Aconteceu no último final de semana, no Circo Voador, na Lapa, um dos bairros mais boêmios e vibrantes da Cidade Maravilhosa, conhecido por seus bares tradicionais, casas noturnas, salões de dança e rodas de samba ao ar livre abaixo dos Arcos da Lapa, a Red Bull BC One Cypher Rio, o evento é o principal campeonato 1×1 da modalidade e nesse ano completa duas décadas de história, o torneio chegou no Rio de Janeiro para uma das seletivas regionais, conhecidas como Cyphers.
Esteve presente o bicampeão mundial B-Boy Lilou, chamado carinhosamente pelos brasileiros de “Lilouzinho”. A grande festa começou com um workshop, no dia 13, na Fundição Progresso, e continuou no dia 14, quando aconteceram as competições, que foram de alto nível com participação de grandes nomes do Breaking brasileiro. No júri, além do francês Lilou, estavam B-Boy Migaz e B-Girl Fab Girl. Apresentando a competição B-Girl e MC Andressa e comandando a festa o DJ Def. Neste ano, o evento ainda contou com a parceria global da Reebok.
Mesmo numa noite fria atípica na cidade do Rio de Janeiro, o Circo Voador tremeu com os filtros e a final masculina pegou fogo entre os B-Boys Kley de Belém do Pará e B-Boy Rato de Uberlândia, que foi o grande campeão da noite. Nas B-Girls, reunindo nova e antiga geração do Breaking o filtro foi bem disputado e a final também foi eletrizante e ficou entre a B-Girl Lua de Ribeirão Preto e B-Girl Nathana, que venceu a competição e que também é de Uberlândia, Minas Gerais.
Após a Cypher de Fortaleza, que aconteceu no mês de maio e do Rio de Janeiro em julho, agora a próxima parada da Red Bull BC One é em Belém e em São Paulo, classificam-se seis dançarinos de cada cidade (três da categoria feminina e três da categoria masculina). Da seletiva de São Paulo, mais 8 vencedores (quatro da categoria feminina e quatro da categoria masculina), além de mais 3 wildcards (atletas convidados), somando, assim, 16 competidores que vão batalhar na grande final nacional. As batalhas acontecem em formato mata-mata, em que os participantes dançam em frente a um painel de jurados e têm habilidades como técnica, criatividade, musicalidade e performance avaliadas.
E depois das Cyphers regionais e nacional em dezembro, pela terceira vez o maior evento de Breaking 1×1 mundial vai ter seu título definido no Brasil, depois de 2006 (São Paulo) e 2012, no próprio Rio. A competição volta ao Rio no dia 7 de dezembro, na Arena Jeunesse, reunindo B-Boys e B-Girls de todo o planeta.
E quem pode competir no mundial ou assistir?
Quem pretende competir tem que ser um dos convidados — em 2023 foram 12 B-Boys e 12 B-Girls, os “wildcards”. Eles são escolhidos por um time de especialistas por sua relevância na cena. As vagas restantes para completar a chave de 16 são disputadas na Last Chance Cypher, evento que rola entre os vencedores das cyphers nacionais.
No último final de semana, a convite da Red Bull BC One, o Portal Breaking World saiu de São Paulo para cobrir uma batalha de Breaking épica, de um encontro também épico, entre o Charme, o Breaking e o Passinho. Fomos até o “Dutão”, como ficou conhecido o Viaduto Negrão de Lima, em Madureira, zona norte do Rio de Janeiro. Local esse que a editora carioca deste portal, que há 30 anos atrás era ”Charmeira” de carteirinha, frequentou e só tem boas lembranças… Na época, quem não sabia dançar aprendia na pista ali mesmo os passinhos que eram ensinados na maior tranquilidade e paciência, sem nenhum tipo de preconceito. A batida envolvente sob o viaduto que parecia dançar, misturava referências clássicas do Soul, Rhythm And Blues (R&B), Jazz e Hip-Hop, atraindo centenas de pessoas. A festa se consolidou como encontro da música negra, sendo referência do gênero em todo o Brasil.
Mas, para quem gosta de história, senta que vamos a uma viagem rápida ao túnel do tempo. Os bailes-charme e suas manifestações têm origem na zona norte do Rio. O termo “Charme” foi lançado pelo DJ Corello em um baile no clube Mackenzie, nos anos 1980, localizado no Méier. Antes de chegar em Madureira, o Charme circulou e ganhou fama em bairros como Marechal Hermes e Abolição. Mas foi só em 2019, que o Charme se tornou patrimônio cultural imaterial do estado do Rio de Janeiro, a partir da aprovação da lei elaborada pela deputada estadual Zeidan (PT). Para dançar charme tinha que ter gingado. É um estilo que favorece a coletividade por meio de passos diferenciados, sempre com muito swing e sincronia. Na década de 90, lançaram a pergunta: “Qual é a diferença entre o charme e o funk?”. Em 1995, os DJs Markinhos e Dollores tentaram responder, no disco Rap Brasil vol. 2, que “um anda bonito e o outro, elegante”… Será? Não sei se a resposta satisfez aos mais exigentes frequentadores do baile da época. Mas, foi nessa vibe de nostalgia, passado mais de 30 anos de muita Black Music, que neste último final de semana, misturando Charme, Breaking e Passinho, o viaduto mais charmoso do mundo, o Viaduto de Madureira, recebeu de braços abertos a batalha internacional épica entre os dois tricampeões mundiais da Red Bull BC One, de um lado B-Boy Menno, da Holanda e do outro, B-Boy Hong 10, da Coreia do Sul.
Para quem não sabe, a Red Bull BC One é a maior competição de Breaking 1×1 do mundo. Criado em 2004, o evento é realizado em diversos países, onde a cada ano milhares de dançarinos (ou, agora, atletas) competem em batalhas regionais, as chamadas Cyphers. Após essa primeira fase, os melhores B-Boys e B-Girls se enfrentam na final nacional que, em 2024, será em São Paulo. Os vencedores dessa etapa vão para a final mundial, que volta ao Brasil, depois de 12 anos e acontece no Rio de Janeiro, de 4 a 7 de dezembro.
A festa desse final de semana foi o anúncio oficial desta Final Mundial da Red Bull BC One, estavam presentes no evento, além dos nossos B-Boy Neguin e B-Boy Pelezinho e alguns B-Boys e B-Girls brasileiros, outros grandes nomes internacionais do Breaking como o B-Boy Phil Wizard (Canadá), B-Boy Victor (EUA), B-Boy Matita (Chile), B-Boy Lil G (Venezuela), B-Girl Vanessa (Portugal), B-Boy Broly (Argentina), B-Girl Celestia (Colômbia), B-Girl Isis (Equador), B-Girl Stefani (Ucrânia), B-Boy Lil Zoo (Marrocos) e registrando tudo o incrível fotógrafo Little Shao.
O evento foi comandado pelo DJ Gab e apresentado pelos MCS Coruja BC1 e Marcelo Duguetto e começou com uma disputa entre os dois times, Brasil e Latam. Representando o Brasil estavam B-Girl Toquinha, B-Girl Maia, B-Boy Perninha, B-Boy Kley e B-Boy Branko e no time latam: B-Boy Matita, B-Boy Broly, B-Girl Celestia, B-Girl Isis e B-Boy Lil G, a batalha animou os presentes e preparou o público para o grande momento da noite que seria a Batalha dos Tricampeões.
