Nova geração deu um show na batalha kids, dando esperança que dias melhores estão a caminho para o Breaking brasileiro
Faltando menos que um mês para as Olimpíadas de Paris, onde o Breaking estreia como uma das novas modalidades que vai atrair a curiosidade de milhares de jovens para esse grande evento mundial, a dança de rua, por vezes marginalizada no passado, mas que agora virou esporte olímpico, tem despertado interesse da sociedade e principalmente de grandes empresários e marcas que resolveram acreditar e investir nesse elemento da Cultura Hip-Hop.
Aqui no Brasil, aconteceu no último dia 22, no Plaza Shopping Carapicuíba o tradicional evento Breaking Combate, que na ocasião completou 11 anos de muita arte e como de costume, a competição reuniu os melhores B-Boys e B-Girls de todo o Brasil e até de outros países como da República Dominicana e da Argentina, além de sempre revelar grandes talentos da nova geração. O evento, produzido por Eder Devesa (B-Boy e DJ Dunda) e por Chalana Oliveira começou com um workshop gratuito animado do jurado B-Boy Megaman onde participaram dançarinos brasileiros e estrangeiros.
No início da tarde começaram os filtros. Os jurados convidados para julgar as competições foram: B-Girl Bia, B-Boy Allan Jackass e B-Boy Megaman. No microfone, B-Boy Lula mandou muito bem o recado e quem comandou a festa foi o DJ Insano.
O primeiro filtro do dia foi do Baby Combate, que esse ano teve mais de 18 crianças inscritas de até 13 anos, que se deslocaram de diversas partes do Brasil para participar do campeonato, que sempre teve a tradição de ser palco para pequenos grandes talentos brasileiros. Eles deram um show e trouxeram esperança de dias melhores para o Breaking brasileiro. Segundo Eder Devesa, organizador do evento, “as crianças são o futuro! E como na maioria dos esportes tudo começa na base!”.
Exemplo presente na competição é a menina B-Girl Angel do Brasil, que começou a frequentar o evento com 5 anos e que, em 2023 e 2024 foi bicampeã. Esse ano, após as batalhas babys, ela entregou o cinturão para a B-Girl Manuzyh, de Porto Ferreira (SP), que conquistou o primeiro lugar no Baby Combate, numa batalha bem disputada contra o B-Boy Triax, que ficou com o segundo lugar e que também participa do evento desde muito pequeno.
B-Girl Angel cresceu e, já com 14 anos, participou da competição de B-Girls chegando nas quartas de final.
Nas competições femininas, além da Angel, nomes como B-Girl Lua (campeã de 2023), B-Girl Lorinha, B-Girl Bebeia, B-Girl July (Argentina), B-Girl Duda, B-Girl Furacão, B-Girl Matea, entre outras, batalharam na busca da vitória, mas a grande campeã de 2024 foi a B-Girl Lorinha, que no filtro mandou um pião de tirar o fôlego do público presente e numa batalha contra a B-Girl July se sagrou campeã.
Entre os B-Boys a competição foi grande, pesada, mas o grande vencedor desse ano foi o B-Boy Hebrom que recebeu o cinturão do Breaking Combate das mãos do B-Boy Zeus (Campeão de 2023).
Durante todo o evento, quem passou pelo local pode sentir a energia dessa cultura incrível chamada Hip-Hop, que vem das ruas e que atualmente está presente no maior evento esportivo do mundo: as Olimpíadas! Além de conhecer mais sobre o mundo dos B-Boys e das B-Girls, quem se aproximou pode prestigiar obras feitas ao vivo pelo grafiteiro Sotaq. O Breaking Combate, que foi um dos eventos mais esperados do ano, cumpriu mais uma vez sua missão, sendo épico em 2024. Foi um prazer para o Portal Breaking World cobrir mais esse grande evento! Que venham outras edições!
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Esta semana o Rio de Janeiro voltou a sediar, mais uma vez, a Gymnasiade, Olimpíada do Desporto Escolar, que reuniu mais de 2 mil estudantes atletas da categoria sub-15 de 46 países de todos os continentes. O Breaking foi uma das modalidades e claro que o Portal Breaking World esteve presente para cobrir o evento e acompanhar de perto o desempenho de uma nova geração pequena no tamanho ou na idade, mas gigante no talento. A maioria dos atletas filiados na CNDD que foram convocados pela CBDE foram os medalhistas da categoria Kids do Primeiro Campeonato Oficial de Breaking Como Esporte, que aconteceu no ano passado, realizado pelo Conselho de Dança Desportiva.
Coletiva de Imprensa
No dia 18 aconteceu a coletiva de imprensa, o presidente da Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE) e vice-presidente da Federação Internacional do Desporto Escolar (ISF em inglês), Antônio Hora Filho, declararou que se forem computadas também todas as equipes de trabalho, as pessoas que acompanham os atletas e familiares, o evento teria envolvido mais de 4 mil pessoas. São dele as palavras: “Nós somos esporte, mas não só esporte. Somos esporte educacional. Nós utilizamos do esporte como uma ferramenta de formação da cidadania e de educação”.
A maior delegação foi a do Brasil, com 404 membros, sendo 323 estudantes atletas – 161 mulheres e 162 homens -, o que para Antônio Hora Filho resulta das ações pró equidade desenvolvidas pela entidade. “Significa dizer que a política de equidade da CBDE vem trazendo efeitos benéficos para a nossa sociedade, incluindo a mulher definitivamente no esporte”.
Hora Filho lembrou que essa é também a maior delegação que o Brasil já apresentou em edições da Gymnasiade. A expectativa do dirigente é garantir um bom resultado. “Nas últimas Gymnasiades sub-18, o Brasil, desde 2013, sempre figura entre os três países com maior número de medalhas no cômputo geral. A nossa expectativa nesse ano foi estar no topo do quadro geral de medalhas, competimos em solo brasileiro, com todo o clima e a torcida. Os atletas não tiveram problemas de adaptação ao clima e pressão psicológica. A nossa delegação esteve bastante numerosa. Nós acreditamos que o Brasil pode voltar ao topo do quadro geral de medalhas. Essa é uma boa perspectiva para que as próximas gerações olímpicas sejam um reflexo dessas competições escolares”, disse o presidente da CBDE.
Milhares de atletas participam da Gymnasíade 2023 no Rio de Janeiro. Imagem: CBDE
Depois do Brasil, a China é a delegação com maior número de integrantes com mais de 200 componentes. O Chile é a terceira, com 164 membros, e os Estados Unidos com 122 inscritos.
Na primeira edição do evento no Brasil, em 2013, a sede foi Brasília. Naquela edição, os estudantes atletas eram da categoria sub-18. “Não podemos esquecer que é do esporte educacional que surgirão os talentos, e nós temos exemplos recentes. A nossa medalhista da ginástica Rebeca [Andrade], que ganhou medalha de ouro nas Olimpíadas, a primeira medalha internacional que ela ganhou foi em 2013 quando realizamos o Gymnasiade sub-18 em Brasília, e ela se iniciando na sua vida esportiva ganhou a sua primeira medalha internacional na mesma prova que seis anos depois se transformou em campeã olímpica. No desporto escolar, formar atletas é importante, mas formar cidadãos é muito mais importante”, disse Hora Filho.
Para o presidente da Federação Internacional do Desporto Escolar (ISF), o francês Laurent Petrynka, a participação dos estudantes atletas é mais do que representar a própria modalidade esportiva. “Quando você compete nos eventos da ISF, não está apenas representando o seu esporte, está representando a sua família, a sua cultura, o seu potencial”, disse, acrescentando que uma das razões da ISF em organizar essas competições é desenvolver nos estudantes os verdadeiros valores olímpicos.
