O ano de 2024 começou com a vibe lá em cima, aconteceu este mês no Rio de Janeiro, numa arena montada na Praia de Copacabana, o ‘Breaking do Verão’, que na sua terceira edição elevou ainda mais a temperatura na praia carioca. Realizado pelo Grupo Fábrica, o evento foi apresentado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, Lei Estadual de Incentivo à Cultura e Petrobras. O festival contou com atletas convidados, além dos vencedores nas eliminatórias na competição. Com o intuito de democratizar ainda mais o Breaking do Verão (BDV), pela primeira vez realizou Cyphers em Fortaleza, em setembro, e Manaus, em outubro. No dia 19 de janeiro aconteceu a Cypher Rio. Os vencedores das eliminatórias de cada região competiram no dia 20 e 21 lado a lado com os grandes nomes do Breaking nacional e internacional.
Foram 16 B-Boys e 16 B-Girls. Entre os B-Boys estrangeiros convidados, B-Boy Phil Wizard, atleta Campeão Pan-americano 2023 e integrante da Seleção do Canadá, que conquistou vaga para os Jogos Olímpicos 2024; B-Boy Lil Zoo, natural de Marrocos, que atualmente mora na Áustria e representa o país nas competições, é membro da tripulação do El Mouwahidin e já conquistou o título do Red Bull BC One, em 2018; o japonês B-Boy Hiro10, campeão Freestyle Sessions 2023, em Los Angeles; B-Boy Matita do Chile; B-Boy Lion; B-Boy Wigor (Polônia); B-Boy Norddiamond e B-Boy Grow da Rússia. B-Boy Lil-G, da Venezuela, entrou após a Cypher Rio, ganhando a vaga.
Nos B-Boys brasileiros, os convidados foram: B-Boy Rato, integrante da Seleção Brasileira, mineiro que foi campeão do Breaking do Verão em 2022 e integrante do Brasilprev Breaking Team; B-Boy Luan San, de São Paulo, integrante da Seleção Brasileira, do Time Petrobras e também do Time Brasileiro da Brasilprev; B-Boy Mascot; B-Boy Gabriel; B-Boy Till e o B-Boy Bart, atual vice-campeão do Red Bull BC One Brasil. B-Boy Kley ganhou a vaga passando pela Cypher Rio.
Entre as B-Girls convidadas, nomes internacionais como a russa B-Girl Kastet; a colombiana B-Girl Luma, representante da Seleção da Colômbia e vice-campeã dos Jogos Pan-Americanos 2023; B-Girl Stefani, nascida na Ucrânia e radicada no Reino Unido, atual campeã do Red Bull BC One Last Chance Paris 2023; B-Girl Carlota, representante da seleção da França e campeã do Red Bull BC One Cypher 2022; B-Girl Ana Fúria, da Seleção da Espanha; B-Girl Celestia (Colômbia); B-Girl Kate (EUA) e B-Girl Isis. A B-Girl Vanessa, de Portugal, ganhou a vaga após a Cypher Rio.
Entre as atletas brasileiras convidadas, a paulista B-Girl Toquinha, integrante da Seleção Brasileira, do Time Petrobras, do Brasilprev Breaking Team e campeã do Red Bull BC One Cypher Brasil 2023; a paraense B-Girl Mini Japa, atual campeã brasileira de Breaking; B-Girl Lívia, medalha de prata no Gymnasiade na França; B-Girl Andressa; B-Girl Ana Raquel e B-Girl Pela. B-Girl Maia ganhou também a vaga na Cypher Rio.
Fernando Bó, idealizador do Breaking do Verão declarou: “Estamos muito felizes com a terceira edição do Breaking do Verão. Pela primeira vez teremos entre os convidados B-Boys e B-Girls vencedores das Cyphers Fortaleza e Manaus, tornando a disputa ainda mais democrática. Também estamos de casa nova, a Praia de Copacabana, em pleno ano de Olimpíadas. Acreditamos que esse movimento será importante para divulgar ainda mais o esporte e torná-lo mais próximo do grande público”.
O time de jurados foi composto pelo árbitro internacional e membro da Comissão de Arbitragem do Departamento de Breaking B-Boy Migaz; B-Boy Rudá, artista trans mineiro que já representou o Brasil em 3 mundiais de Breaking, é coordenador do Núcleo de Pesquisa e História Integrante da Escola Drop Education e dançarino do Cirque du Soleil Bazzar; o colombiano B-Boy Arex; B-Boy Xisco, da Holanda e a B-Girl Movie One, da Espanha. A música é um elemento fundamental para o Breaking, ela quem dá o ritmo às disputas. Durante um campeonato, quem escolhe as faixas é o DJ e o show apresentado é todo pensado no momento presente. No BDV 2024, os DJs à frente dos toca-discos foram Nobunaga, Def e MF.
E os atletas brasileiros, como foram no Breaking do Verão?
