Faltando dias para o Breaking estrear nas olimpíadas em Paris (França), aqui no Brasil, após passar por Fortaleza, Rio de Janeiro e Belém, aconteceu neste último final de semana, na Casa do Hip-Hop de Diadema (Centro Cultural Canhema), localizado na Zona Sudeste da Grande São Paulo, na Região Metropolitana, a Red Bull BC One Cypher São Paulo.
O espaço é conhecido por ser a primeira Casa do Hip-Hop do Brasil, inaugurada em 1999. O evento regional, que aconteceu no sábado (03) reuniu B-Boys e B-Girls de várias regiões do Brasil e até de outros países. Os ganhadores da Cypher São Paulo foram B-Boy Xandin, que é de Goiânia e que já tinha ganhado a Cypher Brasília por duas vezes no passado e que em 2021 levou a Cypher Brasil, avançando para a Last Chance Cypher, na Polônia. No feminino, a grande campeã foi a B-Girl Rá, da Flow Queens Crew.
No domingo (04), foi a vez da Red Bull BC One Cypher Brasil, que aconteceu no Auditório Ibirapuera, dentro do Parque Ibirapuera. Um dos lugares de lazer mais tradicionais e frequentados pelos paulistanos, o parque para muitos é o pulmão da capital paulista e foi inaugurado em agosto de 1954. O evento reuniu os ganhadores e classificados de cada regional num grande campeonato, quem comandou a festa foi a DJ Miya B e nas cadeiras de jurados dois grandes nomes estiveram presentes B-Boy Lil G da Venezuela e B-Boy Neguin, que até hoje é o único brasileiro a vencer a prestigiada final da BC One Worlds em 2010, tornando-se o primeiro sul-americano a atingir esse feito.
Os ganhadores da Cypher Brasil foram B-Girl Maia, que se sagrou bicampeã pois já tinha ganhado o evento em 2023 e o B-Boy Kley da Tsunami All Stars Crew.
Red Bull BC One 2024 – De olho na nova geração
Esse ano a Red Bull BC One teve um olhar especial para a nova geração.
Na Cypher Rio de Janeiro, pela primeira vez no Brasil, uma B-Girl tão nova de apenas 14 anos, paulista, chamada Chaya Gabor, conhecida como B-Girl Angel do Brasil participou do filtro, passou e conquistou, batalhando com sangue nos olhos, o direito de competir entre as Top 16 B-Girls adultas do evento na cidade carioca. Depois, batalhou com a atual campeã da Cypher São Paulo, B-Girl Rá. O evento teve como jurados o B-Boy argelino-francês Lilou e de Brasília B-Girl Fabgirl e o B-Boy Migaz, que é o único brasileiro escolhido como árbitro nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.
Na Cypher São Paulo, situação semelhante aconteceu o jovem Jhefferson Tavares (16), conhecido como B-Boy Jheff de Itanhaém, cidade do litoral de São Paulo, que passou no filtro e competiu com o B-Boy Xandin e, mesmo perdendo do veterano, teve a sorte de, através da desistência de um B-Boy, ganhar uma nova oportunidade dos jurados, participando da Cypher Brasil onde acabou perdendo novamente do B-Boy Sisan.
Outro destaque da nova geração foi a B-Girl Kabrony do Pará, irmã da B-Girl Mini Japa; a menina trouxe todo o charme e a dança do norte do Brasil para a competição. Competiu com a B-Girl Fran na nacional, que na ocasião levou a melhor.
O futuro brilhou na Red Bull BC One 2024! Não há como negar que em todo o mundo a nova geração pede passagem e chega cada vez mais cedo com tudo!
Red Bull BC One World Final RJ
Depois das regionais e da nacional, agora a próxima parada é no dia 07 de dezembro de 2024, quando o Brasil receberá pela terceira vez a fase global da maior competição de Breaking 1×1 do mundo.
A primeira passagem do campeonato pelo Brasil para uma final global foi em 2006, em São Paulo, no Memorial da América Latina. O Rio de Janeiro também já recebeu o torneio em 2012 e essa será a segunda vez que a capital carioca irá sediar a etapa decisiva do evento, celebrando o Breaking e os 20 anos de história do campeonato. Quem serão os grandes campeões dessa edição? Está curioso? Então não fique de fora, corra e garanta o seu ingresso no site https://www.ingresse.com/red-bull-bc-one/
O Portal Breaking World esteve na cobertura de todas as regionais e da Cypher Brazil.
Agradecemos a Red Bull toda a atenção com o nosso Portal!
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No último final de semana, a convite da Red Bull BC One, o Portal Breaking World saiu de São Paulo para cobrir uma batalha de Breaking épica, de um encontro também épico, entre o Charme, o Breaking e o Passinho. Fomos até o “Dutão”, como ficou conhecido o Viaduto Negrão de Lima, em Madureira, zona norte do Rio de Janeiro. Local esse que a editora carioca deste portal, que há 30 anos atrás era ”Charmeira” de carteirinha, frequentou e só tem boas lembranças… Na época, quem não sabia dançar aprendia na pista ali mesmo os passinhos que eram ensinados na maior tranquilidade e paciência, sem nenhum tipo de preconceito. A batida envolvente sob o viaduto que parecia dançar, misturava referências clássicas do Soul, Rhythm And Blues (R&B), Jazz e Hip-Hop, atraindo centenas de pessoas. A festa se consolidou como encontro da música negra, sendo referência do gênero em todo o Brasil.
Mas, para quem gosta de história, senta que vamos a uma viagem rápida ao túnel do tempo. Os bailes-charme e suas manifestações têm origem na zona norte do Rio. O termo “Charme” foi lançado pelo DJ Corello em um baile no clube Mackenzie, nos anos 1980, localizado no Méier. Antes de chegar em Madureira, o Charme circulou e ganhou fama em bairros como Marechal Hermes e Abolição. Mas foi só em 2019, que o Charme se tornou patrimônio cultural imaterial do estado do Rio de Janeiro, a partir da aprovação da lei elaborada pela deputada estadual Zeidan (PT). Para dançar charme tinha que ter gingado. É um estilo que favorece a coletividade por meio de passos diferenciados, sempre com muito swing e sincronia. Na década de 90, lançaram a pergunta: “Qual é a diferença entre o charme e o funk?”. Em 1995, os DJs Markinhos e Dollores tentaram responder, no disco Rap Brasil vol. 2, que “um anda bonito e o outro, elegante”… Será? Não sei se a resposta satisfez aos mais exigentes frequentadores do baile da época. Mas, foi nessa vibe de nostalgia, passado mais de 30 anos de muita Black Music, que neste último final de semana, misturando Charme, Breaking e Passinho, o viaduto mais charmoso do mundo, o Viaduto de Madureira, recebeu de braços abertos a batalha internacional épica entre os dois tricampeões mundiais da Red Bull BC One, de um lado B-Boy Menno, da Holanda e do outro, B-Boy Hong 10, da Coreia do Sul.
Para quem não sabe, a Red Bull BC One é a maior competição de Breaking 1×1 do mundo. Criado em 2004, o evento é realizado em diversos países, onde a cada ano milhares de dançarinos (ou, agora, atletas) competem em batalhas regionais, as chamadas Cyphers. Após essa primeira fase, os melhores B-Boys e B-Girls se enfrentam na final nacional que, em 2024, será em São Paulo. Os vencedores dessa etapa vão para a final mundial, que volta ao Brasil, depois de 12 anos e acontece no Rio de Janeiro, de 4 a 7 de dezembro.
A festa desse final de semana foi o anúncio oficial desta Final Mundial da Red Bull BC One, estavam presentes no evento, além dos nossos B-Boy Neguin e B-Boy Pelezinho e alguns B-Boys e B-Girls brasileiros, outros grandes nomes internacionais do Breaking como o B-Boy Phil Wizard (Canadá), B-Boy Victor (EUA), B-Boy Matita (Chile), B-Boy Lil G (Venezuela), B-Girl Vanessa (Portugal), B-Boy Broly (Argentina), B-Girl Celestia (Colômbia), B-Girl Isis (Equador), B-Girl Stefani (Ucrânia), B-Boy Lil Zoo (Marrocos) e registrando tudo o incrível fotógrafo Little Shao.
O evento foi comandado pelo DJ Gab e apresentado pelos MCS Coruja BC1 e Marcelo Duguetto e começou com uma disputa entre os dois times, Brasil e Latam. Representando o Brasil estavam B-Girl Toquinha, B-Girl Maia, B-Boy Perninha, B-Boy Kley e B-Boy Branko e no time latam: B-Boy Matita, B-Boy Broly, B-Girl Celestia, B-Girl Isis e B-Boy Lil G, a batalha animou os presentes e preparou o público para o grande momento da noite que seria a Batalha dos Tricampeões.