Um pouco sobre esses B-Boys Tricampeões Singulares:
Imagem: ® Dean Treml
B-Boy Hong 10
Sem dúvida, um ícone do Breaking, sempre desenvolvendo suas habilidades, corporais e mentais. Ao longo de sua carreira histórica e inovadora, o sul-coreano aprendeu que pode fazer o que quiser, contanto que trabalhe muito, se esforce constantemente e seja humilde. Já faz muito tempo que a Final Mundial do Red Bull BC One rolou em São Paulo. Foi em 2006, mas se tem alguém que lembra bem do evento é o B-Boy Hong 10. Foi naquele dia que o sul-coreano, que na época tinha 22 anos, virou campeão pela primeira vez da competição. Hoje, o cara já é tricampeão — ele também venceu em 2013, aos 29, e em 2023, com 39 anos. Declarou: “Não acho que vou atrás do quarto título, vou deixar isso para os mais jovens”, diz Hong 10, que ao levar o cinturão pela terceira vez igualou o recorde de vitórias do B-Boy holandês Menno. “Por enquanto, pretendo me concentrar em trabalhar com a comunidade em vez de competir em batalhas”, conta. Atualmente é membro da crew Red Bull BC One All Stars.
B-Boy Menno
Ele fez o que ninguém jamais havia conseguido: conquistou o cinturão de campeão mundial do maior campeonato de Breaking 1×1 do mundo por três vezes. Membro do Red Bull BC One All Stars, equipe composta pelos melhores talentos da cena Breaking, Menno começou a dançar na pré-adolescência, incentivado por dois primos mais velhos, por volta dos anos 2000 em Tilburg, onde nasceu. Passado alguns anos, o B-Boy holandês, venceu a Red Bull BC One em 2014 e 2017, não participou da edição de 2018, mas resolveu voltar para a disputa porque queria que sua filha o visse batalhar. “Ser pai é uma das minhas maiores motivações no Breaking, porque agora todos os meus esforços não são só por mim, mas também por minha filha”, disse o tricampeão (ele venceu também em 2019) a uma entrevista ao Portal RedBull.com. Mais de vinte anos depois, Menno tem dificuldades de escolher apenas um momento marcante de sua brilhante carreira. “São tantos, mas talvez o maior deles foi quando percebi que estava vivendo uma vida livre e estável fazendo o que amo. Parar de me estressar com o futuro e com estabilidade financeira me possibilitou viver plenamente o Breaking e, nesse sentido, a Red Bull realmente me deu asas”, diz o holandês, em referência ao seu tricampeonato do Red Bull BC One. “As três vitórias me possibilitaram viver o melhor lado da vida.”
O confronto aconteceu e quem estava no evento pode presenciar talvez uma das mais pesadas batalhas que a Red Bull já organizou. Quem é o melhor? Quem venceu? Não teve jurados… Talvez, tenhamos essa resposta se algum desses dois ícones decidirem continuar na busca do quarto título!
Ainda no evento, também teve Batalha de Passinho, que foi um dos momentos mais animados e quentes da noite, com os seguintes nomes: André DB, Vini Brabo, Peterson Sidy, DG Fabulloso, GN Fabulloso e Neguebites.
Depois das batalhas, a festa entrou madrugada adentro, regada por muito Red Bull, Breaking, Charme, Passinho, tudo “junto e misturado” e as pistas ficaram no comando dos DJS Talie, Nobunaga e Totonete.
O Evento “Do Baile ao Breaking” foi um sucesso e também um aperitivo a fim de se preparar para o que vai vir na Final Mundial que acontece no Rio de Janeiro, em dezembro. Se você não quer perder essa festa ainda dá tempo de garantir seu ingresso pelo link redbull.com/bcone
O Portal Breaking World agradece a Red Bull BC One pelo convite e pelos momentos vividos nesse grande evento.
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Com curadoria de Kamau e presença de PK Freestyle, Clara Lima e Bob 13, a decisão do Red Bull FrancaMente acontece neste sábado (30)
Rimando até a final! Com os 16 finalistas já selecionados e a postos para duelos cheios de criatividade e improviso, chegou a hora da grande Final Nacional do Red Bull FrancaMente, um dos principais campeonatos de rima do país. Em sua terceira edição, o torneio tem como palco um local icônico da capital paulista: o Auditório Ibirapuera, projetado por Oscar Niemeyer. Em um clima que mistura muita cultura de rua, música e arte, grandes talentos nacionais do Rap se reunirão neste sábado (30), às 19h, em uma espécie de “ringue lírico” em busca do título nacional.
Aberto ao público e com entrada gratuita, o evento será comandado por Rashid, um dos mais importantes nomes do rap no Brasil que, de modo especial, retorna ao local que foi o seu berço na cultura Hip-Hop, porém, dessa vez, como apresentador.
“Vejo essa experiência como continuidade, uma forma de fortalecer ainda mais o elo entre minha geração de MC’s de batalha e a geração de agora – que é incrível. Simbolicamente, é como ver um ciclo se completando, já que um dia eu fui um desses talentos ali esperando minha vez de rimar”, relembra Rashid que, atualmente, conta com mais de 1 milhão de ouvintes mensais nas plataformas de áudio e acaba de lançar o single “Pílula Vermelha, Pílula Azul”, que inicia uma nova fase na carreira dele. “Quando a gente olha em volta e percebe a quantidade de artistas que foram revelados nas batalhas, fica fácil entender o tamanho da importância disso. Quanto mais estrutura nossos talentos tiverem, mais longe eles e elas chegarão”, finaliza.
Com curadoria de Kamau, o torneio ainda conta com um júri de peso e grandes referências da cena avaliarão os competidores: Bob13, Clara Lima, Slim Rimografia, Léo Cezário e Jupitter Paz. O cantor PK Freestyle comandará a apresentação do chaveamento, e a dupla Carol Anchieta e Mamuti ficará à frente da transmissão ao vivo do evento para o público que não puder comparecer presencialmente, por meio do Youtube.com/RedBullFrancaMente, e também no Tik Tok @redbullbr.
Reunindo talentos de norte a sul do Brasil, o evento, que conta com patrocínio do Spotify, passou por cidades como Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Salvador (BA), Fortaleza (CE) e São Paulo (SP), polos que foram sede das seletivas regionais da competição, de onde saíram 10 finalistas, que se juntarão aos wildcards – convites especiais que selecionam alguns nomes com base em desempenho e forte participação na cena – na grande Final.
O Red Bull FrancaMente é a versão em língua portuguesa do Red Bull Batalla, uma das maiores competições de Rap do mundo, que acontece em países de língua hispânica há mais de 15 anos e chega a receber mais de 17 mil inscritos por ano.