Cerimônia de Abertura
A ministra do Esporte, Ana Moser, esteve na cerimônia de abertura no domingo (20). A mascote dessa vez foi um pássaro carioca, chamado Rio, que teve o nome escolhido em uma consulta entre os participantes. A ISF U15 Gymnasiade 2023 apresentou 18 modalidades: tiro com arco, atletismo, badminton, basquete 3×3, boxe, caratê, dança esportiva, esgrima, ginástica artística, ginástica rítmica, judô, orientação, natação paralímpica, natação, tênis de mesa, tae-kwon-do, wrestling e xadrez.
As competições foram realizadas na quinta-feira (24) e na sexta-feira (25), com encerramento do evento no sábado (26). O retorno das delegações para os seus países está previsto para os dias 27 e 28.
As provas foram disputadas nas arenas cariocas 1 e 2, no Centro Olímpico de Tênis e Vila Olímpica, instalados no Parque Olímpico da Barra da Tijuca; na Arena da Juventude, no Complexo Esportivo de Deodoro; e no Complexo Esportivo da Universidade da Força Aérea (Unifa), em Sulacap. Todos esses equipamentos estão na zona oeste da cidade.
O secretário de estado de Esporte e Lazer do Rio de Janeiro, Rafael Picciani, incentivou a presença do público lembrando que os ingressos para assistir as competições eram grátis. “A grande oportunidade de convidar a população para vir vibrar e assistir esses atletas competindo. Muitos deles, quando competem fora do Rio, não têm oportunidade de levar um parente para assisti-los, pelo custo, dificuldade logística e pelo calendário. Essa foi uma grande oportunidade de vermos esses atletas competindo e de trazer para perto a comunidade esportiva que o Rio de Janeiro possui, e mais uma vez ocupar essas arenas olímpicas, daquilo de mais marcantes que nós temos que é a alegria e a receptividade do povo brasileiro”, disse.
Como foi a chegada da delegação de Breaking?
B-Girl Angel do Brasil
B-Girl Mary-D
B-Boys Pablo e Samukinha
A Delegação Brasileira Sub 15 composta pelos atletas B-Girl Angel do Brasil (13), B-Girl Mary D (14), B-Boy Samukinha (14) e B-Boy Pablo (13) chegaram ao evento na véspera da Competição (21), enfrentaram alguns problemas como cobrança de taxas aéreas indevidas, atraso na hospedagem, mudança de dias e horários de competições, chão impróprios que causaram feridas e lesões nos atletas, manifestações no meio da competição de alguns responsáveis por atletas que verificaram que alguns nomes não constavam como escritos para competir e ainda mudança de hotel. Problemas diversos onde alguns foram solucionados e outros não. Tirando um pouco do brilho do evento! Uma pena pelo tamanho e importância da Gymnasiade e pelo o que significa eventos desse porte para a nova geração de atletas brasileiros
E a Competição?
Mesmo com todas as dificuldades enfrentadas no Rio de Janeiro pela seleção Sub 15 na Competição o Brasil despontou nas primeiras colocações do mundial, confira:
B-Girl Mary D ficou em3° lugar no individual de B-Girls e na dupla mista;
B-Boy Samukinha em 4° lugar no individual de B-Boys e em3° lugar na dupla mista;
B-Girl Angel do Brasil em 4° lugar no individual de B-Girls e em 4° lugar de duplas mistas;
B-Boy Pablo 5° lugar no individual de B-Boys e 4°na dupla mista
O evento continua até o dia 26 de agosto. A Gymnasiade é organizada pela ISF em parceria com a CBDE, com apoio do Sesc Rio; da Federação de Esportes Estudantis do Rio de Janeiro (FEERJ); do governo do estado do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer; e do governo federal, por meio do Ministério do Esporte.
Fotos: Breaking World
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“Pushing Progression: Breaking” mostra como a nova modalidade olímpica saiu das ruas do Bronx para o mundo.
Conteúdo está disponível gratuitamente na Red Bull TV
Que tal aproveitar o mês que celebra 50 anos da cultura Hip-Hop para mergulhar nesse universo e conhecer diferentes histórias? Em clima de celebração, na última terça-feira (8) estreou um episódio inédito do documentário “Pushing Progression: Breaking”, que retrata a evolução do Breaking que a menos de 1 ano vai ser nova modalidade olimpica no maior evento multiesportivo do planeta. O conteúdo está disponível de forma gratuita na Red Bull TV, por meio do link: www.redbull.com/br-pt/episodes/pushing-progression-s1-e7
Lenda da cena Hip-Hop e dono de hits que marcaram gerações, o rapper Busta Rhymes se juntou a alguns dos principais B-Boys e B-Girls do mundo no sétimo episódio da série. Por lá, exploram como o Breaking saiu das ruas do distrito de Bronx, região periférica de Nova York, emergiu como um estilo de dança no final dos anos sessenta, e como prosperou por mais de uma década antes de fazer sua estreia na cultura mainstream em 1984. Na ocasião, 100 breakers se apresentaram na cerimônia de abertura do maior evento esportivo do mundo, o que impulsionou o Breaking globalmente. Os breakers entrevistados no documentário apontam que a modalidade mudou muito desde o seu surgimento no Bronx. “Estamos em território novo com o Breaking, onde nunca estivemos antes”, avalia o B-Boy canadense Phil Wizard. A americana Logistx, campeã mundial em 2021, também fala sobre suas expectativas com relação ao avanço da modalidade nos próximos anos: “Vai ser cada vez mais competitivo. Com essa competitividade, espero que permaneçamos uma cultura unificada”.
Referências da cena protagonizam a produção, como os B-Boys Lilou, bicampeão mundial; Phil Wizard, integrante do Red Bull BC One All Stars, um dos maiores grupos de Breaking do planeta; Alien Ness, americano renomado mundialmente na cena e Shigekix, campeão mundial em 2020; e as B-Girls Logistx, campeã mundial em 2021 e Ami, primeira B-Girl a se tornar campeã mundial do Red Bull BC One, em 2018.
E os brasileiros?
Imagem: ® Little Shao / Red Bull
Em outubro, os vencedores da etapa nacional do Red Bull BC One, a B-Girl Toquinha e o B-Boy Leony, irão representar o Brasil em Roland-Garros, em Paris, na Last Chance Cypher [ uma espécie de filtro com campeões de cyphers feitas no mundo todo ] – em busca de uma vaga na Final Mundial do campeonato. O Brasil terá também outros dois representantes que passaram direto para a Final Mundial: B-Boy Allef, grande destaque no cenário de Breaking mundial por ter um estilo próprio repleto de musicalidade, originalidade e personalidade, e B-Girl Maia, campeã nacional de 2022 que acumula diversos títulos e premiações. Ambos foram classificados como wildcards, convites feitos para aquecer ainda mais as batalhas e são os dois primeiros brasileiros a garantirem vaga na Final Mundial do Red Bull BC One 2023.