Um pouco sobre esses B-Boys Tricampeões Singulares:
Imagem: ® Dean Treml
B-Boy Hong 10
Sem dúvida, um ícone do Breaking, sempre desenvolvendo suas habilidades, corporais e mentais. Ao longo de sua carreira histórica e inovadora, o sul-coreano aprendeu que pode fazer o que quiser, contanto que trabalhe muito, se esforce constantemente e seja humilde. Já faz muito tempo que a Final Mundial do Red Bull BC One rolou em São Paulo. Foi em 2006, mas se tem alguém que lembra bem do evento é o B-Boy Hong 10. Foi naquele dia que o sul-coreano, que na época tinha 22 anos, virou campeão pela primeira vez da competição. Hoje, o cara já é tricampeão — ele também venceu em 2013, aos 29, e em 2023, com 39 anos. Declarou: “Não acho que vou atrás do quarto título, vou deixar isso para os mais jovens”, diz Hong 10, que ao levar o cinturão pela terceira vez igualou o recorde de vitórias do B-Boy holandês Menno. “Por enquanto, pretendo me concentrar em trabalhar com a comunidade em vez de competir em batalhas”, conta. Atualmente é membro da crew Red Bull BC One All Stars.
B-Boy Menno
Ele fez o que ninguém jamais havia conseguido: conquistou o cinturão de campeão mundial do maior campeonato de Breaking 1×1 do mundo por três vezes. Membro do Red Bull BC One All Stars, equipe composta pelos melhores talentos da cena Breaking, Menno começou a dançar na pré-adolescência, incentivado por dois primos mais velhos, por volta dos anos 2000 em Tilburg, onde nasceu. Passado alguns anos, o B-Boy holandês, venceu a Red Bull BC One em 2014 e 2017, não participou da edição de 2018, mas resolveu voltar para a disputa porque queria que sua filha o visse batalhar. “Ser pai é uma das minhas maiores motivações no Breaking, porque agora todos os meus esforços não são só por mim, mas também por minha filha”, disse o tricampeão (ele venceu também em 2019) a uma entrevista ao Portal RedBull.com. Mais de vinte anos depois, Menno tem dificuldades de escolher apenas um momento marcante de sua brilhante carreira. “São tantos, mas talvez o maior deles foi quando percebi que estava vivendo uma vida livre e estável fazendo o que amo. Parar de me estressar com o futuro e com estabilidade financeira me possibilitou viver plenamente o Breaking e, nesse sentido, a Red Bull realmente me deu asas”, diz o holandês, em referência ao seu tricampeonato do Red Bull BC One. “As três vitórias me possibilitaram viver o melhor lado da vida.”
O confronto aconteceu e quem estava no evento pode presenciar talvez uma das mais pesadas batalhas que a Red Bull já organizou. Quem é o melhor? Quem venceu? Não teve jurados… Talvez, tenhamos essa resposta se algum desses dois ícones decidirem continuar na busca do quarto título!
Ainda no evento, também teve Batalha de Passinho, que foi um dos momentos mais animados e quentes da noite, com os seguintes nomes: André DB, Vini Brabo, Peterson Sidy, DG Fabulloso, GN Fabulloso e Neguebites.
Depois das batalhas, a festa entrou madrugada adentro, regada por muito Red Bull, Breaking, Charme, Passinho, tudo “junto e misturado” e as pistas ficaram no comando dos DJS Talie, Nobunaga e Totonete.
O Evento “Do Baile ao Breaking” foi um sucesso e também um aperitivo a fim de se preparar para o que vai vir na Final Mundial que acontece no Rio de Janeiro, em dezembro. Se você não quer perder essa festa ainda dá tempo de garantir seu ingresso pelo link redbull.com/bcone
O Portal Breaking World agradece a Red Bull BC One pelo convite e pelos momentos vividos nesse grande evento.
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“Pushing Progression: Breaking” mostra como a nova modalidade olímpica saiu das ruas do Bronx para o mundo.
Conteúdo está disponível gratuitamente na Red Bull TV
Que tal aproveitar o mês que celebra 50 anos da cultura Hip-Hop para mergulhar nesse universo e conhecer diferentes histórias? Em clima de celebração, na última terça-feira (8) estreou um episódio inédito do documentário “Pushing Progression: Breaking”, que retrata a evolução do Breaking que a menos de 1 ano vai ser nova modalidade olimpica no maior evento multiesportivo do planeta. O conteúdo está disponível de forma gratuita na Red Bull TV, por meio do link: www.redbull.com/br-pt/episodes/pushing-progression-s1-e7
Lenda da cena Hip-Hop e dono de hits que marcaram gerações, o rapper Busta Rhymes se juntou a alguns dos principais B-Boys e B-Girls do mundo no sétimo episódio da série. Por lá, exploram como o Breaking saiu das ruas do distrito de Bronx, região periférica de Nova York, emergiu como um estilo de dança no final dos anos sessenta, e como prosperou por mais de uma década antes de fazer sua estreia na cultura mainstream em 1984. Na ocasião, 100 breakers se apresentaram na cerimônia de abertura do maior evento esportivo do mundo, o que impulsionou o Breaking globalmente. Os breakers entrevistados no documentário apontam que a modalidade mudou muito desde o seu surgimento no Bronx. “Estamos em território novo com o Breaking, onde nunca estivemos antes”, avalia o B-Boy canadense Phil Wizard. A americana Logistx, campeã mundial em 2021, também fala sobre suas expectativas com relação ao avanço da modalidade nos próximos anos: “Vai ser cada vez mais competitivo. Com essa competitividade, espero que permaneçamos uma cultura unificada”.
Referências da cena protagonizam a produção, como os B-Boys Lilou, bicampeão mundial; Phil Wizard, integrante do Red Bull BC One All Stars, um dos maiores grupos de Breaking do planeta; Alien Ness, americano renomado mundialmente na cena e Shigekix, campeão mundial em 2020; e as B-Girls Logistx, campeã mundial em 2021 e Ami, primeira B-Girl a se tornar campeã mundial do Red Bull BC One, em 2018.
E os brasileiros?
Em outubro, os vencedores da etapa nacional do Red Bull BC One, a B-Girl Toquinha e o B-Boy Leony, irão representar o Brasil em Roland-Garros, em Paris, na Last Chance Cypher [ uma espécie de filtro com campeões de cyphers feitas no mundo todo ] – em busca de uma vaga na Final Mundial do campeonato. O Brasil terá também outros dois representantes que passaram direto para a Final Mundial: B-Boy Allef, grande destaque no cenário de Breaking mundial por ter um estilo próprio repleto de musicalidade, originalidade e personalidade, e B-Girl Maia, campeã nacional de 2022 que acumula diversos títulos e premiações. Ambos foram classificados como wildcards, convites feitos para aquecer ainda mais as batalhas e são os dois primeiros brasileiros a garantirem vaga na Final Mundial do Red Bull BC One 2023.
Imagem em destaque: ® Little Shao / Red Bull
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Quem é B-Boy, B-Girl ou se interessa pelo elemento Breaking, seja como cultura e agora também como esporte, já começa cada ano com as datas da Red Bull BC One bloqueadas na agenda. É quase uma tradição de quem acompanha a cena. São três dias de confraternização, de cyphers e encontros de B-Boys e B-Girls de várias idades, etnias, estados do Brasil e até de outros países, onde todos têm o objetivo de dançar muito, trocar aquela vibe e passar pelas seletivas, chegando na grande final que abre as portas para um filtro na last chance e depois para a final mundial que esse ano será na França. Mas, poucos sabem como começou essa história que esse ano completa 20 anos! O Portal Breaking World foi atrás de alguns arquivos históricos e olha: senta que lá vem história…
Uma breve retrospectiva até os dias de hoje…
Depois de surgir em Nova York no fim da década de 70, a cultura Hip-Hop se espalhou rapidamente pelo mundo todo, tornando-se uma potência da música, dança, arte e moda. No Brasil, no início da década de 80, dançarinos começaram a se reunir na estação São Bento do Metrô de São Paulo – onde nasceu o rap paulista – para treinar passos deBreaking e batalhar. Como parte dessa ascensão da cultura Hip-Hop pelo mundo, surgiu, em 2004, na Suíça, o Red Bull BC One, com uma proposta diferente dos campeonatos de Breaking já realizados até aquele momento: as batalhas passaram a ser individuais. Assim, tornou-se a primeira competição do mundo com batalhas 1×1. O evento principal da Red Bull foi realizado pela primeira vez em 2004 em Biel, na Suíça, no formato anual, ocorrendo sempre em um local diferente: em 2005 ocorreu em Berlin ( Alemanha); em 2006 na América do Sul, em São Paulo (Brasil); em 2007 foi em Johanesburgo (África do Sul) ; em 2008 ocorreu em Paris (França); em 2009, a competição foi no local com maior história e relevância dentro da cultura Breaking, a cidade de Nova Iorque (Estados Unidos); em 2010 em Tóquio (Japão); em 2011 desembarcou em Moscou (Rússia); em 2012 novamente no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro; em 2013 em Seul (Coreia do Sul); em 2014 o evento retornou à França, em Paris, pela segunda vez; em 2015 foi em Roma (Itália); em 2016 o evento retorna ao Japão, agora na cidade de Nagoya; em 2017 muda-se para Países Baixos, em Amsterdã e foi nesse ano que acontece um marco importante que abriria a porta para a participação feminina nessa história. B-Girl Ayumi se tornou a primeira mulher a chegar nas finais da competição no top 16, competindo com o B-Boy Kill.