Confira os finalistas
Seletiva São Paulo:
Tubarão Teaga
Seletiva Salvador:
Gorete MCGomes
Seletiva Belo Horizonte:
Neo Martzinn
Seletiva Porto Alegre:
Nicolas Walter MC Cruel
Seletiva Fortaleza:
Tonhão Mandacaru
Wild Cards:
Bl4ck MC Yoga Fampa WinniT Jump Magrão
Imagem: Red Bull Content Pool
SERVIÇO
Red Bull FrancaMente
Data: 30 de abril de 2022
Horário: Abertura às 17h/ Início do show às 19h
Local: Auditório Ibirapuera – Av. Pedro Álvares Cabral, 0 – Ibirapuera, São Paulo – SP, 04094-050
Ingresso: Gratuito
Imagem em Destaque: Fábio Piva / Red Bull Content Pool
Nos próximos dias 19 e 20 de fevereiro acontece no Parque Madureira, que fica entre os bairros de Madureira e Guadalupe, na zona norte do Rio de Janeiro, o evento “Breaking do Verão”. A ideia é mostrar o estilo de dança Breaking que estreia como modalidade olímpica em Paris 2024 e conta com alguns patrocínios: Redley, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura, Red Bull e Dorflex.
São de Fernando Bó, idealizador do evento, as palavras: O “Breaking do Verão” chega para dar mais visibilidade a essa nova modalidade olímpica sem perder a verdade. Acreditamos que essa competição irá fazer com que as pessoas conheçam mais a fundo a cultura e o que está por trás dessa dança desportiva. O Breaking é uma ferramenta de transformação fortíssima e queremos trazer esse olhar para as pessoas”, conclui.
Para Pelezinho, que é um dos grandes nomes do Breaking no país e que se tornou o responsável por colocar o Brasil no mapa mundial do Breaking, sendo o primeiro brasileiro a participar de um campeonato internacional, “o Breaking do Verão é um evento internacional que será um marco. Terá a participação de 32 atletas, sendo 16 B-Boys e 16 B-Girls”.
Em sua 18ª edição, um dos mais tradicionais torneios mundiais de Breaking retorna ao Brasil depois de um ano sem acontecer por causa da pandemia. Com inscrições abertas a partir desta segunda (30), o Red Bull BC One reunirá os mais talentosos dançarinos para mais uma disputa de alto nível. As inscrições podem ser feitas por meio do site www.redbull.com.br/bcone. Para conectar os mais talentosos dançarinos do país, o evento conta com seletivas regionais, as chamadas “Cyphers” – que, neste ano, não permitirão a presença de público – nas cidades de São Paulo (SP), Fortaleza (CE), Curitiba (PR) e Brasília (DF). Os 16 B-Boys e 16 B-Girls que se destacarem nesta primeira fase se enfrentarão na Final Nacional, visando à uma vaga por categoria na etapa mundial do evento, que ocorre na Polônia, em novembro. A disputa deste ano, que conta com a participação de mais de 30 países, marca a primeira edição após a entrada oficial da modalidade no maior evento multiesportivo do mundo: as Olimpíadas. No júri da etapa nacional, conhecidos nomes avaliarão os dançarinos brasileiros, como o B-Boy Pelezinho, lenda do Breaking e figura presente na cena há mais de 20 anos; o B-Boy Neguin, colecionador de diferentes títulos mundiais; e a veterana B-Girl FabGirl. O Portal Breaking World não poderia deixar de falar sobre esse grande evento e para sabermos detalhes convidamos o B-Boy Pelezinho para mais uma animada conversa sobre a 18ª edição da Red Bull, os principais detalhes e dicas para quem pretende participar, falamos sobre Cyphers regionais, o nacional e o evento mundial, sobre o Breaking nas Olimpíadas e o recente interesse de novas marcas nesse elemento do Hip-Hop e, também, olhamos para o futuro falando da nova geração. Bom, vamos a mais essa entrevista que está show porque esse ano, segundo o Pelé, “o chão vai estalar e o bagulho será louco na BC One”.
BW: Pelezinho, o Campeonato da Red Bull BC One chega a 18ª edição. E num tempo de Pandemia! Fale um pouco da preparação desta edição, dos cuidados que estão sendo tomados e como vai acontecer em todos os estados e na final nacional e mundial… Afinal, foi um ano sem acontecer no Brasil…
Pelezinho: Sim, é a 18ª Red Bull BC One, é uma vida né? Ficamos um ano sem ter o evento devido a pandemia, mas esse ano, graças a Deus, vamos ter a oportunidade de ter a Red Bull BC One Cypher Brazil. Sim, estamos tendo todos os cuidados, em todas as cyphers os dançarinos que estiverem inscritos serão testados para Covid-19. Serão só os dançarinos, jurados, DJ’s e MC ́s e a galera que vai estar trabalhando, então, serão pouquíssimas pessoas e na parte internacional eu também acredito que será isso na final mundial. Só os dançarinos e o pessoal envolvido. Lá na Polônia, eu acredito que, por ser um país menor, a situação está controlada, pode até ter algumas pessoas assistindo, mas aqui no Brasil serão só dançarinos, DJ’s, MC’s e profissionais envolvidos.
BW: Na sua opinião, qual o nível de competidores esperado nesse evento? Pois se por um lado houve tempo para treinar, por outro houve várias dificuldades, falta de espaço, locais fechados antes usados para treinos, ausência do contato humano em outros eventos, alguns tiveram Covid-19, outros deixaram de treinar por medo de contrair a doença…
Pelezinho: Nesse tempo de pandemia foi complicado para a galera que vive da dança, que depende de eventos, de projetos, de competições, eu sei que foi difícil para muitos e ainda teve pessoas que perderam familiares, aqueles que pegaram o vírus, foi complicadíssimo. Mas teve um lado bom dessa parte, a galera teve tempo para pensar, tempo para entender o que estamos vivendo mesmo que com dificuldades. Eu acredito que muitos tiveram a possibilidade de praticar solo para poder entender alguns movimentos que eles não estavam fazendo ou que eles estavam criando uma transição, então tem esse lado e também justamente por ter ficado tanto tempo sem evento… Teve eventos on-line, mas sem dúvida é diferente! E agora com o Red Bull BC One, eu acredito que os dançarinos vão pegar todo esse tempo, toda essa energia contida e vão jogar nessas batalhas que vão ter. Então, eu acredito que o nível será alto este ano!
BW: Que exigências vão existir por parte da Red Bull para os que vão participar da Cypher e depois da nacional e do mundial? Você já falou dos testes mas serão exigidos cartão de vacina? Uso de máscaras?
Pelezinho: Em relação a competição aqui no Brasil, quem fizer o teste e estiver okay, dança! Quem der positivo, volta para casa! Vai ter um local especifico onde vai ficar a galera que vai participar e vai ser separado as meninas e depois, os meninos, para não ter aglomeração. Vai ter que usar mascara no local onde eles estiverem, mas na hora da batalha não, a não ser se o dançarino desejar usar. Em relação a Polônia, acredito que até lá alguns dançarinos já estejam com as duas doses da vacina e não terá problema.
BW: Em que local será a Cypher São Paulo?
Pelezinho: Nesse momento eu ainda não sei onde será a Cypher São Paulo. Mas logo mais já teremos as informações e as pessoas devem ficar de olho! Agora, vamos seguir com as Cyphers Fortaleza, Brasília e Curitiba.
