade do poder para o sul do país, procuramos o Pedrinho Festa, organizador da Battle In The Cypher, que é um dos eventos de Hip-Hop mais tradicionais da América Do Sul e já tem 12 edições. O Battle In The Cypher recebe dançarinos de até 10 países diferentes por edição e anualmente tem pré-edições em países como Uruguai, Paraguai e Argentina, além de outras regiões do país. O evento tem uma programação de diversas atividades que não apenas focam numa premiação, mas sim numa construção dentro da cultura Hip-Hop. A maior importância dele se dá pelo formato que prioriza todos os elementos do Hip-Hop. Pedrinho Festa conta: “A última edição foi a edição on-line, em 2020, fora isso tivemos a edição dos 10 anos, em 2019… E sim, logo após ela, já começamos a projetar o ano posterior, tanto que tínhamos organizado edições em 2020 na Paraíba, Santa Catarina, Uruguai e Paraguai antes da pandemia, o evento já estava extremamente estruturado com diversas pré-edições realizadas, passagens compradas, datas, patrocínios, etc., já marcados. Estávamos com um projeto de captação em Mecenato aprovado, que expirou o prazo devido a pandemia. Apesar de termos tido alguns gastos, não tivemos o orçamento comprometido, pois conseguimos reverter muitos de nossos gastos, como de passagens. A nossa principal atitude foi buscar realizar de maneira on-line, mas que tivesse da mesma forma a cara do evento. Até mesmo para poder contratar os mesmos profissionais que estavam no evento e de alguma forma foram impactados com os cancelamentos de datas em 2020. Então, o fizemos de maneira on-line, mas buscamos um formato estilo festival, mantendo as atividades do BITC como a festa Hasta La Cypher, o Graffiti, os workshops e palestras, a batalha de DJs… O Battle nunca foi só uma batalha, o nosso grande desafio foi levar essa essência para o mundo digital. Em 2021, o evento tem data para acontecer: de 29 de março a 4 de abril. Será físico, ainda estamos aguardando para saber se será com público reduzido ou apenas com participantes. Resolvemos fazer agora, pois conseguimos passar um projeto importante de incentivo, com apenas 4 meses de realização e sabemos que muitas pessoas da nossa cultura estão precisando trabalhar, inclusive por isso buscamos contratar um grande número de artistas e trabalhadores da cultura Hip-Hop! Tempos difíceis, mais fácil sentar e lamentar. Sabe aquela gana de fazer a parada acontecer? Bom, a gente tem ela desde algum tempo… Às vezes, passa um filme na cabeça, de como tudo era e mesmo assim acontecia, as pessoas, no fim é tudo sobre energia, sobre as pessoas, sobre o que podemos proporcionar para as coisas serem melhores. Battle In The Cypher nunca foi só um evento, é um ideal, é um compromisso, uma retribuição. É o que somos!”.
De Bento Gonçalves direto para o Rio de Janeiro, a conversa foi com a carioca Sabrina Vaz, mais conhecida como B-Girl Savaz, uma das diretoras do evento Tropical Battle, que acontece presencialmente nos próximos dias 6 e 7 de março, realizado de forma independente, tem o apoio da comunidade Cantagalo-Pavão-Pavãozinho, onde a dança é uma importante ferramenta de transformação social. A ideia do evento nasceu em 2015, dentro de uma Crew só de mulheres, na verdade a primeira Crew de mulheres do Rio de Janeiro, que é a Manifesto B-Girls Crew, que sempre foram protagonistas de ações ligadas ao Hip-Hop carioca. Hoje, a Manifesto B-Girls Crew não existe mas a amizade entre as meninas continua! O Tropical Battle é um evento muito importante para o Rio de Janeiro, porque tem o objetivo de trazer a essência do Breaking carioca, que segundo ela não é muito identificado no Rio. Savaz conta: “Desde então, nós temos visto que influenciamos a cena com a valorização do B-Boy e da B-Girl, com premiações altas, todas as edições foram memoráveis. Até o Tropical Beneficente que fizemos para ajudar a B-Girl Branca na compra de uma cadeira de rodas ou patrocínio para as meninas irem para outros eventos, todas as edições foram especiais, a última que fizemos, em 2020, um pouco antes da pandemia, foi especial, nessa edição tivemos alguns percalços, mas aprendemos, não tivemos nem um pós-produção, porque estava tudo muito corrido, terminamos o evento e já estourou uma pandemia. Nem acreditávamos que ia rolar a edição de 2021, foi um momento de repensar a vida, o evento nunca teve patrocínio, foi do nosso bolso, as meninas foram fazer trem e metrô para ganhar dinheiro para fazer o evento, eu tive que pagar muitas contas do meu bolso. Mas Deus tem provido as coisas e está aí a edição de 2021, depois que estourou a pandemia, em 2020, nós ficamos aliviados por ter conseguido fazer um pouco antes a edição de 2020 e não estávamos comprometidos com a edição de 2021, porque nós não temos verba. Então, foi graças a Lei Aldir Blanc que está sendo possível realizar a edição de 2021, os prejuízos que eu tive em 2020 foram mais pessoal, porque nós não estávamos muito bem organizados, eu precisei tirar dinheiro do meu bolso e quando recebemos a grana da Aldir Blanc, deu para pensar na edição de 2021. Sobre se reinventar, nós nunca encaramos o evento como algo profissional ou um empreendimento. Agora que o evento está começando a ser feito por uma equipe específica, estamos começando a olhar para o evento com um olhar de empreendedorismo, nós estamos precisando nos organizar, sendo um divisor de águas. Tenho escrito editais. Não gostamos de eventos on-line, acreditamos que se perde muita coisa, já tem gente fazendo eventos on-line, se perde muito o “flevo” [sic] mas as nossas eliminatórias estão sendo on-line, quando pensamos no evento achávamos que tudo estaria bem melhor, já conversamos com a equipe que se for necessário cancelar o evento faremos. Todos os eventos aqui no Rio de Janeiro estão acontecendo, estamos providenciando os protocolos de segurança, o purificador de ar para grandes espaços, álcool, mascaras, tudo… como estamos fazendo por um edital do governo, temos com que arcar, então, precisamos apenas ver se vamos conseguir manter as datas por causa da pandemia ou não. Os cuidados não são suficientes, estamos tomando alguns cuidados aprovados pela lei, mas não é suficiente, mas uma coisa que tem me dado paz nesse momento é que tem muita gente que está precisando desse trabalho. Colocamos uma premiação alta, as atividades são gratuitas e as inscrições são R$5,00. Nossos planos para o futuro é fazer um planejamento que o Tropical Battle aconteça todos os anos. O Breaking é algo bastante resistente, ele vai continuar! Estamos acostumados a treinar sozinhos! Acredito que os eventos on-line vão morrer e só ficarão no on-line os grandes eventos que também vão fazer. O Breaking é vida!”.
