Esta semana o Rio de Janeiro voltou a sediar, mais uma vez, a Gymnasiade, Olimpíada do Desporto Escolar, que reuniu mais de 2 mil estudantes atletas da categoria sub-15 de 46 países de todos os continentes. O Breaking foi uma das modalidades e claro que o Portal Breaking World esteve presente para cobrir o evento e acompanhar de perto o desempenho de uma nova geração pequena no tamanho ou na idade, mas gigante no talento. A maioria dos atletas filiados na CNDD que foram convocados pela CBDE foram os medalhistas da categoria Kids do Primeiro Campeonato Oficial de Breaking Como Esporte, que aconteceu no ano passado, realizado pelo Conselho de Dança Desportiva.
Coletiva de Imprensa
No dia 18 aconteceu a coletiva de imprensa, o presidente da Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE) e vice-presidente da Federação Internacional do Desporto Escolar (ISF em inglês), Antônio Hora Filho, declararou que se forem computadas também todas as equipes de trabalho, as pessoas que acompanham os atletas e familiares, o evento teria envolvido mais de 4 mil pessoas. São dele as palavras: “Nós somos esporte, mas não só esporte. Somos esporte educacional. Nós utilizamos do esporte como uma ferramenta de formação da cidadania e de educação”.
A maior delegação foi a do Brasil, com 404 membros, sendo 323 estudantes atletas – 161 mulheres e 162 homens -, o que para Antônio Hora Filho resulta das ações pró equidade desenvolvidas pela entidade. “Significa dizer que a política de equidade da CBDE vem trazendo efeitos benéficos para a nossa sociedade, incluindo a mulher definitivamente no esporte”.
Hora Filho lembrou que essa é também a maior delegação que o Brasil já apresentou em edições da Gymnasiade. A expectativa do dirigente é garantir um bom resultado. “Nas últimas Gymnasiades sub-18, o Brasil, desde 2013, sempre figura entre os três países com maior número de medalhas no cômputo geral. A nossa expectativa nesse ano foi estar no topo do quadro geral de medalhas, competimos em solo brasileiro, com todo o clima e a torcida. Os atletas não tiveram problemas de adaptação ao clima e pressão psicológica. A nossa delegação esteve bastante numerosa. Nós acreditamos que o Brasil pode voltar ao topo do quadro geral de medalhas. Essa é uma boa perspectiva para que as próximas gerações olímpicas sejam um reflexo dessas competições escolares”, disse o presidente da CBDE.
Depois do Brasil, a China é a delegação com maior número de integrantes com mais de 200 componentes. O Chile é a terceira, com 164 membros, e os Estados Unidos com 122 inscritos.
Na primeira edição do evento no Brasil, em 2013, a sede foi Brasília. Naquela edição, os estudantes atletas eram da categoria sub-18. “Não podemos esquecer que é do esporte educacional que surgirão os talentos, e nós temos exemplos recentes. A nossa medalhista da ginástica Rebeca [Andrade], que ganhou medalha de ouro nas Olimpíadas, a primeira medalha internacional que ela ganhou foi em 2013 quando realizamos o Gymnasiade sub-18 em Brasília, e ela se iniciando na sua vida esportiva ganhou a sua primeira medalha internacional na mesma prova que seis anos depois se transformou em campeã olímpica. No desporto escolar, formar atletas é importante, mas formar cidadãos é muito mais importante”, disse Hora Filho.
Para o presidente da Federação Internacional do Desporto Escolar (ISF), o francês Laurent Petrynka, a participação dos estudantes atletas é mais do que representar a própria modalidade esportiva. “Quando você compete nos eventos da ISF, não está apenas representando o seu esporte, está representando a sua família, a sua cultura, o seu potencial”, disse, acrescentando que uma das razões da ISF em organizar essas competições é desenvolver nos estudantes os verdadeiros valores olímpicos.
Cerimônia de Abertura
A ministra do Esporte, Ana Moser, esteve na cerimônia de abertura no domingo (20). A mascote dessa vez foi um pássaro carioca, chamado Rio, que teve o nome escolhido em uma consulta entre os participantes. A ISF U15 Gymnasiade 2023 apresentou 18 modalidades: tiro com arco, atletismo, badminton, basquete 3×3, boxe, caratê, dança esportiva, esgrima, ginástica artística, ginástica rítmica, judô, orientação, natação paralímpica, natação, tênis de mesa, tae-kwon-do, wrestling e xadrez.
As competições foram realizadas na quinta-feira (24) e na sexta-feira (25), com encerramento do evento no sábado (26). O retorno das delegações para os seus países está previsto para os dias 27 e 28.
As provas foram disputadas nas arenas cariocas 1 e 2, no Centro Olímpico de Tênis e Vila Olímpica, instalados no Parque Olímpico da Barra da Tijuca; na Arena da Juventude, no Complexo Esportivo de Deodoro; e no Complexo Esportivo da Universidade da Força Aérea (Unifa), em Sulacap. Todos esses equipamentos estão na zona oeste da cidade.
O secretário de estado de Esporte e Lazer do Rio de Janeiro, Rafael Picciani, incentivou a presença do público lembrando que os ingressos para assistir as competições eram grátis. “A grande oportunidade de convidar a população para vir vibrar e assistir esses atletas competindo. Muitos deles, quando competem fora do Rio, não têm oportunidade de levar um parente para assisti-los, pelo custo, dificuldade logística e pelo calendário. Essa foi uma grande oportunidade de vermos esses atletas competindo e de trazer para perto a comunidade esportiva que o Rio de Janeiro possui, e mais uma vez ocupar essas arenas olímpicas, daquilo de mais marcantes que nós temos que é a alegria e a receptividade do povo brasileiro”, disse.