Em 2018, é a segunda vez que a Suíça recebe o evento após a primeira edição, mas desta vez em Zurique e nela temos então a B-Girl Ami, que foi a primeira vencedora na categoria feminina do Red Bull BC One; em 2019 ocorreu em Mumbai (índia); Em 2020 foi a vez da Áustria, pela primeira vez na história do BC One; em 2022 a competição voltou à cidade de Nova Iorque e agora, em 2023, novamente na França, na cidade do solo sagrado de Roland Garros. O lendário complexo de quadras de tênis em Paris será transformado no maior palco de Breaking do planeta, onde os melhores B-Boys e B-Girls do mundo vão batalhar pelo cobiçado título de melhor breaker do mundo e, nesse ano, mais um marco feminino, temos a primeira B-Girl brasileira convidada diretamente pela Red Bull para competir na grande final mundial sem passar pela last chance. Estamos falando da B-Girl Maia.
2023 e lá se foram 20 anos!
Com a história de um evento consolidado, esse ano a Red Bull só teve motivos para comemorar os 20 anos. E claro, no Brasil, a comemoração foi grande, regada a muito Breaking, Samba e na terra da garoa teve o comando dos DJ’s MF, DJ Pow e a DJ Miya-B. Foram 4 eliminatórias correndo pelos seguintes estados brasileiros: Belém (PA) onde os ganhadores foram B-Boy Arroz e B-Girl Lívia, Brasília (DF) B-Girl Ana e B-Boy Khaled, Rio de Janeiro (RJ) B-Girl Toquinha e B-Boy Dotado e, em São Paulo (SP), B-Girl Marininha e B-Boy Branco.
Em São Paulo, o evento depois de 17 anos voltou ao Memorial da América Latina e, além da eliminatória de São Paulo, da Final Nacional (onde os campeões foram B-Girl Toquinha e B-Boy Leony), teve também a Cypher Latam. Trata-se da primeira eliminatória da América Latina dentro do Red Bull BC One Camp Brazil. Foi destinada a B-Boys e B-Girls de países latino-americanos que não possuem edições próprias do Red Bull BC One. Os B-Boys Alexis e Matita, e as B-Girls Luma e Carito, foram classificados para a Final Mundial como wildcards. Os ganhadores foram B-Girl Luma e B-Boy Rick.
Espaço de todos e viva a renovação!
Se todos prestigiaram o evento, lógico que não passou batido a renovação e a presença da nova geração já conquistando seu espaço nas competições e também nas cyphers. No Rio de Janeiro, B-Boy Richard (18) chegou na semifinal; B-Boy Marcin (18) chegou no top 8 no Rio de Janeiro e no top 16 na Cypher São Paulo. B-Boy Eagle (16) participou competindo pela primeira vez das duas regionais. E não menos importante, nas Cyphers da Red Bull BC One de São Paulo B-Girl Angel do Brasil (13), B-Girl Mary-D (14) e a pequena B-Girl Nicck mostraram a força da nova geração.
Foram 3 dias intensos e de muitas atividades para todos os estilos e gostos vejam o que rolou:
Exposições fotográficas internacionais de Martha Cooper e Nika Kramer:
Que em suas histórias se dedicaram a capturar com suas lentes o Breaking como movimento, apresentando sua evolução ao longo dos anos e colocando, sobretudo, as B-Girls em foco. As artistas vêm trabalhando em parceria desde 2010, em livros e documentários sobre a cena. Elas estiveram presentes no evento com a exposição “Evolution of a Revolution”. Martha Cooper é conhecida por fotografar a arte urbana de Nova Iorque desde a década de 70, quando a cultura Hip-Hop nasceu nos subúrbios nova-iorquinos, e mergulhou sem medo nas vibrantes cenas de Breaking e Graffiti. Suas fotografias se tornaram símbolos, preservando a arte, determinação e resiliência do movimento ao redor do mundo. Nika Kramer, por sua vez, é uma contadora de histórias visual, cujas lentes revelam a profundidade emocional e energia vibrante do Breaking. Com um olhar atento para capturar movimentos fora de série, Nika dá uma nova dimensão à narrativa. Suas fotografias capturam a essência da jornada de cada B-Girl, evocando uma sensação de conexão e admiração. Outro grande nome da fotografia internacional que esteve presente foi o fotógrafo Little Shao que com seus clicks abrilhantou ainda mais o evento. Little Shao faz parte do time de fotógrafos da Red Bull BC One e já colaborou com marcas como Nike, PSG, Yves Saint Laurent, Kenzo, Kia, entre outras.
Workshops nacionais e Internacionais:
Esse ano, nomes conhecidos como a B-Girl FabGirl, B-Boy Foguete e também grandes nomes internacionais como B-Boy Lee, B-Boy Jey, B-Boy Junior, B-Boy Menno, B-Boy Lilzoo e B-Girl Kastet deram workshops nas regionais da Red Bull BC One. Durante o workshop da B-Girl Kastet, que estava lotado, ela declarou: “Esse foi o workshop que dei com maior número de pessoas até hoje”.
Outras Batalhas e Competições
Batalha do Chinelo:
Criada pelo B-Boy Pelezinho para o evento IBE, um festival que celebra a Cultura Hip-Hop na Holanda. A batalha voltou pela terceira vez para o Brasil. A dinâmica é simples: cada B-Boy e B-Girl tem que batalhar sem deixar o chinelo voar do pé! O grande ganhador foi o venezuelano B-Boy Alvin.
Batalha do Passinho está em casa:
Inspirado no Break Down The House com um tempero brasileiro, que mistura House com Passinho, em uma batalha inédita. A musicalidade, recheado de funk brasileiro, desafia os dançarinos nesse novo conceito, enquanto os jurados têm a missão de escolher a melhor dupla. A disputa é simples: uma dupla, composta por um dançarino de House e um dançarino de Passinho, batalha contra a outra. Ao contrário da última edição, neste ano teve uma eliminatória para formar as Top 8 duplas finalistas. Os campeões foram a dupla Pieigyh e André Oliveira.
Batalha de Footwork:
Criada pela página no Instagram @footworkerz, a Batalha Footworkers veio para o Brasil pela primeira vez este ano e consiste em desafiar os dançarinos a fazerem os passos com as mãos, sustentando o peso do corpo. Dividida em etapas, começando pela escolha dos Top 16 e, a partir disso, as oitavas, quartas, semis e final. Toda essa dinâmica teve aproximadamente duas horas de duração. O campeão foi o B-Boy Nachito.
Batalha Crashfest:
Esse novo conceito é basicamente uma Cypher, em que a proposta é que os dançarinos se joguem e façam os seus Powers Moves mais explosivos e imprevisíveis. B-Boy Tawfiq selecionou alguns B-Boys e B-Girls para participarem, mas qualquer pessoa poderia se inscrever nas eliminatórias. Essa batalha não teve uma ordem, a ideia foi ser uma Cypher aberta em que cada um entra no seu momento. E não tem jurados! Os vencedores foram escolhidos pelo B-Boy Tawfiq com base em elementos como: quem se jogou mais e fez os Power Moves mais explosivos e quem foi melhor nas questões técnicas e qualidade de movimento. O campeão foi o B-Boy Rex.
E como foi a final nacional?
A final Nacional trouxe alguns momentos especiais, primeiro, no Top 16, a participação do B-Boy Megaman com seu estilo totalmente diferenciado levantou o público presente e saiu aplaudido mesmo não tendo avançado, segundo os jurados, na batalha contra o B-Boy Leony, atual campeão. Outro momento especial foi a final de B-Girls, que foi entre duas moradoras do bairro de Perus, em São Paulo, B-Girl Keka e B-Girl Toquinha (campeã). O retorno do B-Boy Bart, após recuperação de uma cirurgia, também foi uma ótima notícia. Bart disputou a final com o pentacampeão B-Boy Leony, que apesar de acumular títulos nacionais ainda busca a conquista do cinturão no mundial que há 13 anos foi levantado pelo B-Boy Neguin (único brasileiro a conquistar o título máximo da Red Bull BC One até hoje).
