Coadjuvantes? Até quando?
Por Luciana Mazza
Atletas brasileiros ficam fora do pódio no mundial da WDSF e perdem na competição de crew na Battle Pro
Enquanto o final de semana foi festivo para alguns países, como Estados Unidos, Japão, Alemanha, Cazaquistão e, claro, França, que assumiram o papel principal na história do Breaking como modalidade olímpica e já começaram a levar para casa medalhas de ouro, prata e bronze, o Brasil, coadjuvante dessa história, não teve muitos motivos para comemorar.
A delegação brasileira de Breaking embarcou para a França no último dia 30, para competir no primeiro torneio internacional como modalidade olímpica. O evento era o World Breaking Championship (WBC), primeiro campeonato oficial 1×1 (um contra um), produzido pela Breaking For Gold da WDSF (World Dance Sport Federation), que aconteceu no Théâtre du Châtelet, em Paris, no dia 4 de dezembro.
Para quem desconhece, o World Breaking Championship é um campeonato que acontece na China, na cidade de Nanquim. Porém, por causa da pandemia, a competição foi levada para a Europa. O torneio é uma qualificação para o campeonato mundial da IWGA (Internacional World Games Association), que acontece no Alabama (EUA), em julho de 2022 e que faz parte do ranking mundial que soma pontos para a qualificatória olímpica Paris 2024.
Para essa viagem, foram indicados (não houve seletivas) e escolhidos pelo Conselho Nacional de Dança Desportiva (CNDD) e seus diretores de Breaking os atletas: as mineiras Isabela Rocha, conhecida como B-Girl Itsa e Nathana Venâncio (B-Girl Nathana), que é uma das apostas da Everlast; o paulista Luan Carlos dos Santos (B-Boy Luan San) e, por último, o mineiro Gilberto Araújo, conhecido como B-Boy Rato, que substituiu em cima da hora o B-Boy Ratin, que já tinha sido divulgado no flyer do evento, porém não participou.
Na véspera do evento, frases de efeitos e fotos nos principais pontos turísticos da França não faltaram nas redes sociais dos atletas e do próprio Conselho Nacional de Dança Desportiva, que inclusive chegou a postar que “os atletas brasileiros estavam preparados e bem vestidos para o WDSF World Breaking Championship!”. B-Girl Nathana ainda postou: “Todo esforço tem a sua recompensa”. Recompensa essa que não veio, nem para ela e nem para a maioria dos atletas escolhidos pela CNDD, pois na competição feminina, ambas as brasileiras não avançaram para a fase eliminatória. Nathana ficou na fase preliminar (filtro), Itsa foi eliminada na fase de grupos pela B-Girl Jilou, da Alemanha.
No masculino, B-Boy Rato perdeu na fase de grupos. Ele caiu na chave dos B-Boys Shigekix, do Japão e Phil Wizard, do Canadá. Ambos estão entres os melhores do mundo e o canadense, inclusive, foi vice-campeão do Red Bull BC One deste ano.
Um brasileiro que fez a diferença
O B-Boy Luan San foi o que teve melhor performance do time e avançou um pouco mais no evento. Chegou nas quartas de final, onde ele competiu com o B-Boy Gun, da Rússia. Na semifinal, enfrentou o estadunidense Victor, sendo derrotado por 2 rounds a 0. Na briga pelo terceiro lugar, Luan ficou de fora do pódio, perdendo para Amir, atual campeão do Red Bull BC One e ganhador da medalha de bronze do mundial. Vale lembrar que na primeira edição do mundial da WDSF, que aconteceu em 2019, o B-Boy Luan San foi o único brasileiro presente, terminando na 23° posição.
O torneio deu premiação de 1.900 euros para o vencedor, 1.500 para o vice, 500 para terceiro, 400 para quarto e quinto lugar e 300 até o oitavo lugar.
No dia seguinte (5), o time brasileiro ainda participou de mais uma competição na França, a 20° edição da Battle Pro, na categoria Crew vs Crew. Além dos 4 atletas, complementaram o “Team Brazil” os B-Boys Mixa, Migaz, Dinho Still, Bokão (Vinicius Manzon) e Bispo Street Breakers. O resultado não foi diferente e nem favorável ao Brasil, perderam a disputa para a Last Squad da França, não avançando no evento.