Saindo da Cidade Maravilhosa e chegando em São Paulo, no coração cultural do Brasil, falamos com um dos pioneiros de eventos de Breaking no Brasil. Rooneyoyo, que é o criador da Batalha Final, evento que nasceu das festas da B-Boys Battle Party, que eram mensais quando Rooney ainda tinha loja na Galeria do Rock/Hip-Hop, no centro da cidade. A primeira Batalha Final foi em 1999, com 26 grupos, com shows e batalhas de grupo, era um evento itinerante e anual. Como B-Boy e Rapper, ele queria ver as coisas acontecendo e ninguém fazia nada, então chamou o DJ Ninja e falou que queria fazer festas mensais para tocar os discos e reunir os amigos, foi aí que tudo começou e virou o que é hoje. Ele fala: “Nossa última edição foi em 2019, foi espetacular, no aniversário de 20 anos, com 7 eventos, 1 a cada 15 dias, fizemos dentro das favelas e dentro do Shopping, utilizando as modalidades que viriam a se tornar olímpicas, com as regras e piso, som, tempo, tudo como se fosse lá, me diverti e fizemos um trabalho lindo, com uma equipe maravilhosa. Na verdade, eu já tinha programado eventos até 2028, como fazemos isso todos os anos, temos um modus operandi bem organizado, buscar recurso, reestruturamos o que temos e colocamos o evento na rua. É logico que sempre mudamos algo, para nos atualizar, mas nossa metodologia vem funcionando tem alguns anos, pois nossa equipe, repito, é ótima! Com a chegada da pandemia, cancelar foi um terror, muitos contratos cancelados, foi frustrante, mas temos que entender que a saúde de todos ainda é mais importante, eventos fazemos aos montes. Era hora de salvar vidas e proteger, foi o que pensamos. Estávamos com o conceito de 2020 pronto, artes prontas, apoios e patrocínios, tudo arranjado. Já estava comprometido financeiramente para a edição de 2020, investimos antecipadamente para adiantar nosso cronograma e deixar tudo no jeito para dedicarmos e focarmos em atender os competidores. Para que todos entendam, nos 20 anos da BF, durante o evento, eu tive um sonho e começamos a desenvolver as artes para a edição de 2020. Financeiramente tivemos prejuízos, ficamos praticamente 5 meses sem trabalho, depois, entrou umas coisas on-line e parou. Então, nos reunimos virtualmente e pensamos que não adiantava correr riscos, hoje, como presidente da Confederação Brasileira de Breaking [CBRB] não poderia colocar os breakers e produção em risco. Atualmente, paramos tudo, estamos trabalhando virtualmente e produzindo conteúdo para, quando estivermos livres para executar eventos, estarmos muito mais prontos que antes. Estamos em luto diário, com familiares e amigos falecendo, um após o outro, então decidimos não fazer nada muito barulhento, estamos lidando com a perda e pensando no futuro. Não estamos felizes, mas temos que seguir em frente e honrar os que ficaram no caminho. Para fazer eventos como tenho visto alguns por aí não me agrada e penso que a falta de estrutura e conceito desmotiva os que levam isso com amor e carinho, muito à sério, então, estamos aguardando o tempo certo para podermos fazer algo para deixar a marca. Conseguimos fazer isso com o DMC Brasil 2020, que foi um sucesso on-line. Com a Batalha Final, não tivemos apoio, então, estamos aguardando o que virá com esta vacina. O momento é incerto, governo irresponsável e alguns indo na onda… e o resultado está visível, triste e calamitoso. Com falta de leitos em hospitais, falta de oxigênio e cemitérios lotados. Sobre a volta de alguns eventos nesse momento, sou suspeito para falar, pois também sou produtor de eventos, não é porque optamos por não fazer que quem faz on-line está errado, só não gosto de alguns conceitos, mas presencial, não concordo e acho uma irresponsabilidade de quem faz e de quem participa. Não é momento para isso! Tenho visto muitos eventos on-line e presenciais com nenhuma segurança de fato, então, a resposta é não, continuo achando uma irresponsabilidade social. O Hip-Hop salva vidas e não leva elas para a tumba!”.