BW: Novamente como jurado. Fale um pouco do seu critério de julgamento e os pontos que leva em consideração na hora de avaliar a performance de um dançarino? No meio do Breaking fala-se de tudo e muitas vezes de todos a afirmação que “Quando o Pelé não gosta de alguém, essa pessoa não entra!”, como você se sente quando escuta coisas assim? Que recado você daria para as pessoas que pensam assim?
Pelezinho: Você viu, né? Mais uma vez como jurado! É muita responsabilidade todos esses anos, então, eu acredito que estou fazendo um bom trabalho para ser jurado por tantos anos! Sobre os critérios, todos sabem que é musicalidade, criatividade, os movimentos bem executados, mostrando algo bonito para os jurados. São três cabeças pensando diferente, mais ao mesmo tempo, focados na dança Breaking, então, cada um sabe o que tem que fazer. O mais importante é ir lá e mostrar o porquê você está ali e o porquê você quer ser campeão, então, ganha! Quando as pessoas falam que o Pelé é isso ou aquilo: gente! Eu não sou o dono da Red Bull, eu sou só uma pessoa que tenho uma história dentro da empresa, eu fui o primeiro dançarino [brasileiro] a competir na Red Bull 2005, de lá para cá, eu tenho um contrato com a Red Bull desde 2006, então, eu fiz muitas coisas e venho fazendo ainda. Eu não sou dono da BC One e é chato quando as pessoas pensam dessa maneira, acham que eu mando em alguma coisa, mas na verdade eu procuro o melhor para a dança no Brasil, eu procuro ajudar da melhor forma e quando tem o período que vai acontecer o Red Bull BC One, procuramos as melhores situações para poder realizar o evento, porquê o evento é para dançarinos e dançarinas e, frisando mais uma vez, eu não sou o dono da Red Bull. E o mais importante de tudo isso é o respeito e a consideração que a empresa Red Bull tem por mim.
BW: No passado, você organizou uma edição da Red Bull “Under My Wing”, focado nos jovens, existe o desejo de fazer novamente, já que a nova geração em todo o mundo cada vez está chegando mais nova e com toda força? Nas Olimpíadas, por exemplo, no Skate tivemos um pódio com nossa Rayssa e mais duas meninas que tinham menos do que 17 anos. E no Breaking também se levanta uma nova geração forte, com pouca idade, sim, mas com muito talento, vigorosa em todo o mundo, seria o momento de olhar para o futuro e fazer uma nova edição?
Pelezinho: Sobre o Red Bull Under My Wing, poxa, eu lembro até hoje, foi um dos projetos mais incríveis que eu tive a possibilidade de participar, de ajudar a criar um formato um pouco amplo, porque na época ele era voltado só para workshop e aí eu lembro que, quando chegou o projeto, chegou o convite, eu achei interessante acrescentar mais coisas, na época, porque realmente descobrimos novos talentos e 16 jovens talentos e aquilo foi incrível, foi de onde saiu o Leony, praticamente até então o Leony nunca tinha saído de Belém, ele era do Projeto Curumim e eu gostaria muito, mas muito mesmo, que tivesse uma nova edição aqui no Brasil. Poderia ser com o Neguin, pegando a história do Leony, mas o importante era ter novamente e principalmente agora, num momento como esse de Breaking nas Olimpíadas, dentro de uma pandemia, entender tudo o que essa garotada nova está passando, está vivendo, eu gostaria muito que voltasse esse projeto. Na época, só foi o Lilou que tinha feito. O que foi feito aqui comigo no Brasil foi mais amplo, eu lembro que quando eu peguei, falei: será que eu posso trazer para a minha cidade? Mostrar para eles onde tudo começou? Mostrar a minha parte dentro do Breaking? Foi um baita projeto!
BW: Depois de Tóquio, das Paralimpíadas, o foco agora é Paris 2024. E o Breaking é a bola da vez! O que você acha de outras marcas e outros energéticos neste momento estarem se aproximando da Cultura Hip-Hop e do elemento Breaking? Como a Red Bull vê isso?
Pelezinho: Sobre as Olimpíadas de Paris, já estão aí, são praticamente 3 anos. Já deu para perceber que eles vão focar bastante no Breaking, até devido as transições que eles estão querendo, que é mais a garotada, os jovens e queira ou não, na hora que a galera que não está acostumada com o Breaking ver aqueles movimentos que a gente faz, que consegue ver o mundo de ponta-cabeça (sic), o mundo girando, será demais! Desde o início, quando eu recebi as informações, eu sempre fui a favor do Breaking nas Olimpíadas, portas vão se abrir, como você mesmo, em relação às marcas. Poxa, é importante, né? Eu sei que agora vai abrir aquele leque grandão, as pessoas oportunistas para poder mostrar suas empresas, que eu que tenho mais de 20 anos dançando penso: Por quê essas marcas não poderiam ter chegado antes? Mas tudo bem, está tudo certo! A cena da dança agradece! Eles estão chegando agora! E sobre as marcas de energéticos, a Red Bull praticamente é a pioneira! Porque vem desde 2001 voltada ao Breaking! Só espero que isso tudo dure, né? Que não seja apenas uma onda! Uma pequena onda! Espero que seja uma grande onda e consiga carregar muitas pessoas. E como algumas pessoas sabem, até dançarinos que são patrocinados por outra marca de energético competem na Red Bull BC One, então, quem defende seu patrocínio a galera da Red Bull não implica, respeita, será que nos outros eventos aí se tiver eles vão também respeitar? Então, já fica essa ideia minha aí para a galera que está chegando agora de outros energéticos pensar… Respeita nossa história! Respeita nossa Cultura!
BW: Na final mundial na Polônia teremos B-Boys e B-Girls brasileiros convidados diretos a participar?
Pelezinho: Sobre o campeonato mundial eu não tenho a informação se terá algum brasileiro convidado direto, mas quem sabe né? A Red Bull sempre gosta de fazer aquele suspense e é até bom, porque a galera fica toda elétrica. Mas esse ano aqui no Brasil o bicho vai pegar! Na final nacional eu tenho certeza que o coro vai comer! (risos).
BW: A Cypher São Paulo acontece no dia 2/10 e a final nacional no dia 3/10. Olhando a proximidade das datas, isso não interfere no rendimento dos dançarinos?
Pelezinho: Cypher São Paulo dia 2 de outubro, onde vai ter aquela galera, os inscritos e no dia 3 de outubro, no dia seguinte, a final nacional. Então, quem passou, quem sem classificou, quem veio de outras Cyphers classificados, eu não vejo problema nenhum de quem está em São Paulo participar num dia e depois no outro e outra, o lado bom, serão dois dias ali e aquela adrenalina e tal. Para quem não lembra, o Leony saiu do Brasil, foi para o Japão, chegou num baita fuso horário, ganhou lá de todos os B-Boys que tinha, não dormiu direito, adrenalina estava a milhão, foi para o evento versus Taisuki, abriu o evento, fez as três entradas dele, não ganhou do Taisuki, agora, para e pensa, eu nunca escutei ele falar que estava cansado… Só uma dica que eu dou para a galera: aproveita esses dois dias, principalmente quem estiver participando da eliminatória São Paulo, se motiva nesse dia, não vem falar que está cansado, cai para dentro!