Entre os B-Boys e as B-Girls brasileiras, o único a avançar para as semifinais foi o B-Boy Bart, que deixou a competição após perder do japonês Hiro 10.
Grande destaque da Competição
B-Boy Grom – Imagem: ® Russian Dance Photo
O grande destaque da competição foi o menino russo Ruslan Gromov (18), conhecido como B-Boy Grom, mesmo perdendo do campeão Phil Wizard na semifinal, saiu da arena de batalha aplaudido pelo próprio Phil Wizard e ovacionado pelo público. Grom sem dúvida é um dos grandes nomes da nova geração de breakers pelo mundo.
As batalhas finais do Breaking do Verão aconteceram no dia 21 de janeiro. Após disputa com a colombiana Luma, a russa Kastet foi a grande vencedora, se tornando Bicampeã do Breaking do Verão e conquistou o prêmio de 20 mil reais. No time masculino, o canadense Phil Wizard e o japonês Hiro10 mostraram um Breaking da melhor qualidade, limpo e com bastante técnica, agitaram a arena e levantaram o público, que comemorou a vitória do atual campeão Pan-Americano, Phil Wizard. O canadense levou o ouro no Pan-Americano de Santiago no ano passado e já está garantido nas Olimpíadas pela seleção do Canadá.
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Esta semana o Rio de Janeiro voltou a sediar, mais uma vez, a Gymnasiade, Olimpíada do Desporto Escolar, que reuniu mais de 2 mil estudantes atletas da categoria sub-15 de 46 países de todos os continentes. O Breaking foi uma das modalidades e claro que o Portal Breaking World esteve presente para cobrir o evento e acompanhar de perto o desempenho de uma nova geração pequena no tamanho ou na idade, mas gigante no talento. A maioria dos atletas filiados na CNDD que foram convocados pela CBDE foram os medalhistas da categoria Kids do Primeiro Campeonato Oficial de Breaking Como Esporte, que aconteceu no ano passado, realizado pelo Conselho de Dança Desportiva.
Coletiva de Imprensa
No dia 18 aconteceu a coletiva de imprensa, o presidente da Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE) e vice-presidente da Federação Internacional do Desporto Escolar (ISF em inglês), Antônio Hora Filho, declararou que se forem computadas também todas as equipes de trabalho, as pessoas que acompanham os atletas e familiares, o evento teria envolvido mais de 4 mil pessoas. São dele as palavras: “Nós somos esporte, mas não só esporte. Somos esporte educacional. Nós utilizamos do esporte como uma ferramenta de formação da cidadania e de educação”.
A maior delegação foi a do Brasil, com 404 membros, sendo 323 estudantes atletas – 161 mulheres e 162 homens -, o que para Antônio Hora Filho resulta das ações pró equidade desenvolvidas pela entidade. “Significa dizer que a política de equidade da CBDE vem trazendo efeitos benéficos para a nossa sociedade, incluindo a mulher definitivamente no esporte”.
Hora Filho lembrou que essa é também a maior delegação que o Brasil já apresentou em edições da Gymnasiade. A expectativa do dirigente é garantir um bom resultado. “Nas últimas Gymnasiades sub-18, o Brasil, desde 2013, sempre figura entre os três países com maior número de medalhas no cômputo geral. A nossa expectativa nesse ano foi estar no topo do quadro geral de medalhas, competimos em solo brasileiro, com todo o clima e a torcida. Os atletas não tiveram problemas de adaptação ao clima e pressão psicológica. A nossa delegação esteve bastante numerosa. Nós acreditamos que o Brasil pode voltar ao topo do quadro geral de medalhas. Essa é uma boa perspectiva para que as próximas gerações olímpicas sejam um reflexo dessas competições escolares”, disse o presidente da CBDE.
Depois do Brasil, a China é a delegação com maior número de integrantes com mais de 200 componentes. O Chile é a terceira, com 164 membros, e os Estados Unidos com 122 inscritos.
Na primeira edição do evento no Brasil, em 2013, a sede foi Brasília. Naquela edição, os estudantes atletas eram da categoria sub-18. “Não podemos esquecer que é do esporte educacional que surgirão os talentos, e nós temos exemplos recentes. A nossa medalhista da ginástica Rebeca [Andrade], que ganhou medalha de ouro nas Olimpíadas, a primeira medalha internacional que ela ganhou foi em 2013 quando realizamos o Gymnasiade sub-18 em Brasília, e ela se iniciando na sua vida esportiva ganhou a sua primeira medalha internacional na mesma prova que seis anos depois se transformou em campeã olímpica. No desporto escolar, formar atletas é importante, mas formar cidadãos é muito mais importante”, disse Hora Filho.
Para o presidente da Federação Internacional do Desporto Escolar (ISF), o francês Laurent Petrynka, a participação dos estudantes atletas é mais do que representar a própria modalidade esportiva. “Quando você compete nos eventos da ISF, não está apenas representando o seu esporte, está representando a sua família, a sua cultura, o seu potencial”, disse, acrescentando que uma das razões da ISF em organizar essas competições é desenvolver nos estudantes os verdadeiros valores olímpicos.