Imagem em destaque: ® Little Shao / Red Bull
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Quem é B-Boy, B-Girl ou se interessa pelo elemento Breaking, seja como cultura e agora também como esporte, já começa cada ano com as datas da Red Bull BC One bloqueadas na agenda. É quase uma tradição de quem acompanha a cena. São três dias de confraternização, de cyphers e encontros de B-Boys e B-Girls de várias idades, etnias, estados do Brasil e até de outros países, onde todos têm o objetivo de dançar muito, trocar aquela vibe e passar pelas seletivas, chegando na grande final que abre as portas para um filtro na last chance e depois para a final mundial que esse ano será na França. Mas, poucos sabem como começou essa história que esse ano completa 20 anos! O Portal Breaking World foi atrás de alguns arquivos históricos e olha: senta que lá vem história…
Uma breve retrospectiva até os dias de hoje…
Depois de surgir em Nova York no fim da década de 70, a cultura Hip-Hop se espalhou rapidamente pelo mundo todo, tornando-se uma potência da música, dança, arte e moda. No Brasil, no início da década de 80, dançarinos começaram a se reunir na estação São Bento do Metrô de São Paulo – onde nasceu o rap paulista – para treinar passos deBreaking e batalhar. Como parte dessa ascensão da cultura Hip-Hop pelo mundo, surgiu, em 2004, na Suíça, o Red Bull BC One, com uma proposta diferente dos campeonatos de Breaking já realizados até aquele momento: as batalhas passaram a ser individuais. Assim, tornou-se a primeira competição do mundo com batalhas 1×1. O evento principal da Red Bull foi realizado pela primeira vez em 2004 em Biel, na Suíça, no formato anual, ocorrendo sempre em um local diferente: em 2005 ocorreu em Berlin ( Alemanha); em 2006 na América do Sul, em São Paulo (Brasil); em 2007 foi em Johanesburgo (África do Sul) ; em 2008 ocorreu em Paris (França); em 2009, a competição foi no local com maior história e relevância dentro da cultura Breaking, a cidade de Nova Iorque (Estados Unidos); em 2010 em Tóquio (Japão); em 2011 desembarcou em Moscou (Rússia); em 2012 novamente no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro; em 2013 em Seul (Coreia do Sul); em 2014 o evento retornou à França, em Paris, pela segunda vez; em 2015 foi em Roma (Itália); em 2016 o evento retorna ao Japão, agora na cidade de Nagoya; em 2017 muda-se para Países Baixos, em Amsterdã e foi nesse ano que acontece um marco importante que abriria a porta para a participação feminina nessa história. B-Girl Ayumi se tornou a primeira mulher a chegar nas finais da competição no top 16, competindo com o B-Boy Kill.
Em 2018, é a segunda vez que a Suíça recebe o evento após a primeira edição, mas desta vez em Zurique e nela temos então a B-Girl Ami, que foi a primeira vencedora na categoria feminina do Red Bull BC One; em 2019 ocorreu em Mumbai (índia); Em 2020 foi a vez da Áustria, pela primeira vez na história do BC One; em 2022 a competição voltou à cidade de Nova Iorque e agora, em 2023, novamente na França, na cidade do solo sagrado de Roland Garros. O lendário complexo de quadras de tênis em Paris será transformado no maior palco de Breaking do planeta, onde os melhores B-Boys e B-Girls do mundo vão batalhar pelo cobiçado título de melhor breaker do mundo e, nesse ano, mais um marco feminino, temos a primeira B-Girl brasileira convidada diretamente pela Red Bull para competir na grande final mundial sem passar pela last chance. Estamos falando da B-Girl Maia.
2023 e lá se foram 20 anos!
Red Bull BC One Cypher Brazil 2023 Imagem: ® Breaking World
Com a história de um evento consolidado, esse ano a Red Bull só teve motivos para comemorar os 20 anos. E claro, no Brasil, a comemoração foi grande, regada a muito Breaking, Samba e na terra da garoa teve o comando dos DJ’s MF, DJ Pow e a DJ Miya-B. Foram 4 eliminatórias correndo pelos seguintes estados brasileiros: Belém (PA) onde os ganhadores foram B-Boy Arroz e B-Girl Lívia, Brasília (DF) B-Girl Ana e B-Boy Khaled, Rio de Janeiro (RJ) B-Girl Toquinha e B-Boy Dotado e, em São Paulo (SP), B-Girl Marininha e B-Boy Branco.
Em São Paulo, o evento depois de 17 anos voltou ao Memorial da América Latina e, além da eliminatória de São Paulo, da Final Nacional (onde os campeões foram B-Girl Toquinha e B-Boy Leony), teve também a Cypher Latam. Trata-se da primeira eliminatória da América Latina dentro do Red Bull BC One Camp Brazil. Foi destinada a B-Boys e B-Girls de países latino-americanos que não possuem edições próprias do Red Bull BC One. Os B-Boys Alexis e Matita, e as B-Girls Luma e Carito, foram classificados para a Final Mundial como wildcards. Os ganhadores foram B-Girl Luma e B-Boy Rick.
Red Bull BC One Cypher São Paulo 2023 Imagem: ® Breaking World
Espaço de todos e viva a renovação!
Se todos prestigiaram o evento, lógico que não passou batido a renovação e a presença da nova geração já conquistando seu espaço nas competições e também nas cyphers. No Rio de Janeiro, B-Boy Richard (18) chegou na semifinal; B-Boy Marcin (18) chegou no top 8 no Rio de Janeiro e no top 16 na Cypher São Paulo. B-Boy Eagle (16) participou competindo pela primeira vez das duas regionais. E não menos importante, nas Cyphers da Red Bull BC One de São Paulo B-Girl Angel do Brasil (13), B-Girl Mary-D (14) e a pequena B-Girl Nicck mostraram a força da nova geração.
Foram 3 dias intensos e de muitas atividades para todos os estilos e gostos vejam o que rolou:
Exposições fotográficas internacionais de Martha Cooper e Nika Kramer:
Imagem: ® Breaking World
Que em suas histórias se dedicaram a capturar com suas lentes o Breaking como movimento, apresentando sua evolução ao longo dos anos e colocando, sobretudo, as B-Girls em foco. As artistas vêm trabalhando em parceria desde 2010, em livros e documentários sobre a cena. Elas estiveram presentes no evento com a exposição “Evolution of a Revolution”. Martha Cooper é conhecida por fotografar a arte urbana de Nova Iorque desde a década de 70, quando a cultura Hip-Hop nasceu nos subúrbios nova-iorquinos, e mergulhou sem medo nas vibrantes cenas de Breaking e Graffiti. Suas fotografias se tornaram símbolos, preservando a arte, determinação e resiliência do movimento ao redor do mundo. Nika Kramer, por sua vez, é uma contadora de histórias visual, cujas lentes revelam a profundidade emocional e energia vibrante do Breaking. Com um olhar atento para capturar movimentos fora de série, Nika dá uma nova dimensão à narrativa. Suas fotografias capturam a essência da jornada de cada B-Girl, evocando uma sensação de conexão e admiração. Outro grande nome da fotografia internacional que esteve presente foi o fotógrafo Little Shao que com seus clicks abrilhantou ainda mais o evento. Little Shao faz parte do time de fotógrafos da Red Bull BC One e já colaborou com marcas como Nike, PSG, Yves Saint Laurent, Kenzo, Kia, entre outras.
Workshops nacionais e Internacionais:
Esse ano, nomes conhecidos como a B-Girl FabGirl, B-Boy Foguete e também grandes nomes internacionais como B-Boy Lee, B-Boy Jey, B-Boy Junior, B-Boy Menno, B-Boy Lilzoo e B-Girl Kastet deram workshops nas regionais da Red Bull BC One. Durante o workshop da B-Girl Kastet, que estava lotado, ela declarou: “Esse foi o workshop que dei com maior número de pessoas até hoje”.
Outras Batalhas e Competições
Batalha do Chinelo:
Criada pelo B-Boy Pelezinho para o evento IBE, um festival que celebra a Cultura Hip-Hop na Holanda. A batalha voltou pela terceira vez para o Brasil. A dinâmica é simples: cada B-Boy e B-Girl tem que batalhar sem deixar o chinelo voar do pé! O grande ganhador foi o venezuelano B-Boy Alvin.
Batalha do Passinho está em casa:
Inspirado no Break Down The House com um tempero brasileiro, que mistura House com Passinho, em uma batalha inédita. A musicalidade, recheado de funk brasileiro, desafia os dançarinos nesse novo conceito, enquanto os jurados têm a missão de escolher a melhor dupla. A disputa é simples: uma dupla, composta por um dançarino de House e um dançarino de Passinho, batalha contra a outra. Ao contrário da última edição, neste ano teve uma eliminatória para formar as Top 8 duplas finalistas. Os campeões foram a dupla Pieigyh e André Oliveira.
