Transtornos emocionais em atletas de alto rendimento gera debate entre especialistas e treinadores
Luciana Mazza
Você é um B-Boy ou uma B-Girl, mas agora pretende se tornar também um atleta? Representa ou pretende representar um estado ou um país!? Muito bem! Essa matéria é para você. Bem-vindo ao mundo dos atletas espetaculares, que gira em torno de bons resultados, superação, exposições na mídia e muitas cobranças de todos os lados! Seu mundo provavelmente vai existir em torno de horas de treinos, de viagens, competições, busca de patrocínios, contratos, premiações e medalhas (quem sabe, algumas vezes, Olímpicas?), entrevistas, pódios, recordes, performance, evolução, aplausos e vaias. Da superação ao fracasso no cotidiano, das vitórias as crises de depressão e ansiedade, a vida de um atleta de alto rendimento, ao contrário do que muitos possam imaginar, não é só de triunfos, conquistas, viagens, passeios turísticos e diversão, mas traz desafios desde o início, do preparo físico, mental e profissional até o difícil final de carreira, quando é necessário saber a hora de parar. Chegar ao topo pode escrever para sempre um nome de um atleta na história, mas embarcar nesse mundo sem estar preparado pode trazer consequências desastrosas na vida de uma pessoa.
Exemplos foram situações recentes que aconteceram na última Olimpíada de Tóquio, com esportistas de grande visibilidade, uma parada inesperada para cuidar da saúde, um grito de socorro atrás da fama e do estrelato, trouxe a questão dos transtornos emocionais, mentais, da depressão e da ansiedade para discussão em todo o mundo. Quando a atleta estadunidense Simone Biles, considerada uma das maiores ginastas de todos os tempos, anunciou que não iria disputar algumas provas em que era a grande favorita nas Olimpíadas de Tóquio, alegando que precisava cuidar de sua saúde mental, abriu-se um grande debate: Até que ponto esportistas de alto rendimento podem suportar a sobrecarga emocional imposta pela rotina de treinos, competições, cobranças e busca por recordes e medalhas? Simone contou ter tomado a decisão de modo a preservar sua saúde mental, evitando, assim, danos à sua integridade física. Em uma competição em que são grandes os riscos de quedas, é preciso mais que um bom preparo físico. “Minha mente e meu corpo simplesmente estão fora de sincronia. Não acho que vocês entendam quão perigoso isso é nas superfícies de competições duras. Eu não preciso explicar, porque coloquei a saúde em primeiro lugar”, publicou a ginasta em suas redes sociais.
Outro caso foi do Surfista Gabriel Medina, que além de não ter os resultados desejados nas Olimpíadas, no mês de janeiro anunciou em suas redes sociais que estava em tratamento psicológico sem saber quando estaria apto para voltar a competir. Por isso, ficou de fora das primeiras etapas desta temporada da Liga Mundial de Surfe (WSL). Ele escreveu: ”2021 foi um ano incrível pra mim, conquistei meu maior sonho como surfista, que era me tornar tricampeão mundial. Era uma parada intocável pra mim. No ano passado, vivi uma montanha russa de emoções dentro e fora da água, o que afetou muito minha saúde mental e física. Ao final da temporada, eu estava completamente esgotado. Cheguei no meu limite. Reconhecer e admitir para mim mesmo que não estou bem vem sendo um processo muito difícil e optar por tirar um tempo para me cuidar foi talvez a decisão mais difícil que já tomei em toda a minha vida. Me questionei muito nos últimos tempos se deveria tornar isso público ou manter de forma privada, mas é justo que todos vocês que sempre torceram por mim, saibam do momento que estou enfrentando”.
Exemplos mais antigos tomaram também as manchetes de todo o mundo, como o astro do futebol norte-americano, Ross Willians, que passou toda sua carreira lutando contra o transtorno de personalidade boderline, que é um transtorno mental caracterizado por humor, comportamentos e relacionamentos instáveis. Em entrevista à Associação Americana de Ansiedade e Depressão (ADAA), o atleta relatou: “Eu tinha 23 anos, era milionário, tinha tudo e ainda assim, nunca estive mais triste na vida. Me sentia extremamente isolado de meus amigos e minha família porque não conseguia explicar a eles o que sentia. Não fazia ideia do que estava errado comigo”.