BW: Que recado você mandaria, que dicas você daria para todos que já se inscreveram ou que ainda vão se inscrever nesta 18ª edição?
Pelezinho: A dica que eu dou para quem se inscreveu ou que ainda vai se inscrever para participar das Cyphers regionais e a nacional: galera, aproveita esse momento que a gente tem, de realizar o Red Bull BC One esse ano! Muitas pessoas têm o sonho de participar desse evento. Faça por você e faça pela sua história, se é isso que você quer, então faça de verdade! Porque talvez você pegou a vaga de uma pessoa que estava querendo muito participar, essa é a minha dica. Com certeza, muitas pessoas vão ficar de fora por não ter conseguido fazer a inscrição a tempo por causa da pandemia!
“Eu percebi que o Brasil não me oferecia muita coisa e resolvi me projetar para fora, onde a minha arte é mais valorizada! ” (B-Boy Neguin)
Ele é de Cascavel, Paraná, mas hoje mora em New York e se considera um mensageiro da Cultura Hip-Hop e da arte. Com 33 anos, é considerado um dos melhores B-Boys do mundo. Conhece mais de 141 países e já participou de mais de 100 campeonatos internacionais, sendo o único latino-americano e brasileiro a conquistar o cinturão de campeão da Red Bull BC One. Também coleciona outros títulos, destaque para: UBC Championship em Las Vegas, Unbreakable, Freestyle Session e Outbreak Europe. Foram vários mundiais 1 vs 1, onde foi o único brasileiro a alcançar esses títulos até hoje. Trabalhou com grandes nomes internacionais como Fergie, Gwen Stefani, Sean Paul, Justin Timberlake, Paul McCartney e Missy Elliot. Estamos falando de Fabiano Carvalho Lopes, mais conhecido na cena e no resto do mundo como Neguin. O nosso Neguin do Brasil! O Portal Breaking World bateu um papo com ele e hoje apresentamos com exclusividade para vocês:
BW: Queria que você falasse como foi sua infância. O que gostava de fazer quando criança e que lembranças tem dessa época? Foram tempos difíceis ou tranquilos?
Neguin: Minha história começa em Cascavel, no Paraná, eu comecei na capoeira aos três anos de idade. E, depois de 10 anos praticando capoeira, me interessei em aprender uma cultura diferente, então, eu despertei o interesse e comecei a praticar a Cultura Hip-Hop. Eu pratiquei todos os elementos da Cultura Hip-Hop, mas o que eu mais me destaquei foi o Breaking, devido eu já ter toda essa filosofia e conhecimento da capoeira. Então, eu mesclei as duas artes que englobam várias artes em uma só e a partir dali dei início a uma nova trajetória dentro da Capoeira e do Breaking, onde sou reconhecido mundialmente hoje. Mas, nesse período de criança, da infância, eu me envolvi também com outras atividades, o skate, o jiu-jitsu, sempre me envolvi com artes, pinturas. Sempre fui um menino voltado a aprender coisas novas que me inspiravam artisticamente. Sim, foram tempos difíceis devido ao nosso país não proporcionar apoio e nada, eu vim de família super humilde, que sempre apoiaram a minha arte, mas financeiramente sempre houve um obstáculo de viajar, ir para outros estados para poder competir, mas foi uma infância muito saudável, curti muito e ainda curto. Hoje estou com 33 anos, mas eu ainda me sinto aquele moleque de 13…
BW: Quando você disse: “É isso que eu quero para minha vida”? A capoeira, o jiu-jitsu vieram antes da paixão pela dança?
Neguin: Foi quando eu terminei o ensino médio e a capoeira e o jiu-jitsu chegaram antes do Breaking, sim. Eu terminei o ensino médio, comecei a trabalhar, eu teria a capacidade de ser um gerente numa empresa mas não foi isso que eu escolhi, pois a minha arte sempre falou mais forte e eu me joguei, peguei a primeira oportunidade e saí para fora do país, como competidor de Breaking e aproveitei essa oportunidade e me destaquei, a partir dali eu já fiz o meu cartão de visita, as pessoas identificaram o meu talento e eu comecei a viajar para outros países, em princípio para competir e, obviamente, eu comecei a ministrar palestras, workshops e tal, e surgiram outras coisas como Cirque du Soleil, comecei a trabalhar com a Madonna e minha carreira teve uma projeção rápida, ainda nos meus 19 e 20 anos.
BW: Verdade que você sofreu grandes influências dos seus irmãos que dançavam e faziam ensaios em casa? O que eles dançavam? Nos fale um pouco dessa convivência com os irmãos e como passou a entender a dinâmica da música e da dança?
Neguin: Sim, os meus irmãos dançavam o estilo deles de “club”, os “flashbacks” e foi minha irmã que me introduziu na capoeira. A minha família sempre me inspirou na arte, mas o estilo de dança deles era de passinho e tal, mas o que me influenciou bastante foram as músicas que eles escutavam na época. Escutavam flashbacks e as músicas mais clássicas e obviamente passando pelo Techno e música eletrônica. Eu cresci ouvindo música eletrônica e mesmo quando eu comecei a praticar o Breaking eu ia também nas festas raves, então, a música eletrônica sempre esteve presente dentro do meu estilo.
BW: Nos fale um pouco sobre inspirações… houve pessoas que te inspiraram na dança? Queria que você falasse também da fusão de Breaking, capoeira, movimentos acrobáticos, jiu-jitsu. No Breaking houve movimentos mais difíceis de aprender ou você sempre teve facilidade em todos?
Neguin: As inspirações, como qualquer arte que você aprende no início, lógico que tem várias inspirações, várias pessoas que são referência na modalidade, então, as minhas maiores inspirações foram vários dançarinos. Ken Swift, K-Mel, os membros da minha equipe, Pelezinho, antes de o conhecer eu já admirava bastante o trabalho dele e a minha mesclagem com a capoeira é um complemento, toda movimentação da capoeira introduzida no Breaking é uma característica minha e vice-versa e o Breaking sim, tem o grau de dificuldade mais difícil que a capoeira, mas um complementa o outro e a dedicação em cada movimento e cada etapa dentro do que você pratica acaba se adaptando e desenvolvendo uma movimentação nova. Enfim, um complementa o outro.
BW: Fale dos principais eventos que participou e que foram especiais para você?
Neguin: Eu participei de mais de 100 campeonatos internacionais, eu sou o único latino-americano, o único brasileiro a ser campeão mundial do Red Bull BC One, eu sou o campeão de 2010, também ganhei outro mundial chamado UBC Championship, em Las Vegas e ainda Unbreakable, Freestyle Session e Outbreak Europe. Foram vários mundiais 1 vs 1, eu fui o único brasileiro a alcançar esses títulos. No Brasil, participei de vários também menores, mas o início da minha carreira como competidor já me destaquei mais nos eventos internacionais, então, uma vez que eu entrei no circuito internacional, as batalhas foram em todos os continentes e eu já viajei a 141 países e dentro desse número, pelo menos nuns 80 eu estive competindo.