Batalha de Footwork:
Criada pela página no Instagram @footworkerz, a Batalha Footworkers veio para o Brasil pela primeira vez este ano e consiste em desafiar os dançarinos a fazerem os passos com as mãos, sustentando o peso do corpo. Dividida em etapas, começando pela escolha dos Top 16 e, a partir disso, as oitavas, quartas, semis e final. Toda essa dinâmica teve aproximadamente duas horas de duração. O campeão foi o B-Boy Nachito.
Batalha Crashfest:
Esse novo conceito é basicamente uma Cypher, em que a proposta é que os dançarinos se joguem e façam os seus Powers Moves mais explosivos e imprevisíveis. B-Boy Tawfiq selecionou alguns B-Boys e B-Girls para participarem, mas qualquer pessoa poderia se inscrever nas eliminatórias. Essa batalha não teve uma ordem, a ideia foi ser uma Cypher aberta em que cada um entra no seu momento. E não tem jurados! Os vencedores foram escolhidos pelo B-Boy Tawfiq com base em elementos como: quem se jogou mais e fez os Power Moves mais explosivos e quem foi melhor nas questões técnicas e qualidade de movimento. O campeão foi o B-Boy Rex.
E como foi a final nacional?
A final Nacional trouxe alguns momentos especiais, primeiro, no Top 16, a participação do B-Boy Megaman com seu estilo totalmente diferenciado levantou o público presente e saiu aplaudido mesmo não tendo avançado, segundo os jurados, na batalha contra o B-Boy Leony, atual campeão. Outro momento especial foi a final de B-Girls, que foi entre duas moradoras do bairro de Perus, em São Paulo, B-Girl Keka e B-Girl Toquinha (campeã). O retorno do B-Boy Bart, após recuperação de uma cirurgia, também foi uma ótima notícia. Bart disputou a final com o pentacampeão B-Boy Leony, que apesar de acumular títulos nacionais ainda busca a conquista do cinturão no mundial que há 13 anos foi levantado pelo B-Boy Neguin (único brasileiro a conquistar o título máximo da Red Bull BC One até hoje).
E quando será o Mundial?
B-Girl Toquinha (SP) e B-Boy Leony (PA) Imagem: ® Fabio Piva / Red Bull
A Red Bull BC One Mundial acontece em Paris, no dia 21 de outubro, em Roland Garros. Esta será a terceira vez que Paris sediará a Final Mundial do Red Bull BC Onee a mais especial, porque acontece um ano antes de Paris abrigar a estreia do Breaking nas Olimpíadas.
Desejemos “Bonna Sorte” a dupla de campões brasileiros, B-Boy Leony e B-Girl Toquinha, que vão disputar a Last Chance Cypher e tentar uma vaga na Final Mundial. Vibrações positivas para eles!
Galeria dos Campeões da Red Bull BC One
2022
2021
2020
2019
2018
2017
2016
2015
2014
2013
2012
2011
2010
2009
2008
2007
2006
2005
2004
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Neste mês aconteceu no Centro de Eventos de Barueri o 2º Street Festival, o evento, que teve sua primeira edição em 2021, em plena pandemia, num formato híbrido e foi um sucesso na cidade de São Paulo, agora em 2022, a Street House, organizadora do festival, escolheu a cidade de Barueri, que sempre foi destaque nacional por sua vocação empreendedora e inovadora, gerando oportunidades para a democratização e utilização dos espaços públicos para o desenvolvimento da arte e hábitos esportivos e culturais nas ruas, nos bairros, criando novas sociabilidades e permitindo que crianças, jovens e adultos compartilhem conhecimento e o Dia Mundial do Hip-Hop para reunir todos os elementos dessa cultura. O primeiro dia de festival começou alegre, recebendo um grande número de crianças que participaram da competição de Breaking Kids 1×1 e, também os dançarinos, que participaram das competições de Breaking adulto que aconteceram no formato “Seven to Smoke”. No Kids, os jurados foram B-Girl Angel do Brasil, B-Boy Eagle e B-Boy Marcin, todos os três são dançarinos de Breaking que treinam em Barueri e representam a cidade em campeonatos nacionais e internacionais.
Imagem: Nanah D`Luize
Na competição de adultos, os jurados foram B-Boy Suco do Projeto Hip-Hop Educa, B-Girl Bia e B-Boy Sonek, que também é dançarino e professor de Breaking em Barueri. Nos toca-discos quem comandou a festa foi DJ Ninja e DJ Piu Robson e no microfone o MC Lula. Na modalidade Kids, o 1º lugar ficou com o B-Boy DN do Projeto 1 Mais 1 Faz a Diferença, em 2º lugar B-Girl Estrela Cadente, do mesmo projeto e em 3º lugar B-Girl Bia, aluna de Breaking de Barueri. Na competição de adultos 1×1, o ganhador foi o B-Boy Luizika, da Família Rua Crew. No feminino, B-Girl Nico ganhou a premiação!
Imagem: Nanah D`Luize
Passado as competições de Breaking, foi a vez da palestra do Coach Esportivo João Carlos Gaião da Academia Atleta Campeão, que é uma plataforma on-line voltada para o treinamento mental de atletas de competição, que vem conquistando cada vez mais atletas e treinadores de diversas modalidades esportivas e e-sports do Brasil e do mundo, que falou especificamente sobre ter uma mente de um atleta campeão, foi uma oportunidade de muito aprendizado para quem participou e um momento de adquirir mais confiança e sanar dúvidas.
Imagem: Breaking World
Ainda no mesmo dia, o Street Festival recebeu Mano T, Vitão RM, Duque-R e o SP Hip-Hop All Stars, uma festa comandada pelo DJ Heliobranco, recebendo nomes de peso como Elly, que é um dos fundadores do conhecido e pioneiro grupo DMN.
Imagem: Breaking World
E encerrando as atividades do primeiro dia, foi a vez da tão esperada Batalha de DJ´s Masculina, onde o grande ganhador foi o DJ Raylan. Durante todo o dia, aconteceram no festival as exposições “Breaking e suas expressões” do fotógrafo The Sarará, ” Olhares em Foco” da fotógrafa Nanah D´Luize, a exposição de jaquetas grafitadas de Fabiano Minu, live paint de graffiti da Cheira Tinta Crew e da Alquimia de Barueri e as barraquinhas de artesanatos e gastronomia urbana e vegana. Outros destaques do evento foram a presença da marca Pixa-In, da Ibotirama Records e a atuação da Clínica Reactive de fisioterapia, dando assistência a todos os dançarinos presentes durante os dois dias de evento.
Imagem: Nanah D`Luize
No segundo dia, o Street Festival recebeu mais convidados. Foi a vez das competições de Breaking nas modalidades de duplas e crews (grupos) e a Batalha Tik Battle, quem comandou a festa foi o DJ Insano. E a dupla ganhadora foi o B-Boy Thiago Vieira e a B-Girl Furacão. Nas crews, o 1º lugar ficou para a SG Crew. Na Tik Battle, ficou com o título o dançarino Wender. Ainda se apresentaram no Barueri Street Festival os artistas Adonis Maia, DJ Malo, João Bazílio, Naipe-Z, Sorriso Nogueira, Sied Mob, e de Barueri a DJ Grazi Flores e o Projeto Art Lab. Quem também marcou presença foi a Cheira Tinta Crew, palestrando sobre o Graffiti como inspiração e transformação e contando um pouco da trajetória deste elemento da cultura urbana na cidade de Barueri. Finalizando o segundo dia, teve a Batalha de DJ´s Feminina, julgada por Tati Laser e Lisa Bueno e a grande ganhadora foi a DJ Miya B, que se sagrou bicampeã da Street Battle DJ’s.
