Nova geração deu um show na batalha kids, dando esperança que dias melhores estão a caminho para o Breaking brasileiro
Faltando menos que um mês para as Olimpíadas de Paris, onde o Breaking estreia como uma das novas modalidades que vai atrair a curiosidade de milhares de jovens para esse grande evento mundial, a dança de rua, por vezes marginalizada no passado, mas que agora virou esporte olímpico, tem despertado interesse da sociedade e principalmente de grandes empresários e marcas que resolveram acreditar e investir nesse elemento da Cultura Hip-Hop.
Aqui no Brasil, aconteceu no último dia 22, no Plaza Shopping Carapicuíba o tradicional evento Breaking Combate, que na ocasião completou 11 anos de muita arte e como de costume, a competição reuniu os melhores B-Boys e B-Girls de todo o Brasil e até de outros países como da República Dominicana e da Argentina, além de sempre revelar grandes talentos da nova geração. O evento, produzido por Eder Devesa (B-Boy e DJ Dunda) e por Chalana Oliveira começou com um workshop gratuito animado do jurado B-Boy Megaman onde participaram dançarinos brasileiros e estrangeiros.
No início da tarde começaram os filtros. Os jurados convidados para julgar as competições foram: B-Girl Bia, B-Boy Allan Jackass e B-Boy Megaman. No microfone, B-Boy Lula mandou muito bem o recado e quem comandou a festa foi o DJ Insano.
O primeiro filtro do dia foi do Baby Combate, que esse ano teve mais de 18 crianças inscritas de até 13 anos, que se deslocaram de diversas partes do Brasil para participar do campeonato, que sempre teve a tradição de ser palco para pequenos grandes talentos brasileiros. Eles deram um show e trouxeram esperança de dias melhores para o Breaking brasileiro. Segundo Eder Devesa, organizador do evento, “as crianças são o futuro! E como na maioria dos esportes tudo começa na base!”.
Exemplo presente na competição é a menina B-Girl Angel do Brasil, que começou a frequentar o evento com 5 anos e que, em 2023 e 2024 foi bicampeã. Esse ano, após as batalhas babys, ela entregou o cinturão para a B-Girl Manuzyh, de Porto Ferreira (SP), que conquistou o primeiro lugar no Baby Combate, numa batalha bem disputada contra o B-Boy Triax, que ficou com o segundo lugar e que também participa do evento desde muito pequeno.
B-Girl Angel cresceu e, já com 14 anos, participou da competição de B-Girls chegando nas quartas de final.
Nas competições femininas, além da Angel, nomes como B-Girl Lua (campeã de 2023), B-Girl Lorinha, B-Girl Bebeia, B-Girl July (Argentina), B-Girl Duda, B-Girl Furacão, B-Girl Matea, entre outras, batalharam na busca da vitória, mas a grande campeã de 2024 foi a B-Girl Lorinha, que no filtro mandou um pião de tirar o fôlego do público presente e numa batalha contra a B-Girl July se sagrou campeã.
Entre os B-Boys a competição foi grande, pesada, mas o grande vencedor desse ano foi o B-Boy Hebrom que recebeu o cinturão do Breaking Combate das mãos do B-Boy Zeus (Campeão de 2023).
Durante todo o evento, quem passou pelo local pode sentir a energia dessa cultura incrível chamada Hip-Hop, que vem das ruas e que atualmente está presente no maior evento esportivo do mundo: as Olimpíadas! Além de conhecer mais sobre o mundo dos B-Boys e das B-Girls, quem se aproximou pode prestigiar obras feitas ao vivo pelo grafiteiro Sotaq. O Breaking Combate, que foi um dos eventos mais esperados do ano, cumpriu mais uma vez sua missão, sendo épico em 2024. Foi um prazer para o Portal Breaking World cobrir mais esse grande evento! Que venham outras edições!
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Esta semana o Rio de Janeiro voltou a sediar, mais uma vez, a Gymnasiade, Olimpíada do Desporto Escolar, que reuniu mais de 2 mil estudantes atletas da categoria sub-15 de 46 países de todos os continentes. O Breaking foi uma das modalidades e claro que o Portal Breaking World esteve presente para cobrir o evento e acompanhar de perto o desempenho de uma nova geração pequena no tamanho ou na idade, mas gigante no talento. A maioria dos atletas filiados na CNDD que foram convocados pela CBDE foram os medalhistas da categoria Kids do Primeiro Campeonato Oficial de Breaking Como Esporte, que aconteceu no ano passado, realizado pelo Conselho de Dança Desportiva.
Coletiva de Imprensa
No dia 18 aconteceu a coletiva de imprensa, o presidente da Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE) e vice-presidente da Federação Internacional do Desporto Escolar (ISF em inglês), Antônio Hora Filho, declararou que se forem computadas também todas as equipes de trabalho, as pessoas que acompanham os atletas e familiares, o evento teria envolvido mais de 4 mil pessoas. São dele as palavras: “Nós somos esporte, mas não só esporte. Somos esporte educacional. Nós utilizamos do esporte como uma ferramenta de formação da cidadania e de educação”.
A maior delegação foi a do Brasil, com 404 membros, sendo 323 estudantes atletas – 161 mulheres e 162 homens -, o que para Antônio Hora Filho resulta das ações pró equidade desenvolvidas pela entidade. “Significa dizer que a política de equidade da CBDE vem trazendo efeitos benéficos para a nossa sociedade, incluindo a mulher definitivamente no esporte”.
Hora Filho lembrou que essa é também a maior delegação que o Brasil já apresentou em edições da Gymnasiade. A expectativa do dirigente é garantir um bom resultado. “Nas últimas Gymnasiades sub-18, o Brasil, desde 2013, sempre figura entre os três países com maior número de medalhas no cômputo geral. A nossa expectativa nesse ano foi estar no topo do quadro geral de medalhas, competimos em solo brasileiro, com todo o clima e a torcida. Os atletas não tiveram problemas de adaptação ao clima e pressão psicológica. A nossa delegação esteve bastante numerosa. Nós acreditamos que o Brasil pode voltar ao topo do quadro geral de medalhas. Essa é uma boa perspectiva para que as próximas gerações olímpicas sejam um reflexo dessas competições escolares”, disse o presidente da CBDE.
Depois do Brasil, a China é a delegação com maior número de integrantes com mais de 200 componentes. O Chile é a terceira, com 164 membros, e os Estados Unidos com 122 inscritos.
Na primeira edição do evento no Brasil, em 2013, a sede foi Brasília. Naquela edição, os estudantes atletas eram da categoria sub-18. “Não podemos esquecer que é do esporte educacional que surgirão os talentos, e nós temos exemplos recentes. A nossa medalhista da ginástica Rebeca [Andrade], que ganhou medalha de ouro nas Olimpíadas, a primeira medalha internacional que ela ganhou foi em 2013 quando realizamos o Gymnasiade sub-18 em Brasília, e ela se iniciando na sua vida esportiva ganhou a sua primeira medalha internacional na mesma prova que seis anos depois se transformou em campeã olímpica. No desporto escolar, formar atletas é importante, mas formar cidadãos é muito mais importante”, disse Hora Filho.