BW: Neguin, viver da dança é um desafio? Recentemente vi um depoimento seu onde dizia que você conheceu o mundo através da dança e da Cultura Hip-Hop. Que dicas você dá para quem pretende viver da dança?
Neguin: Sempre será um desafio como artista ter obstáculos a serem enfrentados. Primeiramente, você tem que acreditar na sua arte, ser bom naquilo que você faz, se dedicar, porque nada na vida vem fácil, é muita dedicação, muita disciplina e é preciso ter foco, ser focado nessa arte e ver o que o mundo te oferece para facilitar esse espaço para você, no meu caso era sempre difícil, mas eu pensava “eu vou me preparar para quando rolar a oportunidade eu estar pronto, então, o que vou precisar? Vou precisar do e-mail? Vou! Vou precisar falar inglês? Opa, não falo inglês, então, vou praticar inglês, não vou ficar no Facebook falando com as garotinhas. Eu vou afiar o meu inglês para que eu esteja preparado para viajar para o exterior”. Então, é uma questão de preparação! Falar inglês, estudar a sua arte! Ter todo o conhecimento para investir na sua arte, no seu talento, aproveitando as oportunidades que virão e a partir dali ter o que chamamos de sucesso! Para chegar no sucesso, precisa valorizar a sua arte e estudar muito!
BW: Atualmente, onde você mora? Como foi sair da sua terra e viver em outro país, com outro idioma e outros costumes? Como foi essa transição e adaptação?
Neguin: Atualmente, eu moro em New York, essa cidade sempre foi a minha base, eu morei na Califórnia um tempo, mas atualmente eu moro em New York. Com as viagens que eu fazia como competidor, através das minhas viagens com a dança, com a capoeira e o jiu-jitsu, eu percebi que era o lugar que eu me identifico muito, é um local onde as oportunidades estão aqui para tentar! Tanto New York como São Paulo não é nada fácil, é o mesmo perrengue e a mesma correria, porém, eu sempre gostei da Cultura Hip-Hop e como nasceu lá e a Cultura House Dance no contexto geral, New York despertou essa minha possibilidade de viver lá, então, me projetei para viver naquele local e já tem 12 anos que moro lá. Não me lembro muito das dificuldades do início, mas olha, eu não olhei para trás não! Eu percebi que o Brasil não me oferecia muita coisa e resolvi me projetar para fora, onde a minha arte é mais valorizada!
BW: Parece que você conseguiu rapidamente se conectar com as pessoas certas, trabalhando com celebridades como Madonna, Fergie, Gwen Stefani, Sean Paul, Justin Timberlake, Paul McCartney and Missy Elliot. Nos conta como tudo aconteceu?
Neguin: O meu talento sempre se destacou de uma certa forma, as redes sociais também, a internet facilita esse traslado, o network com as pessoas que eu conheci. Eu já estava morando em New York quando a Madonna assistiu um vídeo que mostraram para ela e ela ficou sabendo que eu estava em New York, ela foi no clube onde eu estava e falou: “eu quero ir lá ver quem é esse cara e vou conhecê-lo”. Na verdade, a Madonna foi até uma festa onde eu estava dançando em pessoa, você vê como em New York tem uma realidade bem diferente, a celebridade, a ícone da música pop chegou lá na festa, como uma cidadã comum, né? Ninguém olhou para ela como celebridade e a partir dali eu comecei a trabalhar com ela, aí a história vai muito mais a fundo. O meu network sempre foi voltado a estar em lugares e representar bem quem eu sou, representar a minha imagem, representar o Brasil, eu acho que isso reflete em todos os meios, seja num show, seja num vídeo. Seja na rede social.
BW: Falando especificamente da Madonna, nos conte sobre o tempo que dançou e trabalhou com a Rainha do Pop. Como foi essa oportunidade e o que lembra desse período?
Neguin: Eu conheci a Madonna em 2009, então, eu fiquei de 2009 até 2014, foram 5 anos, eu desenvolvi trabalhos com ela como performance, como coreógrafo nas turnês e acabei também ficando com ela! Eu tive um “affair” com ela também, durante um ano, poucas pessoas sabem disso, mas aconteceu, foi uma coisa bem saudável, um relacionamento saudável, teve toda a dinâmica, a gente ainda conversa, ultimamente pouco, faz muitos anos que não nos vemos, mas sempre trocamos ideia pela internet, mas foram 5 anos de trabalho e tive essa experiência muito legal.
BW: E o Cirque du Soleil? Fale como surgiu o convite e como foi essa experiência?
Neguin: O Cirque du Soleil desenvolvo trabalhos com eles desde 2008, mas eu sempre trabalhei com eles num formato de fazer shows de viagens e turnês e não num lugar fixo em Las Vegas, então, sempre fiz shows em Andorra, na Europa, no México onde eles me chamavam. Aí eu ia fazia um mês, às vezes ou uma semana. Ou shows específicos numa reunião ou num evento, então, eu sempre trabalhei em turnê com o Cirque du Soleil. Isso aconteceu em 2010, 2014, 2016, ou seja, sempre estou fazendo shows com eles. Então, o meu relacionamento é desde 2008!
BW: Em 2010, como você mesmo falou, você foi o único latino-americano, único brasileiro a vencer o Red Bull BC One, que é um dos maiores campeonatos 1vs 1 do mundo. E as pessoas o têm como referência. O que na sua opinião foi determinante para esse sucesso?
Neguin: A diferença é nítida, se eu cheguei lá é porque eu sou autêntico através da minha arte de representar quem eu sou e o que eu aprendi, nesse caso, a capoeira misturando e tendo uma identidade específica, não sendo igual a todos. Eu não sou que nem o europeu, asiático ou americano. Eu tenho características brasileiras! Afrodescendente, toda a mistura que o Brasil nos oferece, então, isso caracterizou muito o meu estilo, o meu talento. E seu eu cheguei lá foi porquê eu busquei isso! Eu passei as dificuldades, superei todos os obstáculos e foquei naquilo, o foco e a disciplina ajudaram que eu alcançasse o que alcancei. Então, se eu consegui, qualquer um pode conseguir também! Basta ter esses princípios para ser autêntico, original e ter foco e força na disciplina!
BW: Bom, atualmente o assunto que mais se fala aqui no Brasil entre B-Boys e B-Girls é o fato do Breaking ter entrado para os Jogos Olímpicos. O que acha sobre isso? Na sua opinião temos B-Boys e B-Girls preparados para competir de igual para igual com outros países e trazer uma medalha olímpica para o Brasil? O que acha do nível dos nossos B-Boys e B-Girls atualmente?
