Red Bull BC One comemora 20 anos de história fazendo eliminatórias regionais no Brasil. E realiza a Nacional e a Latino-Americana no Memorial da América Latina

Quem é B-Boy, B-Girl ou se interessa pelo elemento Breaking, seja como cultura e agora também como esporte, já começa cada ano com as datas da Red Bull BC One bloqueadas na agenda. É quase uma tradição de quem acompanha a cena. São três dias de confraternização, de cyphers e encontros de B-Boys e B-Girls de várias idades, etnias, estados do Brasil e até de outros países, onde todos têm o objetivo de dançar muito, trocar aquela vibe e passar pelas seletivas, chegando na grande final que abre as portas para um filtro na last chance e depois para a final mundial que esse ano será na França. Mas, poucos sabem como começou essa história que esse ano completa 20 anos! O Portal Breaking World foi atrás de alguns arquivos históricos e olha: senta que lá vem história…

 

 

Uma breve retrospectiva até os dias de hoje…

 

 

 



 

Depois de surgir em Nova York no fim da década de 70, a cultura Hip-Hop se espalhou rapidamente pelo mundo todo, tornando-se uma potência da música, dança, arte e moda. No Brasil, no início da década de 80, dançarinos começaram a se reunir na estação São Bento do Metrô de São Paulo – onde nasceu o rap paulista – para treinar passos de Breaking e batalhar. Como parte dessa ascensão da cultura Hip-Hop pelo mundo, surgiu, em 2004, na Suíça, o Red Bull BC One, com uma proposta diferente dos campeonatos de Breaking já realizados até aquele momento: as batalhas passaram a ser individuais. Assim, tornou-se a primeira competição do mundo com batalhas 1×1. O evento principal da Red Bull foi realizado pela primeira vez em 2004 em Biel, na Suíça, no formato anual, ocorrendo sempre em um local diferente: em 2005 ocorreu em Berlin ( Alemanha); em 2006 na América do Sul, em São Paulo (Brasil); em 2007 foi em Johanesburgo (África do Sul) ; em 2008 ocorreu em Paris (França); em 2009, a competição foi no local com maior história e relevância dentro da cultura Breaking, a cidade de Nova Iorque (Estados Unidos); em 2010 em Tóquio (Japão); em 2011 desembarcou em Moscou (Rússia); em 2012 novamente no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro; em 2013 em Seul (Coreia do Sul); em 2014 o evento retornou à França, em Paris, pela segunda vez; em 2015 foi em Roma (Itália); em 2016 o evento retorna ao Japão, agora na cidade de Nagoya; em 2017 muda-se para Países Baixos, em Amsterdã e foi nesse ano que acontece um marco importante que abriria a porta para a participação feminina nessa história. B-Girl Ayumi se tornou a primeira mulher a chegar nas finais da competição no top 16, competindo com o B-Boy Kill. 

 

 

 

 

 

 

Em  2018, é a segunda vez que a Suíça recebe o evento após a primeira edição, mas desta vez em Zurique e nela temos então a B-Girl Ami, que foi a primeira vencedora na categoria feminina do Red Bull BC One; em 2019 ocorreu em Mumbai (índia); Em 2020 foi a vez da Áustria, pela primeira vez na história do BC One; em 2022 a competição voltou à cidade de Nova Iorque e agora, em 2023, novamente na França, na cidade do solo sagrado de Roland Garros. O lendário complexo de quadras de tênis em Paris será transformado no maior palco de Breaking do planeta, onde os melhores B-Boys e B-Girls do mundo vão batalhar pelo cobiçado título de melhor breaker do mundo e, nesse ano, mais um marco feminino, temos a primeira B-Girl brasileira convidada diretamente pela Red Bull para competir na grande final mundial sem passar pela last chance. Estamos falando da B-Girl Maia.



 



 

2023 e lá se foram 20 anos!