Além de Willians, o nadador e super atleta, Michael Phelps, a judoca medalhista de ouro, Rafaela Silva, a tenista ex-número 1 do mundo, Jennifer Capriati, o ginasta Diego Hypólito e o jogador de basquete da NBA, Lucas Bebe, são outros casos de atletas de alta performance que também sofreram com depressão e ansiedade, tendo se recuperado após realizarem tratamentos específicos para as doenças.
Mas, também existem casos marcantes de atletas que não venceram a batalha contra a depressão, como do ex-goleiro da seleção alemã Robert Enke. Sofrendo de ataques de pânico, sobretudo do medo de falhar, o jogador chegou a estar próximo de se internar numa clínica para reabilitação, mas evitava fazê-lo para que sua carreira não fosse encerrada precocemente. Em 2006, o goleiro ainda viveu grande fase de sua carreia como atleta do Hannover, mesmo após o trágico falecimento de sua filha, sendo considerado um dos principais goleiros do futebol alemão. No entanto, após sua morte, no ano de 2009, sua esposa revelou que seu quadro depressivo nunca havia melhorado efetivamente, sendo esse o provável motivo de seu suicídio. Numa carta deixada ainda em vida, Enke pediu desculpas à família e aos médicos por “deliberadamente levá-los a pensar que ele estava melhor”.
Para médicos e especialistas é necessário ficar atento, quando ansiedade, depressão, desequilíbrio emocional aparecem e ultrapassam o limite da normalidade, por exemplo, afetando as atividades do dia a dia, a vida familiar ou a alegria de viver, é necessário procurar ajuda, alerta o Dr. Márcio Rodin, psicólogo que tem se dedicado ao estudo dos transtornos emocionais em atletas. São dele as palavras: “Temos visto muitos atletas sendo derrotados pelas próprias ansiedades e inseguranças no mundo inteiro. É preciso notar que nem todas as pessoas estão preparadas para viver no mundo do alto rendimento comandado pelos resultados. Quem não sabe lidar com pressão, quem não sabe ouvir críticas e não consegue lidar com derrota e com cobrança, não está pronto para essa realidade. Hoje em dia temos um outro grande problema que agrava ainda mais a situação: A internet e as redes sociais. O esportista muitas vezes está mais preocupado em postar isso ou aquilo no Instagram do que no se concentrar antes de uma competição, ou aproveitar uma viagem que está fazendo sem se preocupar em comer e dormir bem. E, após os eventos esportivos, volta para o mundo virtual para ver o que as pessoas estão falando, o que normalmente gera mais ansiedade, ainda mais quando os resultados não foram os esperados, aí vem o aborrecimento e frustração. Vemos atletas justificando seus resultados nas redes sociais ou ainda postando frases de autoajuda que na verdade são para si mesmos, são formas de extravasar e gritar para o mundo inteiro que precisa de ajuda! Isso é preocupante! Quanto mais precoce for o diagnóstico e o início do tratamento com acompanhamento profissional, maiores são as chances de recuperação para esses atletas”, finaliza.
Andreia Poletti, especialista em Psicologia Hospitalar, Neuropsicologia (Avaliação e Reabilitação) pela Divisão de Psicologia do Instituto Central da Faculdade de Medicina da USP, especialista em Terapia Comportamental Cognitiva, destaca alguns sinais de quando é necessário ficar atento: É importante perceber as mudanças de comportamento e do humor, que podem envolver perda do interesse e motivação pelas atividades realizadas, descontentamento, isolamento, sentimento de culpa, de menos valia, agitação, auto/hetero agressividade, alteração no padrão do sono, falta de concentração, perda ou aumento do peso, irritabilidade, fadiga excessiva, abuso de substâncias (ingestão de álcool, drogas ou medicações), sintomas físicos que não têm correlação com problemas de saúde (palpitações, falta de ar, tontura, náusea, tremores, boca seca, formigamento, diarreia). São de Andreia as palavras: “As exigências de vitórias por parte dos treinadores, patrocinadores e até mesmo pelos familiares, as comparações desnecessárias, as expectativas irreais, podem causar estresse excessivo e crônico, desencadeando os problemas e transtornos emocionais. A mídia acaba influenciando também, pois em um momento faz do atleta um ídolo e no outro não o coloca mais em evidência. Há necessidade de um trabalho psicoeducativo com os treinadores, familiares, para desmistificar a ideia do super-herói e também para sensibilizá-los a respeito do impacto dessas exigências no estado emocional do atleta. Também precisamos falar mais sobre saúde e doença mental. O fato de Simone Biles, Gabriel Medina e outros terem deixado em evidência suas dificuldades psicológicas pode ser um gatilho para que outros atletas, que estão passando pelos mesmos problemas, se sintam seguros para falarem sobre suas vulnerabilidades. Acredito que muito mais do que saber identificar e tratar as diversas manifestações de desordens emocionais, precisamos também investir na prevenção. Nestas duas esferas, a inclusão de profissionais da área da saúde mental na área do esporte, como parte da equipe, é fundamental. É importante identificar as dificuldades na fase aguda antes que se tornem problemas crônicos. O adoecimento mental pode se tornar incapacitante e trazer repercussões catastróficas em outras esferas da vida do atleta também. Isolar o corpo da mente não é um caminho ajustado para a qualidade de vida de todos os envolvidos”, conclui.