Cerimônia de Abertura
A ministra do Esporte, Ana Moser, esteve na cerimônia de abertura no domingo (20). A mascote dessa vez foi um pássaro carioca, chamado Rio, que teve o nome escolhido em uma consulta entre os participantes. A ISF U15 Gymnasiade 2023 apresentou 18 modalidades: tiro com arco, atletismo, badminton, basquete 3×3, boxe, caratê, dança esportiva, esgrima, ginástica artística, ginástica rítmica, judô, orientação, natação paralímpica, natação, tênis de mesa, tae-kwon-do, wrestling e xadrez.
As competições foram realizadas na quinta-feira (24) e na sexta-feira (25), com encerramento do evento no sábado (26). O retorno das delegações para os seus países está previsto para os dias 27 e 28.
As provas foram disputadas nas arenas cariocas 1 e 2, no Centro Olímpico de Tênis e Vila Olímpica, instalados no Parque Olímpico da Barra da Tijuca; na Arena da Juventude, no Complexo Esportivo de Deodoro; e no Complexo Esportivo da Universidade da Força Aérea (Unifa), em Sulacap. Todos esses equipamentos estão na zona oeste da cidade.
O secretário de estado de Esporte e Lazer do Rio de Janeiro, Rafael Picciani, incentivou a presença do público lembrando que os ingressos para assistir as competições eram grátis. “A grande oportunidade de convidar a população para vir vibrar e assistir esses atletas competindo. Muitos deles, quando competem fora do Rio, não têm oportunidade de levar um parente para assisti-los, pelo custo, dificuldade logística e pelo calendário. Essa foi uma grande oportunidade de vermos esses atletas competindo e de trazer para perto a comunidade esportiva que o Rio de Janeiro possui, e mais uma vez ocupar essas arenas olímpicas, daquilo de mais marcantes que nós temos que é a alegria e a receptividade do povo brasileiro”, disse.
Como foi a chegada da delegação de Breaking?
A Delegação Brasileira Sub 15 composta pelos atletas B-Girl Angel do Brasil (13), B-Girl Mary D (14), B-Boy Samukinha (14) e B-Boy Pablo (13) chegaram ao evento na véspera da Competição (21), enfrentaram alguns problemas como cobrança de taxas aéreas indevidas, atraso na hospedagem, mudança de dias e horários de competições, chão impróprios que causaram feridas e lesões nos atletas, manifestações no meio da competição de alguns responsáveis por atletas que verificaram que alguns nomes não constavam como escritos para competir e ainda mudança de hotel. Problemas diversos onde alguns foram solucionados e outros não. Tirando um pouco do brilho do evento! Uma pena pelo tamanho e importância da Gymnasiade e pelo o que significa eventos desse porte para a nova geração de atletas brasileiros
E a Competição?
Mesmo com todas as dificuldades enfrentadas no Rio de Janeiro pela seleção Sub 15 na Competição o Brasil despontou nas primeiras colocações do mundial, confira:
B-Girl Mary D ficou em3° lugar no individual de B-Girls e na dupla mista;
B-Boy Samukinha em 4° lugar no individual de B-Boys e em3° lugar na dupla mista;
B-Girl Angel do Brasil em 4° lugar no individual de B-Girls e em 4° lugar de duplas mistas;
B-Boy Pablo 5° lugar no individual de B-Boys e 4°na dupla mista
O evento continua até o dia 26 de agosto. A Gymnasiade é organizada pela ISF em parceria com a CBDE, com apoio do Sesc Rio; da Federação de Esportes Estudantis do Rio de Janeiro (FEERJ); do governo do estado do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer; e do governo federal, por meio do Ministério do Esporte.
Fotos: Breaking World
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Valendo pontos de classificação para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, o complexo e singular B-Boy Amir, do Cazaquistão, que recentemente esteve no Brasil e a menina B-Girl 671, de apenas 16 anos, da República Popular da China, chegaram ao WDSF Breaking for Gold World Series no Japão preparados com um único objetivo em mente: o primeiro lugar no pódio! E não teve para mais ninguém! O ouro é apenas para os melhores do mundo. Emergindo de um grupo de 180 Breakers de 48 países, diante de uma multidão de 3.000 ingressos esgotados na Convenção de Kitakyushu e Associação de Visitantes em Kokura, cidade de Kitakyushu.