E quando será o Mundial?
A Red Bull BC One Mundial acontece em Paris, no dia 21 de outubro, em Roland Garros. Esta será a terceira vez que Paris sediará a Final Mundial do Red Bull BC Onee a mais especial, porque acontece um ano antes de Paris abrigar a estreia do Breaking nas Olimpíadas.
Desejemos “Bonna Sorte” a dupla de campões brasileiros, B-Boy Leony e B-Girl Toquinha, que vão disputar a Last Chance Cypher e tentar uma vaga na Final Mundial. Vibrações positivas para eles!
Galeria dos Campeões da Red Bull BC One
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Ele nasceu em Caxias, que é um município no estado do Maranhão, no Meio-Norte do Brasil. Morou parte na roça e outra parte na cidade. Mas foi quando mudou para Brasília, onde mora até hoje, que teve o primeiro contato com a Cultura Hip-Hop por meio do Rap, que escutava na rádio e também com o Breaking, por meio de um conhecido da família, depois pela internet e com pessoas que praticavam o Breaking nos arredores de Brasília. Estamos falando de Mirley Allef Santos Carvalho, na cena conhecido como B-Boy Allef ou Allef The Deep. Quem esteve na última Red Bull BC One Cypher Brasil, que aconteceu em São Paulo, pode acompanhar de perto sua espetacular participação na semifinal, numa batalha com o B-Boy Bart e na final, contra o B-Boy Leony, conquistando o público presente. Fora dos palcos e longe das competições Allef, que é um gigante na dança e também na gentileza, transbordando calmaria, mostrou sua personalidade reflexiva, gentil e tranquila ao conversar com o Portal Breaking World e declarou que o “segredo” do seu sucesso não foi sobre defender o próprio estilo, mas também sobre mostrar para o mundo que se alguém acredita no que é, acredita na própria personalidade e consegue expressar isso dentro da arte, é possível alcançar o mundo! Confira essa primeira entrevista do ano no Portal Breaking World, na íntegra:
BW: Queria que você nos falasse um pouco da sua infância, onde nasceu e cresceu. E que lembranças tem dessa época? Você é o único artista da sua família?
Allef: Nasci em Caxias, no estado do Maranhão, tive uma boa infância, morava parte na roça e parte na cidade, estava sempre brincando na rua e ajudando minha família nos trabalhos, minha família é totalmente evangélica, então, eu também estava sempre acompanhando (principalmente minha avó) na igreja e cultos, tenho boas lembranças dessa época. Mas, hoje em dia, não sigo nenhuma religião, moro em Brasília (DF) e sou o único artista da minha família.
BW: Quando teve contato pela primeira vez com a Cultura Hip-Hop? Verdade que conheceu o Breaking aos 14 anos por meio de um rapaz que cuidava das plantas da sua mãe? Como foi isso? O que mais te encantou ou te chamou a atenção?
Allef: Meu primeiro contato com a Cultura Hip-Hop foi quando eu mudei do Maranhão para Brasília, através das músicas que passavam na rádio, os Rap’s que as pessoas escutavam na rua e mais, depois através desse rapaz que, na verdade, ajudava a capinar o lote na casa da minha tia e mãe e que um dia fez um movimento pra me impressionar e isso me encantou, na hora eu quis também ter esse poder de fazer esses movimentos com o corpo, então comecei a treinar e hoje eu tenho essa percepção de que o que realmente me encantou aquele dia foi a possibilidade de encantar as pessoas com o movimento, o corpo, a dança.
BW: Como continuou o aprendizado? Onde aprendeu de fato os primeiros movimentos da dança? Teve alguém que te ensinou cada movimento?
Allef: Mais tarde eu continuei o aprendizado pesquisando na internet e foi assistindo vídeos que eu acabei aprendendo todos os movimentos básicos da dança. Depois, encontrei lugares e pessoas que praticavam nos arredores de Brasília e comecei a treinar junto.
BW: Em que ano começou a competir? De todos os eventos que participou até hoje tiveram aqueles que foram especiais, que marcaram sua vida? Pode falar desses eventos?
Allef: Com um ou dois anos de dança eu participei da minha primeira batalha, mas quando eu decidi focar em batalhas mesmo foi por volta de 2014, com 6 anos de dança, foi uma época que estavam acontecendo muitas batalhas de Top Rock em Brasília, eu acompanhei muitos B-Boys que eram mesmo apaixonados por essa parte do Breaking e isso me motivou a focar em batalhas de Top Rock e, nesse foco, fiquei até por volta de 2018, que foi quando eu participei do meu primeiro BC One Cypher Brazil, que aconteceu no Rio Grande do Sul e me classifiquei para a final nacional, que acabei sendo finalista e ali que eu enxerguei a minha potência em batalhas individuais e, a partir disso, decidi focar no 1vs1 e hoje, estou onde estou. Falando dos eventos atuais, o que marcou a minha vida foi a minha participação no The Notorious IBE Undisputed 2022.
BW: Allef, você vem nos últimos anos se destacando em vários eventos nacionais e internacionais e, esse ano de 2022, chegou na final da Red Bull BC One Cypher Brazil. Passou na semifinal pelo B-Boy Bart e depois competiu com o B-Boy Leony, à essa altura, a maioria do público presente já torcia e vibrava com a sua dança. Defender o seu estilo é um dos segredos do seu sucesso?
Allef: Acredito que o “segredo” do meu sucesso não é só sobre defender meu estilo, mas também sobre mostrar para o mundo que se você acredita em quem você é, acredita na sua personalidade e consegue expressar isso dentro da sua arte, você pode alcançar o mundo através da plataforma que é, ser você dançando Breaking.
BW: Alguma vez sofreu preconceito por ser diferente de todos na dança?
Allef: Com certeza, principalmente e infelizmente no Brasil, a gente vive em um país preconceituoso e isso reflete e atrasa muito a nossa cena, o preconceito e o mal julgamento é uma das coisas que eu profundamente luto pra que acabe na cena do Breaking brasileiro, quando os brasileiros deixarem de julgar e falar mal de quem é diferente (que são todos, por que ninguém é igual) ou de quem tá conquistando algo, a cena do Breaking brasileiro vai avançar décadas à frente, nós somos um país continental, uma nação gigantesca, imagina se todos se apoiassem?
BW: O que você sente quando entra numa batalha? É o Allef que está ali ou existe um personagem criado para aquele momento? Fale um pouco sobre a sua dança e o que tenta passar sempre que participa de algum evento? Vale destacar a recente batalha entre você e o Lussy Sky, onde vocês deram um show não só de Breaking, mas de performance artística durante a competição. Fale sobre esse momento?
Allef: Quando eu entro numa batalha eu sinto o meu mais profundo eu, pronto pra deixar minha mensagem através da minha dança. Não tenho nenhum personagem, é sempre o meu eu mais verdadeiro em palco e campo de batalha. A batalha com o Lussy Sky, foi uma brincadeira, a gente já faz essa brincadeira de lutar em “slow motion” sempre que se encontra, quando ele viu que iria batalhar comigo ele veio até mim e disse que era um orgulho fazer uma batalha comigo e iria dar o melhor, eu também fiquei muito feliz em saber que ia batalhar com ele e entreguei meu melhor naquela batalha, durante o round final, ele começou a brincar e me chamar pra esse “slow motion fight”, eu percebi e entrei na brincadeira, foi totalmente uma cena de improviso, a gente estava mais preocupado em entregar nosso melhor um pro outro, pro público e pra nós mesmos, esse show que fizemos foi o resultado de tudo isso.
BW: O Breaking agora virou uma modalidade olímpica, como você vê essa mistura cultura e esporte? Na sua opinião, como será no futuro tudo isso?
Allef: Falando de cultura e esporte eu ainda não me sinto como um atleta, acho que tenho muito mais uma personalidade artística do que “atlética”, sabe? Mas eu admiro muito e quero ser mais inspirado por isso. E eu acho que as olimpíadas nos deram mais uma plataforma para fazer o Breaking, mais motivação pra muitos e mais algumas oportunidades, o futuro disso tudo é o futuro e isso é imprevisível, o “Breaking olímpico” é muito novo, então, só o que podemos prever é o que estamos vendo agora, uma nova oportunidade e muitas pessoas motivadas por essa nova oportunidade.
BW: Você passa uma tranquilidade, uma calmaria quando compete, isso ajuda na sua dança? Como são as rotinas dos seus treinos?
Allef: Isso me ajuda muito! Eu, por exemplo, não sou uma pessoa apressada, barulhenta, estressada… sou bem calmo, silencioso, tranquilo e junto disso aprecio muito dançar Breaking com a minha personalidade. E essa personalidade só me dá vantagem e tempo pra reproduzir meus movimentos, expressar meu eu na minha dança e transmitir essa calma.