Imagem: Breaking World
São de Marcelo e Luciana, da Street House e organizadores do festival, as palavras: “Assim como o primeiro Street Festival em São Paulo, que foi épico, a segunda edição, desta vez em Barueri, também escreveu suas páginas trazendo acima de tudo o passado e a esperança no futuro! O evento cumpriu o seu objetivo de reunir todos os elementos da Cultura Hip-Hop numa festa, com uma ótima estrutura e com foco nos detalhes! A presença das crianças no primeiro dia encheu nossos corações de alegria, nos dando a certeza que o Hip-Hop e todos os seus elementos resistem e continuam nas gerações futuras! Quem não é da cultura e visitou o evento teve a chance de conhecer um pouquinho mais sobre o Breaking, novo esporte olímpico de Paris 2024! Agradecemos a Deus, ao Prefeito de Barueri Rubens Furlan, ao Secretário de Cultura Jean Gaspar, ao Coordenador de Projetos Diogo Bueno pelo apoio concedido e a todas as pessoas, coach e artistas que participaram dessa edição do Street Festival, sejam trabalhando, organizando ou dançando, agradecemos ao MC, aos jurados, aos dançarinos, os rappers, os DJ’s, os grafiteiros e as marcas que acreditaram no nosso evento. Agradecemos aos mestres da fotografia Nanah D´Luize, The Sarará e Cadú Araújo, que através dos seus olhares eternizaram mais uma vez o Street Festival! Que orgulho de vocês, reunimos os melhores fotógrafos, com os melhores clicks da cena! Temos a sensação de dever cumprido e o gostinho de queremos mais! O Street Festival continua! Até 2023!”.
Imagem: Nanah D`Luize
Imagem: Nanah D`Luize
Imagem: Breaking World
Imagem: Nanah D`Luize
Imagem: Breaking World
Imagem: DJ Piu
Imagem: Breaking World
Imagem: Breaking World
Imagem: Breaking World
Imagem: Breaking World
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B-Girl chinesa, de apenas 16 anos, vence a Outbreak Europa e The World Battle, mostrando que o futuro já chegou, é completo e tem pressa de subir no pódio
Em 2021, a Olimpíada de Tóquio consolidou a China como uma das maiores potências olímpicas do mundo. O país asiático era o que tinha conquistado mais medalhas de ouro nos Jogos e ocupava o topo do ranking à frente dos EUA, algo que no passado só foi visto em Pequim, em 2008, quando os chineses foram anfitriões.
Agora, em 2022, a China se destaca novamente, dessa vez no Breaking, nova modalidade olímpica de Paris 2024.
E o grande nome que faz todos os holofotes se voltarem para esse país asiático é de Liu Qingy (16) conhecida como B-Girl 671, que foi campeã no Outbreak Europe realizado na Eslováquia no mês de agosto, com a participação de mais de 30 países, representados por 600 dançarinos de Breaking. Ela chegou na final, mostrando um novo padrão para as B-Girls do mundo inteiro, com seus movimentos de Power Move e sua energia diferenciada. Nas finais, ela enfrentou a veterana holandesa B-Girl India e a venceu por dois a um.
Nessa última semana, 671 também participou da World Battle 2022, que foi na cidade de Porto, em Portugal, que é uma das maiores competições de Breaking da Europa e recebeu atletas de mais de 50 nacionalidades. No evento, ela se sagrou novamente campeã, indo na final contra a B-Girl Vanessa, de Portugal. O Portal Breaking World fez uma rápida entrevista com a B-Girl 671, que hoje apresentamos com exclusividade para vocês:
BW: Qual é o seu nome de nascimento? De onde veio o nome B-Girl 671? Esse número tem um significado especial para você?
671: Meu nome verdadeiro é Liu Qingyi. Tenho 16 anos. Eu sou da China. 671 é o meu nome em chinês. Esse nome foi dado por mim, sim.
BW: Sua família sempre te apoiou na dança? Como é ser uma B-Girl na China?
671: Eles sempre me apoiam. E em nosso país, o Breaking é uma coisa muito popular. Comecei a dançar em 2015.
B-Girl 671 campeã da Outbreak Europe 2022 Imagem: ® Little Shao
BW: Quando você teve contato com a Cultura Hip-Hop pela primeira vez? Com que idade você começou a aprender os primeiros movimentos? Alguém te ensinou?
671: Lembro que 7 anos atrás, eu vi na rua. Aí eu perguntei para alguém, eles me disseram que era Breaking. Eu gostei muito, então decidi estudar. Encontrei um estúdio de dança de rua. Então comecei a dançar.
BW: No Breaking, você teve pessoas que foram referência para você?
671: Sim, B-Boy Flea Rock, B-Boy Zoopreme
Comitiva chinesa na The World Battle, onde 671 foi campeã Imagem: ® Maiur Narendra
BW: Você venceu recentemente a categoria B-Girls no Outbreak e agora no The World Battle. Conte-nos sobre sua participação nesses dois eventos e como você se sentiu ao conseguir o 1º lugar em ambos?
671: Consegui ser campeã nesses dois eventos, estou muito feliz. São competições muito grandes e internacionais. Ambos foram os melhores resultados que já tive. Então, foi incrível.
BW: Você já esteve no Brasil? Gostaria de deixar alguma mensagem para os brasileiros?
671: Eu não estive no Brasil. Mas quem sabe um dia irei. Gostaria de agradecer o apoio do Portal Breaking World e a atenção. Obrigada pela oportunidade dessa entrevista.
Imagem: ® Suzana Luzir
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Ele esteve recentemente comandando as batalhas mais brabas da Red Bull BC One no Brasil e, também, B-Boys e B-Girls que desejam treinar ao som deste mestre das pickups podem encontrá-lo no Streetopia, quase todas as quintas à tarde, em São Paulo. O Portal Breaking World teve o privilégio de conversar com o DJ MF e trazer um pouco de suas vivências e opiniões ao longo da sua caminhada. Leia a entrevista:
BW: Carlos Augusto Soares, conhecido no mundo artístico como DJ MF. Queria que nos contasse um pouco sobre sua infância, onde nasceu e cresceu e que lembranças tem dessa época?
MF: Nasci e cresci em Pirituba, me lembro que era rua de terra, gostava de ficar brincando na rua… tinham as festas da família, já tinha um primo que tocava… na época, usava dois toca-fitas… rolava muito Samba, Samba-Rock e Funk [original].
BW: Quando teve o primeiro contato com a Cultura Hip-Hop? Quando nasceu o amor pelos toca-discos?
MF: A Cultura Hip-Hop entrou na minha vida de uma forma tão natural que nem me lembro… quando eu era criança, passava o filme “Break Dance” na Sessão da Tarde. Como falei no começo, meu primo foi a primeira referência de discotecagem (mas ele usava toca-fitas!), quando vi um clipe do Gang Starr, o DJ Premier fazendo scratches, na hora vi que eu queria tocar daquele jeito, um tempo depois, fui no show do Racionais MC’s, o KL Jay apavorou… pensei: quero ser uma mistura de KL Jay e DJ Premier!
BW: Quem eram os grandes DJ’s quando começou? Quem foram suas referências? Se inspirou ou recebeu apoio de alguns deles?
MF: Conheci Grand Master Nice (da Black Mad) falei que queria ser DJ, ele começou a me mostrar várias músicas… falava que DJ tem que conhecer música… por último, não menos importante, conheci o DJ Ninja, que me ensinou sobre técnicas. Depois, tive contato com KL Jay, ele ajudou muito também.
BW: Verdade que também começou em bailes de bairro, tocando com equipamentos emprestados? Quais foram as maiores dificuldades nessa época?
MF: Comecei tocando nas festas de garagem, com dois aparelhos 3 em 1… depois, um amigo comprou um equipamento de DJ, mas era o mais simples, a casa dele entrou em reforma e deixou tudo comigo… sorte que a reforma demorou (risos).