Outro grande evento organizado pelos produtores culturais B-Boy Dunda e B-Girl Lana, o Breaking Combate, em São Paulo, concorda com Rooneyoyo e faz coro, são deles as palavras: “Ainda não é o momento de realizar eventos presenciais. As medidas de distanciamento social devem ser respeitadas até que as atividades presenciais voltem a ser liberadas. Cabe a nós, cidadãos, respeitarmos as normas sanitárias e buscarmos formas alternativas de entrega cultural para a população. O uso de máscara, álcool em gel e lavagem das mãos não são suficientes para proteger as pessoas em meio a grandes aglomerações e, por isso, os eventos presenciais devem ser evitados. O Breaking Combate é uma celebração da cultura Hip-Hop, com foco principal na dança Breaking. Proporciona intercâmbio cultural entre os adeptos da cultura Hip-Hop a sua primeira edição foi em 2009. Nas duas primeiras edições, o evento chamava-se “Carapicuíba Battle”, porém, devido à grande dificuldade de realizar qualquer ação voltada para a cultura Hip-Hop na cidade de Carapicuíba, modificamos o nome do evento para “Breaking Combate” para assim podermos realizá-lo em outros locais”. Eles lembram: “Todas as edições foram especiais, porém, um destaque maior para a edição de 2013, que foi a primeira que trouxemos jurados internacionais, workshops, viagem totalmente paga como premiação dos vencedores e a oportunidade de poderem representar o Brasil em eventos internacionais. Foi realmente incrível receber em nosso evento B-Boys e B-Girls de todo o Brasil e também de alguns países estrangeiros e ter cobertura da mídia televisiva. A última edição aconteceu em 2017. Na ocasião, já prevíamos não realizar as edições de 2018 e 2019 por estarmos focados em outros projetos. O planejamento era retornar com o Breaking Combate 2020, mas, como todos sabemos, a pandemia chegou e todos os planos foram cancelados. Quando a pandemia teve início estávamos na fase de planejamento do evento e, por sorte, não tivemos prejuízos financeiros. O projeto da 6ª edição do Breaking Combate já estava aprovado e sendo planejado, com previsão para acontecer em agosto de 2020, quando estourou a pandemia e tudo foi cancelado. Foi assustador, mas entendemos que, com uma pandemia acontecendo, qualquer evento cultural ou esportivo deixa de ser prioridade. O lado bom das situações adversas é justamente sermos forçados a pensar fora da caixa e nos adaptar à nova realidade. Na produção de eventos não é diferente. A impossibilidade de realizar eventos presenciais e necessidade de evitar aglomerações, abriu um leque de novas oportunidades e formatos a serem explorados. Sobre o futuro, desejamos realizar a 6ª edição do Breaking Combate em 2021, após a liberação dos eventos presenciais ou semipresenciais pelas autoridades sanitárias. Optamos por aguardar e, no momento certo, realizaremos o evento da melhor forma possível, sem expor os artistas e público a riscos”, finalizam.
Ainda em São Paulo, fomos conversar com Thiago Vieira, que é B-Boy há 14 anos e arte-educador formado em Educação Física. Integrante da Crew Guetto Freak desde 2012, Thiago faz produção cultural desde o mesmo período, porém, mais sazonal. No conhecido evento Breaking Ibira, ele foi integrar a produção a partir de 2018, o evento já tem 6 anos, idealizado pelo B-Boy Mion. Foi ele quem fez as primeiras batalhas, cyphers e marcava treinos também. Na primeira batalha que Thiago foi, recebeu o convite para ser jurado, em 2014 mesmo. “E era ali no entorno do MAM (Museu de Arte Moderna), aí em determinado momento houve o contato das educadoras do museu e a partir daí começaram a abrir o espaço e oferecer estrutura de som, etc. Naquele momento, no parque, rolava muito os famosos rolezinhos…”, Thiago conta, “Sempre que realizávamos uma edição, logo em seguida fazíamos uma reunião para fazer uma avaliação e pensar numa próxima, mas no geral todas as edições foram pensadas no início do ano e, dependendo da situação, poderiam mudar de posição no cronograma ou não, na última edição de 2019, que foi a batalha de crews, nós encerramos e fomos para um rodízio de comida japonesa (risos), fomos comemorar e os planos para o ano de 2020 ficaram para janeiro. Num ano normal, a primeira edição é em março. Quando foi anunciada a pandemia, nós estávamos com quase tudo pronto pra primeira edição do ano, poucos dias depois cancelamos e ai não teve o que fazer naquele momento, só parar e avisar o público. O Breaking Ibira tem parceria com o MAM, as atividades deles pararam e consequentemente as nossas também, houve um prejuízo financeiro, principalmente para a equipe que trabalha, que sempre fecha muito com a gente e do dia pra noite perderam parte dos rendimentos, depois de um tempo, como não parecia que a coisa ia se normalizar tão cedo, passamos a nos reunir para encontrarmos uma solução, mas não foi possível fazer muita coisa, algo que tenho dito com relação a pandemia é que os trabalhadores da cultura foram os primeiros a pararem e provavelmente serão os últimos a voltarem, a sociedade não vê cultura como essencial, mesmo que assista séries e filmes todo dia, trabalhe ouvindo música e dance quando está feliz. Discutimos bastante sobre novas possibilidades, primeiro, fizemos um workshop on-line e depois fizemos a batalha, o objetivo inicial era gravarmos e depois lançar on-line, mas no fim, a melhor ideia foi o Mini Doc Breaking Ibira 6 Anos e ficamos muito satisfeitos com o resultado! Eu fui bastante afetado pela pandemia, 80% de todos os meus rendimentos foram afetados, bem complicado, mas não senti que devia entrar em pânico, aproveitei para estudar e fiz muito isso e graças ao “tempo” que tive, concluí outra graduação e já tenho outros projetos em mente, nesse sentido a pandemia ajudou a clarear os pontos onde tem que focar para manter estabilidade, não que ela seja real, não se pode ser estável sempre, mas é possível se planejar. A edição de novembro inicialmente seria on-line, mas seria gravada