BW: Além da dança, você também é “film maker” e fotógrafo da cena de Hip-Hop. Como consegue fazer tudo junto?
Allef: Trabalho muito, trabalho muito mesmo e organizo meu tempo pra que durante o dia eu sempre consiga ter tempo pra trabalhar, estudar, editar meus vídeos e praticar meu Breaking.
BW: Recentemente, você esteve fora do Brasil junto com a Maia. Nos fale um pouquinho dessa vivência, como foi essa viagem fora do Brasil?
Allef: A viagem foi incrível, eu com a Maia nos organizamos muito bem, na parceria a viagem acaba ficando mais “prática” pois a gente se ajuda muito e conseguimos aproveitar de todas as experiências e oportunidades que fizemos acontecer e que apareceram na nossa frente.
BW: Quais são os planos para o futuro?
Allef: Tenho muitos planos pros próximos anos, mas os planos que eu tenho mais expectativa são para esse ano de 2023 e que já estão se concretizando, não posso dizer agora, mas em breve todos vão saber.
BW: Deixe uma mensagem para todos que curtem a sua dança…
Allef: Olhe pra você, ame você, mude você, escute e siga os bons conselhos de quem você gosta ou ama e se torne melhor do que você é todos os dias, acredite que dançar e se inspirar no que você é e no que você gostaria de ser no futuro, é o melhor caminho pra se encontrar. Dê o seu melhor pro mundo, apoie as pessoas que você admira e as pessoas que você não admira não precisa fazer nada, lembre-se que quando falamos de Breaking, todos que vivem nessa cultura estão no mesmo barco. Sinta um abraço.
Imagem em destaque: B-Boy Allef – ® Reprodução
Allef x Bart na Red Bull BC One
Allef e Maia: parceria na vida e no Breaking
B-Boy Allef
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B-Girl chinesa, de apenas 16 anos, vence a Outbreak Europa e The World Battle, mostrando que o futuro já chegou, é completo e tem pressa de subir no pódio
Em 2021, a Olimpíada de Tóquio consolidou a China como uma das maiores potências olímpicas do mundo. O país asiático era o que tinha conquistado mais medalhas de ouro nos Jogos e ocupava o topo do ranking à frente dos EUA, algo que no passado só foi visto em Pequim, em 2008, quando os chineses foram anfitriões.
Agora, em 2022, a China se destaca novamente, dessa vez no Breaking, nova modalidade olímpica de Paris 2024.
E o grande nome que faz todos os holofotes se voltarem para esse país asiático é de Liu Qingy (16) conhecida como B-Girl 671, que foi campeã no Outbreak Europe realizado na Eslováquia no mês de agosto, com a participação de mais de 30 países, representados por 600 dançarinos de Breaking. Ela chegou na final, mostrando um novo padrão para as B-Girls do mundo inteiro, com seus movimentos de Power Move e sua energia diferenciada. Nas finais, ela enfrentou a veterana holandesa B-Girl India e a venceu por dois a um.
Nessa última semana, 671 também participou da World Battle 2022, que foi na cidade de Porto, em Portugal, que é uma das maiores competições de Breaking da Europa e recebeu atletas de mais de 50 nacionalidades. No evento, ela se sagrou novamente campeã, indo na final contra a B-Girl Vanessa, de Portugal. O Portal Breaking World fez uma rápida entrevista com a B-Girl 671, que hoje apresentamos com exclusividade para vocês:
BW: Qual é o seu nome de nascimento? De onde veio o nome B-Girl 671? Esse número tem um significado especial para você?
671: Meu nome verdadeiro é Liu Qingyi. Tenho 16 anos. Eu sou da China. 671 é o meu nome em chinês. Esse nome foi dado por mim, sim.
BW: Sua família sempre te apoiou na dança? Como é ser uma B-Girl na China?
671: Eles sempre me apoiam. E em nosso país, o Breaking é uma coisa muito popular. Comecei a dançar em 2015.
BW: Quando você teve contato com a Cultura Hip-Hop pela primeira vez? Com que idade você começou a aprender os primeiros movimentos? Alguém te ensinou?
671: Lembro que 7 anos atrás, eu vi na rua. Aí eu perguntei para alguém, eles me disseram que era Breaking. Eu gostei muito, então decidi estudar. Encontrei um estúdio de dança de rua. Então comecei a dançar.
BW: No Breaking, você teve pessoas que foram referência para você?
671: Sim, B-Boy Flea Rock, B-Boy Zoopreme
BW: Você venceu recentemente a categoria B-Girls no Outbreak e agora no The World Battle. Conte-nos sobre sua participação nesses dois eventos e como você se sentiu ao conseguir o 1º lugar em ambos?
671: Consegui ser campeã nesses dois eventos, estou muito feliz. São competições muito grandes e internacionais. Ambos foram os melhores resultados que já tive. Então, foi incrível.
BW: Você já esteve no Brasil? Gostaria de deixar alguma mensagem para os brasileiros?
671: Eu não estive no Brasil. Mas quem sabe um dia irei. Gostaria de agradecer o apoio do Portal Breaking World e a atenção. Obrigada pela oportunidade dessa entrevista.
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Ele esteve recentemente comandando as batalhas mais brabas da Red Bull BC One no Brasil e, também, B-Boys e B-Girls que desejam treinar ao som deste mestre das pickups podem encontrá-lo no Streetopia, quase todas as quintas à tarde, em São Paulo. O Portal Breaking World teve o privilégio de conversar com o DJ MF e trazer um pouco de suas vivências e opiniões ao longo da sua caminhada. Leia a entrevista:
BW: Carlos Augusto Soares, conhecido no mundo artístico como DJ MF. Queria que nos contasse um pouco sobre sua infância, onde nasceu e cresceu e que lembranças tem dessa época?
MF: Nasci e cresci em Pirituba, me lembro que era rua de terra, gostava de ficar brincando na rua… tinham as festas da família, já tinha um primo que tocava… na época, usava dois toca-fitas… rolava muito Samba, Samba-Rock e Funk [original].
BW: Quando teve o primeiro contato com a Cultura Hip-Hop? Quando nasceu o amor pelos toca-discos?
MF: A Cultura Hip-Hop entrou na minha vida de uma forma tão natural que nem me lembro… quando eu era criança, passava o filme “Break Dance” na Sessão da Tarde. Como falei no começo, meu primo foi a primeira referência de discotecagem (mas ele usava toca-fitas!), quando vi um clipe do Gang Starr, o DJ Premier fazendo scratches, na hora vi que eu queria tocar daquele jeito, um tempo depois, fui no show do Racionais MC’s, o KL Jay apavorou… pensei: quero ser uma mistura de KL Jay e DJ Premier!
BW: Quem eram os grandes DJ’s quando começou? Quem foram suas referências? Se inspirou ou recebeu apoio de alguns deles?
MF: Conheci Grand Master Nice (da Black Mad) falei que queria ser DJ, ele começou a me mostrar várias músicas… falava que DJ tem que conhecer música… por último, não menos importante, conheci o DJ Ninja, que me ensinou sobre técnicas. Depois, tive contato com KL Jay, ele ajudou muito também.
BW: Verdade que também começou em bailes de bairro, tocando com equipamentos emprestados? Quais foram as maiores dificuldades nessa época?
MF: Comecei tocando nas festas de garagem, com dois aparelhos 3 em 1… depois, um amigo comprou um equipamento de DJ, mas era o mais simples, a casa dele entrou em reforma e deixou tudo comigo… sorte que a reforma demorou (risos).
BW: Fale de suas experiências fora do Brasil, nos conte um pouco da sua caminhada e de sua carreira internacional?
MF: Tive o privilégio de ir para 11 países… alguns deles foram mais de 3 vezes… comecei pela América Latina, depois Europa e Ásia (e pretendo ir além!).
BW: MF, a mistura feita com muita harmonia, das músicas novas e das antigas, é uma característica do seu trabalho. Fale um pouco como você faz a seleção dessas músicas, que no fim agradam tanto quem está na pista?
MF: Quando toco em festa vou muito pelo momento… sempre penso em algo, depois mudo na hora (risos).
BW: Tocar em batalhas, para B-Boys e B-Girls e comandar grandes eventos como você fez recentemente na Red Bull BC One é um trabalho que tem suas complexidades? O que jamais pode acontecer quando se está à frente de eventos como esses? Existem aquelas músicas mais esperadas? E as menos desejadas no gosto da galera?
MF: Tocar em grandes eventos de Breaking é uma responsabilidade enorme… lida com o sonho de competidores… não podemos perder a concentração… no caso da BC One têm as músicas próprias, por uma questão de direitos autorais… são mais de 1.000 músicas… tento escolher as melhores no meu conceito.