Como foi a chegada da delegação de Breaking?
A Delegação Brasileira Sub 15 composta pelos atletas B-Girl Angel do Brasil (13), B-Girl Mary D (14), B-Boy Samukinha (14) e B-Boy Pablo (13) chegaram ao evento na véspera da Competição (21), enfrentaram alguns problemas como cobrança de taxas aéreas indevidas, atraso na hospedagem, mudança de dias e horários de competições, chão impróprios que causaram feridas e lesões nos atletas, manifestações no meio da competição de alguns responsáveis por atletas que verificaram que alguns nomes não constavam como escritos para competir e ainda mudança de hotel. Problemas diversos onde alguns foram solucionados e outros não. Tirando um pouco do brilho do evento! Uma pena pelo tamanho e importância da Gymnasiade e pelo o que significa eventos desse porte para a nova geração de atletas brasileiros
E a Competição?
Mesmo com todas as dificuldades enfrentadas no Rio de Janeiro pela seleção Sub 15 na Competição o Brasil despontou nas primeiras colocações do mundial, confira:
B-Girl Mary D ficou em3° lugar no individual de B-Girls e na dupla mista;
B-Boy Samukinha em 4° lugar no individual de B-Boys e em3° lugar na dupla mista;
B-Girl Angel do Brasil em 4° lugar no individual de B-Girls e em 4° lugar de duplas mistas;
B-Boy Pablo 5° lugar no individual de B-Boys e 4°na dupla mista
O evento continua até o dia 26 de agosto. A Gymnasiade é organizada pela ISF em parceria com a CBDE, com apoio do Sesc Rio; da Federação de Esportes Estudantis do Rio de Janeiro (FEERJ); do governo do estado do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer; e do governo federal, por meio do Ministério do Esporte.
Fotos: Breaking World
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Atletas brasileiros ficam fora do pódio no mundial da WDSF e perdem na competição de crew na Battle Pro
Enquanto o final de semana foi festivo para alguns países, como Estados Unidos, Japão, Alemanha, Cazaquistão e, claro, França, que assumiram o papel principal na história do Breaking como modalidade olímpica e já começaram a levar para casa medalhas de ouro, prata e bronze, o Brasil, coadjuvante dessa história, não teve muitos motivos para comemorar.
A delegação brasileira de Breaking embarcou para a França no último dia 30, para competir no primeiro torneio internacional como modalidade olímpica. O evento era o World Breaking Championship (WBC), primeiro campeonato oficial 1×1 (um contra um), produzido pela Breaking For Gold da WDSF (World Dance Sport Federation), que aconteceu no Théâtre du Châtelet, em Paris, no dia 4 de dezembro.
Para quem desconhece, o World Breaking Championship é um campeonato que acontece na China, na cidade de Nanquim. Porém, por causa da pandemia, a competição foi levada para a Europa. O torneio é uma qualificação para o campeonato mundial da IWGA (Internacional World Games Association), que acontece no Alabama (EUA), em julho de 2022 e que faz parte do ranking mundial que soma pontos para a qualificatória olímpica Paris 2024.
Para essa viagem, foram indicados (não houve seletivas) e escolhidos pelo Conselho Nacional de Dança Desportiva (CNDD) e seus diretores de Breaking os atletas: as mineiras Isabela Rocha, conhecida como B-Girl Itsa e Nathana Venâncio (B-Girl Nathana), que é uma das apostas da Everlast; o paulista Luan Carlos dos Santos (B-Boy Luan San) e, por último, o mineiro Gilberto Araújo, conhecido como B-Boy Rato, que substituiu em cima da hora o B-Boy Ratin, que já tinha sido divulgado no flyer do evento, porém não participou.
Na véspera do evento, frases de efeitos e fotos nos principais pontos turísticos da França não faltaram nas redes sociais dos atletas e do próprio Conselho Nacional de Dança Desportiva, que inclusive chegou a postar que “os atletas brasileiros estavam preparados e bem vestidos para o WDSF World Breaking Championship!”. B-Girl Nathana ainda postou: “Todo esforço tem a sua recompensa”. Recompensa essa que não veio, nem para ela e nem para a maioria dos atletas escolhidos pela CNDD, pois na competição feminina, ambas as brasileiras não avançaram para a fase eliminatória. Nathana ficou na fase preliminar (filtro), Itsa foi eliminada na fase de grupos pela B-Girl Jilou, da Alemanha.
No masculino, B-Boy Rato perdeu na fase de grupos. Ele caiu na chave dos B-Boys Shigekix, do Japão e Phil Wizard, do Canadá. Ambos estão entres os melhores do mundo e o canadense, inclusive, foi vice-campeão do Red Bull BC One deste ano.
Um brasileiro que fez a diferença
O B-Boy Luan San foi o que teve melhor performance do time e avançou um pouco mais no evento. Chegou nas quartas de final, onde ele competiu com o B-Boy Gun, da Rússia. Na semifinal, enfrentou o estadunidense Victor, sendo derrotado por 2 rounds a 0. Na briga pelo terceiro lugar, Luan ficou de fora do pódio, perdendo para Amir, atual campeão do Red Bull BC One e ganhador da medalha de bronze do mundial. Vale lembrar que na primeira edição do mundial da WDSF, que aconteceu em 2019, o B-Boy Luan San foi o único brasileiro presente, terminando na 23° posição.