e os B-Boys batalhando no presencial, nas batalhas onde cada dançarino ou dançarina responde de casa, a gente observou bastante o que estava rolando e não sentimos que estava desenvolvendo bem, pois tem várias limitações, uma delas é a qualidade da conexão, a outra é que uma batalha de Breaking on-line perde um fator que é importantíssimo, que é a energia trocada, para mim é como uma luta de MMA on-line, numa batalha de Breaking você que está lá sente, o público sente, a intenção, a energia do B-Boy ou da B-Girl, se está com vontade de botar fogo, se está com medo, indiferente, arrogante… e o B-Boy ou a B-Girl que responde é diretamente afetado por essa energia e ele pode responder! É isso que deixa a batalha interessante. Então, nós fizemos uma edição em novembro, presencial, num momento em que os números da pandemia tinham caído muito, mas mesmo assim foi complicado, teve gente que tirou a máscara, se abraçou… no calor da batalha a galera esquece… eu particularmente não julgo, tem gente que anda de ônibus ou trem lotado todo santo dia, como dizer para ela que a única medida de distanciamento social possível é justamente o lazer dela? Não posso falar nada dela, mas nós, Breaking Ibira, não faremos presencial ainda, não vamos incentivar ninguém a se arriscar… pela nossa experiência, vimos que era difícil a galera manter 100% dos cuidados, não dava para contar com isso, particularmente, até acho que as medidas juntas são relativamente efetivas, mas não acho que serão seguidas. É difícil estabelecer parâmetros dentro de uma situação tão incerta, no geral o plano principal é voltar… mas quando tiver menos risco, sendo início de ano, pensar em como queremos continuar é fundamental, temos muito mais limitações agora e sabemos o que não queremos, temos uma ideia do que queremos. Batalhas? Sem público, on-line, sim, mas quem está batalhando tem que estar frente a frente apenas com uma imagem de qualidade, sem aqueles cortes de conexão que acabam com a experiência. No momento, estamos mais propensos a dar continuidade ao Mini Doc Breaking Ibira. Acredito que a vida será mais on-line, estudar será mais on-line, trabalhar será mais on-line; alguns eventos que tiverem sucesso nas lives vão permanecer no formato, mas vai sobreviver e permanecer aqueles que tiverem uma estrutura excelente, internet de altíssima velocidade, equipe rápida e eficiente; e as situações mistas, eventos transmitidos mas que também têm público presente e a questão da inserção do termo esporte ou “esportivização” [sic] vai estar cada vez mais em discussão, talvez isso afete os eventos, mas ainda não dá para falar. Sair ou não pra treinar, eu não estou indo treinar, mas sei que treinar pode ser parte da sobrevivência, da paz interior, portanto, não o julgo se estiver no corre, mas lembre-se de manter o distanciamento, se possível treine só com sua Crew ou, melhor ainda, só com um amigo ou amiga. Que Deus nos proteja e que venham dias melhores pra todos nós!”.
Então, o que podemos esperar do futuro? E o que temos de concreto?
Então, o futuro dos eventos será on-line?
Para alguns profissionais do ramo de eventos, talvez o futuro será compósito. Trabalhar de forma mais ampla a experiência dos eventos. O fato é que não existe uma receita de bolo.
Um dos novos produtos em tempos de pandemia é o evento híbrido. Combinando atividades presenciais, para um público reduzido e streaming, com possibilidade de transmissão ao vivo para milhares de pessoas, o formato configura uma tendência. “Diante dos desafios do setor, os eventos híbridos tornaram-se a melhor alternativa para o momento atual”, afirma Marceli Oliveira em uma entrevista recentemente publicada. Superintendente do complexo Expo D. Pedro, um dos maiores espaços multiuso para eventos do interior de São Paulo, ela garante que os eventos híbridos vêm transformando a interação do público. Não mais em grandes espaços, mas acomodado em estúdios e salas menores, com todo o protocolo de segurança contra o novo coronavírus, o participante tem a oportunidade de experienciar presencialmente o evento. A transmissão por streaming permite que se participe remotamente.
Outra vantagem do novo formato é sua capacidade para atender de pequenos a grandes eventos. A infraestrutura dedicada a este formato permite se adequar ao número de participantes e às necessidades de cada evento. “O evento híbrido foi uma forma que o setor encontrou de se reinventar para apresentar novas soluções para as necessidades do cliente”.
Na agenda 2020 do Complexo, 30% dos eventos presenciais migraram para híbridos, destaca Marceli Oliveira. “Este fato nos surpreendeu de forma muito positiva”, afirma. Os presenciais, de acordo com a superintendente, mantêm-se de forma linear e crescente para os próximos anos. “Mas os eventos híbridos conquistaram seu lugar como produto em nosso portfólio, investimos em soluções e infraestrutura. Internet de qualidade é prioridade, completa. Se adaptar é a palavra dos próximos dias meses ou até anos!”.
Um alento neste momento de crise a Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc (Lei nº 14.017, de 29 de junho de 2020) que repassou mais de R$ 3 bilhões de recursos federais para ações emergenciais do setor cultural em estados e municípios. Segundo a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, “foram repassados no estado um total de R$ 264,5 milhões para 4.095 projetos culturais aprovados e contratados nas 25 linhas do ProAC Editais LAB. Com isso, em 2020, foram concluídas as etapas necessárias para assegurar a destinação por meio da Lei Aldir Blanc, de R$ 272.165.500,00 ao setor cultural e criativo de São Paulo. Ao todo, o Governo do Estado recebeu R$ 281.838.497,67 do Governo Federal, sendo R$ 264.155.074,63 relativos à cota original do Estado e R$ 17.683.423,04 relativos à reversão de valores não utilizados por municípios. O índice de execução, portanto, foi de 100% do valor recebido inicialmente e de 96,9% do total recebido”.