BW: Gostaria que você falasse da importância do trabalho dos DJ´s dentro da Cultura Hip Hop. Falando de valorização, no Brasil você acha que os DJ´s são valorizados como deveriam?
MF: Começando que foi um DJ que fez a festa e o outro deu o nome de Hip-Hop… e os B-Boys e B-Girls mantiveram com força… acho que o Brasil não valoriza a Cultura DJ… têm alguns eventos que sim… mas, de um modo geral, não… temos o Erick Jay, multicampeão e as marcas preferem colocar influencers para tocar (Não são todas! Mas a maioria).
BW: Onde está Pelezinho está o DJ MF! Nos fale dessa amizade e dessa parceria que vem dando tão certo ao longo dos anos. Quantos anos são de amizade e de trabalho?
MF: Minha amizade com Pelezinho veio do trabalho… pegamos uma sequência de trabalho juntos e nasceu a amizade… ele hoje é como um irmão… em casa, minha família tem ele como parte dela: mãe, irmã, tios e primos. O Pelezinho não mistura as coisas, se eu errar, sou cobrado! A amizade continua, mas não me chama mais para trabalhar. Quem conhece ele tá ligado!
BW: Fale de suas produções. Está trabalhando em algo novo?
MF: Estava sim, mas meu computador deu pau, perdi tudo!
BW: MF, cada profissão com o passar do tempo tem suas dores… que dores normalmente sentem os DJ’s?
MF: DJ’s sentem dores nas costas e, alguns, tendinite, por isso precisam se cuidar.
BW: O Breaking vive uma realidade olímpica. Tocar como DJ numa olimpíada seria algo que você gostaria de vivenciar?
MF: Sempre gostei de esportes, pratiquei vários… acompanho vários também… meu sonho era ir para uma Olimpíada como atleta… como DJ seria incrível!
BW: Que mensagem você deixaria para os DJ´s que estão começando e para todos os leitores do Portal Breaking World?
MF: Amem o que vocês fazem, respeitem e queiram sempre evoluir… terão momentos difíceis, mas não desistam.
Imagem: ® Arquivo Pessoal
Imagem: ® Julio Nery
Imagem: ® Rafael Berezinski
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Quem esteve no Streetopia, que fica próximo da Avenida Paulista, coração cultural do Brasil, neste último final de semana ou acompanhou as diversas lives, entre elas a do Portal Breaking World, pode testemunhar que: “O bagulho foi louco!”. Expressão muito usada dentro da Cultura Hip-Hop para expressar algo que foi muito bom e com o astral lá em cima. Depois de passar por Curitiba (PR), Fortaleza (CE) e Brasília (DF), um dos maiores campeonatos mundiais de Breaking, o Red Bull BC One, neste último final de semana aterrissou em São Paulo, reunindo toda a galera, da nova geração aos Old School, na cidade que é indiscutivelmente o berço do Breaking Brasileiro.
No dia 29, aconteceu a Cypher São Paulo que foi a última seletiva regional, onde B-Boys e B-Girls passaram por um filtro. De lá, saíram quatro finalistas – dois da categoria feminina e dois da masculina, os ganhadores foram B-Boy Zym e B-Girl Dedessa, que garantiram a vaga na final nacional do Red Bull BC One, que aconteceu no domingo (31), quando, então, os 32 melhores B-Boys e B-Girls do país se enfrentam numa competição insana e com total participação do público presente para conseguir o título de campeão e campeã nacional. Os campeões foram B-Boy Leony e B-Girl Maia, ambos conseguiram a vaga para representar o Brasil em Nova Iorque na etapa mundial, que acontece no dia 12 de novembro. B-Boy Leony, que se tornou tetracampeão, declarou em entrevista: “O tetracampeonato veio agora, em 2022. O tempo todo estava com meu filho na cabeça e isso me deu mais força”, diz o paraense, pai do pequeno João Miguel, de dois anos. “Treinei muito para chegar até aqui e agora só quero comemorar”, completa. Maia, que no ano de 2021 chegou na semifinal, também se pronunciou: “Ano passado não teve público e este ano a energia da galera me contagiou. Fui de coração aberto, me diverti e em nenhum momento fiquei pensando em ganhar”, concluiu agora a campeã.
Vale também destacar a diferenciada e incrível participação do B-Boy Allef, que ganhou na semifinal do B-Boy Bart e depois foi para a final com o B-Boy Leony, conquistando a torcida do público presente! Que chegaram a pedir um terceiro round na semifinal!
Paralelo às competições, aconteceram nos três dias de evento muitas emoções no Red Bull BC One Camp Brazil, um evento com programações bem variadas, que convidou todo o público presente para uma verdadeira imersão no mundo da Cultura Hip-Hop. Na programação, houve muitas cyphers com participação de várias gerações do Breaking nacional, exposição fotográfica e de jaquetas com a reconhecida fotógrafa Martha Cooper, famosa por fotografar a arte urbana de Nova Iorque desde a década de 70, quando a Cultura Hip-Hop nasceu nos subúrbios nova-iorquinos, após seis anos de sua última passagem pelo país. Em parceria com o artista visual catarinense Wagner Wagz, as obras da fotógrafa fizeram parte de uma exposição durante os três dias de evento, onde foram estampadas em jaquetas confeccionadas e pintadas artesanalmente por Wagz.
Também houve workshops nacionais e internacionais, como do conhecido B-Boy Lilou, da B-Girl Sarah Bee, DJ Kapela e do importante fotógrafo Little Shao.
Além disso, oficinas de dança, batalhas “Bonnie & Clyde”, que pegou fogo entre a dupla carioca B-Girl Savaz e B-Boy Adriano e a dupla nordestina B-Girl Lorinha e B-Boy Suicida.
Também teve a diferente “Batalha do Chinelo”, criada pelo B-Boy Pelezinho para o evento IBE, na Holanda, a Batalha do Chinelo rolou pela segunda vez no Brasil. Os participantes não podiam deixar o chinelo sair do pé enquanto dançam Breaking. E quem levou a melhor na parada foi o B-Boy Bart.
E a incrível batalha de exibição entre duas grandes crews do mundo, a Squadron Crew, diretamente do sul da Califórnia e a brasileira Tsunami All Stars. Essa foi a chance de ver alguns dos melhores B-Boys do mundo em ação, em uma batalha de exibição em que eles mostraram o melhor que sabem fazer. Do lado da equipe californiana Squadron Crew estiveram Luigi, Phil, Pnut e Stripes. Do outro lado, Bart, Neguin, Allmax e Sinistro representaram a força brasileira pela Tsunami All Stars.
O evento no Brasil foi um sucesso, deixando um gostinho de “queremos muito mais”! E agora, o que acontece com os brasileiros que ganharam a Red Bull BC One 2022?
Bom, o próximo desafio é a Last Chance Cypher, onde Leony e Maia lutam por uma vaga na Final Mundial do Red Bull BC One 2022, que acontece dia 12 de novembro, em Nova York. Existem duas formas de fazer parte da competição: a primeira é por convite e a segunda é vencendo a Last Chance Cypher, que é disputada por campeões nacionais do mundo todo.
Todos os anos, alguns breakers são escolhidos pelo seu excelente nível e peso na cena do Breaking. Esses B-Boys e B-Girls fazem parte automaticamente dos 16 participantes da Final Mundial. Pode ser que, dos 16 competidores, em um ano tenha apenas uma ou duas vagas remanescentes, mas esse número pode até quadruplicar dependendo do número de breakers convidados. Estamos na torcida pelos nossos representantes!
O Portal Breaking World agradece a todos que acompanharam as transmissões nesses três dias! Estamos juntos família! E a Red Bull BC One pelo respeito com a imprensa e pela oportunidade de mais uma vez registrar esse evento espetacular.
Imagem em destaque: ® Breaking World
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Ele nasceu na Paraíba, na cidade de João Pessoa, mas foi em 2005, com apenas 12 anos, que após assistir um DVD de um campeonato de Breaking decidiu se dedicar de corpo e alma a esse elemento da Cultura Hip-Hop. Cresceu praticando saltos mortais, plantando bananeiras e se dedicando aos movimentos flexíveis, o que o levou a ser um dos caras mais flexíveis do Brasil, claro que estamos falando do Jonas Flex. Neste último mês, ele esteve em São Paulo como jurado e palestrante do campeonato Breaking Combate, onde falou de assuntos bem importantes como viver da dança, lesões e oportunidades para dançarinos. Jonas está de malas prontas para a Europa, onde pretende passar uns 40 dias participando de campeonatos, como World Breaking Classic, The Notorious I.B.E e Outbreak. O Portal Breaking World correu e levou aquele papo com esse mano que, sem dúvida, é uma referência não só na dança, mas na conduta dentro da cena. Confira a entrevista:
BW: Queria que você nos falasse um pouco da sua infância, onde nasceu e cresceu e que lembranças tem dessa época?