Para o presidente da Federação Internacional do Desporto Escolar (ISF), o francês Laurent Petrynka, a participação dos estudantes atletas é mais do que representar a própria modalidade esportiva. “Quando você compete nos eventos da ISF, não está apenas representando o seu esporte, está representando a sua família, a sua cultura, o seu potencial”, disse, acrescentando que uma das razões da ISF em organizar essas competições é desenvolver nos estudantes os verdadeiros valores olímpicos.
Cerimônia de Abertura
A ministra do Esporte, Ana Moser, esteve na cerimônia de abertura no domingo (20). A mascote dessa vez foi um pássaro carioca, chamado Rio, que teve o nome escolhido em uma consulta entre os participantes. A ISF U15 Gymnasiade 2023 apresentou 18 modalidades: tiro com arco, atletismo, badminton, basquete 3×3, boxe, caratê, dança esportiva, esgrima, ginástica artística, ginástica rítmica, judô, orientação, natação paralímpica, natação, tênis de mesa, tae-kwon-do, wrestling e xadrez.
As competições foram realizadas na quinta-feira (24) e na sexta-feira (25), com encerramento do evento no sábado (26). O retorno das delegações para os seus países está previsto para os dias 27 e 28.
As provas foram disputadas nas arenas cariocas 1 e 2, no Centro Olímpico de Tênis e Vila Olímpica, instalados no Parque Olímpico da Barra da Tijuca; na Arena da Juventude, no Complexo Esportivo de Deodoro; e no Complexo Esportivo da Universidade da Força Aérea (Unifa), em Sulacap. Todos esses equipamentos estão na zona oeste da cidade.
O secretário de estado de Esporte e Lazer do Rio de Janeiro, Rafael Picciani, incentivou a presença do público lembrando que os ingressos para assistir as competições eram grátis. “A grande oportunidade de convidar a população para vir vibrar e assistir esses atletas competindo. Muitos deles, quando competem fora do Rio, não têm oportunidade de levar um parente para assisti-los, pelo custo, dificuldade logística e pelo calendário. Essa foi uma grande oportunidade de vermos esses atletas competindo e de trazer para perto a comunidade esportiva que o Rio de Janeiro possui, e mais uma vez ocupar essas arenas olímpicas, daquilo de mais marcantes que nós temos que é a alegria e a receptividade do povo brasileiro”, disse.
Como foi a chegada da delegação de Breaking?
A Delegação Brasileira Sub 15 composta pelos atletas B-Girl Angel do Brasil (13), B-Girl Mary D (14), B-Boy Samukinha (14) e B-Boy Pablo (13) chegaram ao evento na véspera da Competição (21), enfrentaram alguns problemas como cobrança de taxas aéreas indevidas, atraso na hospedagem, mudança de dias e horários de competições, chão impróprios que causaram feridas e lesões nos atletas, manifestações no meio da competição de alguns responsáveis por atletas que verificaram que alguns nomes não constavam como escritos para competir e ainda mudança de hotel. Problemas diversos onde alguns foram solucionados e outros não. Tirando um pouco do brilho do evento! Uma pena pelo tamanho e importância da Gymnasiade e pelo o que significa eventos desse porte para a nova geração de atletas brasileiros
E a Competição?
Mesmo com todas as dificuldades enfrentadas no Rio de Janeiro pela seleção Sub 15 na Competição o Brasil despontou nas primeiras colocações do mundial, confira:
B-Girl Mary D ficou em3° lugar no individual de B-Girls e na dupla mista;
B-Boy Samukinha em 4° lugar no individual de B-Boys e em3° lugar na dupla mista;
B-Girl Angel do Brasil em 4° lugar no individual de B-Girls e em 4° lugar de duplas mistas;
B-Boy Pablo 5° lugar no individual de B-Boys e 4°na dupla mista
O evento continua até o dia 26 de agosto. A Gymnasiade é organizada pela ISF em parceria com a CBDE, com apoio do Sesc Rio; da Federação de Esportes Estudantis do Rio de Janeiro (FEERJ); do governo do estado do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer; e do governo federal, por meio do Ministério do Esporte.
Fotos: Breaking World
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“Pushing Progression: Breaking” mostra como a nova modalidade olímpica saiu das ruas do Bronx para o mundo.
Conteúdo está disponível gratuitamente na Red Bull TV
Que tal aproveitar o mês que celebra 50 anos da cultura Hip-Hop para mergulhar nesse universo e conhecer diferentes histórias? Em clima de celebração, na última terça-feira (8) estreou um episódio inédito do documentário “Pushing Progression: Breaking”, que retrata a evolução do Breaking que a menos de 1 ano vai ser nova modalidade olimpica no maior evento multiesportivo do planeta. O conteúdo está disponível de forma gratuita na Red Bull TV, por meio do link: www.redbull.com/br-pt/episodes/pushing-progression-s1-e7
Lenda da cena Hip-Hop e dono de hits que marcaram gerações, o rapper Busta Rhymes se juntou a alguns dos principais B-Boys e B-Girls do mundo no sétimo episódio da série. Por lá, exploram como o Breaking saiu das ruas do distrito de Bronx, região periférica de Nova York, emergiu como um estilo de dança no final dos anos sessenta, e como prosperou por mais de uma década antes de fazer sua estreia na cultura mainstream em 1984. Na ocasião, 100 breakers se apresentaram na cerimônia de abertura do maior evento esportivo do mundo, o que impulsionou o Breaking globalmente. Os breakers entrevistados no documentário apontam que a modalidade mudou muito desde o seu surgimento no Bronx. “Estamos em território novo com o Breaking, onde nunca estivemos antes”, avalia o B-Boy canadense Phil Wizard. A americana Logistx, campeã mundial em 2021, também fala sobre suas expectativas com relação ao avanço da modalidade nos próximos anos: “Vai ser cada vez mais competitivo. Com essa competitividade, espero que permaneçamos uma cultura unificada”.
Referências da cena protagonizam a produção, como os B-Boys Lilou, bicampeão mundial; Phil Wizard, integrante do Red Bull BC One All Stars, um dos maiores grupos de Breaking do planeta; Alien Ness, americano renomado mundialmente na cena e Shigekix, campeão mundial em 2020; e as B-Girls Logistx, campeã mundial em 2021 e Ami, primeira B-Girl a se tornar campeã mundial do Red Bull BC One, em 2018.
E os brasileiros?
Em outubro, os vencedores da etapa nacional do Red Bull BC One, a B-Girl Toquinha e o B-Boy Leony, irão representar o Brasil em Roland-Garros, em Paris, na Last Chance Cypher [ uma espécie de filtro com campeões de cyphers feitas no mundo todo ] – em busca de uma vaga na Final Mundial do campeonato. O Brasil terá também outros dois representantes que passaram direto para a Final Mundial: B-Boy Allef, grande destaque no cenário de Breaking mundial por ter um estilo próprio repleto de musicalidade, originalidade e personalidade, e B-Girl Maia, campeã nacional de 2022 que acumula diversos títulos e premiações. Ambos foram classificados como wildcards, convites feitos para aquecer ainda mais as batalhas e são os dois primeiros brasileiros a garantirem vaga na Final Mundial do Red Bull BC One 2023.