Após a polêmica gerada com o setor cultural depois do anúncio da suspensão do ProAC Expresso ICMS e a criação de uma nova linha de editais denominada ProAC Expresso ICMS, a assessoria de imprensa da secretaria informou que “sobre o incentivo fiscal por fomento direto, o Governo do Estado de São Paulo vai substituir o ProAC Expresso ICMS (programa de incentivo fiscal à cultura) por um programa de fomento direto a projetos culturais com recursos orçamentários, o ProAC Expresso Direto, mantendo o mesmo valor (R$ 100 milhões) e adotando normas e procedimentos semelhantes. Não haverá perda para o setor cultural e criativo. A medida valerá para 2021, 2022 e 2023 e foi tomada para enfrentar o déficit fiscal gerado pela crise da pandemia do coronavírus. O decreto orçamentário com este valor será publicado em breve. Posteriormente sairá o regulamento do novo ProAC Expresso Direto, a ser elaborado pela Comissão de Análise de Projetos (CAP) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, que será a instância de análise e seleção de projetos. Será feita uma consulta pública para que a sociedade civil possa enviar contribuições. Os proponentes que tiverem projetos selecionados receberão os recursos diretamente. Com isso, o Governo do Estado de São Paulo reafirma seu compromisso com a valorização da cultura e o estímulo ao desenvolvimento do setor cultural e criativo. O ProAC Expresso Editais e o Programa Juntos Pela Cultura serão mantidos e também terão em 2021 recursos em patamar semelhante ao de 2020”.
O Portal Breaking World indagou sobre as perspectivas da pasta para o setor cultural em 2021, principalmente no que diz respeito ao cenário pós-imunização. São do Secretário de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, Sérgio Sá Leitão, as palavras: “Para 2021, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa trabalhará para a manutenção, o aperfeiçoamento e a ampliação do trabalho realizado pelas instituições culturais do ecossistema de cultura do Governo do Estado de São Paulo, que conta com cerca de sessenta instituições, espaços culturais e corpos artísticos como os Museus, Fábricas de Cultura, Oficinas Culturais, OSESP, Cia de Dança SP, Sala São Paulo, Teatro Sérgio Cardoso, entre outras. Além disso, teremos o ProAC Expresso Direto, o ProAC Expresso Editais e o Juntos pela Cultura, programas de fomento, que em 2019 tiveram um valor recorde, batido em 2020 e que esperamos bater em 2021, até porque é um investimento público que se tornou ainda mais fundamental diante do quadro da crise. E temos algumas novidades previstas como a criação de três novas Fábricas de Cultura, em Ribeirão Preto, em Heliópolis, na capital e em Iguape, na região do Vale do Ribeira, parte do programa Vale do Futuro; a reabertura do Museu da Língua Portuguesa e seguimos a todo vapor com o restauro e a ampliação do Museu do Ipiranga que será reaberto para a população em setembro de 2022. Sobre a retomada das atividades culturais, continuaremos seguindo todas as exigências, orientações e protocolos preconizados pela Organização Mundial da Saúde e pelo Centro de Contingência da Covid-19 do Governo do Estado de São Paulo. Este ano, tudo que faremos será on-line e, na medida das possibilidades, presencial. Afinal de contas, a pandemia continua aí e precisamos continuar tomando todos os cuidados até que haja a vacinação em massa da população. Mas este ano, a previsão é que todas as nossas atividades, os nossos programas e ações passem a ser híbridos: presenciais e on-line.”, conclui.
Para Zé Renato, produtor cultural que participa dos Fóruns Emergenciais Municipal e Estadual de São Paulo e integrou o grupo de trabalho da sociedade civil para implementação da Lei Aldir Blanc junto à secretaria de cultural da capital paulista, a Lei Aldir Blanc foi importante para que as pessoas tenham algum recurso, mesmo que parco, para sobreviver nestes tempos de pandemia. Ele explana: “Ao mesmo tempo que chegou em pessoas que nunca tiveram oportunidade ou acesso, ainda teve processos de inscrições complexos, mecanismos de comunicação com a sociedade falhos ou inexistentes, e não fosse a organização da sociedade civil no sentido de realizar uma busca ativa e tutoriais de saneamento de dúvidas, o impacto seria ainda menor do que foi. Seria melhor se os governos tivessem ouvido a sociedade civil na criação de inscrições simplificadas, sem burocracia, com ampla divulgação e pontos de apoio para inscrição e atendimento de um número muito maior de contemplados, com valores menores, melhor distribuídos. Tudo isto era possível, mostramos caminhos, e o poder público se negou a ouvir, na maior parte de seus aspectos. Ao mesmo tempo que, cotidianamente, recebemos mensagens de agradecimentos de coletividades que só conseguiram por causa das ações coletivas que a sociedade civil realizou e que terão acesso, neste momento, aos recursos, muitos deles pela primeira vez na vida”, para o produtor, os critérios utilizados para seleção dos projetos foram “frágeis, quando se pensa num auxilio emergencial. Na implementação da lei, na maior parte dos lugares, levou-se para a Lei Emergencial de Auxílio imediato a mesma lógica meritocrática dos editais concorrenciais usados habitualmente pelo poder público. Poderia ser mais simples e ousado, como por exemplo, a partir de um cadastro comprovando atuação na área a pessoa receber um recurso emergencial e ponto. Qualquer coisa além disso, no momento pandêmico, mostra-se concorrencial”, conclui.