O torneio deu premiação de 1.900 euros para o vencedor, 1.500 para o vice, 500 para terceiro, 400 para quarto e quinto lugar e 300 até o oitavo lugar.
No dia seguinte (5), o time brasileiro ainda participou de mais uma competição na França, a 20° edição da Battle Pro, na categoria Crew vs Crew. Além dos 4 atletas, complementaram o “Team Brazil” os B-Boys Mixa, Migaz, Dinho Still, Bokão (Vinicius Manzon) e Bispo Street Breakers. O resultado não foi diferente e nem favorável ao Brasil, perderam a disputa para a Last Squad da França, não avançando no evento.
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“O acordo ressalta o compromisso do WDSF em dar à comunidade do Breaking as melhores plataformas possíveis para mostrar seus talentos, ao mesmo tempo que ajuda a impulsionar seu desenvolvimento em todo o mundo” (Shawn Tay)
A World DanceSport Federation (WDSF) anunciou a assinatura de uma parceria de quatro anos com a Red Bull GmbH.A aproximação visa promover o desenvolvimento do Breaking em sua jornada olímpica, incluindo o lançamento do “WDSF Breaking for Gold World Tour” que começa em 2021.
A colaboração pretende criar grupos de trabalho dedicados, envolvendo a comunidade do Breaking e a introdução de projetos de desenvolvimento projetados para crescer o Breaking globalmente, com foco particular nos países em desenvolvimento e aqueles com pouca ou nenhuma experiência anterior com o Breaking competitivo.
Mais detalhes vão ser anunciados nas próximas semanas, conforme a evolução da parceria. “O acordo ressalta o compromisso do WDSF em dar à comunidade do Breaking as melhores plataformas possíveis para mostrar seus talentos, ao mesmo tempo que ajuda a impulsionar seu desenvolvimento em todo o mundo”, disse o presidente do WDSF Shawn Tay. “Com a experiência, o know-how e a rede que a Red Bull e a WDSF trazem para a mesa, estamos entusiasmados com o futuro do Breaking como parte do Movimento Olímpico.”
O Comitê Olímpico Internacional (COI) incluiu oficialmente o Breaking no programa de esportes para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, isso aconteceu em dezembro de 2020, após sua estreia bem recebida nos Jogos Olímpicos da Juventude em Buenos Aires 2018. Em 2019, o WDSF World Breaking Championships foi realizado com sucesso em Nanjing, China, com a próxima edição marcada para acontecer neste verão, se a pandemia permitir.
Apesar da pandemia, o Breaking continua crescendo e sua popularidade vem aumentando, sendo incluido nos programas dos Jogos Asiáticos e Jogos Mundiais de 2022 e nos Jogos Olímpicos da Juventude de 2026, entre outros.
Foto: Divulgação Red Bull
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Itsa revive trajetória na série e fase em que optou pela dança como profissão
Apaixonada por dança desde criança, Isabela Rocha, hoje conhecida como a B-Girl Itsa, não imaginava que sua paixão pelo Breaking viraria, de fato, uma profissão. Ela mostrava talento vencendo batalhas locais de dança e chamava a atenção de muita gente com seu gingado único, mas sua família sonhava mesmo em vê-la em um emprego estável e tradicional.
Quebrando preconceitos e barreiras, apostou todas as fichas na dança, tornando-se campeã brasileira de Breaking, bailarina na mais famosa companhia do mundo, o Cirque du Soleil, e sendo postulante do país nos Jogos Olímpicos, em Paris-2024. As nuances desse momento-chave na vida de Itsa são tema de um dos episódios da segunda temporada de “Until 18 – O Momento de Decisão”, disponível gratuitamente pela Red Bull TV, por meio do link www.redbull.com.br/until18.
“Quando comecei a dançar, descobri que posso ter atitude, posso ser quem eu quero ser”, afirma Itsa. “Ter a minha história nessa série, que foge de padrões e estereótipos, é bem importante para a sociedade, inclusive para as próximas gerações saberem que podem buscar o lugar e a posição (profissional, ideológica, artística) que quiserem. Todos temos o direito de criar e expressar a arte que sentimos e vivemos”, finaliza.
Ao longo do episódio, Itsa narra os seus dramas, dificuldades, batalhas diárias e, principalmente, o momento simbólico em que lutou pelo seu sonho e alcançou seus objetivos, transformando-se em artista do Cirque du Soleil e sendo uma das expoentes do Breaking no país, modalidade que estreará no maior evento multiesportivo do mundo, em Paris, no ano de 2024.
Além da mineira, outros personagens também contam as suas histórias na série ‘Until 18 – O Momento da Decisão’, como a vitoriosa e jovem skatista Yndiara Asp; o youtuber Flakes Power; o comentarista de games Gustavo Melão; o ciclista campeão mundial Henrique Avancini e a tricampeã mundial de Kitesurf Bruna Kajiya. O conceito do projeto é brasileiro e foi dirigido por Isadora Canela e Hugo Haddad.