Jonas Flex: Nasci e cresci na Paraíba, na cidade de João Pessoa, no bairro do Geisel, toda minha infância foi cercada de aventuras, dentro do meu bairro, andando de bicicleta, soltando pipa, jogando bola, praticando saltos mortais e “plantando bananeira”.
BW: Quando teve contato pela primeira vez com a Cultura Hip-Hop? O que mais te chamou a atenção?
Jonas Flex: Desde criança eu sempre tive contato o Hip-Hop, na música e Graffiti e depois de alguns anos, com 12 anos de idade, tive meu primeiro contato com o Breaking, através de um DVD, onde assim que assisti me identifiquei com aqueles movimentos, pois sempre achei que meu corpo pedia isso.
BW: E com o Breaking? Quem foram suas referências e com quem aprendeu a fazer seus primeiros movimentos? Alguém te ensinou? Em que ano foi isso?
Jonas Flex: Minha primeira referência foi o DVD do Red Bull BC One 2005, após assistir eu fui atrás de pessoas que dançavam no meu bairro e acabei encontrando algumas pessoas que estavam iniciando e outras que já dançavam, assim fui criando conexões e comecei a praticar cada dia mais.
BW: Quando começou a se envolver com o Breaking, você teve apoio da sua família?
Jonas Flex: No início não tive tanto apoio, eu era muito novo e ainda estava no ensino fundamental e minha mãe disse que “eu só podia dançar se eu fosse aprovado e no dia que eu reprovasse nunca mais eu colocaria a mão no chão para dançar”, aí, desse jeito, eu me dediquei muito aos meus estudos e consegui finalizar ensino fundamental, médio e superior sem reprovar nenhuma vez, sendo assim, ganhei a confiança dos meus pais e com o tempo eles começaram a me apoiar muito e valorizar o que eu fazia. Hoje eu sou formado em Licenciatura em Dança pela UFPB (universidade Federal da Paraíba).
BW: E de onde vem tanta flexibilidade nos movimentos?
Jonas Flex: Quando iniciei no Breaking, eu me identifiquei com os movimentos flexíveis, me alonguei muito junto com o professor de ginástica, que me auxiliava nos alongamentos e me fazia ir além dos meus limites. Sempre achei que seria o cara mais flexível do mundo, mas aí eu alonguei tanto que quase me machucava e resolvi diminuir no alongamento para não ter um problema no futuro, mas ainda fiquei muito flexível até os dias de hoje, ultimamente tenho alongado apenas para manter o que eu já tenho.
BW: Com que idade começou a competir no Breaking? Fale um pouco das principais vitórias e dos principais eventos por onde passou.
Jonas Flex: Minha primeira batalha foi com 13 anos de idade, eu dançava Breaking há menos de um ano, foi uma experiência incrível, mas não me dei bem em relação a vitória, mas me dei bem com a experiência que adquiri, que foi essencial para minha evolução como dançarino, até que o tempo foi passando e fui ficando em vários pódios de terceiro, segundo e primeiro lugar. Ganhamos 5 vezes o Giga B-Boys/B-Girls em Pernambuco, ganhamos 4 vezes o EDCRA na cidade de Exu (PE), ficamos 3 vezes em segundo lugar no Festival Cearense de Hip-Hop em Fortaleza (CE), já participei de vários Red Bull BC One Cypher Brasil, já participei de eventos internacionais como Unidisputed, Crashfast, BBIC no The Notorious IBE Holanda, Breaking It Up Hungria, Outbteak Eslováquia.
BW: Recentemente, você esteve em um grande evento aqui em São Paulo e, numa roda de conversa, falou sobre viver do Breaking aqui no Brasil. Queria que nos contasse a sua experiência, se alguém te apoiou financeiramente, patrocinou e que conselhos você daria para quem pretende viver da dança?
Jonas Flex: Esse é um dos assuntos mais complicados e delicados para mim, pois viver bem trabalhando com dança aqui onde eu moro em João Pessoa, para mim foi e ainda está sendo impossível, tive que buscar outros meios para conseguir realizar “meus sonhos” e pagar meus boletos. Abri uma empresa e hoje trabalho com moda Street Wear, mas para quem realmente quer viver da dança, eu aconselho se dedicar bastante, mas sempre ter dois caminhos, para caso um caminho não dê certo, você tenha o outro, assim transformando os dois caminhos em um e não se tornar um “dançarino frustrado”.
BW: Nos últimos anos vivemos muitas mudanças, o Breaking virou uma modalidade olímpica. Como você vê todas essas mudanças, cultura versus esporte e a forma que vem sendo trabalhado no Brasil. Olhando o cenário mundial estamos preparados para subir num pódio?
Jonas Flex: O Breaking nos Jogos Olímpicos é de extrema importância, pois trará muita visibilidade e valorização para o Esporte/Dança, gerando emprego e patrocínio de grandes empresas para os B-Boys/B-Girls, sendo assim, alcançaremos o tão sonhado “Viver bem de dança no Brasil” algo que eu espero dizer um dia, hoje é possível para mim.
BW: Verdade que esse ano você vai para fora? Quais são seus planos? Por que países pretende passar? E por quanto tempo pretende ficar fora do Brasil?
Jonas Flex: Vou passar 40 dias na Europa, onde estarei participando de vários eventos, como World Breaking Classic, The Notorious I.B.E e Outbreak e, claro, fazendo aquele network, criando uma conexão com novos amigos e aprendendo um pouco da cultura de cada país que estarei passando.
BW: Jonas, você é um B-Boy bem experiente e já gravou vários tutoriais que têm ajudado B-Boys e B-Girls espalhados pelo Brasil. Outro assunto que você tocou na roda de conversa no evento aqui em São Paulo, foi sobre o “perigo das lesões”. Nos fale um pouco sobre esse assunto e se existe uma forma de se cuidar mais e de diminuir os riscos?
Jonas Flex: Esse é um assunto que eu posso falar, pois sou a prova viva. Infelizmente, para quem não sabe, eu sempre eu fiz Street Show, por 10 anos, como dependente, para completar minha renda, ou seja, se eu não dançasse no semáforo de trânsito e na orla da praia, eu ficaria sem dinheiro para se manter, o que foi um pensamento muito triste da minha parte, pois poderia ter pego outro trabalho para poupar meu corpo; no semáforo de trânsito eram, em média, 80 entradas com flares e handhops e isso foi desgastando meu corpo, principalmente a virilha, pois o corpo não aguentou o excesso de exercício físico. Hoje eu evito dançar sem me alongar ou aquecer, para não me lesionar. Muitas vezes você vai em um shopping ou algum passeio e as pessoas falam “Faz um flare aí, ou dá uma entrada para eu gravar” e, assim, na emoção, você acaba fazendo e aquilo pode te custar uma lesão crônica ou tão demorada que pode durar anos e nunca mais ser o mesmo corpo, eu fiquei lesionado da minha virilha por 7 anos, isso tudo porque eu fazia o Street Show na orla de praia sem me alongar e acabei adquirindo essa lesão, e olha que em 2014 eu era um dos caras mais flexíveis do Brasil, mesmo assim não teve jeito, a lesão ficou até 2021 e hoje estabilizou 90%, mas depois de passar por vários médicos, fisioterapia, nada dava jeito, até que desisti de tudo e deixei ver até onde ia e acabou melhorando, talvez por sorte (risos tristes).
BW: Em alguns eventos, você tem dançado de luva devido a um suor excessivo nas mãos. Na medicina, isso é chamado de Hiperidrose, é isso? Talvez você não seja o único que passa por esse problema. Pode explicar um pouquinho da sua experiência, do que acontece com você e quais as alternativas para resolver isso?
Jonas Flex: Para quem não sabe, eu tenho esse problema de Hiperidrose, que é um suor excessivo nas mãos, isso me atrapalhou desde o início quando comecei a dançar Breaking, vários eventos eu deixei de participar devido o piso ser muito liso e não dar para mim. Perdi as contas de quantas vezes eu caí ou deixei de fazer meus movimentos devido o piso liso, até que eu fui para o evento Red Bull BC One Fortaleza 2021, onde estava super preparado, com várias entradas e movimentos para ganhar e acabei escorregando no piso e não consegui desenvolver como eu gostaria. Após sair de lá, muito triste, eu fui atrás de um método para solucionar o meu problema, o que eu já deveria ter corrido há muito tempo, tentei várias coisas, como pó magnésio, gesso, entre outros e nada deu certo. Então, fui atrás de uma luva que não deixasse escorregar e fosse confortável para eu dançar. E resolvi meu problema, por enquanto, porém, pretendo fazer essa cirurgia para parar de suar, ela no particular passa de R$ 20.000,00, mas estarei buscando pelo SUS aqui na minha cidade e espero conseguir o mais rápido possível, além disso, eu tenho Ceratocone, um problema de vista que deforma a córnea e fiz a cirurgia de um olho e ainda falta o outro, depois disso estarei 100% para me dedicar ainda mais ao meu Breaking.