Sobre a retomada pós-pandemia, Zé Renato declara: “Acho muito difícil voltarmos a uma possibilidade de atuação regular no ano de 2021, face o recrudescimento da pandemia e a péssima gestão da crise realizada pelo governo brasileiro. Para a sobrevivência do setor cultural ainda dependeremos do uso da verba da lei emergencial, que na maior parte dos lugares foram pagas apenas no final do ano ou estão sendo pagas no começo deste, e da ampliação desse tipo de ação, seja por nova aplicação de recursos do Fundo Nacional de Cultura, na atuação de Estados e Municípios em legislações próprias de auxilio emergencial e outras ações do gênero, pois neste ano não teremos uma atuação regular dos nossos pares”. Sobre os eventos on-line, o produtor opina: “Eu acho que chegaram para ficar, terão seu espaço, mesmo que não prioritário, como aconteceu em 2020. Ainda que tenha sido do ponto de vista estético bastante questionável os resultados, em minha opinião, pois na maioria das vezes apresentou-se coisas adaptadas e não criadas para o modelo on-line, ao longo do ano acabaram aparecendo algumas iniciativas que apontaram para uma “criação para este modo de troca”, com resultados interessantes. Por isso, acho que ainda teremos um caminho a percorrer até entender que tipo de ações podem ser para este modo on-line e o que tem potência para este canal. Acho que será assunto para anos ainda.”, finaliza.
Para os infectologistas e médicos que estão na linha de frente de combate a Covid-19, só existe uma forma de deter esse vírus, que é respeitando o isolamento social. Explicam: “Eventos têm alto potencial de transmissão da Covid-19. Entram na categoria conhecida como “super spreader”, ou supertransmissores. Ao longo da pandemia, cientistas se debruçaram sobre o fenômeno dos indivíduos ou eventos que têm um papel decisivo em espalhar a doença”. Dr. Joaquim Keller, que no passado era B-Boy, explana: “Cada vez que um evento acontece, mesmo com todos os cuidados recomendados, temos uma explosão de novos casos. Precisamos parar agora para prosseguir lá na frente. Acho que alguns organizadores de eventos deveriam pensar sobre suas responsabilidades nisso tudo, pensar em algumas coisas, como melhor que dar uma oportunidade para o próximo pagar as contas é garantir que ele esteja vivo no futuro. Estamos lidando com novas variantes que não conhecemos, mas que sabemos que são mais graves, rápidas e letais entre jovens, não temos mais espaços nos hospitais e nas UTIs, sejam públicos ou privados. Sem falar nos jovens assintomáticos que estão espalhando as variantes! Quando uma pessoa resolve fazer um evento, uma festa ou aglomerar, ela se torna responsável por cada vida ali presente. A pergunta é: queremos ser responsáveis pela morte dos nossos amigos e irmãos? Se o Hip-Hop é vida, porquê estamos caminhando para a morte? Que consciência estamos tendo em relação a esse assunto? As vacinas chegaram, mas ainda temos apenas 3% da população brasileira vacinada! A minha opinião é que reflitam, se cuidem e cuidem do próximo. E permaneçam vivos!”.
Observação: No dia do fechamento dessa matéria, recebemos a informação que os organizadores do Battle In The Cypher, que acontece de 29 de março a 4 de abril, optaram por realizar o evento no formato virtual. A decisão foi de fazer um encontro mais seguro, diante do contexto atual da pandemia pelo coronavírus no Rio Grande do Sul e no Brasil. No Rio de Janeiro, o evento Tropical Battle, que está acontecendo nesse momento, devido ao Decreto 48.573 cancelou os workshops presenciais, a tradicional Cypher no Arpoador e a batalha de iniciantes acontece no domingo, junto com a principal. Apenas competidores poderão estar presentes no local, acompanhantes não poderão entrar e nem público expectador.
Fotos: Arquivo Pessoal / Reprodução
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Mulheres da Cultura Hip-Hop participam da 2ª edição do Empowerment Day, contam suas vivências e refletem sobre alguns temas de empoderamento feminino.
Aconteceu no último dia 3, a gravação de mais uma edição do Empowerment Day, que vai ao ar no próximo dia 8 de março de 2021, no Dia Internacional da Mulher.
Idealizado pela Casa de Cultura Urbana Street House, de São Paulo, o evento que teve início no ano de 2020 e se tornou um marco quando o assunto é empoderamento feminino, esse ano aconteceu de uma forma híbrida devido a pandemia, seguindo os protocolos e as normas de segurança, como parte da semana “Street House Em Ação”, realizada com recursos da Lei Aldir Blanc por meio da Secretaria de Cultura do Município de São Paulo e do Governo Federal e apoio da CBRB – Confederação Brasileira de Breaking e do Breaking World.
As convidadas dessa edição foram:
Rose MC: Faz parte da cultura desde 1985, Rapper desde 1992, professora de Artes, umas das autoras do livro Perifeminas. Rose faz parte do coletivo Hip Hop All Stars e Clássicas do Hip-Hop.
B-Girl Bia: Beatriz Sena atua na cultura Hip-Hop desde 2012, através da conhecida Crew Street Son e do coletivo Multiforme. B-Girl, dançarina, professora de Educação Física, produtora de eventos e modelo publicitário.
Mel Zabunov: Ela veio de São Bernardo do Campo, formada em Teologia e Jornalismo Cultural. Mel Zabunov é uma vigorosa grafiteira. Resgata em seus trabalhos o empoderamento feminino e todas as suas nuances.
DJ Tati Laser: Ela sempre comanda a festa. Como o nome fala, a DJ Tati é super rápida, daí o apelido “laser”. Idealizadora do projeto As Minas Risca, Tati faz parte do coletivo Applebum DJS e da Hotstepper Crew. Ela ensina a arte dos toca-discos para crianças!
Luciana Mazza: Presente na cultura desde 1986, quando viajava do Rio de Janeiro onde morava para acompanhar e participar da efervescência da Cultura Hip-Hop em São Paulo. Ela é editora do Portal Breaking World, jornalista, cineasta, assessora de imprensa e mãe de B-Boy e de B-Girl.
Juntas, essas mulheres incríveis não se calaram, tomaram conta do bate-papo totalmente empoderadas e falaram sobre diversos temas como preconceito, discriminação, assédio, violência, sobre suas referências e sobre o legado que pretendem deixar para as próximas gerações femininas. Provando que o lugar das mulheres, é onde eles quiserem!