Neguin: Essa é uma conquista extremamente importante, não que o Breaking precise das Olimpíadas, mas com certeza nessa nova plataforma, que são os jogos olímpicos, isso vai fazer com que as pessoas que não conhecem o Breaking vão ter uma visão de conhecer um pouco mais, então, isso veio para somar. Referente ao Brasil, somos um dos povos mais reconhecidos no circuito mundial, eu acredito que os brasileiros têm sim um grande potencial de trazer medalhas e representar mas vai ter que correr atrás, bastante, porque têm outros países que já são maiores potências, ter mais disciplina, ter mais apoio. Tipo a Rússia, a China e, então, para os brasileiros, acho que vão precisar continuar praticando e estudando, ter todo esse lado de ajuda, de tentar ajudar o país o melhor possível com toda a minha bagagem como competidor, mas é isso… As Olimpíadas eu apoio totalmente, porque o Breaking não é um esporte apenas, é uma cultura, mas também somos atletas, querendo ou não, então, seja um campeonato da Red Bull BC One, seja nas Olimpíadas ou numa batalha da esquina o Breaking vai estar presente em todas as plataformas e torcemos para que os brasileiros tenham grande destaque e nos representem bem e esperamos também que o Brasil apoie um pouco mais seus competidores, seus atletas! Vamos ver o que rola…
BW: Para finalizar, queria que falasse sobre o Programa da MTV “De férias com o Ex” que participou recentemente. Foi desafiador?
Neguin: A participação veio através de um convite logo em novembro, e eu resolvi participar porque eu não estou viajando muito, então, estou disponível e usei o programa como uma forma de experiência nova para mim e ao mesmo tempo representar o que eu faço dentro de um ambiente que é bem diferente do que eu faço, então, entrei lá como atleta e toda a minha vida, style, que tem esse lado de curtição, foi uma experiência muito boa para mim e vamos ver agora como vai ser, eles vão lançar essa semana, por ser um programa editado espero que a repercussão da minha imagem seja bem positiva e que tragam novos públicos e pessoas que não me conheciam e passem a me conhecer vendo o que faço artisticamente.
BW: Que mensagem você deixaria para todos os B-Boys e B-Girls que curtem o seu trabalho?
Neguin: A mensagem que eu deixaria é gratidão! Eu tento sempre inspirar essas pessoas e cada um ensina um (risos), então, eu acho que se eu posso inspirar milhares de pessoas, que as pessoas que se inspiram em mim possam fazer o mesmo! A minha mensagem é que estamos todos num mesmo barco, somos todos mensageiros da arte e da Cultura! Abraço a todos!
Fotos: Arquivo Pessoal
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“O acordo ressalta o compromisso do WDSF em dar à comunidade do Breaking as melhores plataformas possíveis para mostrar seus talentos, ao mesmo tempo que ajuda a impulsionar seu desenvolvimento em todo o mundo” (Shawn Tay)
A World DanceSport Federation (WDSF) anunciou a assinatura de uma parceria de quatro anos com a Red Bull GmbH.A aproximação visa promover o desenvolvimento do Breaking em sua jornada olímpica, incluindo o lançamento do “WDSF Breaking for Gold World Tour” que começa em 2021.
A colaboração pretende criar grupos de trabalho dedicados, envolvendo a comunidade do Breaking e a introdução de projetos de desenvolvimento projetados para crescer o Breaking globalmente, com foco particular nos países em desenvolvimento e aqueles com pouca ou nenhuma experiência anterior com o Breaking competitivo.
Mais detalhes vão ser anunciados nas próximas semanas, conforme a evolução da parceria. “O acordo ressalta o compromisso do WDSF em dar à comunidade do Breaking as melhores plataformas possíveis para mostrar seus talentos, ao mesmo tempo que ajuda a impulsionar seu desenvolvimento em todo o mundo”, disse o presidente do WDSF Shawn Tay. “Com a experiência, o know-how e a rede que a Red Bull e a WDSF trazem para a mesa, estamos entusiasmados com o futuro do Breaking como parte do Movimento Olímpico.”
O Comitê Olímpico Internacional (COI) incluiu oficialmente o Breaking no programa de esportes para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, isso aconteceu em dezembro de 2020, após sua estreia bem recebida nos Jogos Olímpicos da Juventude em Buenos Aires 2018. Em 2019, o WDSF World Breaking Championships foi realizado com sucesso em Nanjing, China, com a próxima edição marcada para acontecer neste verão, se a pandemia permitir.
Apesar da pandemia, o Breaking continua crescendo e sua popularidade vem aumentando, sendo incluido nos programas dos Jogos Asiáticos e Jogos Mundiais de 2022 e nos Jogos Olímpicos da Juventude de 2026, entre outros.
Foto: Divulgação Red Bull
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“A dieta do pobre é não morrer de fome. A fome foi muito presente na minha vida por muitos anos.” (B-Boy Till)
Ele é de Quintino Cunha, bairro que fica em Fortaleza, no estado do Ceará. De uma família humilde, teve uma vida difícil, o que não o impediu de correr atrás dos próprios sonhos.
Foi com a mãe que também foi pai que aprendeu a ler por meio de uma cartilha, sendo o único da família a terminar o ensino médio. Sua paixão sempre foi a capoeira, mas foi por intermédio do Breaking que criou asas e voou de encontro aos próprios sonhos, ganhando a etapa nordestina do “Red Bull BC One” e, depois, a “Cypher Brasil”, numa disputa emocionante que pegou fogo em uma das noites mais frias paulistanas em 2019, o que o levou em seguida para a Índia, junto com mais dois brasileiros, B-Boy Bart e B-Girl Itsa, representando o Brasil.
Sem dúvida, ele escreveu o nome na história e está entre os melhores B-Boys brasileiros! Estamos falando de Francisco Cleiton Verçosa, da Perfect Style Crew ou, somente, Till. O Portal Breaking World teve a satisfação de conversar com ele e abordar vários assuntos sobre a vida e a dança do atual campeão da “Red Bull Cypher Brasil”.
Veja a entrevista na íntegra:
BW – Fale sobre a sua infância, onde nasceu e foi criado, sobre a sua família. Quando você teve o primeiro contato com a Cultura Hip-Hop?
Till – Eu sou de uma família humilde, que sempre lutou pela sobrevivência do cotidiano. Nascido em Fortaleza-CE, no bairro Quintino Cunha. Na minha infância, no período de 1 a 4 anos, lembro que nunca ficávamos no mesmo lugar, minha mãe, sendo pai e mãe para nós (4 filhos – 3 homens e 1 mulher). Nunca consegui estudar direito. Já morei em vários lugares de Fortaleza, chegando a morar até em um interior próximo à cidade. Itaitinga para ser exato. Esse foi um lugar onde passei muitos anos de necessidade, mesmo com casa própria. Até voltar para Fortaleza e, desde então, sempre morar de aluguel. Desde quando morávamos juntos, meus irmãos, minha mãe, minha tia e eu e várias outras pessoas, incluindo uma prima minha, sempre foi uma luta cansativa e sempre via o resultado da mãe no final do dia antes de irmos dormir. Aprendi a ler em casa com a minha mãe, com uma cartilha do ABC. Depois mudamos para Antônio Bezerra-CE, que é onde vivi o restante da “infância” e quase toda a minha vida até hoje. Estudei, único da família a terminar o ensino médio e sempre buscando algo melhor por meio da arte para minha mãe e tia, que moram comigo. Meus irmãos estão cada um em suas casas, com seus parceiros. Atualmente, tenho 25 anos e em 4 dias faço 26.
BW – É verdade que sua paixão pelo Breaking começou quando assistiu a uma apresentação na escola onde seu sobrinho estudava? Conte como foi isso.