Amir saiu de uma rodada de pré-seleção, onde viu os aspirantes olímpicos Phil Wizard (Canadá), Dany (França), Kid Karam (Grã-Bretanha) e Wigor (Polônia) não conseguirem chegar à fase eliminatória. Numa batalha incrível, superou o lendário B-Boy holandês Menno nas quartas de final, antes de derrotar o favorito da torcida Shigekix (Japão) por 5 a 4 no set decisivo das semifinais, garantindo um confronto pela medalha de ouro contra o B-Boy Jeffro, dos Estados Unidos. Amir fez um trabalho rápido sobre o eventual vice-campeão Jeffro, dominando os dois primeiros sets por 8-1 e 7-2 para ganhar seu lugar de direito no topo do pódio de medalhas. Questionado sobre qual era o segredo de sua performance de ouro, o cazaque de 25 anos disse numa entrevista a WDSF simplesmente: “Faça arte. Seja você mesmo!”. Shigekix, recém-saído do título do All-Japan Breaking no início da semana, que também mostrou a preocupação e preparação dos novos e grandes talentos da nova geração do Breaking no Japão, teve que se contentar com o bronze depois de derrotar o ucraniano Kuzya na batalha pelo terceiro lugar.
As três melhores B-Girls da WDSF World Rankings também terminaram no pódio em Kitakyushu, são elas: B-Girl 671 derrotando a B-Girl Ami do Japão na final e a B-Girl italiana Anti conquistando o bronze.
A adolescente Liu Qing, mais conhecida como B-Girl 671, que em agosto do ano passado foi campeã no Outbreak Europe realizado na Eslováquia, evento que teve a participação de mais de 30 países, representados por 600 dançarinos de Breaking, esse ano começou com pé direito explodindo mais uma vez com sequências de Power Moves pesados mostrando um novo padrão para as B-Girls do mundo inteiro, com seus movimentos de Power Move e sua energia diferenciada. Ela representa a força e a garra da seleta nova geração de B-Girls que desde cedo focam no pódio, em Kitakyushu ela desbancou a experiente Ami. 671 venceu os dois últimos frames por 7–2, 5–4. Em entrevista ao conceituado portal Olympics.com declarou: “Esta foi a primeira batalha do ano, então estou muito feliz com o resultado. Levamos muito tempo para nos preparar para as batalhas. A Olimpíada é o meu sonho. Espero poder subir no palco olímpico. Claro, quero ganhar uma medalha!”.
No total, 99 B-Boys representando 44 países viajaram para o Japão para a World Series junto com 81 B-Girls de 38 países. “Foi um sucesso, mais do que eu esperava e é por causa de todo o apoio da comunidade Breaking”, disse o juiz principal Katsu One. “Obrigado a todos por terem vindo ao Japão”. O presidente e chefe da Divisão de Breaking do WDSF, B-Boy Bojin, disse: “Este foi um dos melhores eventos de Breaking do WDSF até agora e continuaremos a fazer esse esforço para todos os Breakers, para trazê-los de volta à comunidade”.
E o Brasil?
Bom, o Brasil esteve presente em Kitakyushu com a Seleção Brasileira de Breaking formada por: B-Boy Leony, B-Boy Luan San, B-Boy Ratoo, B-Girl Nathana, B-Girl Mini Japa e B-Girl Maia. A convocação dos atletas foi feita pelo CNDD – Conselho Nacional de Dança Desportiva. Os atletas foram indicados segundo as posições do ranking nacional.
O Portal Breaking World levantou no Portal da WDSF o Ranking Mundial Olímpico.
E, para quem gosta de uma boa notícia, o próximo evento Breaking for Gold World Series está agendado para 14 e 15 de abril, no Rio de Janeiro, aqui no Brasil. Sim, nossos atletas vão competir e poder representar o nosso país em casa. Que a força e a sorte que sempre emana do nosso país tropical esteja com eles! Estamos como sempre na torcida!
Imagem em destaque: No pódio, B-Boy Amir (Ouro), B-Boy Jeffro (Prata), B-Boy Shigekix (Bronze) – Imagem: ® Feworks Films
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“O preconceito começou dentro de casa com meu pai, depois na escola, na rua e até dentro do Hip-Hop, onde muitos B-Boys me diziam para parar, que eu não chegaria a lugar nenhum” (B-Boy Perninha)
Ele nasceu em Mangabeira, um dos bairros mais populosos de João Pessoa, que fica na Zona Sul da cidade. Antes e depois de nascer sofreu rejeição e preconceito do próprio pai, que negava a sua paternidade, situação que foi potencializada com a descoberta da deficiência que ele tinha na perna. Uma malformação congênita, ou seja, um encurtamento no fêmur esquerdo. Chamado de bastardo pelo próprio pai, ele foi várias vezes colocado para fora de casa! Mas o carinho e o amor da mãe andaram sempre juntos, ela o motivava a enfrentar as dificuldades e jamais abaixar a cabeça para os problemas, sendo um pilar muito importante para que ele não tivesse rancor pelo pai ou fosse uma criança com problemas emocionais ou psicológicos por conta disso. O conselho era sempre pagar o mal com o bem!