Imagem em destaque: ® Little Shao / Red Bull
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Quem é B-Boy, B-Girl ou se interessa pelo elemento Breaking, seja como cultura e agora também como esporte, já começa cada ano com as datas da Red Bull BC One bloqueadas na agenda. É quase uma tradição de quem acompanha a cena. São três dias de confraternização, de cyphers e encontros de B-Boys e B-Girls de várias idades, etnias, estados do Brasil e até de outros países, onde todos têm o objetivo de dançar muito, trocar aquela vibe e passar pelas seletivas, chegando na grande final que abre as portas para um filtro na last chance e depois para a final mundial que esse ano será na França. Mas, poucos sabem como começou essa história que esse ano completa 20 anos! O Portal Breaking World foi atrás de alguns arquivos históricos e olha: senta que lá vem história…
Uma breve retrospectiva até os dias de hoje…
Depois de surgir em Nova York no fim da década de 70, a cultura Hip-Hop se espalhou rapidamente pelo mundo todo, tornando-se uma potência da música, dança, arte e moda. No Brasil, no início da década de 80, dançarinos começaram a se reunir na estação São Bento do Metrô de São Paulo – onde nasceu o rap paulista – para treinar passos deBreaking e batalhar. Como parte dessa ascensão da cultura Hip-Hop pelo mundo, surgiu, em 2004, na Suíça, o Red Bull BC One, com uma proposta diferente dos campeonatos de Breaking já realizados até aquele momento: as batalhas passaram a ser individuais. Assim, tornou-se a primeira competição do mundo com batalhas 1×1. O evento principal da Red Bull foi realizado pela primeira vez em 2004 em Biel, na Suíça, no formato anual, ocorrendo sempre em um local diferente: em 2005 ocorreu em Berlin ( Alemanha); em 2006 na América do Sul, em São Paulo (Brasil); em 2007 foi em Johanesburgo (África do Sul) ; em 2008 ocorreu em Paris (França); em 2009, a competição foi no local com maior história e relevância dentro da cultura Breaking, a cidade de Nova Iorque (Estados Unidos); em 2010 em Tóquio (Japão); em 2011 desembarcou em Moscou (Rússia); em 2012 novamente no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro; em 2013 em Seul (Coreia do Sul); em 2014 o evento retornou à França, em Paris, pela segunda vez; em 2015 foi em Roma (Itália); em 2016 o evento retorna ao Japão, agora na cidade de Nagoya; em 2017 muda-se para Países Baixos, em Amsterdã e foi nesse ano que acontece um marco importante que abriria a porta para a participação feminina nessa história. B-Girl Ayumi se tornou a primeira mulher a chegar nas finais da competição no top 16, competindo com o B-Boy Kill.
Em 2018, é a segunda vez que a Suíça recebe o evento após a primeira edição, mas desta vez em Zurique e nela temos então a B-Girl Ami, que foi a primeira vencedora na categoria feminina do Red Bull BC One; em 2019 ocorreu em Mumbai (índia); Em 2020 foi a vez da Áustria, pela primeira vez na história do BC One; em 2022 a competição voltou à cidade de Nova Iorque e agora, em 2023, novamente na França, na cidade do solo sagrado de Roland Garros. O lendário complexo de quadras de tênis em Paris será transformado no maior palco de Breaking do planeta, onde os melhores B-Boys e B-Girls do mundo vão batalhar pelo cobiçado título de melhor breaker do mundo e, nesse ano, mais um marco feminino, temos a primeira B-Girl brasileira convidada diretamente pela Red Bull para competir na grande final mundial sem passar pela last chance. Estamos falando da B-Girl Maia.
2023 e lá se foram 20 anos!
Com a história de um evento consolidado, esse ano a Red Bull só teve motivos para comemorar os 20 anos. E claro, no Brasil, a comemoração foi grande, regada a muito Breaking, Samba e na terra da garoa teve o comando dos DJ’s MF, DJ Pow e a DJ Miya-B. Foram 4 eliminatórias correndo pelos seguintes estados brasileiros: Belém (PA) onde os ganhadores foram B-Boy Arroz e B-Girl Lívia, Brasília (DF) B-Girl Ana e B-Boy Khaled, Rio de Janeiro (RJ) B-Girl Toquinha e B-Boy Dotado e, em São Paulo (SP), B-Girl Marininha e B-Boy Branco.
Em São Paulo, o evento depois de 17 anos voltou ao Memorial da América Latina e, além da eliminatória de São Paulo, da Final Nacional (onde os campeões foram B-Girl Toquinha e B-Boy Leony), teve também a Cypher Latam. Trata-se da primeira eliminatória da América Latina dentro do Red Bull BC One Camp Brazil. Foi destinada a B-Boys e B-Girls de países latino-americanos que não possuem edições próprias do Red Bull BC One. Os B-Boys Alexis e Matita, e as B-Girls Luma e Carito, foram classificados para a Final Mundial como wildcards. Os ganhadores foram B-Girl Luma e B-Boy Rick.
Espaço de todos e viva a renovação!
Se todos prestigiaram o evento, lógico que não passou batido a renovação e a presença da nova geração já conquistando seu espaço nas competições e também nas cyphers. No Rio de Janeiro, B-Boy Richard (18) chegou na semifinal; B-Boy Marcin (18) chegou no top 8 no Rio de Janeiro e no top 16 na Cypher São Paulo. B-Boy Eagle (16) participou competindo pela primeira vez das duas regionais. E não menos importante, nas Cyphers da Red Bull BC One de São Paulo B-Girl Angel do Brasil (13), B-Girl Mary-D (14) e a pequena B-Girl Nicck mostraram a força da nova geração.
Foram 3 dias intensos e de muitas atividades para todos os estilos e gostos vejam o que rolou:
Exposições fotográficas internacionais de Martha Cooper e Nika Kramer:
Que em suas histórias se dedicaram a capturar com suas lentes o Breaking como movimento, apresentando sua evolução ao longo dos anos e colocando, sobretudo, as B-Girls em foco. As artistas vêm trabalhando em parceria desde 2010, em livros e documentários sobre a cena. Elas estiveram presentes no evento com a exposição “Evolution of a Revolution”. Martha Cooper é conhecida por fotografar a arte urbana de Nova Iorque desde a década de 70, quando a cultura Hip-Hop nasceu nos subúrbios nova-iorquinos, e mergulhou sem medo nas vibrantes cenas de Breaking e Graffiti. Suas fotografias se tornaram símbolos, preservando a arte, determinação e resiliência do movimento ao redor do mundo. Nika Kramer, por sua vez, é uma contadora de histórias visual, cujas lentes revelam a profundidade emocional e energia vibrante do Breaking. Com um olhar atento para capturar movimentos fora de série, Nika dá uma nova dimensão à narrativa. Suas fotografias capturam a essência da jornada de cada B-Girl, evocando uma sensação de conexão e admiração. Outro grande nome da fotografia internacional que esteve presente foi o fotógrafo Little Shao que com seus clicks abrilhantou ainda mais o evento. Little Shao faz parte do time de fotógrafos da Red Bull BC One e já colaborou com marcas como Nike, PSG, Yves Saint Laurent, Kenzo, Kia, entre outras.
Workshops nacionais e Internacionais:
Esse ano, nomes conhecidos como a B-Girl FabGirl, B-Boy Foguete e também grandes nomes internacionais como B-Boy Lee, B-Boy Jey, B-Boy Junior, B-Boy Menno, B-Boy Lilzoo e B-Girl Kastet deram workshops nas regionais da Red Bull BC One. Durante o workshop da B-Girl Kastet, que estava lotado, ela declarou: “Esse foi o workshop que dei com maior número de pessoas até hoje”.