Sobre a série
A série “Until 18 – O Momento de Decisão” reúne atletas, artistas e personalidades de destaque em profissões pouco comuns para relembrar como eles lidaram com as decisões profissionais no final da adolescência e desbravaram um novo caminho na passagem para a vida adulta. Na temporada de estreia, a história da cantora Tássia Reis, do skatista Sandro Dias e do atleta de e-sports Yoda, entre outros. A recém-lançada segunda temporada já está disponível na Red Bull TV, com relatos de nomes como a skatista Yndiara Asp, do ciclista Henrique Avancini e da dançarina de Breaking Itsa.
Sobre a Red Bull TV
A Red Bull TV é um canal global de entretenimento digital com programação disponível a qualquer hora e em qualquer lugar. Combinando eventos ao vivo, uma extensa biblioteca On Demand e os melhores momentos de eventos que incluem esportes, festivais de música, séries originais, longas-metragens e documentários. A Red Bull TV oferece uma experiência de visualização envolvente pelo site redbull.tv, assim como em seu aplicativo ou via Smart TV.
Fotos: Divulgação Red Bull TV
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Planejamento, disciplina, foco e estratégia são fundamentais na vida de quem deseja ser um campeão, garante B-Boy Bart
Ele nasceu no Ceará, quando criança teve contato com muitos movimentos por meio do Kung Fu e da Capoeira. Aprendeu também a ter disciplina e flexibilidade desde cedo. Mas foram os pulos feitos na areia improvisada que pedia aos vizinhos que o fizeram se aproximar do Breaking.
Mateus Melo (22), conhecido como B-Boy Bart, hoje é um dos nomes mais cogitados para representar o Breaking brasileiro nas Olimpíadas de Paris, em 2024.
Ele compara a dança a um grande jogo de xadrez e afirma que, além de ter um corpo preparado, é necessário ter estratégias, planejar ações para se chegar no objetivo que se deseja.
O Portal Breaking World teve o prazer de conversar com ele na primeira semana do ano de 2021. E olha, aperte os cintos pois esse B-Boy não dança, ele voa! Fique por dentro do que rolou nessa conversa:
BW: Queria que você falasse um pouco da sua infância, onde e como foi? Como era o Mateus criança?
B-Boy Bart: Eu sempre me movimentei muito quando criança! Tive muito contato com os movimentos. Fui muito influenciado pelo meu pai, que era do Kung Fu e também pela Capoeira. Dessa época, eu ganhei a disciplina e a flexibilidade. Conheci a Capoeira foi na curiosidade mesmo. Fiquei num grupo chamado Zumbi por menos de 1 ano. Aí eu entrei em outro grupo, porquê a minha vontade era pular e nesse outro grupo eu conheci pessoas que pulavam muito. Quando começava a passar cordas, essas coisas, eu saía pois não era o meu foco.
BW: Quando você teve o primeiro contato com a Cultura Hip-Hop? Como surgiu o Breaking na sua vida?
B-Boy Bart: Eu e alguns meninos da minha idade jogávamos sempre futebol e teve um dia, um iluminado que apareceu, um bêbado e ele disse que ia mostrar umas coisas que nós não sabíamos fazer e deu um mortal! Lógico que, como ele estava muito bêbado, caiu, mas depois daquilo nós falamos: “Nossa, é isso!”. Aí começamos pegar areia de um canto e de outro, de um vizinho aqui, de outro ali, para poder treinar mortal. Eu deveria ter uns 10 anos. Tudo isso aconteceu em Fortaleza. Passado algum tempo, eu me mudei. Meu pai ficou desempregado, nós vendemos a casa, fomos morar em outro bairro perto da Serrinha e lá, quando eu cheguei, eu não estudava, devido a problemas com papéis e tal… E, na verdade, eu também não queria naquela época. Então, eu e meus irmãos ficamos sem estudar um tempo. Meu irmão sempre existiu e esteve presente na minha vida! No mortal, na capoeira, em todos os momentos. E aí, chamei ele e disse que deveríamos ir atrás, naquele bairro, de algum lugar que tivesse Breaking, pois não poderíamos ficar parados. Então, descobrimos o “Programa Escola Aberta”, foi ali que tudo começou. Era como se abrisse a escola no final de semana, jovens e crianças podiam ter contato não só com o Breaking, mas com o Totó (Pebolim) e várias brincadeiras de criança. Eu ia pelo Breaking mesmo. Mas eu ia olhar. Eu sempre fui assim, de olhar primeiro, de observar, ver como é a movimentação, treino em casa e depois fazia fora. Mas foi após o meu filho nascer e eu me ver sem estrutura que realmente eu vi que aquilo era pra mim. Eu sempre tive disciplina, desde cedo e quando meu filho nasceu eu vi que precisava fazer alguma coisa, então, foquei no que eu mais gostava, que era dançar. E, em 2015, comecei a participar de muitos eventos, o primeiro evento foi o “Intime”, da Igreja Bola de Neve, “1vs1”, que dava vaga para um outro evento em Exu, em Pernambuco, com tudo pago. Eu ganhei e fui para lá. E isso foi muito marcante, a primeira vez que participei, ganhei e fui para uma outra cidade que ganhei também. Então, eu vi que era isso mesmo que eu deveria escolher na minha vida. Em 2015, eu saí ganhando todos os eventos. Eu tinha apenas 16 anos.
BW: Houve pessoas que foram referências para você na dança? Alguém te ensinou a dançar Breaking?
B-Boy Bart: Que me ensinou a dançar, não. Existiram aquelas pessoas que me davam um toque, falavam de um movimento… Agora, um treinador, não! Inspiração? Desde 2005, o Pelezinho foi um furacão que aconteceu.