O menino crescia, conheceu a Cultura Hip-Hop no ano de 2008, depois que alguns amigos mostraram o DVD do Red Bull BC One 2005, naquela época tinha 13 anos de idade. No início foi difícil, mas aos poucos foi encontrando a própria personalidade e com o conselho de amigos resolveu fazer os movimentos sem a prótese da perna, desenvolvendo movimentações originais que o caracterizam até hoje. Em 2019, foi para o The Legits Blast Festival, na Eslováquia, onde recebeu o prêmio de “B-Boy Float Most Valuable Breaker OutBreak 2019” como o destaque das cyphers e do evento no qual se encontravam mais de 1.000 B-Boys e B-Girls de todo o mundo e faz parte da Killa Rockers.
Estamos falando de Lucas Ferreira Machado, o “Perninha”, ele conversou com o Portal Breaking World e compartilhou sua história de luta e superação, vale conferir:
BW: Queria que você falasse seu nome, idade, onde e como foi sua infância? Que lembranças você tem dessa época? Fale um pouco da sua família e da sua criação?
Perninha: Lucas Ferreira Machado, 26 anos. Nascido e criado em João Pessoa/PB, no bairro de Mangabeira, minha infância foi um pouco conturbada, pois desde antes de vir ao mundo meu pai já havia dito que eu não era filho dele, após o meu nascimento ele “confirmou” mais ainda esse sentimento em seu coração, ao ver que eu tinha uma deficiência física em minha perna esquerda. E isso fez com que a minha relação com ele fosse muito distante e vazia, mesmo meus pais sendo casados durante minha infância. Minha mãe, por outro lado sempre me motivou a enfrentar as dificuldades e jamais abaixar a cabeça para os problemas, ela foi um pilar muito importante para que eu não tivesse rancor pelo meu pai ou fosse uma criança com problemas emocionais ou psicológicos por conta disso. Ela sempre me dizia “ele é seu pai meu filho, você deve amá-lo, pois o sentimento ruim só fará mal a você, sempre pague o mal com o bem”. Meus pais foram casados até pouco tempo antes de eu começar a dançar, até essa época, eu e meu pai éramos muito distantes, ele sempre teve problemas com bebida e sempre que chegava em casa bêbado ameaçava minha mãe, me chamava de bastardo, depois da separação, quando eu e minhas irmãs íamos passar o fim de semana com ele, ele sempre chegava alterado e me colocava pra fora de casa, repetindo sempre as mesmas coisas: “vá para a casa da sua mãe, aquela rapariga, seu bastardo!”. Na escola sempre sofri bullying por conta da minha deficiência, mas nunca levei pro coração e pelo que minha mãe havia me ensinado também “jamais abaixe a cabeça pra ninguém”. Passado o tempo, hoje eu e meu pai somos bons amigos e, quando eu tinha 18 anos, depois de várias coisas eu e ele falamos pela primeira vez “eu te amo” um pro outro e isso foi um divisor de águas na nossa vida.
BW: Do Nordeste para o Sudeste, escolheu morar no Rio de Janeiro, como aconteceu isso?
Perninha: Minha mudança para o Rio de Janeiro foi devido a dois fatores: o primeiro, por conta que minha esposa é de lá, então, foi uma forma de ficar mais próximo dela e o segundo, que anda lado a lado com o primeiro, foi o mercado do Rio, que comparando com a Paraíba é bem mais lucrativo, eu já tive oportunidade de morar no Ceará, Minas Gerais, Brasília e São Paulo e de todos esses lugares, o Rio foi o lugar onde encontrei bastante trabalho, mas também um lazer de pegar uma praia com a família, coisa que em São Paulo, por exemplo, é quase impossível.
BW: Quando teve contato pela primeira vez com a Cultura Hip-Hop? Como começou no Breaking? Alguém te ensinou?
Perninha: Conheci a Cultura Hip-Hop no ano de 2008, depois que alguns amigos me mostraram o DVD do Red Bull BC One 2005, eles diziam “vamos lá ver, tem um cara que é igual a você”, falavam do B-Boy Junior, da França, depois de assistir aquele DVD, eu que na época fazia vários tipos de esportes, como futebol, parkour, handball, BMX, basquete, futsal, etc., com o objetivo de tentar me provar e também de provar para a sociedade que me olhava como se eu fosse um ET, que eu poderia fazer qualquer coisa igual ou até melhor do que qualquer um. Vi naqueles B-Boys algo surreal, diferente de qualquer outra atividade que eu já havia feito, na época eu tinha 13 anos de idade, daquele dia em diante eu comecei a tentar fazer aqueles movimentos que vi no DVD, em casa, até que um dia um amigo chamado César me levou para um projeto social que havia na igreja que ele frequentava e lá foi onde comecei.
BW: Com que idade começou a dançar? Como foi o tempo de aprendizado? E quando começou efetivamente a competir?