Outras Batalhas e Competições
Batalha do Chinelo:
Criada pelo B-Boy Pelezinho para o evento IBE, um festival que celebra a Cultura Hip-Hop na Holanda. A batalha voltou pela terceira vez para o Brasil. A dinâmica é simples: cada B-Boy e B-Girl tem que batalhar sem deixar o chinelo voar do pé! O grande ganhador foi o venezuelano B-Boy Alvin.
Batalha do Passinho está em casa:
Inspirado no Break Down The House com um tempero brasileiro, que mistura House com Passinho, em uma batalha inédita. A musicalidade, recheado de funk brasileiro, desafia os dançarinos nesse novo conceito, enquanto os jurados têm a missão de escolher a melhor dupla. A disputa é simples: uma dupla, composta por um dançarino de House e um dançarino de Passinho, batalha contra a outra. Ao contrário da última edição, neste ano teve uma eliminatória para formar as Top 8 duplas finalistas. Os campeões foram a dupla Pieigyh e André Oliveira.
Batalha de Footwork:
Criada pela página no Instagram @footworkerz, a Batalha Footworkers veio para o Brasil pela primeira vez este ano e consiste em desafiar os dançarinos a fazerem os passos com as mãos, sustentando o peso do corpo. Dividida em etapas, começando pela escolha dos Top 16 e, a partir disso, as oitavas, quartas, semis e final. Toda essa dinâmica teve aproximadamente duas horas de duração. O campeão foi o B-Boy Nachito.
Batalha Crashfest:
Esse novo conceito é basicamente uma Cypher, em que a proposta é que os dançarinos se joguem e façam os seus Powers Moves mais explosivos e imprevisíveis. B-Boy Tawfiq selecionou alguns B-Boys e B-Girls para participarem, mas qualquer pessoa poderia se inscrever nas eliminatórias. Essa batalha não teve uma ordem, a ideia foi ser uma Cypher aberta em que cada um entra no seu momento. E não tem jurados! Os vencedores foram escolhidos pelo B-Boy Tawfiq com base em elementos como: quem se jogou mais e fez os Power Moves mais explosivos e quem foi melhor nas questões técnicas e qualidade de movimento. O campeão foi o B-Boy Rex.
E como foi a final nacional?
A final Nacional trouxe alguns momentos especiais, primeiro, no Top 16, a participação do B-Boy Megaman com seu estilo totalmente diferenciado levantou o público presente e saiu aplaudido mesmo não tendo avançado, segundo os jurados, na batalha contra o B-Boy Leony, atual campeão. Outro momento especial foi a final de B-Girls, que foi entre duas moradoras do bairro de Perus, em São Paulo, B-Girl Keka e B-Girl Toquinha (campeã). O retorno do B-Boy Bart, após recuperação de uma cirurgia, também foi uma ótima notícia. Bart disputou a final com o pentacampeão B-Boy Leony, que apesar de acumular títulos nacionais ainda busca a conquista do cinturão no mundial que há 13 anos foi levantado pelo B-Boy Neguin (único brasileiro a conquistar o título máximo da Red Bull BC One até hoje).
E quando será o Mundial?
A Red Bull BC One Mundial acontece em Paris, no dia 21 de outubro, em Roland Garros. Esta será a terceira vez que Paris sediará a Final Mundial do Red Bull BC Onee a mais especial, porque acontece um ano antes de Paris abrigar a estreia do Breaking nas Olimpíadas.
Desejemos “Bonna Sorte” a dupla de campões brasileiros, B-Boy Leony e B-Girl Toquinha, que vão disputar a Last Chance Cypher e tentar uma vaga na Final Mundial. Vibrações positivas para eles!
Galeria dos Campeões da Red Bull BC One
2022
2021
2020
2019
2018
2017
2016
2015
2014
2013
2012
2011
2010
2009
2008
2007
2006
2005
2004
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Neste mês aconteceu no Centro de Eventos de Barueri o 2º Street Festival, o evento, que teve sua primeira edição em 2021, em plena pandemia, num formato híbrido e foi um sucesso na cidade de São Paulo, agora em 2022, a Street House, organizadora do festival, escolheu a cidade de Barueri, que sempre foi destaque nacional por sua vocação empreendedora e inovadora, gerando oportunidades para a democratização e utilização dos espaços públicos para o desenvolvimento da arte e hábitos esportivos e culturais nas ruas, nos bairros, criando novas sociabilidades e permitindo que crianças, jovens e adultos compartilhem conhecimento e o Dia Mundial do Hip-Hop para reunir todos os elementos dessa cultura. O primeiro dia de festival começou alegre, recebendo um grande número de crianças que participaram da competição de Breaking Kids 1×1 e, também os dançarinos, que participaram das competições de Breaking adulto que aconteceram no formato “Seven to Smoke”. No Kids, os jurados foram B-Girl Angel do Brasil, B-Boy Eagle e B-Boy Marcin, todos os três são dançarinos de Breaking que treinam em Barueri e representam a cidade em campeonatos nacionais e internacionais.
Na competição de adultos, os jurados foram B-Boy Suco do Projeto Hip-Hop Educa, B-Girl Bia e B-Boy Sonek, que também é dançarino e professor de Breaking em Barueri. Nos toca-discos quem comandou a festa foi DJ Ninja e DJ Piu Robson e no microfone o MC Lula. Na modalidade Kids, o 1º lugar ficou com o B-Boy DN do Projeto 1 Mais 1 Faz a Diferença, em 2º lugar B-Girl Estrela Cadente, do mesmo projeto e em 3º lugar B-Girl Bia, aluna de Breaking de Barueri. Na competição de adultos 1×1, o ganhador foi o B-Boy Luizika, da Família Rua Crew. No feminino, B-Girl Nico ganhou a premiação!
Passado as competições de Breaking, foi a vez da palestra do Coach Esportivo João Carlos Gaião da Academia Atleta Campeão, que é uma plataforma on-line voltada para o treinamento mental de atletas de competição, que vem conquistando cada vez mais atletas e treinadores de diversas modalidades esportivas e e-sports do Brasil e do mundo, que falou especificamente sobre ter uma mente de um atleta campeão, foi uma oportunidade de muito aprendizado para quem participou e um momento de adquirir mais confiança e sanar dúvidas.
Ainda no mesmo dia, o Street Festival recebeu Mano T, Vitão RM, Duque-R e o SP Hip-Hop All Stars, uma festa comandada pelo DJ Heliobranco, recebendo nomes de peso como Elly, que é um dos fundadores do conhecido e pioneiro grupo DMN.
E encerrando as atividades do primeiro dia, foi a vez da tão esperada Batalha de DJ´s Masculina, onde o grande ganhador foi o DJ Raylan. Durante todo o dia, aconteceram no festival as exposições “Breaking e suas expressões” do fotógrafo The Sarará, ” Olhares em Foco” da fotógrafa Nanah D´Luize, a exposição de jaquetas grafitadas de Fabiano Minu, live paint de graffiti da Cheira Tinta Crew e da Alquimia de Barueri e as barraquinhas de artesanatos e gastronomia urbana e vegana. Outros destaques do evento foram a presença da marca Pixa-In, da Ibotirama Records e a atuação da Clínica Reactive de fisioterapia, dando assistência a todos os dançarinos presentes durante os dois dias de evento.