 

 

Red Bull BC One Cypher Brazil 2023
Imagem: ® Breaking World

 

 

 

Com a história de um evento consolidado, esse ano a Red Bull só teve motivos para comemorar os 20 anos. E claro, no Brasil, a comemoração foi grande, regada a muito Breaking, Samba e na terra da garoa teve o comando dos DJ’s MF, DJ Pow e a DJ Miya-B. Foram 4 eliminatórias correndo pelos seguintes estados brasileiros: Belém (PA) onde os ganhadores foram B-Boy Arroz e B-Girl Lívia, Brasília (DF) B-Girl Ana e B-Boy Khaled, Rio de Janeiro (RJ) B-Girl Toquinha e B-Boy Dotado e, em São Paulo (SP), B-Girl Marininha e B-Boy Branco. 

Em São Paulo, o evento depois de 17 anos voltou ao Memorial da América Latina e, além da eliminatória de São Paulo, da Final Nacional (onde os campeões foram B-Girl Toquinha e B-Boy Leony), teve também a Cypher Latam. Trata-se da primeira eliminatória da América Latina dentro do Red Bull BC One Camp Brazil. Foi destinada a B-Boys e B-Girls de países latino-americanos que não possuem edições próprias do Red Bull BC One. Os B-Boys Alexis e Matita, e as B-Girls Luma e Carito, foram classificados para a Final Mundial como wildcards. Os ganhadores foram B-Girl Luma e B-Boy Rick.

 

 

 

Red Bull BC One Cypher São Paulo 2023
Imagem: ® Breaking World

 

 

 

Espaço de todos e viva a renovação!

 

Se todos prestigiaram o evento, lógico que não passou batido a renovação e a presença da nova geração já conquistando seu espaço nas competições e também nas cyphers. No Rio de Janeiro, B-Boy Richard (18) chegou na semifinal; B-Boy Marcin (18) chegou no top 8 no Rio de Janeiro e no top 16 na Cypher São Paulo. B-Boy Eagle (16) participou competindo pela primeira vez das duas regionais. E não menos importante, nas Cyphers da Red Bull BC One de São Paulo B-Girl Angel do Brasil (13), B-Girl Mary-D (14) e a pequena B-Girl Nicck mostraram a força da nova geração. 

 

 

 

 

 

 

Foram 3 dias intensos e de muitas atividades para todos os estilos e gostos vejam o que rolou:

 

 

Exposições fotográficas internacionais de Martha Cooper e Nika Kramer: 

 

 

 

Imagem: ® Breaking World

 

 

 

Que em suas histórias se dedicaram a capturar com suas lentes o Breaking como movimento, apresentando sua evolução ao longo dos anos e colocando, sobretudo, as B-Girls em foco. As artistas vêm trabalhando em parceria desde 2010, em livros e documentários sobre a cena. Elas estiveram presentes no evento com a exposição “Evolution of a Revolution”. Martha Cooper é conhecida por fotografar a arte urbana de Nova Iorque desde a década de 70, quando a cultura Hip-Hop nasceu nos subúrbios nova-iorquinos, e mergulhou sem medo nas vibrantes cenas de Breaking e Graffiti. Suas fotografias se tornaram símbolos, preservando a arte, determinação e resiliência do movimento ao redor do mundo. Nika Kramer, por sua vez, é uma contadora de histórias visual, cujas lentes revelam a profundidade emocional e energia vibrante do Breaking. Com um olhar atento para capturar movimentos fora de série, Nika dá uma nova dimensão à narrativa. Suas fotografias capturam a essência da jornada de cada B-Girl, evocando uma sensação de conexão e admiração. Outro grande nome da fotografia internacional que esteve presente foi o fotógrafo Little Shao que com seus clicks abrilhantou ainda mais o evento. Little Shao faz parte do time de fotógrafos da Red Bull BC One e já colaborou com marcas como Nike, PSG, Yves Saint Laurent, Kenzo, Kia, entre outras.

 

 

 

Workshops nacionais e Internacionais: 

 

 

 

 

 

 

Esse ano, nomes conhecidos como a B-Girl FabGirl, B-Boy Foguete e também grandes nomes internacionais como B-Boy Lee, B-Boy Jey, B-Boy Junior, B-Boy Menno, B-Boy Lilzoo e B-Girl Kastet deram workshops nas regionais da Red Bull BC One. Durante o workshop da B-Girl Kastet, que estava lotado, ela declarou: “Esse foi o workshop que dei com maior número de pessoas até hoje”. 