Perninha: Comecei aos 13 anos de idade e no início foi tudo bem dificil, pois eu tentei começar dançando com minha prótese, então, isso me limitava bastante, tanto pela minha deficiência como pela questão de que a prótese não possui articulação, mas um dia, em um treino no Centro de Juventude do bairro, um amigo chamado Nuily me viu tentando fazer alguns Footworks e Top Rocks com a prótese e viu a minha dificuldade, então, ele chegou próximo e disse “Ei, Perninha, porquê você nao tenta dançar sem esse negócio ai? Eu acho que, além de você ficar bem mais livre, você vai poder criar muita coisa original”, e nesse dia eu fiz meus primeiros Footworks, desde esse dia em diante, coloquei a prótese apenas para andar no dia a dia. Minha primeira competição foi no mesmo ano que comecei, em um evento de 2vs2 Kids, ao qual eu e meu irmão de criação, Fidel, participamos juntos, foi nessa mesma época que fundamos a Infect Break, uma crew que até hoje segue ativa na cidade, perdemos na semifinal, mas foi uma grande experiência.
BW: Perninha, queria que falasse um pouco da questão da sua perna, foi algo de nascença? Como superou essa situação que poderia ter sido uma limitação ou um motivo para desistir, mas você dança muito bem Breaking até hoje, nos conte isso…
Perninha: Eu nasci com uma malformação congênita ou mais precisamente, um encurtamento no fêmur esquerdo. Os médicos até hoje não sabem porque eu vim ao mundo com essa condição, pois minha mãe não teve nada que pudesse prejudicar a gestação. Como falei mais acima, os ensinamentos da minha mãe de “nunca desistir” ou “jamais se entregar” foram fundamentais para o meu crescimento e aceitação, juntamente com a Cultura Hip-Hop, que me abraçou e me mostrou que eu poderia ser eu mesmo, pois dentro de uma cypher ninguém olharia para o “perninha deficiente” e sim para o Perninha B-Boy. Sou grato também aos Old School da minha cidade, Kazzuza e o Vant Vaz, que foram pessoas que sempre me motivaram e me deram conselhos para adaptar os passos ou me fazer entender que meu caminho era diferente dos demais B-Boys e B-Girls. E foi graças a essas pessoas e mais algumas, que pude entender como eu poderia explorar minha dança e ser quem eu sou, tanto dentro como fora das batalhas.
BW: Recentemente, na sua rede social, você fez uma rifa para continuar a fisioterapia e a medicação no tratamento de uma lesão, uma protusão em 6 discos (2 na cervical e 4 na coluna). Como isso apareceu? Qual o prognóstico? E como estão essas ações que tem feito? Quem desejar ajudar, como pode participar?
Perninha: Sobre as lesões, eu já havia tido 2 protusões no ano de 2018, fiz fisioterapia e tomei medicação. Depois disso, fiquei “bom”, voltei aos treinos normalmente e nâo senti mais nada. Com a chegada da pandemia, fiquei alguns meses parado e isso provocou um choque no meu corpo. Quando decidi voltar a treinar e competir, por conta dos meses que fiquei parado devido ao início da pandemia, voltei a competir e até então tudo normal. Então, esse ano, quando eu estava treinando, senti uma fisgada no meu pescoço, fui ao médico e todos me falavam a mesma coisa, que era apenas um torcicolo, passei um mês assim e nada desse “torcicolo” melhorar, um dia, eu acordei e parecia que todo o meu corpo estava paralisado, eu não conseguia me mexer sem sentir dor, minha esposa estava tendo que me ajudar até para tomar banho, então, decidi ir novamente ao médico, onde o mesmo passou uma bateria de exames e após ver os resultados da ressonância, me falou que eu estava com 6 protusões, que não era caso de cirurgia, mas que eu deveria tratar o quanto antes para que não se transformasse em uma hérnia de disco e após o tratamento e as dores sumirem, eu deveria seguir um protocolo de fortalecimento para o resto da minha vida, com trabalhos de musculação e fortalecimento. A previsão dada pelos médicos e fisioterapeutas é de 1 a 2 meses para que eu possa voltar a treinar de leve com acompanhamento. A rifa foi uma ideia do Ratin da Killa Rockers, meu companheiro de crew, através da rifa conseguimos levantar o suficiente para custear as primeiras sessões de fisioterapia. Após o sorteio da rifa, eu deixei apenas o meu Pix para quem puder e quiser ajudar com algo, pois ainda estou tendo muitos gastos com medicação e terei que continuar a fisioterapia após as sessões pagas acabarem, pra quem quiser ajudar de alguma forma, é só falar comigo pelo Instagram que eu envio o meu Pix.
BW: Alguma vez você se sentiu discriminado, desanimado ou diferente dos outros? O que usou como ferramenta de superação?
Perninha: Minha vida inteira (risos), mas como falei anteriormente, por conta do que aprendi com minha mãe, sempre usei tudo que jogavam em mim como energia ou combustível para continuar e seguir em frente, o preconceito começou dentro de casa com meu pai, depois na escola, na rua e até dentro do Hip-Hop, onde muitos B-Boys me diziam para parar, que eu não chegaria a lugar nenhum. Mas essas coisas nunca me fizeram parar, aprendi a amar meu pai independentemente do que ele fez e aprendi que pessoas vazias jamais conseguiram ver aquilo que pessoas determinadas veem.