Dificuldades não impediram que o DJ se torna-se uma referëncia na cena nacional Imagem: ® Rafael Berezinski
BW: Fale de suas experiências fora do Brasil, nos conte um pouco da sua caminhada e de sua carreira internacional?
MF: Tive o privilégio de ir para 11 países… alguns deles foram mais de 3 vezes… comecei pela América Latina, depois Europa e Ásia (e pretendo ir além!).
BW: MF, a mistura feita com muita harmonia, das músicas novas e das antigas, é uma característica do seu trabalho. Fale um pouco como você faz a seleção dessas músicas, que no fim agradam tanto quem está na pista?
MF: Quando toco em festa vou muito pelo momento… sempre penso em algo, depois mudo na hora (risos).
BW: Tocar em batalhas, para B-Boys e B-Girls e comandar grandes eventos como você fez recentemente na Red Bull BC One é um trabalho que tem suas complexidades? O que jamais pode acontecer quando se está à frente de eventos como esses? Existem aquelas músicas mais esperadas? E as menos desejadas no gosto da galera?
MF: Tocar em grandes eventos de Breaking é uma responsabilidade enorme… lida com o sonho de competidores… não podemos perder a concentração… no caso da BC One têm as músicas próprias, por uma questão de direitos autorais… são mais de 1.000 músicas… tento escolher as melhores no meu conceito.
Imagem: ® Rafael Berezinski
BW: Gostaria que você falasse da importância do trabalho dos DJ´s dentro da Cultura Hip Hop. Falando de valorização, no Brasil você acha que os DJ´s são valorizados como deveriam?
MF: Começando que foi um DJ que fez a festa e o outro deu o nome de Hip-Hop… e os B-Boys e B-Girls mantiveram com força… acho que o Brasil não valoriza a Cultura DJ… têm alguns eventos que sim… mas, de um modo geral, não… temos o Erick Jay, multicampeão e as marcas preferem colocar influencers para tocar (Não são todas! Mas a maioria).
BW: Onde está Pelezinho está o DJ MF! Nos fale dessa amizade e dessa parceria que vem dando tão certo ao longo dos anos. Quantos anos são de amizade e de trabalho?
MF: Minha amizade com Pelezinho veio do trabalho… pegamos uma sequência de trabalho juntos e nasceu a amizade… ele hoje é como um irmão… em casa, minha família tem ele como parte dela: mãe, irmã, tios e primos. O Pelezinho não mistura as coisas, se eu errar, sou cobrado! A amizade continua, mas não me chama mais para trabalhar. Quem conhece ele tá ligado!
BW: Fale de suas produções. Está trabalhando em algo novo?
MF: Estava sim, mas meu computador deu pau, perdi tudo!
BW: MF, cada profissão com o passar do tempo tem suas dores… que dores normalmente sentem os DJ’s?
MF: DJ’s sentem dores nas costas e, alguns, tendinite, por isso precisam se cuidar.
DJ MF e os manos do Pavilhão 9 Imagem: ® Arquivo Pessoal
BW: O Breaking vive uma realidade olímpica. Tocar como DJ numa olimpíada seria algo que você gostaria de vivenciar?
MF: Sempre gostei de esportes, pratiquei vários… acompanho vários também… meu sonho era ir para uma Olimpíada como atleta… como DJ seria incrível!
BW: Que mensagem você deixaria para os DJ´s que estão começando e para todos os leitores do Portal Breaking World?
MF: Amem o que vocês fazem, respeitem e queiram sempre evoluir… terão momentos difíceis, mas não desistam.
Imagem: Rafael Berezinski
Imagem: ® Arquivo Pessoal
Imagem: ® Julio Nery
Imagem: ® Rafael Berezinski
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Sem patrocínio e sem mixer próprio, no DMC World, DJ Erick Jay mostra porque é um campeão e está entre os melhores DJs do mundo
O nome dele é Erick Garcia (41), na cena conhecido como o gigante DJ Erick Jay. Da zona leste de São Paulo direto para o mundo, o DJ Erick Jay, conhecido e respeitado internacionalmente, numa conversa bem sincera entrando pela madrugada com o Portal Breaking World, falou sobre patrocínio, sobre a importância do DJ na Cultura Hip-Hop, sobre persistência, foco, boicote e humilhação. Nesse bate-papo, Erick Jay também explanou sobre sua própria história, contou que começou a trabalhar com 11 anos e na Cultura Hip-Hop entrou dançando, mas logo se decidiu pela arte dos toca discos. São dele as palavras: “Gostava de ir nos bailes, ouvir os scratches nas músicas, ver os DJs tocando. Eles conduziam as pessoas, tinham as pistas nas mãos”. Jay na entrevista mostra porque é um campeão e está entre os melhores DJS do mundo. Em outubro desse ano, ele chegou na final da categoria ‘Battle for World Supremacy’ do DMC 2021 e mais uma vez foi o grande campeão. Na ocasião, devido às dificuldades ocasionadas pela pandemia, competiu com o mixer emprestado de um aluno e mesmo assim o talento venceu a dificuldade! Confira a entrevista:
BW: Erick, seu nome completo, idade, queria que você falasse um pouco da sua infância, parece que você nasceu e cresceu na Zona Leste de São Paulo. Que lembranças tem dessa época? Como era sua vida em família? Foi uma vida difícil?
DJ Erick Jay: Eu sou o Erick Garcia mais conhecido como DJ Erick Jay, sou da Zona Leste de São Paulo, tenho 41 anos de idade. Minha infância foi difícil, não foi nada fácil comecei a trabalhar cedo com 11 anos, estudava e trabalhava em ferro velho, entregava papel, cuidava de carro, entregava jornal, foi aí que aos 11 anos, a Cultura Hip-Hop entrou na minha vida. Eu comecei dançando e depois de um bom tempo que eu fui me tornar DJ. Eu vi os DJs do Hip-Hop e também da cena eletrônica. Eu dançava, então, gostava de colar nos bailes Black e nos bailes de música eletrônica, foi aí que começou minha carreira e meu foco em ser DJ, porque eu gostava muito, a forma como o DJ conduzia e tinha a pista na mão.
Erick Jay começou na Cultura Hip-Hop aos 11 anos, já foi B-Boy, dançou na São Bento e hoje é um dos melhores DJs do mundo Imagem: Arquivo Pessoal
BW: Sua família era ligada a arte também ou não?
DJ Erick Jay: Em casa meu pai era DJ, ele tinha muitos discos, muitos VHS, muita fita gravada de músicas, ele colocava as músicas no rádio e eu cresci ouvindo música e isso ajudou muito também. Minha família sempre gostou muito de música, meu pai e minha mãe. Eu cresci ouvindo Antena 1, Alpha FM até que eu descobri a Metrô FM, que tocava Rap e eu ficava ligado nas rádios.
BW: Quando começou o seu interesse pela Cultura Hip-Hop? Quando rolou o primeiro contato com a Cultura?
DJ Erick Jay: Meu interesse pelo Hip-Hop começou aos 11 anos, eu ouvia os Raps e também gostava de dança, então, eu queria dançar Breaking, eu lembro como se fosse ontem, eu vi meu irmão assistindo um filme chamado Beat Street com os amigos na sala e eu falei: “Caramba! Que louco!”. E foi ali que começou minha paixão pela dança, pelo Breaking e mais tarde eu fui para o DJ.
BW: Você começou dançando? Era B-Boy? Nos conte isso…
DJ Erick Jay: Dentro da cultura, um dos primeiros contatos com a Cultura Hip-Hop foi com a dança, em 1991. E eu dançava mesmo, eu ia para a São Bento. Eu também ia para os bailes, dançava muito mesmo.