Till – Um certo dia levei meu sobrinho para a escola, para praticar o Hip-Hop e, quando vi, me apaixonei. Na época, tinha 14 anos e já praticava capoeira, que também amo.
BW – Com que idade começou a dançar Breaking? Alguém te ensinou? Quem eram suas referências?
Till – Comecei com 14 anos. No Breaking era muito difícil ter uma didática de como compartilhar o Breaking/Hip-Hop para os demais aqui na minha cidade, sinto que no meu começo muitas pessoas não me passavam bases, steps, movimentos, porque viam uma capacidade, uma força de vontade tão grande de querer entender/aprender aquilo que estava vendo, que isso causou inveja em algumas pessoas próximas. E isso me atrapalhou muito. Tive muitos incentivadores, mas hoje vejo que eram aproveitadores do meu talento. Mas, apesar disso, sou muito grato a todos que já passaram pela minha trajetória de vida. E deixo bem claro do quão sou grato. Há uns 9 anos, achava que só existiam competições, cyphers, outros treinos, só no exterior. Se a galera fosse menos egoístas na época, talvez, meu Breaking seria mais aproveitado, como faço hoje em dia e, quem sabe, minhas condições estariam até melhores. Mas Deus sabe o que faz.
BW – Li que antes do Breaking outra paixão era a capoeira. Acredita que o fato de você ser capoeirista o ajudou no Breaking?
Till – A capoeira te ensina muita coisa, sem ela, não teria a disciplina mental e corporal que tenho hoje. Sem falar da flexibilidade que adquiri, praticando-a.
BW – Fale sobre o seu gosto por desafios e todo o preparo físico necessário para se alcançar um bom rendimento.
Till – Sempre gostei de desafios para aprender algo novo. E por isso, exploro todo meu corpo, além de exercita-lo, para deixá-lo inteligente, possível para fazer o que eu penso ou vejo de novo.
BW – Nos conte como são seus treinos, quantas horas e quantos dias da semana dedica a isso?
Till – A meta é treinar todos os dias, mas, agora, estou na fase adulta e tenho prioridades, como, por exemplo, ganhar dinheiro para pagar as contas do fim do mês, então, não tem como me empenhar todos os dias só no meu Breaking, apesar de também ser meu trabalho. Mas amo treinar e gosto de dar o meu máximo todas as vezes que treino.
BW – Procura manter alguma alimentação especial?
Till – Costumo falar que a dieta do pobre é não morrer de fome. Porque a fome foi muito presente na minha vida por muitos anos. Eu deixei de comer algumas coisas por falta de condições e porque também faziam mal à minha saúde, tipo, refrigerantes, salgados, pizza, guloseimas, e etc. Só não deixei completamente, porque como disse, como tudo, mas amo treinar muito.
BW – Você trabalha com dança e dá aula na sua cidade? Fale desse trabalho.
Till – Atualmente trabalho na empresa “Beach Park” com a função de animador/bailarino e com o meu Breaking, passando workshops e julgando eventos. Gosto de ser digital influencer no Instagram, que é onde consigo me comunicar com todo mundo.
BW – O que passou pela sua cabeça quando decidiu concorrer na “Red Bull”? Achou que chegaria onde chegou?
Till – Quando participei da “Red Bull” pela primeira vez, achei que os jurados sempre me dariam uma chance de mostrar o meu potencial. Fui treinando. Sem pretensão nenhuma de passar ou ser melhor que ninguém, apenas mostrar algo massa e movimentações originais minhas para a galera e, no final, tudo deu certo. Fui para o mundial!
BW – Como foi no dia da “Cypher Brasil”? Deu nervosismo ou aquele frio no estômago? Ou você se sentiu confiante?
Till – Estava chateado porque cheguei durante o evento. Cheguei 20h no sábado, o evento sempre começa na sexta e vai até o domingo. Bateu o nervosismo, o lugar era horrível de respirar, passei mal na semifinal, contra o participante Onnurb, ele também. Então, foram turbilhões de coisas ruins, mas aguentei e firme em Deus. No final, tudo deu certo!
BW – Na sua opinião, o que o levou a ser o campeão da “Cypher Brasil”? Na final, você e o Ruddy, dois grandes B-Boys brasileiros, como foi esse momento?
Till – Eu estava apostando na minha originalidade e o Ruddy na dele, então, eu acho que essa confiança de si próprio é que nos faz acreditar que podemos, sim, chegar lá e representar. O Ruddy já é veterano, muita experiência e viagens para o exterior. A minha ali ia ser a primeira. Mas deu certo, acho que só em eu ter chegado na final estava ótimo.
BW – Teve muita comemoração no Nordeste quando saiu o resultado? Qual foi a reação da família e de amigos?
Till – A reação é sempre não acreditar no que tá acontecendo. Mas esse era meu objetivo e consegui concluí-lo. E fiquei tranquilo, mas por dentro muito feliz. Pelo que eu vi de algumas pessoas, feliz e outras confesso que não entendi muito bem. Não sei, talvez, pensavam que eu teria novas atitudes por ter vencido esse evento. Mas estranhei a forma de me tratar, positiva e negativa. Eu estou tranquilo, o que mudou foi eu ficar mais conhecido para mais pessoas, alcançar mais pessoas e ganhar mais seguidores do Instagram. Só isso, e muito grato só por isso!
BW – Conte como foi na Índia, como foi competir com alguns dos melhores B-Boys do mundo?
Till – A Índia é um país forte em personalidades e culturas. Pessoas muitos gentis, comidas muito apimentadas, sem carne, sem o meu costume de arroz e feijão todo dia. Estranhei um pouco a alimentação, o clima, mas gostei. Eu estava sem grana nenhuma, então, não pude aproveitar muita coisa.
BW – É verdade que os estrangeiros, quando pensam em brasileiros dançando Breaking, esperam ver movimentos como o mortal, entre outros de Power Move, por causa da imagem que o Neguin fez lá fora?
Till – Acredito que o B-Boy Neguin acreditou no que ele tinha e mostrou, mas já é do brasileiro lançar nas battles movimentação como backflip (mortal para trás) e outros que lembram a capoeira, mas tem outros tipos de B-Boys no Brasil. Então, acho que os gringos devem pensar bem antes de deduzir que tal B-Boy faça tal coisa, porque existe vários outros “flava” no Brasil. Não só na técnica, mas no style também. Eu amo treinar os dois !
BW – O que mudou na sua vida depois dessa experiência? Quais são seus planos para o futuro?
Till – O que mudou foi que eu tive minha primeira viagem para o exterior e foi para Mumbai, na Índia e mais seguidores no Instagram. Tirando isso, nada. Mas, também, acreditaria que haveria algum tipo de apoio ou patrocínio, mas nada.
BW – O que você diria para B-Boys e B-Girls da nova geração que sonham em chegar onde você chegou?
Till – Digo-lhes a vocês que querem chegar onde cheguei, que treinem bastante sem se importar com a opinião do outro, seja a disciplina e estude bastante, independente de sua classe social. Cuide do seu corpo e objetive as suas conquistas.
Fotos: Arquivo Pessoal
B-Boy Till
B-Boy Till
B-Boy Till com amigos e familiares
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