BW: Quais são seus planos para o futuro?
Jonas Flex: Meus planos para o futuro, é conseguir viver bem da dança, algo que no fundo eu ainda acredito que será possível, mas também se não der certo, continuarei firme e forte com meu Breaking e trabalhando na minha área de empreendedorismo e me dedicando ao máximo como sempre fui.
BW: Deixe uma mensagem para os leitores do Portal Breaking World?
Jonas Flex: Deixo meu agradecimento ao Portal Breaking World, por poder contar um pouco da minha história, também agradeço a todos vocês que tiraram um tempinho para ler mais sobre mim, que nós do Breaking e da dança no geral, nunca venham a desistir de sonhar, mas nunca fiquem apenas no sonho, vamos realizar, novos tempos estão por vir, foco no trabalho.
Imagem em destaque: Jonas Flex / Arquivo Pessoal
Imagem: Jonas Flex / Arquivo Pessoal
Imagem: Jonas Flex / Arquivo Pessoal
Imagem: Lucas Matheus
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“O último brasileiro e sul-americano que ganhou o mundial da Red Bull BC One foi o B-Boy Neguin, há 11 anos.”
Aconteceu neste último final de semana, na quinta-feira (4), a Last Chance da Red Bull BC One e no sábado (6) a grande Final Mundial da Red Bull BC One. O evento aconteceu na Ergo Arena, em Gdańsk, na Polônia, onde os brasileiros B-Boy Xandin, de Anápolis, Goiás e a B-Girl Itsa, mineira que foi duas vezes ganhadora da Cypher Brasil (2019 e 2021), foram eliminados na primeira etapa (filtro). B-Boy Bart, que foi direto como wildcard (convidado) deixou o evento nas quartas de final. Ele declarou para uma equipe da TV Globo: “O plano que eu elaborei, não consegui executar aqui. Eu errei na terceira entrada, mas estou contente com o que eu fiz. Agora, é seguir em frente. Já estou pensando no que está por vir”.
No caso de Itsa e Bart, a situação foi quase um repeteco do que já tinha acontecido em 2019, antes da pandemia, em Mumbai, na Índia, evento onde B-Boy Menno se tornou o primeiro tricampeão do campeonato mundial de Breaking Red Bull BC One. Bart participou também da E-Battle em 2021, onde perdeu para o B-Boy Lee, da Holanda.
Vale lembrar que o primeiro B-Boy brasileiro a participar do mundial da Red Bull BC One foi o B-Boy Pelezinho, em 2005, em Berlim, Alemanha, mas a última vez que o Brasil trouxe para casa o cinturão do mundial da Red Bull BC One foi com o B-Boy Neguin, em 2010, em Tóquio, no Japão. Neguin até hoje é o único B-Boy brasileiro e latino-americano a conseguir esse feito, que já tem 11 anos!
Esse ano, o Last Chance foi a última etapa do evento de Breaking da Red Bull rumo à classificação para a final, que aconteceu no sábado (6), onde os melhores B-Boys e B-Girls do mundo se enfrentaram.
Da Last Chance, as 4 B-Girls que ganharam a vaga foram: Vavi, da Rússia, Ayumi, do Japão, Fenny, da França, e Stefani, do Reino Unido. Entre os B-Boys: Lee, dos Países Baixos, Nori, do Japão, Amir, do Cazaquistão e Johnny Fox, da Espanha garantiram seus lugares na final.
Para se qualificar para a Final Mundial do Red Bull BC One, competidores de mais de 60 eventos classificatórios em 30 países competiram pela oportunidade de representar sua nação ao lado de uma linha de 24 convidados curinga. Este ano, a Final Mundial do Red Bull BC One contou com uma lista completa das 16 meninas, foi a primeira vez desde o início do evento que isso acontece!
A lista final dos 16 primeiros da Final Mundial do Red Bull BC One incluiu: B-Boys Sunni (Reino Unido), Zoopreme (Dinamarca), Lagaet (França), Thomaz (Polônia), TawfiQ (Holanda), Xak (Espanha), Wild Jerry (Bielo-Rússia), Shigekix (Japão), Phil Wizard (Canadá), Flea Rock (EUA), Bart (Brasil), Gun (Rússia), Lee (Holanda), Nori (Japão) e Johnny Fox (Espanha).
Nas B-Girls foram: B-Girl Logistx (EUA), Sidi (Grécia), San Andrea (França), Madmax (Bélgica), Paulina (Polônia), Ami (Japão), Kastet (Rússia), Yell (Coreia do Sul), Ayumi (Japão), Fanny (França), Luma (Colômbia), Ram (Japão), Carito (Argentina), Nadia (Reino Unido) e Vavi (Rússia), que lutaram pelo título de campeã mundial.
Numa final emocionante, os grandes ganhadores da Red Bull BC One de 2021 foram: entre as mulheres, B-Girl Logistx dos EUA, ela derrotou a B-Girl Vavi, da Rússia, na final, para se tornar a mais jovem B-Girl a vencer o Mundial da Red Bull BC One, mostrando que não tem como negar que a nova geração tem pressa de chegar e conquistar os pódios mais altos do planeta. São de Logistx as palavras: “Isso é um sonho. Eu literalmente imaginei esse momento tantas vezes. Red Bull BC One é algo que sempre quis ganhar. Eu sinto que não é apenas o cinturão, não é apenas o título, mas o que eu sou, o que represento no chão, os valores e a moral. Obrigado a todos pela energia.”, conclui.
Seu nome de nascimento é Logan Edra, mais conhecida como Logistx, nasceu e foi criada na Califórnia. Ela é uma Red Bull BC One All Star, um membro da equipe do Underground Flow e do Breaking MIA. Como uma artista muito bem articulada, coreógrafa, ela partiu de Cyphers de rua para teatros lotados, televisão, telas e alguns dos palcos mais respeitados em todo o mundo. Logistx adora articular questões sociais e suas próprias emoções por meio de peças de dança. Uma grande conquista em sua carreira de sucesso veio quando ela ganhou o solo de Silverback Open B-Girl 2018. Naquela noite, ela derrotou Sarah Bee da França, duas vezes campeã solo B-Girl do Outbreak Europe, Kate, a então campeã mundial da Red Bull BC One, Ami e B-Girl Jilou, da Alemanha. Depois de sua vitória explosiva, a cena mundial de Breaking conheceu o poder dessa menina, de repente todos sabiam o nome de Logistx.
Ela também venceu a batalha júnior de Seven to Smoke no Radikal Forze Jam, de 2019, em Cingapura e apresentou sua peça solo, Pain is Reality, na Convenção Anual de Breaking, em Londres, Inglaterra. Ela, então, voltou para Los Angeles e no showcase de dança “Arena LA” apresentou a peça solo, Who You Are, que foi coreografada pelo vencedor do Emmy, B-Boy D-Trix. Após sua apresentação, Logistx realizou uma batalha de exibição contra o Red Bull BC One All Stars, com sua equipe Underground Flow e quando a batalha terminou, Ronnie pegou o microfone e disse a Logistx, na frente de todo o público, que o BC One All Stars queria convidá-la para se juntar a eles como seu mais novo e mais jovem membro da tripulação. Este ano é sua segunda aparição depois de 2019.
Entre os B-Boys, o grande ganhador foi o B-Boy Amir, que dominou a batalha contra Phil Wizard, um B-Boy canadense conhecido por seu estilo único, para se tornar o primeiro breaker do Cazaquistão a vencer a Final, ele daclarou: “Eu senti o poder em minha alma e em minha mente. E estou feliz por poder mostrar esse poder aqui, naquele palco”. Originário do Cazaquistão e agora morando na Rússia, Amir tem firmemente colocado seu nome no cenário internacional de última hora, desde a vitória da batalha solo Legits Blast Praga, em 2020, e depois em 2021 na Unbreakable Solo Battle. Com um estilo de Breaking extremamente imprevisível, musical e contundente, o cinturão do Mundial da Red Bull BC One foi dele!
A Red Bull BC One 2021 pós-pandemia foi um sucesso! O nível de dançarinos foi bem elevado! O evento é uma das maiores e mais prestigiadas competições de Breaking individual do mundo, reunindo todos os anos milhares de espectadores e telespectadores on-line.
O Portal Breaking World transmitiu ao vivo a Final Mundial e agradece mais uma vez a oportunidade de participar da cobertura desse grande evento!