No segundo dia, o Street Festival recebeu mais convidados. Foi a vez das competições de Breaking nas modalidades de duplas e crews (grupos) e a Batalha Tik Battle, quem comandou a festa foi o DJ Insano. E a dupla ganhadora foi o B-Boy Thiago Vieira e a B-Girl Furacão. Nas crews, o 1º lugar ficou para a SG Crew. Na Tik Battle, ficou com o título o dançarino Wender. Ainda se apresentaram no Barueri Street Festival os artistas Adonis Maia, DJ Malo, João Bazílio, Naipe-Z, Sorriso Nogueira, Sied Mob, e de Barueri a DJ Grazi Flores e o Projeto Art Lab. Quem também marcou presença foi a Cheira Tinta Crew, palestrando sobre o Graffiti como inspiração e transformação e contando um pouco da trajetória deste elemento da cultura urbana na cidade de Barueri. Finalizando o segundo dia, teve a Batalha de DJ´s Feminina, julgada por Tati Laser e Lisa Bueno e a grande ganhadora foi a DJ Miya B, que se sagrou bicampeã da Street Battle DJ’s.
São de Marcelo e Luciana, da Street House e organizadores do festival, as palavras: “Assim como o primeiro Street Festival em São Paulo, que foi épico, a segunda edição, desta vez em Barueri, também escreveu suas páginas trazendo acima de tudo o passado e a esperança no futuro! O evento cumpriu o seu objetivo de reunir todos os elementos da Cultura Hip-Hop numa festa, com uma ótima estrutura e com foco nos detalhes! A presença das crianças no primeiro dia encheu nossos corações de alegria, nos dando a certeza que o Hip-Hop e todos os seus elementos resistem e continuam nas gerações futuras! Quem não é da cultura e visitou o evento teve a chance de conhecer um pouquinho mais sobre o Breaking, novo esporte olímpico de Paris 2024! Agradecemos a Deus, ao Prefeito de Barueri Rubens Furlan, ao Secretário de Cultura Jean Gaspar, ao Coordenador de Projetos Diogo Bueno pelo apoio concedido e a todas as pessoas, coach e artistas que participaram dessa edição do Street Festival, sejam trabalhando, organizando ou dançando, agradecemos ao MC, aos jurados, aos dançarinos, os rappers, os DJ’s, os grafiteiros e as marcas que acreditaram no nosso evento. Agradecemos aos mestres da fotografia Nanah D´Luize, The Sarará e Cadú Araújo, que através dos seus olhares eternizaram mais uma vez o Street Festival! Que orgulho de vocês, reunimos os melhores fotógrafos, com os melhores clicks da cena! Temos a sensação de dever cumprido e o gostinho de queremos mais! O Street Festival continua! Até 2023!”.
Imagem: Nanah D`Luize
Imagem: Nanah D`Luize
Imagem: Breaking World
Imagem: Nanah D`Luize
Imagem: Breaking World
Imagem: DJ Piu
Imagem: Breaking World
Imagem: Breaking World
Imagem: Breaking World
Imagem: Breaking World
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Atletas brasileiros ficam fora do pódio no mundial da WDSF e perdem na competição de crew na Battle Pro
Enquanto o final de semana foi festivo para alguns países, como Estados Unidos, Japão, Alemanha, Cazaquistão e, claro, França, que assumiram o papel principal na história do Breaking como modalidade olímpica e já começaram a levar para casa medalhas de ouro, prata e bronze, o Brasil, coadjuvante dessa história, não teve muitos motivos para comemorar.
A delegação brasileira de Breaking embarcou para a França no último dia 30, para competir no primeiro torneio internacional como modalidade olímpica. O evento era o World Breaking Championship (WBC), primeiro campeonato oficial 1×1 (um contra um), produzido pela Breaking For Gold da WDSF (World Dance Sport Federation), que aconteceu no Théâtre du Châtelet, em Paris, no dia 4 de dezembro.
Para quem desconhece, o World Breaking Championship é um campeonato que acontece na China, na cidade de Nanquim. Porém, por causa da pandemia, a competição foi levada para a Europa. O torneio é uma qualificação para o campeonato mundial da IWGA (Internacional World Games Association), que acontece no Alabama (EUA), em julho de 2022 e que faz parte do ranking mundial que soma pontos para a qualificatória olímpica Paris 2024.
Para essa viagem, foram indicados (não houve seletivas) e escolhidos pelo Conselho Nacional de Dança Desportiva (CNDD) e seus diretores de Breaking os atletas: as mineiras Isabela Rocha, conhecida como B-Girl Itsa e Nathana Venâncio (B-Girl Nathana), que é uma das apostas da Everlast; o paulista Luan Carlos dos Santos (B-Boy Luan San) e, por último, o mineiro Gilberto Araújo, conhecido como B-Boy Rato, que substituiu em cima da hora o B-Boy Ratin, que já tinha sido divulgado no flyer do evento, porém não participou.
Na véspera do evento, frases de efeitos e fotos nos principais pontos turísticos da França não faltaram nas redes sociais dos atletas e do próprio Conselho Nacional de Dança Desportiva, que inclusive chegou a postar que “os atletas brasileiros estavam preparados e bem vestidos para o WDSF World Breaking Championship!”. B-Girl Nathana ainda postou: “Todo esforço tem a sua recompensa”. Recompensa essa que não veio, nem para ela e nem para a maioria dos atletas escolhidos pela CNDD, pois na competição feminina, ambas as brasileiras não avançaram para a fase eliminatória. Nathana ficou na fase preliminar (filtro), Itsa foi eliminada na fase de grupos pela B-Girl Jilou, da Alemanha.
No masculino, B-Boy Rato perdeu na fase de grupos. Ele caiu na chave dos B-Boys Shigekix, do Japão e Phil Wizard, do Canadá. Ambos estão entres os melhores do mundo e o canadense, inclusive, foi vice-campeão do Red Bull BC One deste ano.
Um brasileiro que fez a diferença
O B-Boy Luan San foi o que teve melhor performance do time e avançou um pouco mais no evento. Chegou nas quartas de final, onde ele competiu com o B-Boy Gun, da Rússia. Na semifinal, enfrentou o estadunidense Victor, sendo derrotado por 2 rounds a 0. Na briga pelo terceiro lugar, Luan ficou de fora do pódio, perdendo para Amir, atual campeão do Red Bull BC One e ganhador da medalha de bronze do mundial. Vale lembrar que na primeira edição do mundial da WDSF, que aconteceu em 2019, o B-Boy Luan San foi o único brasileiro presente, terminando na 23° posição.
O torneio deu premiação de 1.900 euros para o vencedor, 1.500 para o vice, 500 para terceiro, 400 para quarto e quinto lugar e 300 até o oitavo lugar.
No dia seguinte (5), o time brasileiro ainda participou de mais uma competição na França, a 20° edição da Battle Pro, na categoria Crew vs Crew. Além dos 4 atletas, complementaram o “Team Brazil” os B-Boys Mixa, Migaz, Dinho Still, Bokão (Vinicius Manzon) e Bispo Street Breakers. O resultado não foi diferente e nem favorável ao Brasil, perderam a disputa para a Last Squad da França, não avançando no evento.