Em 2016, foi publicado um estudo no Frontiers in Psychology, que mostra que a depressão costuma ser maior em atletas que praticam esportes individuais do que naqueles que disputam competições em equipe. Outra análise, publicada em 2018 pelo European Journal of Sport Science, após acompanhamento pelo período de um ano de atletas de elite, indicou que transtornos de saúde mental ocorreram em 35% destes esportistas.
O Portal Breaking World conversou com a ex-atleta de patinação Mayra Ramos, que fundou em 2016 a plataforma “Atleta Campeão”. Em 2020, o trabalho se tornou a maior academia de treinamento mental de atletas do Brasil, sendo também uma das maiores do mundo. Ela conta que o Atleta Campeão nasceu das várias dores que teve na própria vida como atleta: “Eu comecei muito cedo na patinação, a patinação é um esporte onde os atletas começam mais cedo e param mais cedo. Comecei com 6 anos, com 7 já foi minha primeira competição. Com 8 eu ganhei o meu primeiro campeonato paulista e brasileiro pré-mirim, com 10 anos eu fui convocada para o sul-americano infantil, foi a minha primeira competição internacional. Com 13 anos, eu fui para a categoria júnior e aí eu tive a minha primeira convocação para o mundial, competindo com meninas de 18 anos, onde eu fui muito bem. No ano seguinte, a expectativa toda estava em cima de mim e aí eu não consegui a vaga para o mundial do ano seguinte e ali eu percebi o quanto o treinamento mental faria diferença na minha vida. E aí treinei bastante para no outro ano conseguir a vaga e retomei o posto de “a melhor do Brasil”. Uma característica minha era que eu ia muito bem nos campeonatos brasileiros, mas em competições internacionais eu me sentia muito ansiosa, nervosa, inferior mesmo! Eu competia sempre com meninas da Europa avançadas e tinha aquela coisa que o Brasil não era respeitado, então, eu tive que conquistar o meu espaço e essa era a minha busca de me entender, de entender porque eu ia bem no Brasil, mas fora não. E, em 2004, eu era uma favorita para ganhar o mundial e eu acabei perdendo para eu mesma, para a minha fraqueza de não conseguir lidar com a pressão. E ali eu me lesionei. E ali eu tomei uma decisão: ou eu parava ou mudava a minha forma de treinar. Aí eu comecei a buscar respostas, por que as estrangeiras iam bem e eu não? Era frustrante ir para fora e não render nem 50% do que eu rendia nos treinos, perder de pessoas que eram tecnicamente inferiores. Eu sabia fazer as coisas, mas chegava na hora eu não conseguia. Eu treinava 5 horas por dia com os patins nos pés, eu fazia preparo físico também, mas até os meus 15 anos não existia um trabalho mental. O trabalho mental começou depois de 2004, ano que eu tive uma lesão séria na coluna, que eu comecei a buscar nos livros esse preparo mental e nas biografias de outros atletas. Eu ficava muito frustrada quando perdia, nunca gostei de perder, mas eu nunca desisti por causa disso. Então, comecei a buscar técnicas e ferramentas que me ajudassem mentalmente. Comecei a entender mais de respiração, sobre a mente e aí cheguei ao mundial preparada física e emocionalmente, e ali eu bati o recorde que até hoje não foi ultrapassado, ficando entre as 5 melhores do mundo em 2005 na categoria do sênior livre individual, que é considerada a categoria mais difícil da patinação. Quando eu conquistei títulos internacionais, aí sim, era uma sensação de dever cumprido, de ver todo o esforço valendo a pena, é uma sensação que não existe nada que se compara. Hoje, eu tenho uma empresa, tenho muitas alegrias na minha empresa, mas nenhuma vitória como executiva é maior do que subir no topo do pódio. É algo inigualável!”