BW: Como sua família via a sua relação com o Breaking? Você teve apoio da família?
B-Boy Bart: No começo, não tanto. Para eles, eram só pulos. Eles não tinham noção no que ia dar tudo isso. Só tiveram quando eu comecei a competir e ganhar! Mas, também, eles não falavam nada, mas para eles era perda de tempo.
BW: No tempo de aprendizado do Breaking houve dificuldades ou movimentos mais difíceis de aprender? Quais? Como foi a sua preparação para chegar onde chegou?
B-Boy Bart: Tiveram momentos que realmente foram mais chatos, principalmente nos freezes. Toda pessoa que dança Breaking tem um lado mais forte, no meu caso, foi fazer os movimentos nos dois lados. Para passar de um lado que era mais forte para o outro foi trabalhoso, porque até eu poderia ficar torto fazendo os movimentos só de um lado. Essa transição de aprender fazer as coisas para os dois lados foi muito chata, mas necessária. Tipo Chair, doía muito! Na hora do treino eu não sentia, mas depois doía muito! Mas eu precisava chegar no meu objetivo.
BW: Em outras danças é bem normal escutar os dançarinos falando de dor aqui e dor ali. Meio que faz parte da vida do dançarino… Como você vê isso?
B-Boy Bart: Sim, a dor caminha junto e faz parte da vida de quem dança. Sempre que um B-Boy ou uma B-Girl ganha um evento, você vai ver depois: parece que houve um esgotamento. Toda hora tem dor e tem que dançar sempre mais do que dança. É real! É necessário superar os limites para ser campeão! A dor significa muitas vezes que você está chegando perto dos seus objetivos!
BW: A maioria dos seus movimentos são de impacto, de poder. Como você prepara o seu corpo para isso?
B-Boy Bart: Eu treino normalmente com a galera do meu grupo e também treino com a galera de outros grupos. Mas penso que o que me diferencia é que eu já chego no treino treinado. E saio do treino ainda tem mais um pouquinho de treino. O Breaking é o meu estilo de vida. Eu acordo cedo, faço alongamento. Dia sim, outro não, eu corro. Eu sou vegetariano, comecei com vegano três anos atrás. Antes dos eventos, fazer a dieta vegana ajuda muito! A diferença no rendimento é muito rápida, esse tipo de comida traz leveza, mais explosão, define muito mais a musculatura. Mas de vez em quando podemos sair um pouco disso e comer coisas boas, merecemos isso (risos). Mas nunca antes de evento.
BW: Em 2018, você foi campeão brasileiro do Red Bull BC One, nos conte o que você sentiu naquele momento que saiu o resultado? Passou um filme na cabeça? Para você já era algo esperado?
B-Boy Bart: Esperado não era, mas eu tinha uma intuição que poderia acontecer e quando aconteceu, eu falei: “Caramba eu vou para Zurique!”, e pensei, “vamos ver o que é o Breaking do outro lado do mundo”. Naqueles dias, a Europa estava com muito Breaking! Para mim, batalhar com outras pessoas, até com a dança maior que a minha, me levou para um outro nível. Foi algo empolgante demais! Eu treinei com eles, eu comi com eles e o Leony estava lá comigo, me motivando, naquele evento ele foi Top 16. Então, ele falava: “Vamos lá, falta mais um!”. Ele é um cara muito amigo, humilde e ele fez eu me sentir mais seguro, porque eu estava em outro país, só tinha ele, então, ele me dava força. Tinha também Pelezinho e Neguin, mas não estavam perto, não tinha como ter uma conexão.
BW: Bart, você tem a experiência de ser dançarino da internacional Flying Steps. Como foi sua entrada na companhia? Fale um pouco do tempo junto com os outros dançarinos, dos ensaios, dos espetáculos antes da pandemia e o que você faz para atingir o seu melhor desempenho.
B-Boy Bart: Sim, eu trabalho com eles e com uma outra da Alemanha. Quando comecei, eu já cheguei chegando, tinha 45 shows para fazer. Nesse mundo, tem uma séria de coisas, tinha uma orquestra tocando ao vivo, tinha bonecos gigantescos, tivemos 1 mês e meio para criar tudo. Era de segunda a sábado, de 8h até 19h ensaiando. Nesse tempo, eu não falava muito inglês, mas depois de 1 semana, eu me virei e ainda eu morava com três deles, então, nós só pensávamos na dança, no espetáculo e no que íamos fazer. E isso me ensinou muito a ser regrado, a ter paciência com processos de montar movimentos. Eu consegui trazer isso também para o meu Breaking. Pra mim também! Eu estava treinando para batalhas futuras e estava mesclando tudo. A experiência foi muito boa! Foram 45 espetáculos e muito ensaio. Foi um grande aprendizado, único na minha vida, que guardo até hoje.
BW: Você falou que muita coisa você levou para o seu Breaking. Qual a importância de diversificar movimentos, de buscar algo novo e trazer coisas diferentes para as sessions?
B-Boy Bart: É muito importante você ter um arsenal gigantesco de movimentos. Porque você mostra confiança, atitude e personalidade na dança. Hoje já se olha a execução dos movimentos nos eventos. Com a possibilidade de você colocar tudo que traz na dança, você chega mais perto do ser original, mostrando variações.
BW: Em 2019, você participou do mundial da Red Bull em Mumbai, na Índia, junto com mais 2 brasileiros. No seu caso, você foi convidado pela organização a entrar diretamente na decisão, como um dos finalistas ‘wildcards’ do evento. Como foi sua participação? Nos fale sobre o resultado e suas impressões.