A roda de conversa foi mediada pelo jornalista Marcelo Rebello e a filmagem feita pelo fotógrafo e cinegrafista The Sarará. O evento será exibido na próxima segunda-feira a partir das 14h (horário de Brasília) e depois reprisado no Facebook, no Instagram e no canal de YouTube da Casa de Cultura Urbana Street House (@streethousebrasil).
Fotos: The Sarará / Street House
Mel Zabunov
DJ Tati Laser
B-Girl Bia
Rose MC
Luciana Mazza
The Sarará nos bastidores da gravação
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É B-Girl/B-Boy e sonha em competir fora do país, ser reconhecido na cena do Breaking e/ou viver dessa arte? Porém, tem atitudes/comportamento de amador!
Irei abordar alguns assuntos para você se tornar um artista e/ou atleta de destaque e boa postura.
Antes de tudo, tenha em mente que para se alcançar bons resultados, o principal protagonista é você mesmo.
O artista/atleta é uma figura pública que, muitas vezes, é tido como referência, um exemplo a ser seguido. Dessa forma, é essencial que a imagem pessoal seja pensada e trabalhada de acordo com a essência da B-Girl/B-Boy e alinhada com as expectativas do seu público-alvo, dessa forma vai alavancar ainda mais o seu sucesso.
Extremamente positivo manter-se ativo na internet, mas com preferências aos conteúdos relacionados ao Breaking, não se envolver em polêmicas que não englobem seu nome diretamente.
Tome muito cuidado com suas postagens nas rede-sociais, com publicações fumando cigarro, maconha, bebidas alcoólicas e gestos obscenos em fotos e até mesmo nas batalhas. Isso deixa uma imagem negativa, em se falando de um futuro patrocínio, nenhuma empresa vai associar a marca dela a uma pessoa com imagem negativa.
Ter cuidado com a integridade física, convívio social e desempenho nos treinos é algo muito levado em consideração, pois a partir do momento em que a B-Girl/B-Boy preserva sua saúde e preza por bons hábitos pessoais, familiares, físicos e sociais, sua dança também tende a ser mais valorizada e, com certeza, trará bons resultados.
Hora de mudar algumas atitudes:
Em um evento, sendo ele para competir ou curtir uma cypher, procure não usar as mesmas roupas e calçados de treino. O artista/atleta tem que ter uma boa imagem visual. Como você quer ganhar um patrocínio se não se veste bem? Ser uma excelente B-Girl/B-Boy e o visual horrível, isso desperta uma imagem “negativa” para os olhares da imprensa e de um futuro patrocinador.
Sei que muitos não têm condições de comprar roupas de qualidade ou caras. Porém, é possível se vestir bem usando o básico mesmo, basta você pesquisar e começar a ter um olhar para esse assunto. Além de você ter seu estilo de dançar, procure criar o seu estilo visual também, muitas B-Girls e B-Boys se vestem muito bem, mas seguindo uma tendência de alguma B-Girl ou B-Boy que estão na elite e acabam se tornando só mais um que copiou o estilo do outro e está seguindo uma moda.
Higiene: ir limpo para o evento, reuniões, entrevistas, etc. Ter cuidado com cheiro, seja ruim ou com muito perfume; tenha muito cuidado com hálito, pergunte para alguém que você tem intimidade, se seu hálito está OK. Imagina você conversar com um futuro patrocinador e/ou autoridades e estar suado, fedendo e com mau hálito? Tu perderá uma grande oportunidade… Veja bem, não estou generalizando, são alguns cuidados para que não passe por constrangimentos futuros, tenha cuidado com isso na vida pessoal e profissional.
Não chegue atrasado aos eventos! Pontualidade em qualquer parte do mundo é apreciada e bem vista.
Vamos falar sobre o emocional
A vida das B-Girls/B-Boys que competem, sendo ela profissional ou amador, é feita de vitórias e derrotas. Com isso, é preciso ter equilíbrio emocional para saber lidar com todas as situações. Assim, o artista/atleta não sofrerá demais diante de uma derrota e não desenvolverá espírito arrogante nas vitórias.
Como não é uma tarefa fácil amadurecer sozinho, você pode procurar um profissional para te ajudar nesse acompanhamento. Vale ressaltar que a própria mente é um grande obstáculo. Se você sofre de ansiedade pré-evento, procure se abrir para alguém que se sinta confortável em falar. E se tiver condições, procure um especialista em psicologia do esporte, esse profissional entende como os fatores psicológicos influenciam o desempenho físico, rendimento e de que forma a participação nessas atividades melhora o desenvolvimento emocional, a saúde e o bem-estar da dançarina(o)/atleta nesse ambiente e muito mais…
Tome muito cuidado quando se “perde” uma batalha, algumas pessoas saem reclamando das(os) juradas(os) ou até mesmo querem tirar satisfação chamando-o para batalhar. Uma falta de respeito para com o profissional que está concentrado(a) trabalhando e com o corpo frio, com grande risco de causar uma lesão. Será muito mais produtivo se você questionar quais foram os pontos “fracos” que fizeram com que “perdesse” naquele momento, pergunte não somente para o jurado que não votou em você e sim para todos. Estou ciente que muitos(as) jurados(as) votam para o amiguinho(a): isso também é uma falta de profissionalismo e respeito. Se você foi para um evento e soube com antecedência quem seriam os(as) jurados(as) e aceitou competir, então, saiba que você aceitou ser avaliado. Se você foi campeão(ã) ou até mesmo se sentiu bem em ter participado, questione os(as) jurados(as) sobre seu desempenho, para assim você ter um foco no que precisa melhorar mais.
O ponto principal é que você se avalie, assista com calma suas sessions e a do oponente, veja o que acertou e o que errou, faça o mesmo com as sessions do outro, tire suas conclusões. Ao invés de sair falando mal do(a) jurado(a) e/ou evento, em um outro momento procure entrar em contato com os (as) jurados(as), mostre seu levantamento, você irá aprender muito com isso e ensinar também.
Condicionamento físico
O condicionamento físico é mais um passo importantíssimo para se tornar um bom artista/atleta profissional e ou de alto nível. É preciso ter preparo e condicionamento ideal para conquistar resultados esperados. Com todos os movimentos limpos, treinos aeróbicos e exercícios específicos, você consegue chegar à forma ideal. Muitas B-Girls/B-Boys ainda têm certo preconceito para com o condicionamento físico, pois até alguns anos atrás aqui no Brasil pouco se falava nesse assunto, na Ásia e Europa já se faz esse trabalho há anos.
Tome muito cuidado e não saia por aí fazendo exercícios errados, como exemplo, alguns B-Boys fazendo Power Moves com pesinhos nas pernas, isso poderá causar uma séria lesão. Busque orientações, temos muitos profissionais de Educação Física no Breaking, troque uma ideia, peça orientações básicas. Outro ponto fundamental é a quantidade de horas de sono, procure entrar em uma rotina de dormir entre 6 a 8 horas, nosso corpo é uma máquina e precisa de descanso. Comece a incluir no seu treino corrida ou natação para melhorar sua resistência aeróbia, você vai sentir uma enorme diferença na sua resistência. Treinos específicos, como crossfit, musculação, entre outros, vai ajudar a melhorar sua resistência Anaeróbia. Não irei me aprofundar nesses assuntos por serem amplos (Em breve iremos falar especificamente sobre as resistências Aeróbia e Anaeróbia para um melhor entendimento)
Marketing pessoal
O marketing pessoal envolve um conjunto de esforços a serem promovidos por meio de bons hábitos, novas posturas e trabalhos com foco em resultados para desenvolvimento de uma boa imagem sustentável e próspera no universo social e empresarial.
Atentar-se às redes sociais: para toda ação, há uma reação. Muitas vezes, principalmente após derrotas ou desempenhos abaixo do esperado, o artista/atleta está sujeito a críticas, como qualquer outro profissional. Se você realmente “perdeu”, não fez a autoavaliação, vai passar a ser visto como a mina/mano que só sabe reclamar e nada de dançar.
Da mesma forma, como a rede social é uma oportunidade para estreitar relações com os fãs e amigas (os), pode ser também o caminho para discussões e polêmicas desnecessárias. Evitar debates é uma alternativa viável e necessária. E promover a imagem por meio de ações que favoreçam e preservem a sua integridade devem ser prioridade, pensando inclusive nas relações com patrocinadores, apoiadores e produtores.
Faça sessões de fotos e vídeos, quando for possível valorize profissionais da cena. Faça um portfólio, em algum momento você vai usá-lo; vídeos curtos treinando, dançando e poste em suas redes sociais. Lembre-se: “Quem não é visto, não é lembrado!”.
Algo que no mundo do Breaking é vago, é referente a assessoria de imprensa, hoje em dia se tornou essencial ter uma para cuidar da sua imagem, receber orientações do que fazer publicamente e do que não fazer, um nome leva anos para ser criado e se tornar respeitado, no entanto, pode ser destruído em segundos. Por isso, todo cuidado é pouco! É importante fazer um trabalho para alavancar sua carreira, evitando situações negativas. É o profissional da assessoria de imprensa que é a ponte entre você e a imprensa;
Gere mídia espontânea: Com o trabalho de produção e divulgação de releases, sugestão de pautas e coletivas. A assessoria de imprensa oferece informação de qualidade aos jornalistas, cavando boas oportunidades para seus clientes na mídia e também administra problemas de imagem quando necessário, cobrando junto aos veículos correções e direito de resposta. Não confunda divulgadores com um assessor de imprensa. O assessor de imprensa é um jornalista formado, que se torna responsável por tudo que é relativo à sua imagem. Não é simplesmente alguém que vai fazer publicações em suas redes sociais. É importante que tudo que vá para a imprensa seja revisado, pois quem vai receber não é da cena, mas sim alguém que trabalha dia e noite com textos e notícias.
Planejamento
Estabelecer um plano de carreira: traçar etapas e segui-las. A partir do momento que é traçado um planejamento da carreira, enumerando etapas pelas quais você precisa passar para se solidificar no meio artístico/esportivo e agarrar grandes oportunidades, consequentemente, poderá se concentrar melhor em sua evolução e constante aprimoramento, agregando inclusive valor no seu currículo e assim despertando interesse de novos patrocinadores, produtores de eventos e apoiadores.
Faça um planejamento a curto, médio e longo prazo. Por exemplo: em 6 meses, o que pretende fazer? Quais movimentos pretende aprender, participar em quais eventos? Faça isso traçando metas de 6 meses, 12 meses e 24 meses ou mais. Mas planeje suas metas e objetivos…
Alimentação
O trabalho da Nutrição auxilia o artista/atleta e o praticante de exercícios na criação de uma rotina mais saudável e eficiente. Bom, em termos de resposta física à mudança alimentar, o acompanhamento nutricional é capaz de melhorar a formação de energia, aumentando o rendimento e, principalmente, ajudando na recuperação muscular e dos estoques de energia para que o B-Boy e B-Girl possam cumprir as sessões de treino e competições sem prejuízos de desempenho e de saúde.
Muitos assuntos abordados aqui, são amplos para falar por completo, a ideia desse artigo é para mostrar o que devemos melhorar para termos ótimos resultados no mundo do Breaking e até mesmo para a vida. Procure um profissional da área que pretende melhorar a sua vida de artista ou atleta, se não tem condições de pagar um profissional, converse, ofereça uma parceria, assim como ele tem algo a oferecer, você também tem…
Fotos: Reprodução
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