Como os transtornos abalam os atletas de alto rendimento? E onde procurar ajuda?
Mayra explica que, quando um atleta chega ao ponto de falar: “Chega! Eu não aguento mais!”, é porque não é feito desde o início um trabalho de inteligência emocional, afirma que esse hábito não é cultural, principalmente no Brasil. Explica: “Para saber lidar com o nervosismo, com a ansiedade e ter isso como uma ferramenta diária é muito difícil. Pois estamos falando de jovens que têm que lidar com situações muito difíceis, estressantes e que não foram preparados para isso, então, se na fase adulta já sofremos com isso, imagina um atleta que muitas vezes é uma criança com 12, 13 anos, que enfrenta cobrança de treinadores, de pais, na verdade é um despreparo que acontece. Ela explica: “Então, esse preparo tem que estar junto com o preparo físico do atleta, principalmente de um atleta que tem grande repercussão na mídia, como é o caso da Simone, do Gabriel e de muitos outros, que ainda tem o fator de redes sociais, onde todo mundo vai opinar sobre o seu desempenho e treinamento, sobre seus resultados, sobre os seus relacionamentos e o cérebro não foi preparado para isso, com essa enxurrada de opiniões das outras pessoas ao nosso respeito, então, o que acontece é um colapso: ou a pessoa para ou a pessoa não sobrevive, é algo bem complexo. Outra questão é a aproximação do fim da carreira, um atleta não sabe como parar. Ele tem medo de parar. Muitos empurram com a barriga até ter uma lesão e ter que parar. Nessa situação, é legal falar que existe uma nova profissão, que é ser um treinador mental de atletas. É um trabalho educativo! Trabalhamos a performance e muitos ex-atletas estão entrando nessa área”.
“As pessoas estão se atentando agora para essas questões, depois de 2 anos de pandemia, sem competições, muitos atletas entrando em depressão, tendo crises de ansiedade por causa do isolamento social, sem contar o tempo que se passa nas redes sociais ao invés de comemorarem a vitória ou lamentar a derrota, eles vão para as redes sociais para saber o que falaram. E isso está sendo tema de toda a imprensa, esse abalo mental dos atletas. Fazer um trabalho educativo de conscientização, para que tanto os técnicos quanto os líderes das equipes, das Crews e os atletas entendam o quanto que é importante o treinamento mental. Tanto, que eu criei um grupo de líderes, que é para educar técnicos, pais de atletas e atletas. Esse primeiro encontro é gratuito, para educar, não é uma palestra chata, é algo dinâmico para que o atleta sinta que é legal. É necessário se conectar com os atletas e com os treinadores! E aplicar técnicas para desenvolver a inteligência emocional e os pais, na minha visão, são parte do time, então, eles não devem nunca ficar de fora, eles precisam participar. Meu trabalho é fazer os atletas se sentirem mais confiantes, saber lidar com as pressões, para que eles consigam bons resultados. Temos cursos, treinamentos e atendimentos para atletas de todas as idades e modalidades. Temos também para técnicos e coach, são cursos para entender a parte mental e comportamental dos atletas e temos também para os pais. O atendimento fazemos individual e em grupo, tem uma variedade de cursos que oferecemos, hoje são 34 cursos para atletas, treinadores, pais e coach esportivo. Agora, nós temos 12 lideres espalhados pelo Brasil e Europa e nós fazemos palestras para equipe, essa primeira palestra é gratuita e nós vamos até a equipe para falar um pouco sobre o treinamento mental, dar a primeira assistência às equipes, aos times e às Crews. É a forma que encontramos de popularizar o treinamento mental que ainda é algo novo na cabeça das pessoas, mas fundamental”, conclui.
Os casos relatados acima e as dicas são valiosos para qualquer atleta de alto rendimento, que pretende se equilibrar, ter o controle de suas emoções e atitudes, fazer boas escolhas, treinar inteligente, saindo da zona de conforto para alcançar resultados maiores e mais satisfatórios.