B-Boy Bart: Três semanas antes desse evento, eu tinha participado de um outro na Bélgica e eu já sabia que estaria no Top 16 da Red Bull em Mumbai, em 2019. E eu tinha que destruir na Bélgica para eu chegar em Mumbai. E foi o que aconteceu, eu cheguei na final na Bélgica e foi totalmente gratificante, muita gente assistiu e aquilo levantou o meu astral. E cheguei na Red Bull mais tranquilo, estava tudo muito fresco na minha cabeça, por mais que a pressão seja muito, mais muito grande mesmo… a pressão psicológica é muito alta, mas eu me senti bem. Cheguei lá, perdi para o Killa Kolya na semifinal, no ano de 2018 eu ganhei dele. Então, eu cheguei na semifinal achando que ia para a final, pois eu já tinha ganhado dele. Eu perdi, mas nós estamos ainda no 1 a 1 (risos). Ainda tem muita coisa pela frente na próxima para ganhar!
BW: E falando de tempo… Que tempo sobra para sua família? Você tem filho! Como administra tudo isso?
B-Boy Bart: É um mix de coisas! Nem todos os dias são iguais e fazemos o estilo brasileiro mesmo (risos). Eu tento estar com a minha família e ao mesmo tempo treinar. Meu filho tem 5 anos e é bem tranquilo. Deus mandou a criança perfeita para mim! (risos). Quando ele vê que cheguei de viagem, sempre vem “papai, trouxe alguma coisa para mim?”, ele já pratica alguma coisa de capoeira, mas no tempo dele…
BW: Bart, muitos B-Boys e B-Girls brasileiros não vivem da dança. Que conselhos você pode dar para quem pretende viver da dança?
B-Boy Bart: Planejamento. Planejamento é tudo! Saber o que você vai fazer, como você vai ganhar dinheiro e manter o foco. Tem que participar de eventos, afinal, eventos são vitrines. Você tem que batalhar. Planejar o seu ano tipo um ano antes. É algo fundamental!
BW: O que você tem feito em todo esse tempo de pandemia? Como tem treinado? Como acha que será o “novo normal” da vida de um B-Boy ou de uma B-Girl pós-pandemia?
B-Boy Bart: Eu tento fugir da depressão, tento me manter feliz. Estou no Brasil, em Fortaleza, morando com a minha noiva, continuo treinando dia após dia, colocando minha mente em outras coisas, como redes sociais, YouTube, navegando e estudando áudio visual, cuidando da minha casa e treinando mortal.
BW: Sim, falando sobre o mortal, é verdade que os gringos quando veem os brasileiros dançando, eles aguardam o mortal? Como uma marca nossa?
B-Boy Bart: Eu acho que é porquê temos muitos B-Boys capoeiristas. Isso é Brasil! Eles já esperam por causa disso, seja como Pelezinho, Neguin ou Bart. Eles sabem que com nós é mais embaixo (risos).
BW: Muito tem se falado de Breaking nas Olimpíadas. O que você acha sobre isso? Algumas pessoas criticam e falam da possibilidade de se perder a essência da cultura por ser, agora, também um esporte. Como você vê isso?
B-Boy Bart: Eu vejo como uma evolução, na verdade, não acho que seja positivo e nem negativo, é somente algo do mercado. Isso já vem acontecendo tem muito tempo. O R16, todos esses eventos que tem, são em ritmo de Olimpíada, de ranking. Existe o ranking de B-Boys tem muito tempo. A Olimpíada entrou para apimentar ainda mais a competição. Acho que nada vai mudar… Como no futebol existem pessoas que jogam pelada e existem pessoas que jogam nos mundiais. Então, acho que vai melhorar muita coisa!
BW: Como você imagina que será para um B-Boy ou uma B-Girl dançar numa Olimpíada? Como a nova geração deve se preparar para isso?
B-Boy Bart: Aqui nós somos ainda muito samba. Estamos ainda presos em algumas perguntas: tem isso? Tem aquilo? Tem incentivo? O pessoal lá fora está se preparando, enquanto aqui temos que ser competidor e também ensinar, talvez isso aconteça com a nova geração… Será que respondi essa pergunta?!?
BW: Bart, seu nome tem sido lembrado o tempo todo na imprensa e nas grandes mídias. Então, vou direto ao ponto: Você se sente preparado para representar o Brasil numa Olimpíada e trazer uma medalha para casa?
B-Boy Bart: Estou sim! (risos). Eu venho me preparando para isso. Vejo o Breaking como um jogo de xadrez, tem que usar a cabeça e muita estratégia. O momento conta muito! Mesmo que eu não tenha treinado no dia anterior, eu não fico mais do que uma semana sem treinar. Nas oportunidades, precisamos estar “okay” e eu estou preparado!
BW: Na sua opinião, temos mais brasileiros preparados para o pódio?
B-Boy Bart: Sim, temos! O Brasil é potente no Breaking, todo brasileiro tem uma chavezinha que mostra algo a mais.
BW: Quais são seus planos para o futuro?
B-Boy Bart: Praticar Breaking, participar de eventos, voltar a fazer shows na Europa e me manter preparado para as Olimpíadas! O meu foco agora é esse! Estou rezando para que tudo volte ao normal.
BW: Que mensagem você deixaria para os B-Boys, B-Girls do Brasil? E o que você diria para a nova geração do Breaking que o tem como uma grande referência?