BW: Como você vê a questão dos B-Boys e B-Girls brasileiros que têm alguma limitação? Existem trabalhos e ações no Breaking efetivas para trabalhar esses dançarinos? Ou faltam iniciativas?
Perninha: O Brasil hoje, por incrível que pareça, é um dos países no mundo com o maior número de B-Boys com deficiência e que tem um alto nível, infelizmente, por conta das políticas públicas e da nossa própria cultura, muitas vezes lutamos por coisas que não são tão urgentes quanto outras, diferente do trabalho que fazem fora do Brasil, que mesmo sem ter tantos B-Boys e B-Girls com deficiência, os mesmos têm um amparo muito grande do Estado e das empresas privadas. No Brasil existem trabalhos e iniciativas, mas na maioria das vezes sem investimento. Acredito que falte uma atenção tanto da população como do Estado para a pauta das pessoas com deficiência no geral, pois muitas vezes falamos de diversas lutas, mas esquecemos de uma que dependendo da condição física ou mental, precisa de ajuda para ir ao banheiro, para ler, para comer. Então, que possamos ter essa sensibilidade de lutar pelas urgências.
BW: Nos conte um pouco sobre os seus trabalhos nos Artistas de Rua , na ILL Abilities e no Coletivo Gang Gangrena?
Perninha: Então, eu sempre fui artista de rua, desde que comecei a dançar e foi algo que me ajudou muito a falar em público e interagir com as pessoas, o Coletivo Gang Gangrena foi a crew que cresceu comigo, a maioria amigos da mesma cidade e que hoje desenvolve um trabalho por todo o mundo, em batalhas, shows etc… o Killa Rockers eu entrei em 2014, a convite dos B-Boys Rock Lee e Ratin, desde então seguimos produzindo conteúdos, batalhando e promovendo a cultura no geral, tanto no Brasil como no exterior. O Ill-Abilities é um grupo de Breaking composto apenas por pessoas com deficiência, que tem o objetivo de levar ao mundo a mensagem “Sem Desculpas e Sem Limites”, promovendo shows, batalhas, palestras, workshops e sendo agente de transformação para pessoas em situação de vulnerabilidade social por todo o mundo.
BW: Você faz parte da Killa Rockers Crew correto? Como começou seu relacionamento com a crew e nos fale dessa convivência com o pessoal.
Perninha: Sim, então, eu conheci o pessoal no ano de 2012, mas já acompanhava por vídeos, na época que morei em Minas e em São Paulo, fiquei muito próximo praticamente de todos os integrantes, treinamos juntos e convivemos bastante. Até que, em 2014, o pessoal decidiu participar da batalha da Amizade na cidade de Rio Claro-SP, o B-Boy Rock Lee estava na minha casa na Paraíba e me perguntou se eu não gostaria de participar com eles e o que eu achava de fazer parte da crew. Pra mim foi algo natural, pois eu já convivia com o pessoal que para mim era como se fosse minha própria família. Desde então, faço parte do Killa Rockers.
BW: Em termos de competições, que eventos mais te marcaram? Que vitórias foram inesqueciveis? Você já competiu fora do Brasil? Fale da sua caminhada na dança e dos momentos memoráveis.
Perninha: Falando de vitórias em competições e momentos marcantes, houve 3 em minha vida que eu considero como momentos que mudaram o rumo da minha carreira: o primeiro, foi quando ganhei junto do meu brother Deinho, o Vivadança 2013 2vs2, onde a premiação era exatamente 1000 reais para cada, eu peguei todo o dinheiro daquela premiação e me mudei para o Sudeste sem pensar duas vezes e isso me abriu muitas portas, foi uma decisão difícil ficar longe da família, mas vendo hoje eu sei que foi algo necessário, então, guardo na memória até hoje, tanto a vitória nesse evento como o que fiz ao receber a premiação; o segundo momento foi a vitória no Batalha na Vila Latino America 2013, o meu companheiro de crew, o B-Boy Douglas, havia vencido a etapa do Rio de Janeiro e deveria ir para competir nesse evento em São Paulo, mas infelizmente ele não conseguiu ir, então, ele entrou em contato com a produção do evento para que deixassem a vaga para mim, que era da Gang Gangrena assim como ele, os organizadores infelizmente não me deixavam competir, até que no último segundo, depois de tanto eu insistir e falar que não havia nada errado em entrar no lugar dele, os mesmos me colocaram para competir, olhando pra mim com uma cara de tipo “vai deixa ele ir, é provável que perca de primeira” e foi muito incrível, porque eu fui passando fase a fase, na semifinal cheguei a tirar os jurados das cadeiras de tanta energia que foram minhas entradas e, por fim, venci o evento, então, os organizadores tiveram que vir me dar a premiação e me parabenizar mesmo, não acreditando que aquele deficiente “chato” tinha ganho o evento deles, que inclusive foi o último que eles fizeram, evento esse que tinham grandes nomes presentes no 1×1 como Luka, Kapu, Aranha, Canito, Kley, Rock Lee, dentre outros e um deficiente desconhecido lá da Paraiba ganhou; e o terceiro momento foi no ano de 2019, no The Legits Blast Festival na Eslováquia, onde recebi o prêmio de “B-Boy Float Most Valuable Breaker OutBreak 2019”, como o destaque das cyphers e do evento, no qual se encontravam mais de 1000 B-Boys e B-Girls de todo o mundo, mais uma vez um paraibano no meio desse povo todo foi visto por alguém. Esses três momentos para mim foram os mais marcantes na minha carreira até hoje, pois em cada um teve seu significado para que eu pudesse conquistar ou ser quem eu sou, tanto como profissional, mas também como pessoa.