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No último final de semana, aconteceu no bairro do Jabaquara, em São Paulo, mais uma edição do Troféu Arte em Movimento, organizado pelo artista plástico José Pereira de Souza, mas conhecido como Zep.
O evento, mesmo num dia chuvoso, teve sucesso de público e reuniu diferentes gerações de artistas da Cultura Hip-Hop.
As mulheres estiveram em peso, só em São Paulo foram mais de 100 homenageadas, entre elas: Rúbia, Rose MC,Kika Maida, B-Girl Cris, a grafiteira Mel Zabunov, B-Girl Angel do Brasil e a rapper mirim Sara Cipri. A lista foi escolhida por nomes bem conhecidos e respeitados na cena como Robson Melancia, Monica Senna, Nego Mario e King Nino Brown.
Entre os homens, nomes como B-Boy Amendoim, o fotógrafo The Sarará, B-Boy Danzinho, o grafiteiro Minu e Dj Ninja receberam a premiação. Estava na casa, ou seja, em casa, também, a crew Jabaquara Breakers.
O evento, que está em sua sétima edição, este ano contou com uma novidade: 5 premiados internacionais selecionados pela apresentadora espanhola Margarita Espino, que é jornalista e apresentadora na Espanha e que foi convidada para indicar 5 artistas do Brasil para receber o prêmio.
O Portal Breaking World esteve no evento e registrou os melhores momentos, confira:
Nos próximos dias 25, 28 de setembro e 7 de outubro, o grupo Funk Fockers apresenta um espetáculo de Breaking, que vai ser transmitido ao vivo . “Rotina” é o nome desse trabalho e leva a cultura Hip-Hop das ruas para o palco, misturando coreografia e audiovisual, sempre buscando novos horizontes dentro da cena.
“Existem poucos espetáculos de Breaking no país. Conseguimos de forma inédita a contemplação no edital ProAC, concorrendo com grandes companhias de dança de diversos segmentos como o balé e contemporâneo, nos permitindo colocar em prática as nossas ideias e apresentar uma obra criativa em uma narrativa atual e otimista”, comenta Allan Lopes (Mixa), diretor, B-Boy e coreógrafo. O espectador irá acompanhar o dia a dia de três entregadores de aplicativo que se preparam para curtir a primeira festa de Hip-Hop pós-pandemia.
O projeto conta com a colaboração da Fuligem Comunicação e Arte, um coletivo de artistas audiovisuais.
Conheça os artistas:
Allan Barbosa Lopes (Mixa): diretor artístico, coreógrafo , intérprete e B-Boy, no cenário Hip-Hop há quase 20 anos. É um dos fundadores da Funk Fockers, crew que foi criada em 2008. Passando por França, Dinamarca, Alemanha, Chile, Argentina, Estados Unidos e Colômbia, conquistou alguns títulos individuais e em grupo.
Bruno Siles (Onnurb): coreógrafo e intérprete, também é membro fundador do grupo Funk Fockers e dançarino de Breaking há 19 anos. Participou de competições nacionais e internacionais em vários países como Suíça, França, México e Singapura.
Thiago Antonio Alves (Thiaguin): coreógrafo e intérprete, integrante do grupo Funk Fockers, dançarino de Breaking há 18 anos, participou de um dos maiores campeonatos do mundo – The Notorious IBE, na Holanda, em 2011, como convidado especial.
Igor Goforit: DJ, MC, produtor e beatmaker desde 2000.
O projeto Rotina é realizado pela Fuligem Comunicação e Arte, Funk Fockers Crew e Governo do Estado de São Paulo, por meio do edital ProAC 03/2020 e conta com o patrocínio da Nest Panos, apoio da Strutura Contábil e Me Ghusta e produção da Oriri Agência Cultural.
Serviço:
Rotina Espetáculo de Breaking com Funk Fockers Crew 50min de duração On-line (Gratuito)
Confira o local das transmissões:
25/09/2021 às 19h Site: nestpanos.com YouTube: https://youtube.com/c/NestPanos
30/09/2021 às 19h YouTube – https://youtube.com/c/SUJO https://youtube.com/c/Funkfockers Instagram: https://instagram.com/funkfockers
Ele nasceu em Pernambuco, na cidade de Palmares, mas foi em São Paulo, na Zona Leste, que conheceu e se envolveu com a Cultura Hip-Hop. Estamos falando de Luiz Paulo Roberto de Oliveira, o conhecido B-Boy e MC Lula da Gang Style Crew. Ele também é o fundador do Coletivo Hip-Hop no Vagão.
Com 29 anos, sendo 17 no Hip-Hop, Lula já passou por quase todos os elementos da Cultura de Rua. Casado com Tayná Rodrigues Rosa, que é uma das maiores incentivadoras de sua arte e do seu trabalho, Lula essa semana lançou mais um vídeo que deu o que falar, chamado “8 Jurados que você não pode contratar para o seu evento!”. Confira o bate-papo animado e descontraído que tivemos com esse mano, que também é um grande talento da cena. Viva os nossos! Viva o Hip-Hop brasileiro!
BW: Lula, queria que você me falasse seu nome de batismo, sua idade, onde nasceu e que lembranças você tem da sua infância?
Lula: Meu nome é Luis Paulo Roberto de Oliveira, tenho 29 anos, nasci em Pernambuco, em Palmares. Saí de lá e vim para São Matheus com 3 anos de idade, lembranças que eu tenho da minha infância é em São Matheus, as brincadeiras de criança no meio das vielas, os corre-corres de polícia e ladrão, muito futebol, jogava muita bola, trabalhava muito na sucata com os meus primos, algo que foi marcante também na minha vida. Passei por muitas enchentes, isso me marcou muito também na infância, isso acontecia muito na favela e muitas vezes ficávamos com o rodo na mão, tirando as águas e isso me marcou muito na infância.
BW: Quando e com que idade você teve o primeiro contato com a Cultura Hip-Hop?
Lula: Eu tive contato com a Cultura Hip-Hop em 2001, escutava nos CD´s do Chris Brown entre outros, assistia DVD´s, vídeo clipes, o meu primeiro contato foi com o Rap, segundo contato foi com o Graffiti, onde tive a oportunidade de ter umas aulas na escola mesmo, na Escola da Família e bem mais para frente foi a dança. Mas, antes de tudo mesmo eu tinha os meus tios que escutavam muito Rap nacional, os irmãos da minha mãe e os irmãos do meu pai e eu era muito fascinado pelo Rap mesmo. Eu via o programa da MTV onde passava muitos clipes e eu comecei a dançar Popping dentro de casa e depois eu fui treinar Breaking na Escola da Família quando eu estava em Guaianases já.
BW: Fale sobre sua relação com o Breaking: onde e com quem aprendeu? Nos conte um pouco sobre sua caminhada de B-Boy junto a Gang Style?