B-Boy Bart: Nossa, que pergunta! Preciso pensar… Complicado inspirar as pessoas… Penso que o Breaking deva ser passado para a nova geração, quanto mais passado, mais vamos fortalecer o Brasil. Mas aconselho que tenham planejamento, que sejam persistentes e teimosos, sempre treinar além do que já existe e do que se vê: é isso!
Fotos: Arquivo Pessoal
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O Comitê Olímpico Internacional (COI) confirmou nesta segunda-feira (7) a entrada do Breaking, do Skateboard, da Escalada e do Surfe como esportes olímpicos em 2024, nas Olimpíadas de Paris.
O Breaking será a primeira disciplina de “Dance Sport” a aparecer em Jogos Olímpicos, após sua estreia bem-sucedida nos Jogos Olímpicos da Juventude (YOG) em Buenos Aires, Argentina, em 2018. “Hoje é uma ocasião histórica não apenas para B-Boys e B-Girls, mas para todos os dançarinos ao redor do mundo”, disse o presidente da World Dance Sport Federation – WDSF, Shawn Tay. “O WDSF não poderia estar mais orgulhoso de ter o Breaking incluído em Paris 2024 e agradecemos a todos que ajudaram a tornar isso possível: o Conselho Executivo do COI, os organizadores de Paris 2024, a equipe do WDSF e, o mais importante, a própria comunidade do Breaking. Foi um verdadeiro esforço de equipe chegar a este momento e vamos redobrar nossos esforços na preparação para os Jogos Olímpicos, para garantir que a competição de Breaking em Paris 2024 seja inesquecível.”
A decisão de incluir o Breaking em Paris 2024 foi feita hoje pelo Conselho Executivo do COI em sua reunião final de 2020. A competição em Paris 2024 contará com 16 B-Boys e 16 B-Girls competindo em batalhas 1vs1. O Conselho Executivo também aprovou Skateboarding, Escalada Esportiva e Surf para o programa de esportes da XXXIII Olimpíada, que está programada para acontecer na capital francesa de 26 de julho a 11 de agosto de 2024.
Os organizadores de Paris 2024 propuseram os quatro esportes em resposta a um novo nível de flexibilidade concedido às cidades-sede dos Jogos Olímpicos, para incentivar a inovação no programa olímpico. As cidades-sede, começando com Tóquio 2020, têm a opção de sugerir novos esportes e eventos para inclusão em sua edição dos Jogos que não vinculem os futuros anfitriões dos Jogos. “É com imensa alegria e um toque de alívio que recebemos este evento e esta decisão”, disse Mounir Biba, um B-Boy francês e embaixador do Breaking, que foi juiz do YOG de Buenos Aires. “É um grande passo e um momento histórico. Começando do nada há 50 anos, o Breaking foi construído por conta própria, mas agora encontrou uma família. Resta-nos cumprir a honra que nos foi concedida, mas estou totalmente confiante de que o faremos. Existem muitas pessoas apaixonadas em todo o mundo, fazendo um trabalho incrível todos os dias para nutrir e preservar a cultura. O percurso desportivo em que vivemos só vai reforçar a posição que sempre defendi, ou seja, de que somos atletas! Elogio à disposição dos organizadores de Paris 2024, o trabalho do WDSF e a escolha do COI de incluir nosso esporte nos Jogos Olímpicos de Paris. Nos vemos em 2024 para um grande show”, conclui.
A decisão de hoje do COI reconhece o apelo mundial e o crescimento do Breaking, exemplificado pelo sucesso dos três eventos de Breaking nos Jogos Olímpicos da Juventude 2018 na Argentina, onde mais de 30.000 pessoas compareceram cada dia para ver a competição. Desde então, a jornada olímpica de Breaking mudou cada vez mais. O WDSF World Breaking Championship 2019, realizado em Nanjing, China, foi saudado como um grande sucesso. Mais de 150 B-Boys e B-Girls de 66 países, incluindo alguns dos maiores nomes do Breaking, competiram no evento. A edição de 2020 do campeonato, também marcada para Nanjing, foi adiada para 2021 como resultado da pandemia. O Breaking chamou a atenção na primeira edição dos Jogos Urbanos Mundiais (WUG) em setembro de 2019, em Budapeste, Hungria, e está programado para deixar sua marca na próxima edição dos Jogos Mundiais também, programados para julho de 2022 em Birmingham, Alabama, EUA. Em dezembro de 2019, o COI confirmou que o Breaking retornaria para os próximos Jogos Olímpicos da Juventude de Verão em Dakar, Senegal. Originalmente programado para 2022, o Dakar YOG foi adiado no início deste ano para 2026, devido a pandemia pelo novo coronavírus.
A notícia foi comentada por alguns B-Boys e B-Girls espalhados pelo mundo:
B-Boy Lil Zoo (MAR): “Fazer parte dos Jogos é algo lindo. Isso agrega mais valor à dança para pessoas que não a conhecem. Isso traz muitas oportunidades e patrocinadores. Estou muito feliz e mal posso esperar.”
B-Girl Kastet (RUS): “Acho que o fato do Breaking se tornar parte dos Jogos Olímpicos é uma boa oportunidade de crescer. Minha dica para vencer é ter a mente aberta, estar aberto à cena e estar ciente de suas fraquezas. Apenas seja verdadeiro com quem você é.”