BW: Os bailes que você frequentava, os grandes DJs… Quais foram suas referências? E o que mais te fascinava em tudo isso? Quando decidiu de fato ser DJ?
DJ Erick Jay: Eu fui um cara privilegiado de ter crescido nos anos 90, nos bailes de equipes onde tinham vários DJs, tinha o Grandmaster Duda, o Ney, o Luciano, tinha o Mister, o Katatau, Silvinho, tinha vários… eu via os caras tocarem e queria ser igual a eles! E o domínio de pista que eles tinham eu achava louco! Eles foram minhas influências iniciais, depois vieram outras. Mas os DJs de baile foram eles! A magia que tem das mixagens não só nos bailes Black, mas nos eletrônicos também. Tinha o Marc, o Patife, tinham muitos caras que eram bons! Eu gostava muito de ver os caras tocarem, então, eu acredito que cresci na melhor época! Tudo isso me incentivou demais a ser DJ.
Flyer oficial comemorativo da conquista do brasileiro no maior campeonato mundial de DJs do mundo Imagem: DMC World
BW: Erick, fale da importância dos DJs entre todos os outros elementos da Cultura Hip-Hop?
DJ Erick Jay: O DJ é o principal e o primeiro elemento da Cultura Hip-Hop. O DJ tem que estar na dança, o DJ tem que estar com os MC’s, o DJ tem que estar no Graffiti, então, isso é um fato, o DJ é quem aparece primeiro na Cultura Hip-Hop, lembremos do Kool Herc. O tempo vai passando e às vezes vamos sendo menos valorizados, mas o DJ é o principal elemento da Cultura Hip-Hop.
BW: Nos conte sobre o início de sua carreira como DJ. Com quem aprendeu a arte dos toca-discos? E o que foi um diferencial na sua vida para que você chegasse onde chegou?
DJ Erick Jay: Eu comecei um pouco tarde na arte dos toca discos, no final dos anos 90 fui incentivado pelo meu professor, que era o DJ Zulu, que me ensinou todos os meus toques para eu chegar onde eu cheguei, graças ao respeito que eu tive aos DJs que vieram antes de nós, foram eles que pavimentaram a estrada para nós e eu fui longe pois sempre respeitei quem começou antes de mim. O respeito sempre será a chave para chegar em algum lugar! Desde o início foi difícil, eu comecei como DJ de quermesse, de aniversário, de casamento, como a maioria dos DJs da minha época começaram, mas depois eu quis umas paradas a mais, eu quis ir para o mundo, entrei no Hip-Hop DJ, que é feito pela 4P, no ano de 2002, que era para revelar os talentos, esse campeonato era feito pelo KL Jay e pelo Xis da 4P, evento que revelou vários talentos na história do Hip-Hop e eu fui um deles! Do Hip-Hop DJ para o mundo!
BW: Você atuou por anos como o DJ do programa Manos e Minas (TV Cultura) e o programa ‘Gringos Podcast‘, ao lado de Kamau e também do apresentador Ney Gringos. Nos fale dessa experiência?
DJ Erick Jay: Eu trabalhei durante 10 anos no Programa Manos e Minas na TV. Único programa dedicado a Cultura Hip-Hop, foi uma experiência muito legal porque eu tinha liberdade, eu que cuidava da trilha sonora do programa e tinha o meu momento também, depois, eu comecei a ser repórter, eu entrevistava a galera, foi uma experiência que me permitiu dar continuidade e aí fui convidado para ser apresentador do Gringos Podcast, que também era dedicado a galera do Hip-Hop, a experiência foi muito legal!
Segundo Erick Jay é necessário foco contínuo para grandes conquistas Imagem: DMC World
BW: O tempo de pandemia tem sido muito difícil para você? Verdade que um de seus alunos teve que te emprestar o mixer, que classifica como o “coração” do toca-discos, para competir no DMC World, por que você teve que vender o seu equipamento para conseguir segurar as contas?
DJ Erick Jay: Sim, no começo da pandemia eu tive que vender o meu mixer, porque eu fiquei um bom tempo sem trabalho, aí, eu entrei num campeonato para conseguir outro e nesse tempo eu treinei num mixer emprestado de um aluno meu, o Henrique! E outros DJs me emprestaram também, para que eu pudesse me dedicar, eu sei, que para alguns falaram que eu estava caído, segundo o que eu fiquei sabendo, o mal de algumas pessoas é achar que as coisas não chegam até nós! Essa minha situação serviu como inspiração, o meu caso. Eu estava sem mixer, eu peguei um mixer emprestado duas semanas e ganhei um campeonato mundial e fiquei em terceiro em outra categoria, ou seja, algo inédito sem patrocínio, sem nada mesmo, sendo on-line, que bom que para várias pessoas isso foi um incentivo e que pena que para outras, para a minoria, isso foi um motivo de sátira, falaram: “Olha o Erick Jay, teve que vender os bagulhos, está caidão… Olha, ele está quebrado!”. Pelo menos, eu pus minha família em primeiro lugar, vendi minhas coisas para ajudar minha família, meus amigos, enfim, mas faz parte, né? Mas eu ganhei um título mundial a mais para minha carreira e fiquei em terceiro no DMC World, maior campeonato de DJs do mundo e ganhei os equipamentos de volta… e aí???
BW: Hoje você é reconhecido internacionalmente. É tetracampeão mundial e está entre os melhores DJs do mundo, nos fale dos principais eventos que competiu e de suas premiações e colocações. Em especial dos últimos eventos, onde levou pela terceira vez o DMC World Supremacy 2021. Você se considera exigente consigo mesmo? Qual o segredo do seu sucesso?
DJ Erick Jay: Eu sempre gostei da competição. Sempre gostei de testar as minhas habilidades, não ser limitado, então, é por isso que gosto de competir. Campeonato é uma opção a mais que o DJ tem e participar do DMC para mim sempre foi um sonho, desde quando eu via as fitas VHS, vendo Marlboro, MC Jack e o Cuca disputarem e representarem o Brasil e depois eu tive a benção de realizar o meu sonho, quando voltou para o Brasil em 2008, 2009, que eu fui representando o Brasil durante 10 anos e nesses 10 anos eu ganhei o meu primeiro título mundial em 2016, no DMC World Supremacy, fui para a Polônia no final do ano e ainda ganhei no IDA World, que é o segundo maior campeonato de DJs, ganhei também. Em 2019, veio mais um título, o DMC on-line, eram mais de 300 DJs, passei nas eliminatórias, fui para a final e ganhei! E fui para a final mundial e fiquei em terceiro, aí agora, em outubro de 2021, ganhei mais um título pela Supremacy e fiquei em terceiro lugar no solo, coisa que só DJs da elite ficam, tipo, os DJs americanos, os japoneses, os franceses, só eles ficam, porque tem patrocínios e eu sem nada cheguei onde eles chegaram e fora outros campeonatos que participei e fui convidado, um que é em New York, esse foi muito legal, pois também fui convidado para dar uma palestra numa das maiores escolas de DJs do mundo. E eu dei um workshop lá, foi algo muito louco! Fui com o Kamau, que fala inglês muito bem e lá eu contei a realidade dos DJs daqui. Falei que aqui com um mixer compramos um carro e que não temos patrocínio. O segredo do sucesso é treinar e se dedicar! Se dedicar sempre! Estar sempre atualizado, sempre estar ligado no passado, também o foco é que é mais importante, independente das dificuldades. Eu fui boicotado, fui humilhado, até por gente da Cultura Hip-Hop, só que eu mantive o meu foco, fiquei sozinho, ninguém quis me apoiar, mas eu continuei no foco, independente da área que você atua, se você quer passar em Harvard, se quer ser o melhor advogado, tenha foco, quer ser o melhor cientista, estuda e tenha foco. Foco é tudo! Enquanto alguns se divertem, você está focado! E o tempo prova quem são as pessoas!