 

 

 

Outras Batalhas e Competições 

 

 

Batalha do Chinelo: 

Criada pelo B-Boy Pelezinho para o evento IBE, um festival que celebra a Cultura Hip-Hop na Holanda. A batalha voltou pela terceira vez para o Brasil. A dinâmica é simples: cada B-Boy e B-Girl tem que batalhar sem deixar o chinelo voar do pé! O grande ganhador foi o venezuelano B-Boy Alvin.

 

 

Batalha do Passinho está em casa

Inspirado no Break Down The House com um tempero brasileiro, que mistura House com Passinho, em uma batalha inédita. A musicalidade, recheado de funk brasileiro, desafia os dançarinos nesse novo conceito, enquanto os jurados têm a missão de escolher a melhor dupla. A disputa é simples: uma dupla, composta por um dançarino de House e um dançarino de Passinho, batalha contra a outra. Ao contrário da última edição, neste ano teve uma eliminatória para formar as Top 8 duplas finalistas. Os campeões foram a dupla Pieigyh e André Oliveira.

 

 

Batalha de Footwork: 

Criada pela página no Instagram @footworkerz, a Batalha Footworkers veio para o Brasil pela primeira vez este ano e consiste em desafiar os dançarinos a fazerem os passos com as mãos, sustentando o peso do corpo. Dividida em etapas, começando pela escolha dos Top 16 e, a partir disso, as oitavas, quartas, semis e final. Toda essa dinâmica teve aproximadamente duas horas de duração. O campeão foi o B-Boy Nachito.

 

 

Batalha Crashfest:

Esse novo conceito é basicamente uma Cypher, em que a proposta é que os dançarinos se joguem e façam os seus Powers Moves mais explosivos e imprevisíveis. B-Boy Tawfiq selecionou alguns B-Boys e B-Girls para participarem, mas qualquer pessoa poderia se inscrever nas eliminatórias. Essa batalha não teve uma ordem, a ideia foi ser uma Cypher aberta em que cada um entra no seu momento. E não tem jurados! Os vencedores foram escolhidos pelo B-Boy Tawfiq com base em elementos como: quem se jogou mais e fez os Power Moves mais explosivos e quem foi melhor nas questões técnicas e qualidade de movimento. O campeão foi o B-Boy Rex.

 

 

 

E como foi a final nacional?

 

 

 



 

A final Nacional trouxe alguns momentos especiais, primeiro, no Top 16, a participação do B-Boy Megaman com seu estilo totalmente diferenciado levantou o público presente e saiu aplaudido mesmo não tendo avançado, segundo os jurados, na batalha contra o B-Boy Leony, atual campeão. Outro momento especial foi a final de B-Girls, que foi entre duas moradoras do bairro de Perus, em São Paulo, B-Girl Keka e B-Girl Toquinha (campeã). O retorno do B-Boy Bart, após recuperação de uma cirurgia, também foi uma ótima notícia. Bart disputou a final com o pentacampeão B-Boy Leony, que apesar de acumular títulos nacionais ainda busca a conquista do cinturão no mundial que há 13 anos foi levantado pelo B-Boy Neguin (único brasileiro a conquistar o título máximo da Red Bull BC One até hoje). 



 



 

E quando será o Mundial?



 

B-Girl Toquinha (SP) e B-Boy Leony (PA)
Imagem: ® Fabio Piva / Red Bull



 

A Red Bull BC One Mundial acontece em Paris, no dia 21 de outubro, em Roland Garros. Esta será a terceira vez que Paris sediará a Final Mundial do Red Bull BC One e a mais especial, porque acontece um ano antes de Paris abrigar a estreia do Breaking nas Olimpíadas.

Desejemos “Bonna Sorte” a dupla de campões brasileiros, B-Boy Leony e B-Girl Toquinha, que vão disputar a Last Chance Cypher e tentar uma vaga na Final Mundial. Vibrações positivas para eles!

 

 

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