B-Girl Mess (NED): “Quando eu comecei o Breaking, ninguém acreditava que era algo sério. Se você assistir hoje em dia, pode ver o nível de Breaking – o quão alto ele se desenvolveu por meio de movimentos incríveis e uma abordagem muito artística. Tornou-se uma arte, tornou-se um esporte e uma cultura global. Tudo é possível e você pode se desenvolver como um artista incrível, um atleta incrível.”
B-Boy Kid Karam (GBR): “Se eu fosse representar meu país nos Jogos, seria muito impressionante. Representar um lugar como aquele onde tem uma grande identidade e o público em geral, poder se envolver e ver o que fazemos – seria uma coisa incrível. Ficaria honrado com isso e adoraria fazer isso.”
B-Boy Shigekix (JPN): “É uma coisa tão incrível que Breaking vai ser um dos esportes nos Jogos olímpicos. Se eu for capaz de representar meu país, gostaria de dar o meu melhor e mostrar tudo o que puder. ”
B-Girl Madmax (BEL): “Eu estou dançando Breaking desde os 14 anos e nunca esperei que um dia pudesse representar a Bélgica nos Jogos. Se eu tiver sorte e me sair bem nos próximos anos, talvez um dia eu tenha a chance. Vamos!”
O assunto também foi comentado em Portugal e no Brasil:
Max Oliveira (POR): “Será importante existir uma estrutura nacional forte e organizada. Podes ser o melhor B-Boy do planeta, mas se o teu país não tiver uma boa estrutura e organização, dificilmente irás ter acesso às Olimpíadas em pé de igualdade com outras potências mundiais, sabemos que existem países que já têm o seu lugar reservado nos Jogos Olímpicos, independentemente do nível dos praticantes.”
Rooneyoyo (BRA) Presidente da Confederação Brasileira de Breaking – CBRB: “Aguardamos por 4 anos este anúncio e por fim chegou em um momento delicado politicamente, devemos acreditar firmemente no objetivo e avançarmos nas negociações propositivas e de políticas públicas para o esporte da nossa categoria, não faltarão esforços para isso da confederação. Agora é hora de trabalhar sério e mostrar do que o brasileiro é capaz.”
B-Boy Leony (BRA): “Agora só depende de nós, brasileiros, se organizar para representar o Brasil lá.”
A nova geração de B-Boys e B-Girls também opinam:
B-Girl Angel do Brasil: “É muito bom receber essa notícia! Esse ano tive boas oportunidades no E-Fise Montpellier Honor, na França e em eventos internacionais. Estou me preparando todos os dias para grandes eventos. Com determinação, dedicação, é possível chegar lá.”
B-Boy Maguila (BRA): “Eu acho uma ideia boa, por que o Breaking vai ser mais reconhecido e também praticado. Eu gostaria muito de participar.”
B-Boy Richard (BRA): “Eu acho muito bom. Eu gostaria de participar, a esperança é a última que morre.”
B-Boy Eagle (BRA): “O Breaking agora faz parte dos Jogos Olímpicos e isso é muito bom. Gosto da cultura, da essência, mas também gosto da modernidade e da possibilidade de representar o meu pais durante as Olimpíadas.”
B-Girl Aninha (BRA): “Achei muito interessante, isso será uma chance para todos nós de sermos reconhecidos.”
O Portal Breaking World se alegra em poder dar essa notícia e cobrir todas as notícias sobre os Jogos Olímpicos, além de ouvir os B-Boys e B-Girls. Também torcemos para que haja mais entendimento e uma melhor organização. E, claro, muitos brasileiros preparados para subir no pódio!
Fotos: Arquivo Pessoal / Divulgação
B-Boy Bart
B-Boy Leony
B-Girl Angel do Brasil e FabGirl
B-Boy Maguila
B-Boy Eagle
B-Boy Richard
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A WDSF (World Dance Sport Federation) e a Federação Chinesa de Dança Esportiva anunciaram que o Campeonato Mundial de Breaking será realizado em 20 de junho de 2021. A competição estava originalmente programada para ocorrer em agosto de 2020, mas foi adiada devido à pandemia do novo coronavírus. Foi decidido que o campeonato permanecerá no Lishui Sports Center, na cidade chinesa de Nanjing.
“O sucesso do “Breaking World Championships” de 2019, em Nanjing, nos dá grande confiança em nossos anfitriões chineses, que pretendem organizar um evento ainda mais espetacular no próximo ano. A saúde dos competidores, organizadores e fãs continua sendo nossa principal prioridade, é claro, e estamos comprometidos em trabalhar com os organizadores locais para garantir as melhores e mais seguras condições possíveis. A WDSF continuará monitorando a situação do coronavírus em todo o mundo e seguindo as recomendações do Comitê Olímpico Internacional, da Organização Mundial da Saúde e do governo chinês em relação à organização da competição”, disse o presidente da WDSF, Shawn Tay.
Informações detalhadas sobre os prazos atualizados e os procedimentos de qualificação serão anunciados nos próximos meses. A japonesa B-Girl Ami e B-Boy Menno, da Holanda, são os atuais detentores dos títulos mundiais feminino e masculino, tendo triunfado em Nanjing no ano passado.
O Breaking está previsto para se tornar um esporte olímpico nos Jogos de 2024, em Paris.
Fotos: Divulgação
B-Boy Menno conquista mais um campeonato
B-Girl Ami em ação no Campeonato Mundial de Breaking da WDSF
B-Girl Ami foi a grande vencedora do feminino
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