No Breaking, que sempre foi e será um dos elementos da Cultura Hip-Hop e que agora é a nova modalidade olímpica de Paris 2024, onde alguns B-Boys e B-Girls escolheram também se tornar atletas, o despertar para essa realidade se torna algo fundamental. “Trabalhar a mente é muito importante”, essa é a opinião da B-Girl Miwa Kozuma, que só no Breaking tem mais de 23 anos e foi uma das primeiras B-Girls brasileiras a competir e ser jurada em eventos internacionais. São dela as palavras: “O preparo mental é necessário! Tomei conhecimento disso depois que eu não era mais competidora. Acho muito importante falar sobre isso, eu sempre que posso trabalho essa questão nas minhas lives e nas minhas falas e workshops. No passado, eu sem ter muito conhecimento fazia meu próprio preparo mental, principalmente nas competições e eu acredito muito que o desempenho de cada B-Boy e B-Girl dentro de uma competição tenha muito a ver com a condição psicológica em que cada um se encontra. Muita gente treina demais e na hora da competição não consegue rachar direito. Inclusive, uma das minhas maiores estratégias para ganhar campeonato era trabalhar isso e mexer com o psicológico dos oponentes. A primeira vez que eu competi num mundial, numa dupla de B-Girls, não tive um bom desempenho por estar muito nervosa, não estava preparada psicologicamente. Era a primeira dupla de B-Girls brasileiras a competir num mundial, era uma responsabilidade muito grande representar um país e eu senti uma pressão muito forte, foi muito difícil, eu fui péssima, mas foquei no lado positivo de aprendizado e no ano seguinte eu voltei outra pessoa, rachando com todo mundo, estava segura, preparada e isso fez toda a diferença. Eu nunca tive depressão, mas tive crise de ansiedade devido a um trabalho que eu fazia numa ONG, onde fui abusada moralmente sem perceber, então, eu chorava muito e era instável nos meus sentimentos. Por isso eu acho tão importante o cuidado da mente, eu faço terapia há quase 10 anos e é o que tem me ajudado. Muita gente não prioriza a mente como algo importante e foca apenas na parte física, isso é um erro! Trabalhar a mente é algo fundamental, acho que nunca se priorizou isso e nunca foi visto a importância disso, a maior prova foram os recentes acontecimentos nas Olimpíadas com a Simone Biles, a própria Daiane dos Santos, que recentemente falou sobre isso, então, é uma tendência que as pessoas olhem mais para si próprias e cuidem mais da saúde mental.”
Saber controlar as emoções não é uma tarefa fácil. Cada vez mais, o mercado e os profissionais que trabalham com esportistas (técnicos, treinadores, preparadores físicos, coaches, etc.), têm voltado sua atenção e seus esforços para uma das mais importantes ferramentas de sucesso de um atleta: o treinamento da mente. Em uma época em que o vencedor é decidido por detalhes, a cabeça é uma das maiores aliadas dos atletas. É a mente que controla a ansiedade, medo e fortalece a confiança daquele jogador que, por exemplo, está caminhando para a marca do pênalti em uma partida decisiva, do tenista que está prestes a sacar antes de um match-point, do jogador de basquete que está a segundos de fazer seu arremesso de lance-livre. Ou de um B-Boy ou uma B-Girl que está na final de um mundial e precisa apresentar os melhores e precisos movimentos, a mais limpa e diferente session, a musicalidade impecável e a originalidade para ganhar os votos dos jurados.
É a mente saudável, equilibrada e preparada que oferece os recursos (força mental, habilidade de concentração) de que o atleta precisa para alcançar seu desempenho máximo e atingir seus objetivos profissionais, sejam eles individuais ou do grupo. Também, nunca perca o amor pelo que você gosta de fazer, é o que que te faz prosseguir! Muitas vezes reconhecer suas fragilidades e pedir ajuda é uma necessidade para ir longe! Ainda mais no meio esportivo, onde tudo funciona em cima de resultados que são cobrados a toda hora e por todos. Se você escolheu esse caminho e deseja ser um atleta espetacular eternizado na história, precisa se preparar como tal. O sucesso está atrelado não ao dom ou ao talento, mas aos treinos. Treino mental, treino emocional e o treino físico juntos são iguais a um treino inteligente de um atleta vencedor! Então, o que está esperando? Coloque tudo isso em prática na sua vida e colha os resultados!
Imagem em destaque: Fotomontagem Breaking World