BW: Você é um cara atuante, principalmente nos debates dentro da Cultura e no meio do Breaking. Você se acha polêmico em algumas circunstâncias? Já teve problemas em expor algumas opiniões?
Perninha: Não me acho polêmico, eu não me acho nada na verdade (risos), o que eu acho é que há muita coisa que precisa ser conversada e muitas vezes apenas A ou B fala, enquanto muitos seguem calados ou com medo de se expressar e serem julgados, entende? Eu, como fui julgado minha vida inteira até dentro de casa, não ligo muito pra isso, sou uma pessoa sincera, se eu gosto, eu gosto, se eu não gosto, não gosto. O problema são os outros que criam, porque eu mesmo sigo trabalhando e fazendo meus projetos, dançando e sendo diferença na vida de quem precisa e quem quer “problematizar” o que eu falo ou faço, pra mim tá só perdendo tempo, onde o mesmo poderia estar ajudando e incentivando alguém. Por isso, eu sigo nos meus objetivos, as pessoas falando ou não de mim. Isso não muda nada na minha vida (risos).
BW: Como você analisa os B-Boys e as B-Girls brasileiras? Na sua opinião, temos condições de competir de igual para igual lá fora? Principalmente em eventos como as Olimpíadas?
Perninha: Então, sendo bem direto, todos nós sabemos da diferença em estrutura e incentivo que temos no nosso país, se comparado com Estados Unidos, Europa e Ásia, mas mesmo em condições precárias de treinamento ou de sobrevivência, muitos de nós batem de frente, se destacando muitas vezes e até ganhando eventos de grande porte, na minha opinião, temos sim condições de competir com qualquer Breaker pelo mundo, mas sendo crítico e sabendo entender que estamos saindo alguns passos atrás e que precisamos correr alguns passos a mais para diminuir essa diferença que existe, as Olimpíadas podem ser uma plataforma que irá gerar mais investimento e visibilidade para que possamos ter mais apoio e condições de encurtar essa diferença que citei, comparando com os países de primeiro mundo. É apenas uma especulação, mas eu estou bem confiante sobre as Olimpíadas, pois sei que temos sim um potencial de crescimento ainda maior, é só ver nos últimos 5 anos o número de brasileiros que têm se destacado no cenário internacional.
BW: Normalmente, como funciona sua rotina de treinos?
Perninha: No momento, eu estou parado a cerca de 3 meses, devido a lesão, mas normalmente eu treino entre 4 a 5 vezes por semana, em média 3 a 6 horas por dia, costumo dividir meu treino entre criação (novidades), aperfeiçoamento (de coisas que já sei), preparo de competição (treino várias entradas e todas as possibilidades possíveis e em músicas diferentes).
BW: O que tem feito nesse tempo de pandemia?
Perninha: No início da pandemia, como falei eu estava parado devido às medidas de proteção, mas depois, voltei a treinar e competir, ano passado fui destaque na primeira edição on-line do Break Free, no primeiro semestre de 2020, fui finalista da segunda edição e vencedor da terceira edição, ambas em 2020, no final do ano, fui indicado ao prêmio de destaque internacional do ano ao qual estava concorrendo com mais 4 grandes nomes, Hong 10, Shigekix, Amir e Gravity. No início do ano de 2021, fui campeão do Campeonato Nacional Fluxo, que teve sua edição em formato on-line e fui destaque do evento na primeira edição de 2021 do Break Free. após isso, eu me lesionei e desde então sigo sem treinar, ajudando o pessoal do meu estado com a Federação Paraibana de Breaking e também trabalhando no projeto The Big Players, juntamente com alguns outros nomes da cena nacional.
BW: Quais são seus planos para o futuro?
Perninha: Trabalhar muito! Pense numa coisa que eu gosto, é de treinar e trabalhar, ainda quero tirar minha mãe do aluguel e ter condição de olhar pra ela e falar “pode parar de trabalhar, deixa comigo”, há muitos países ainda que tenho pra conhecer e alguns projetos que quero concretizar para ajudar mais pessoas.