Lula: Na escola que eu estudava em Guaianases tinha aquele som no intervalo, aí tinha uma galera que dançava Breaking lá e eles treinavam Breaking no fim de semana na escola e essa época aí que tinha som no intervalo, tocava muito Rap e eles também faziam rodas e dançavam Breaking e Popping. Na época, eu cheguei dançando Popping, eles me viram dançar Popping no intervalo e me chamaram para ir no fim de semana lá na Escola Joaquim Eugenio que era onde eu estudava, escola “barracão”, bem conhecida naquela região, só que no primeiro dia que eu fui eles treinavam na sala de cima e embaixo tinha jogo de tabuleiro, vôlei, ping pong e jogo de dama e eu sempre gostei muito de jogo de dama, aí eu cheguei bem cedinho para procurar a sala onde tinha dança de rua, mas eu dei de cara com o pessoal jogando dama, xadrez e eu não resisti e fiquei por lá das 11h da manhã até as 16h jogando dama e eles desceram e me encontraram jogando dama e falaram: “Pô, nós chamamos você para dançar e chega aqui e fica jogando o dia todo…”. Aí eu subi, treinei apenas uma hora com eles e, no domingo, eu voltei e treinei o dia todo! Minha vivência com a Gang Style é muito legal pois caminhamos junto há muito tempo. Eu aprendi a dançar Breaking com eles. A Gang sempre fez parte da minha vida desde o começo mesmo. Mas foi em Guaianases onde nós já tínhamos um tempo de dança, na escola, que começou o lance com a Gang, cheguei lá tinha a galera, tinha o Douglas, o Linoo e o Júlio, que é o Jab, nosso conhecido DJ e eles gostaram muito de mim. O Douglas me pegou para treinar bem mais forte e minha experiência com a Gang foi linda porquê dessa época que treinamos juntos eu entrei no grupo, aí para frente teve muita competição. Eu era um moleque, só competidor mesmo e em todos os lugares que eu ia representava a Gang, me apresentei em palcos de quermesse, festas de rua que eram Festas Black e campeonatos. Chegou uma época em que os campeonatos ocupavam muito o meu tempo e eu ficava apenas competindo!
BW: Quando você começou a ser MC de batalhas de Breaking? Fale dos principais eventos que participou como MC…
Lula: A minha primeira participação como MC eu colei num evento que era All Style e na época era para outro MC da Gang participar, mas ele não foi e eu fui no lugar dele, apresentei rapidinho umas três batalhas, me identifiquei muito com isso, a galera gostou muito do meu trabalho como MC pela minha forma diferenciada de trabalhar, pela forma de animar, de ser bem feliz, comunicativo e tiveram eventos muito legais que eu gostei de apresentar. Eu quero que essa pandemia acabe logo para voltar tudo! Os oficiais foram Arena Caieiras, que eu sou o MC oficial de lá, o Favos Battle, que é um dos primeiros eventos que eu apresentei próximo ao Parque Villa Lobos, a Batalha Final, evento que eu gostei demais do meu destaque como MC, o Breaking Ibira e eu apresentei um campeonato chamado Criança Esperança, que foi uma Seven7Smoke, sendo bem legal, eu aprendi muito nesse dia e a competição da Gang Style que é a Batalha das Gangues. E eu pretendo ver a questão das Olimpíadas, parece que vai ter espaço para os MC’s.
BW: Quais são as principais características que um bom MC tem que ter durante uma batalha? O que um MC não pode fazer numa batalha?
Lula: Nossa, é muito legal essa pergunta! Pra mim as principais características de um bom MC, que ele tem que ter na batalha é comunicação, a espiritualidade de ter um espírito bem alegre para animar a festa diante de várias situações que podem acontecer, a batalha pode não estar muito boa, o público pode não estar muito bom e o MC tem que ter foco e confiança e muita felicidade para conseguir reverter a situação… e o que o MC não pode? Ele não pode aceitar certas posturas de B-Boys, como já aconteceu em várias batalhas, tipo gestos obscenos para B-Girls, segundo, ofensas e xingamentos. Numa situação dessa eu paro a batalha e troco uma ideia. E posturas de B-Boys e B-Girls que não aceitam perder e alguns dão até vexames, que acabam desrespeitando jurados, organização e pra mim isso está na mão do MC de corrigir essas posturas.
BW: Queria que você falasse sobre o vídeo que gravou sobre as “8 características insuportáveis dos jurados de Breaking”. Como surgiu a ideia de fazer esse vídeo? Foi baseado nas suas experiências nos diversos eventos?
Lula: Esse vídeo aí eu escrevi um pouco sobre ele, fui lembrando de coisas que eu passei… Porque eu sou competidor há muitos anos, tem um bom tempo que sou MC, eu defendo muito os DJ’s e existe algumas posturas de jurados que eu trabalhei, com vários deles também sendo jurado e fui me lembrando e já sofri também com atitudes erradas dos jurados. O MC sofre com alguns jurados que querem falar mais que o MC e muitas vezes tira a paciência e o brilho dos MC´s que estão trabalhando. Então, eu escrevi um pouco dessas atitudes, mas o vídeo foi freestyle, eu parei, pensei nas atitudes e fui muito “eu mesmo”, não copio ninguém, algo que destacou muito no meu vídeo que a galera falou foi a minha personalidade, eu mostrei o que eu sou. O carisma que eu tenho e que levo na dança, nas batalhas e também como ator que sou. Eu marquei e segui as posturas que eu tinha separado de cada jurado, o resto foi na hora! Eu criei na hora, sem roteiro, sem filtro, sem nada. O lugar que eu gravei é do lado da minha casa, no quintal e achei muito legal o ângulo. E vem mais partes por aí, aguardem!
BW: Fale um pouco sobre cada uma dessas oito características. Você já foi vítima de alguns deles?
Lula: Que da hora essa pergunta (risos). Primeiro é aquele jurado que fala muito quando está rolando as batalhas, o jurado fica falando mal da dança de um ou de outro competidor para influenciar a opinião do outro jurado. Ele fica cutucando os outros jurados para direcionar o voto deles. Segundo, são aqueles que vão virado da balada, o competidor treina para aquele evento e o jurado dorme na hora de julgar no meio das batalhas, não dava atenção, sem compromisso. Ir à balada tudo bem, agora dormir no trabalho não rola. Terceiro, são aqueles que perturbam o MC, que querem ser jurados e apresentar o evento junto. Quarto, são aqueles que comem no meio da batalha, eles olham tanto para os alimentos que perdem a batalha, acabam dando voto errado, perdendo os detalhes. A pior coisa para um competidor é ele estar dançando e os jurados não prestarem atenção e, vamos falar a verdade, vamos deixar para comer depois! Tem hora para isso, normalmente é quando o jurado chega e não na hora da batalha. Quinto, é o que enche o saco do DJ, ele quer ser jurado, ser MC e DJ e tem jurado muito chato, que quer se envolver em outras áreas que não são a dele. Já basta alguns competidores que ficam pedindo para trocar de músicas. Quando tem um cara da crew dele dançando ele quer que o DJ toque a música que o mano vai estourar. Sexto é o sabichão, é aquele que fica batendo o braço falando que tudo é roubado, copiado e isso deixa o competidor irritado com as posturas inadequadas. O sétimo é aquele que só empata, pra mim não existe empate, eles cansam os B-Boys e as B-Girls os fazendo repetir várias vezes e, por último, o espertinho, que eu já passei por isso também, fui a campeonatos que jurados não querem votar quando tem a crew dele participando e na minha opinião isso é super errado, o competidor se inscreve ali sabendo quem vai estar julgando e o jurado tem que julgar todo mundo que for competir, não tem essa que é da própria crew ou não, só que no vídeo eu fui mais além e contei algo que eu já passei, do jurado não querer julgar, mas quando chegou na final ele foi lá e votou, pois estava valendo dinheiro, viagem para fora do país, então, aí ele vai votar e no final eu fui bem original, saí gritando (risos): “Vai pagar a pizza e o litrão! Litrão! Litrão!”.
BW: Como você acha que os jurados deveriam ser escolhidos pelos eventos?
Lula: Eu acho que deveriam ser escolhidos jurados que estão sempre na ativa, participando frequentemente de eventos, estudando e se atualizando na Cultura Hip-Hop, porque colocar jurado que está muito tempo afastado de evento e de competição é embaçado. Ele precisa entender o que o competidor está fazendo, se copiou recentemente alguém, outra coisa, tem que ter dignidade, ser justo quando tiver B-Boys da sua própria crew competindo. Você vê se o jurado é digno nessa hora, se a crew dele perde na batalha e aí ele vai lá e dá o voto a favor deles, se ele age assim é um jurado que você não precisa chamá-lo depois…
BW: No final você fala dos “jurados espertinhos”, têm muitos desses por aí? Aqueles que colocam a crew toda na premiação?
Lula: Têm muitos jurados espertinhos! E o pior de tudo é que existem muitas estratégias de esperteza! Tipo, no vídeo eu só coloquei um exemplo sobre as pilantragens que alguns jurados fazem em eventos. Falo da questão do amigo, ele perdeu a batalha mas ele é meu amigo, então, vou votar nele. Tem a questão do espertinho que o jurado sabe que muitas coisas que o cara fez foram erradas e ele passa por cima. Tem a questão do roubado, uma coisa é você praticar os fundamentos que você vê outros dançarinos fazerem, isso não é roubado! Outra coisa, aí sim, é você roubar a identidade daquele B-Boy ou daquela B-Girl. Exemplo: todo mundo faz aqueles Footworks das videoaulas dos caras lá de fora, isso não é roubar e sim se inspirar. Outra coisa é você roubar identidade, movimentos que só aquele dançarino faz. E que todo mundo sabe que é dele! Isso mata de verdade!
BW: Como foi a reação das pessoas diante do vídeo? Alguém criticou ou foram mais elogios?
Lula: Diante o vídeo só recebi elogios e até agora nenhuma crítica. Todo mundo gostou. As reações foram risadas e depois o pior: que é verdade! Até recebi um pedido de workshop de como fazer um vídeo desse e isso me impressionou! Mas eu estou super aberto para críticas também!
BW: Pretende gravar mais vídeos? Se sim, já tem algum tema em mente?
Lula: Pretendo gravar muito mais vídeos! Estou aberto para receber sugestões de temas. Agora, o próximo é surpresa! Convido a todos para me acompanharem nas redes sociais.
BW: Deixe uma mensagem para os leitores do Portal Breaking World?
Lula: Salve, leitores do Portal Breaking World, aqui vão alguns conselhos: B-Boys e B-Girls, espero que vocês peguem esse vídeo que eu fiz agora e pensem um pouquinho, muitas pessoas se identificaram com o vídeo e com as situações que eu falei. Primeiramente, eu peço que possamos valorizar mais os nossos DJ’s, porque sem eles não tem festa, nossos MC’s, respeitem os nossos jurados e nossos jurados, respeitem nossos competidores também! É algo recíproco! Os DJ´s vêm sofrendo muito! E galera, vocês que pensam em fazer vídeos do mesmo jeito ou outros vídeos, procurem ser no máximo originais e respeitosos, tá bom? Muito respeito pelo o que você vai fazer ali, para não ter uma postura errada, preconceituosa, racista, homofóbica, precisamos ter muito cuidado para não soar isso, de resto, vamos lutar para fazer o povo brasileiro sorrir, porque o meu foco é esse num momento tão difícil de pandemia e de perdas de pessoas que amamos e o momento que todo mundo está preso dentro de casa, morrendo de saudades dos eventos. Então, vamos usar a tecnologia para fazer o próximo sorrir, esse é o melhor remédio. E, por fim, boas energias atraem boas energias e más energias atraem más energias. Obrigado, Portal Breaking World, estou muito feliz de fazer parte disso!
Confira o vídeo de MC Lula
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Série sobre o Hip-Hop em SP, idealizada por OsGêmeos, estreou na última quinta-feira no YouTube da Pinacoteca de São Paulo
A Pinacoteca de São Paulo lançou semana passada uma série audiovisual chamada “Segredos”, idealizada pelos gêmeos Gustavo e Otávio Pandolfo, que contam a história do Hip-Hop brasileiro por meio das lembranças dos artistas que fizeram parte dessa efervescência, desde 1980. A série foi dividida em quatro episódios e vai ser disponibilizada no YouTube da Pinacoteca (https://www.youtube com/user/MuseuPinacoteca) todas as quintas, às 20h.
A cada episódio, OsGêmeos recebem convidados diferentes que fazem parte do movimento para relembrar a trajetória de cada um e contá-la às novas gerações. Desta maneira, pretendem demonstrar como o Hip-Hop se transformou em uma das manifestações artísticas e culturais mais relevantes no Brasil, sendo determinante na vida dos que fizeram e fazem parte dele, não apenas por introduzi-los ao Rap, ao Breaking e ao Graffiti, mas pelas amizades que surgiram nos eventos da São Bento, berço do movimento em São Paulo, e que continuam até hoje.
Os encontros acontecem no vagão de um trem, imaginado pelos artistas e montado no ateliê dos dois. Declararam numa entrevista para o Estadão: “É uma cápsula do tempo que nos leva de volta à década de 80 para reviver a nossa história e a dos nossos amigos, que é a própria história do Hip-Hop”, conta Gustavo. Dentro desta máquina do tempo se revela, por exemplo, que o DJ KL Jay, do Racionais MC’s, foi dançarino de Breaking nos anos 1980. Os próprios irmãos, conhecidos no mundo inteiro graças ao Graffiti, contam que dançaram Breaking e cantaram Rap. “Todo mundo fazia um pouco de tudo”, diz Otávio.
A ideia de documentar a história do movimento é antiga, mas fazer isso por meio de uma série documental surgiu durante a montagem da exposição “OsGêmeos: Segredos”, no ano 2020. A exposição pretendia, inicialmente, fazer oficinas de Hip-Hop com jovens para incentivar a arte, mas a ideia foi abortada após o surgimento da pandemia do coronavírus. Foi aí que a série surgiu. O resultado é visto de uma maneira tão positiva pelos artistas que eles contam que “é só o começo de uma grande história”, mas não revelam o que têm em mente. O futuro promete revelar segredos…
Segundo Jochen Volz, o diretor-geral da Pinacoteca, a intenção é que o documentário também tenha uma finalidade educadora e possa servir para fomentar aulas, oficinas e debates. “O documentário foi montado de maneira bastante didática para ser visto por todos os públicos e para que os jovens, estudantes, possam aprender sobre a história do Hip-Hop e dos seus próprios artistas”, afirma Volz.
Segundo os irmãos, as entrevistas do documentário foram feitas sem um roteiro. Com improviso, histórias que não conheciam, mesmo com mais de 35 anos de amizade com a maioria dos entrevistados, foram reveladas por meio do relato de convidados como: Thaíde, KL Jay, Erick Jay, Edi Rock, Rooneyoyo e Nelson Triunfo.
Fotos: Divulgação Pinacoteca/OsGêmeos
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