BW: Algumas pessoas justificam resultados negativos pela ausência de apoio e estrutura dada pelo país. Você superou tudo isso e ganhou dos gringos…. Nos fale dessa experiência de superação?
DJ Erick Jay: Ah, infelizmente as marcas não querem saber dos DJs do Brasil! Isso porque são os maiores consumidores dos produtos deles! O Brasil, por ser um país de terceiro mundo, é tirado mesmo! As coisas só mudam quando tiver um cara mesmo que seja um representante brasileiro lá no time de qualquer marca deles para falar: “não, no meu pais tem mercado, os caras compram, tem muita festa e lá tem mercado sim! O dia que tiver, aí as coisas vão mudar para os DJs daqui, caso contrário, vai passar anos e sempre vai continuar dessa forma, eu achei que quando ganhasse algum título mundial mudaria alguma coisa, mas não mudou. Presidentes das marcas sabem da nossa existência e cumprimentam a gente, nos seguem na rede social para disputar com os caras, mas não apoiam a gente! Interessante para eles são os caras que estão fora, nós não! Precisamos ser guerreiros! A nossa motivação para ganhar campeonatos tem que ser bem maior que a deles!
Superação: vendeu os equipamentos, foi difamado por alguns, mas não se abateu: ganhou e conquistou tudo novamente Imagem: DMC World
BW: Quais são seus planos para 2022? O que deseja ainda conquistar?
DJ Erick Jay: Em 2022 eu quero trabalhar bastante, recuperar todo o tempo perdido, quero fazer o meu disco, quero participar de campeonatos também, continuar plantando a semente, sendo influência e motivação para outros DJs que venham, para que nunca desistam dos seus objetivos, independente do que ele faça na vida, tudo que fizer, faça com dedicação, com foco!
BW: Deixe um recado para os leitores do Portal Breaking World.
DJ Erick DJ: Um grande abraço a todos os leitores do Portal Breaking World. Estamos juntos! O Breaking tem que ser também muito valorizado, também salvou muitas vidas, tirou muita gente das ruas e hoje estamos nas Olimpíadas, que passo magnifico. Abraços, é nós! (sic)
Imagem em destaque: DMC World
E teve Brasil no pódio: o tetracampeão Erick Jay conquista o mundo mais uma vez! Imagem: Arquivo Pessoal
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Atletas brasileiros ficam fora do pódio no mundial da WDSF e perdem na competição de crew na Battle Pro
Enquanto o final de semana foi festivo para alguns países, como Estados Unidos, Japão, Alemanha, Cazaquistão e, claro, França, que assumiram o papel principal na história do Breaking como modalidade olímpica e já começaram a levar para casa medalhas de ouro, prata e bronze, o Brasil, coadjuvante dessa história, não teve muitos motivos para comemorar.
A delegação brasileira de Breaking embarcou para a França no último dia 30, para competir no primeiro torneio internacional como modalidade olímpica. O evento era o World Breaking Championship (WBC), primeiro campeonato oficial 1×1 (um contra um), produzido pela Breaking For Gold da WDSF (World Dance Sport Federation), que aconteceu no Théâtre du Châtelet, em Paris, no dia 4 de dezembro.
Para quem desconhece, o World Breaking Championship é um campeonato que acontece na China, na cidade de Nanquim. Porém, por causa da pandemia, a competição foi levada para a Europa. O torneio é uma qualificação para o campeonato mundial da IWGA (Internacional World Games Association), que acontece no Alabama (EUA), em julho de 2022 e que faz parte do ranking mundial que soma pontos para a qualificatória olímpica Paris 2024.
Para essa viagem, foram indicados (não houve seletivas) e escolhidos pelo Conselho Nacional de Dança Desportiva (CNDD) e seus diretores de Breaking os atletas: as mineiras Isabela Rocha, conhecida como B-Girl Itsa e Nathana Venâncio (B-Girl Nathana), que é uma das apostas da Everlast; o paulista Luan Carlos dos Santos (B-Boy Luan San) e, por último, o mineiro Gilberto Araújo, conhecido como B-Boy Rato, que substituiu em cima da hora o B-Boy Ratin, que já tinha sido divulgado no flyer do evento, porém não participou.
Na véspera do evento, frases de efeitos e fotos nos principais pontos turísticos da França não faltaram nas redes sociais dos atletas e do próprio Conselho Nacional de Dança Desportiva, que inclusive chegou a postar que “os atletas brasileiros estavam preparados e bem vestidos para o WDSF World Breaking Championship!”. B-Girl Nathana ainda postou: “Todo esforço tem a sua recompensa”. Recompensa essa que não veio, nem para ela e nem para a maioria dos atletas escolhidos pela CNDD, pois na competição feminina, ambas as brasileiras não avançaram para a fase eliminatória. Nathana ficou na fase preliminar (filtro), Itsa foi eliminada na fase de grupos pela B-Girl Jilou, da Alemanha.
No masculino, B-Boy Rato perdeu na fase de grupos. Ele caiu na chave dos B-Boys Shigekix, do Japão e Phil Wizard, do Canadá. Ambos estão entres os melhores do mundo e o canadense, inclusive, foi vice-campeão do Red Bull BC One deste ano.
O B-Boy Luan San foi o que teve melhor performance do time e avançou um pouco mais no evento. Chegou nas quartas de final, onde ele competiu com o B-Boy Gun, da Rússia. Na semifinal, enfrentou o estadunidense Victor, sendo derrotado por 2 rounds a 0. Na briga pelo terceiro lugar, Luan ficou de fora do pódio, perdendo para Amir, atual campeão do Red Bull BC One e ganhador da medalha de bronze do mundial. Vale lembrar que na primeira edição do mundial da WDSF, que aconteceu em 2019, o B-Boy Luan San foi o único brasileiro presente, terminando na 23° posição.
O torneio deu premiação de 1.900 euros para o vencedor, 1.500 para o vice, 500 para terceiro, 400 para quarto e quinto lugar e 300 até o oitavo lugar.
No dia seguinte (5), o time brasileiro ainda participou de mais uma competição na França, a 20° edição da Battle Pro, na categoria Crew vs Crew. Além dos 4 atletas, complementaram o “Team Brazil” os B-Boys Mixa, Migaz, Dinho Still, Bokão (Vinicius Manzon) e Bispo Street Breakers. O resultado não foi diferente e nem favorável ao Brasil, perderam a disputa para a Last Squad da França, não avançando no evento.
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No último final de semana, aconteceu no bairro do Jabaquara, em São Paulo, mais uma edição do Troféu Arte em Movimento, organizado pelo artista plástico José Pereira de Souza, mas conhecido como Zep.
O evento, mesmo num dia chuvoso, teve sucesso de público e reuniu diferentes gerações de artistas da Cultura Hip-Hop.
As mulheres estiveram em peso, só em São Paulo foram mais de 100 homenageadas, entre elas: Rúbia, Rose MC,Kika Maida, B-Girl Cris, a grafiteira Mel Zabunov, B-Girl Angel do Brasil e a rapper mirim Sara Cipri. A lista foi escolhida por nomes bem conhecidos e respeitados na cena como Robson Melancia, Monica Senna, Nego Mario e King Nino Brown.
Entre os homens, nomes como B-Boy Amendoim, o fotógrafo The Sarará, B-Boy Danzinho, o grafiteiro Minu e Dj Ninja receberam a premiação. Estava na casa, ou seja, em casa, também, a crew Jabaquara Breakers.
O evento, que está em sua sétima edição, este ano contou com uma novidade: 5 premiados internacionais selecionados pela apresentadora espanhola Margarita Espino, que é jornalista e apresentadora na Espanha e que foi convidada para indicar 5 artistas do Brasil para receber o prêmio.
O Portal Breaking World esteve no evento e registrou os melhores momentos, confira: