As batalhas virtuais do campeonato da Red Bull BC One acontecem, neste sábado (26), com transmissão ao vivo, o brasileiro B-Boy Bart que recentemente conversou com o Portal Breaking World disputará contra outros 7 B-Boys de diferentes locais do planeta em busca de uma vaga para a final mundial do evento, que acontece na Polônia, em novembro.
Quem quiser conhecer mais sobre a dinâmica do torneio e como funcionam as competições 1×1 de breaking, vale acompanhar todas as emoções ao vivo, a partir das 13h (horário de Brasília), por meio da Red Bull TV e dos canais oficiais do evento no Facebook e YouTube.
E ainda:
Follow the Steps:Que tal uma viagem ao redor do mundo com uma das equipes de Breaking mais famosas de todos os tempos? Quatro vezes campeões mundiais da modalidade, os Flying Steps protagonizam esta série de seis episódios, em que a crew europeia mostra todas as suas habilidades e seu estilo único, deixando sua marca em locais como Estados Unidos, Áustria e até em alto mar, a bordo de um cruzeiro.
Dance Como: Fortemente ligada às raízes brasileiras, a série de quatro episódios vai além do Breaking e acompanha as trajetórias de dançarinos periféricos que superaram desafios e tornaram-se referência em seus estilos. A produção conta com a participação de grandes nomes nacionais da cena de cultura urbana.
ABC… do Red Bull BC One:Décimo episódio da série “ABC do…”, a produção de 25 minutos acompanha toda a trajetória do maior campeonato de Breaking 1×1 do mundo, desde sua fundação até todas as lendas que passaram pelo evento em seus 17 anos de história. O episódio ainda funciona como uma espécie de aula, já que apresenta todos os diferentes elementos e movimentos que compõem uma dança de Breaking.
Foto: ® Dean Tream Red Bull
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Série sobre o Hip-Hop em SP, idealizada por OsGêmeos, estreou na última quinta-feira no YouTube da Pinacoteca de São Paulo
A Pinacoteca de São Paulo lançou semana passada uma série audiovisual chamada “Segredos”, idealizada pelos gêmeos Gustavo e Otávio Pandolfo, que contam a história do Hip-Hop brasileiro por meio das lembranças dos artistas que fizeram parte dessa efervescência, desde 1980. A série foi dividida em quatro episódios e vai ser disponibilizada no YouTube da Pinacoteca (https://www.youtube com/user/MuseuPinacoteca) todas as quintas, às 20h.
A cada episódio, OsGêmeos recebem convidados diferentes que fazem parte do movimento para relembrar a trajetória de cada um e contá-la às novas gerações. Desta maneira, pretendem demonstrar como o Hip-Hop se transformou em uma das manifestações artísticas e culturais mais relevantes no Brasil, sendo determinante na vida dos que fizeram e fazem parte dele, não apenas por introduzi-los ao Rap, ao Breaking e ao Graffiti, mas pelas amizades que surgiram nos eventos da São Bento, berço do movimento em São Paulo, e que continuam até hoje.
Os encontros acontecem no vagão de um trem, imaginado pelos artistas e montado no ateliê dos dois. Declararam numa entrevista para o Estadão: “É uma cápsula do tempo que nos leva de volta à década de 80 para reviver a nossa história e a dos nossos amigos, que é a própria história do Hip-Hop”, conta Gustavo. Dentro desta máquina do tempo se revela, por exemplo, que o DJ KL Jay, do Racionais MC’s, foi dançarino de Breaking nos anos 1980. Os próprios irmãos, conhecidos no mundo inteiro graças ao Graffiti, contam que dançaram Breaking e cantaram Rap. “Todo mundo fazia um pouco de tudo”, diz Otávio.
A ideia de documentar a história do movimento é antiga, mas fazer isso por meio de uma série documental surgiu durante a montagem da exposição “OsGêmeos: Segredos”, no ano 2020. A exposição pretendia, inicialmente, fazer oficinas de Hip-Hop com jovens para incentivar a arte, mas a ideia foi abortada após o surgimento da pandemia do coronavírus. Foi aí que a série surgiu. O resultado é visto de uma maneira tão positiva pelos artistas que eles contam que “é só o começo de uma grande história”, mas não revelam o que têm em mente. O futuro promete revelar segredos…
Segundo Jochen Volz, o diretor-geral da Pinacoteca, a intenção é que o documentário também tenha uma finalidade educadora e possa servir para fomentar aulas, oficinas e debates. “O documentário foi montado de maneira bastante didática para ser visto por todos os públicos e para que os jovens, estudantes, possam aprender sobre a história do Hip-Hop e dos seus próprios artistas”, afirma Volz.
Segundo os irmãos, as entrevistas do documentário foram feitas sem um roteiro. Com improviso, histórias que não conheciam, mesmo com mais de 35 anos de amizade com a maioria dos entrevistados, foram reveladas por meio do relato de convidados como: Thaíde, KL Jay, Erick Jay, Edi Rock, Rooneyoyo e Nelson Triunfo.
Fotos: Divulgação Pinacoteca/OsGêmeos
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Ela nasceu na cidade de Nagoya, Aichi, no Japão. Começou a dançar Breaking com 8 anos, hoje com 10, sonha em pisar nos grandes palcos olímpicos e se tornar a melhor B-Girl do mundo. Tem participado de vários eventos mundiais on-line erecentemente esteve no evento brasileiro “Expo Hip-Hop On-Line”, organizado pela Street House – Casa de Cultura Urbana, junto com crianças dos EUA, Venezuela e Brasil, onde numa final pesada contra um brasileiro foi a grande campeã. Noa ainda não esteve presencialmente no Brasil, mas espera algum dia poder conhecer, dançar com os breakers brasileiros e fazer novos amigos da sua geração. Confira a entrevista:
BW: Gostaria que você nos contasse um pouco sobre sua vida no Japão. Em qual cidade você nasceu? Onde você mora? Você tem irmãos?
Noa: Eu nasci em Nagoya, Aichi, Japão. Agora eu moro na cidade vizinha. Eu tenho uma irmã mais velha.
BW: Ser uma B-Girl no Japão é algo bem aceito pela sociedade? Você tem todo o apoio de sua família?
Noa: É aceitável, mas o Breaking ainda não é tão famoso quanto o futebol ou o beisebol. Professores e amigos ficam surpresos quando digo que sou B-Girl. Espero que o Breaking se torne mais conhecido algum dia. Tenho o apoio de toda minha família. Sempre sou grata por isso.
BW: Quando você teve seu primeiro contato com a Cultura Hip-Hop? Quando você começou a dançar Breaking?
Noa: Eu tinha 5 anos quando tive o primeiro contato com a cultura. Naquela época, minha irmã começou a aprender Hip-Hop. Depois disso, aos sete anos, comecei a aprender também no mesmo estúdio que minha irmã. Comecei no Breaking aos oito anos.
BW: Alguém te ensinou a dançar Breaking? Alguém na sua família dança? No mundo do Breaking, quem são suas referências?
Noa: Foi B-Boy Kan quem me ensinou a dançar. Ele tem um ótimo Footwork, personalidade e carisma. Graças a ele me apaixonei pela dança. Se meu mentor não fosse ele, não haveria uma B-Girl Noa agora. Eu realmente aprecio ele. Conhecê-lo foi o começo da minha vida de B-Girl. Na minha família, só minha irmã dança um pouco. Meus pais não têm experiência em dança.
BW: No mundo do Breaking, quem são suas referências?
Noa: A primeira B-Girl que vi quando não conhecia a palavra “B-Girl” foi Ami. Foi ela quem ganhou o Red Bull BC One. Naquele momento pensei: Eu quero ser como ela! Torne-se uma B-Girl! Tomei uma decisão forte. Estou com saudades de B-Girl Ami & Ayu e B-Boy Katsu1. Ela é uma saudade e uma meta para mim. Eu também admiro Ayu. Eu amo Footwork. Seu Footwork é criativo e original. E Ami e Ayu são elegantes e fofas. Eu também quero ser assim. O B-Boy Katsu1 é incrível. Ele me ensina a alegria de dançar e a alegria de tocar além de dançar. Ele é um B-Boy muito famoso e tem amigos em todo o mundo. Mesmo assim, ele me chama de “amiga”. Estou muito feliz com isso. E sua dança tem alma. Conheci uma dança calorosa graças a ele. É tão grande para mim. Acho que cresci quando o conheci. Eu quero ser como ele algum dia. Como dançarina e como pessoa. Eu o respeito muito.
BW: Como é a sua rotina de treinamento, quantas horas por dia você treina?
Noa: Pratico em casa cerca de duas horas todos os dias. E eu tenho aulas todos os sábados. Essa é minha rotina.
BW: Existe algum movimento que você mais gosta de fazer? E outros que você acha mais difíceis? Você teve dificuldade com algum movimento específico?
Noa: Eu gosto de Footwork. Recentemente, consegui fazer Atracks (Halo), mas foi difícil para mim. Tenho praticado principalmente Footwork até agora, então gostaria de aprender mais sobre movimentos de Power Move. E eu gostaria de poder fazer meu próprio movimento especial com originalidade!
BW: Como você divide o tempo entre o estudo e a dança? Como tem sido sua vida neste período de pandemia?
Noa: Esta é uma pergunta muito difícil para mim. Porque não gosto muito de estudar. Mas não posso praticar a menos que termine meu dever de casa. Então, me apresso para fazer minha lição de casa todos os dias. O tempo de pandemia aumentou o tempo para dançar em casa. Os eventos presenciais foram cancelados, então, busquei participar de muitas batalhas on-line. Graças a isso, conheci muitas pessoas. Mas eu odeio pandemias porque há muitas notícias tristes. Espero que a pandemia acabe em breve e que as pessoas em todo o mundo possam se sentir à vontade.
BW:Você participou de vários eventos on-line. Participou do E-Fise na França em 2020, agora do World Kidz Breaking Championship e da Expo Hip-Hop no Brasil. Conte-nos como é participar de vários eventos ao redor do mundo, agora on-line?
Noa: Cada batalha teve uma grande experiência. A primeira batalha on-line no exterior da qual participei foi o Breakfree Worldwide. Fiquei emocionada ao mostrar minha dança para estrangeiros pela primeira vez. Como resultado, perdi no segundo turno, mas os grandes B-Boys organizadores me elogiaram. Além disso, um estrangeiro que não me conhecia antes deu-me boas dicas. E eu me tornei amigo de Katsu1 nessa época. Isso me deixou muito feliz e me deu confiança. Depois disso, comecei a querer participar cada vez mais das batalhas mundiais, eu me divirto muito porque posso batalhar com dançarinos que eu normalmente não seria capaz e com dançarinos estrangeiros!
BW: Nos campeonatos de Breaking, o tempo todo, B-Boys e B-Girls ganham e perdem. Como você se prepara emocionalmente para isso?
Noa: Claro que é muito frustrante perder. Na verdade, às vezes chorei na frente de todos. Mas depois disso, entendi que poderia ganhar da próxima vez! O espírito de competir eu tenho. Outros dizem: “Gosto do seu estilo”. Sinto-me encorajada pelas palavras. Mesmo se eu perder a batalha, ficaria muito feliz se alguém se lembrasse de mim pela minha dança memorável. E eu quero ser a melhor B-Girl do mundo algum dia, então eu continuarei treinando e participando de desafios!
BW: O que você acha do Breaking ter entrado nos Jogos Olímpicos?
Noa: Quero que muitas pessoas conheçam meu Breaking e sonho pelo grande palco das Olimpíadas. Mas preciso saber mais sobre o Breaking na história e também quero o valorizar como cultura.
BW: Quais são seus planos e sonhos para o futuro?
Noa: Meu sonho é ser a melhor B-Girl do mundo. E fazer muitos amigos em todo o mundo.
BW: Esse ano as Olimpíadas estão programadas para acontecer no Japão. Mas em função da pandemia muitas ideias diferentes surgiram na imprensa. É verdade que muitos japoneses são contra o evento acontecer este ano? Conte-nos como estão as coisas por aí? Como está a pandemia no Japão?
Noa: Essa é uma pergunta muito difícil. Não sei o que dizer, mas acho que alguns japoneses são a favor das Olimpíadas e outros são contra. Mas eu entendo ambas as opiniões. Se eu fosse uma atleta olímpica, gostaria que fosse realizado. Mas se minha família tem uma doença crônica e eles podem morrer se forem infectados, eu teria medo de participar. O Japão agora está tentando conter a pandemia. As vacinas estão sendo aplicadas. Mas muitas pessoas ainda são infectadas todos os dias. Parece que muitas vão morrer porque o hospital está cheio e não tem mais leitos. Ninguém ao meu redor foi infectado ainda. Por favor, não infecte ninguém. Quero que meus entes queridos continuem saudáveis. Espero sinceramente que não haja mais pandemias em todo o mundo.
BW: Que mensagem você deixaria para B-Boys e B-Girls brasileiros?
Noa: Olá, B-Boys e B-Girls brasileiros. Sou a B-Girl Noa do Japão. Se algum dia eu puder ir ao Brasil, gostaria de dançar com vocês. E eu quero que vocês sejam meus amigos. Estou ansiosa para vê-los algum dia. Vamos dar o nosso melhor um ao outro, tomara que esse dia chegue logo e se cuidem!
Fotos: Arquivo Pessoal
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Ele teve a infância no interior de São Paulo, na casa dos avós, mas foi na adolescência, em Minas Gerais, dentro de um Centro Olímpico, aos 13 anos, que se encantou pelo Breaking de vez e pelos movimentos Power Moves, que achava irados!
Estamos falando de Douglas Lima, também conhecido como B-Boy Pikira, que hoje é um dos principais B-Boys brasileiros que constantemente está presente em propagandas e comerciais publicitários. Confiram a entrevista:
BW: Queria que você nos contasse como foi sua infância. Em que local foi? Que lembranças você tem dessa época?
Pikira: Minha infância foi bem divertida (risos). Sempre fui um garoto bem alegre e brincalhão com todos, fui criado na casa dos meus avós no interior de São Paulo, junto de minha mãe, que foi minha mãe e meu pai ao mesmo tempo, venho de uma origem humilde, que nunca teve muita coisa, sabe? Mas, graças a Deus, nunca me faltou nada, principalmente educação e o carinho da minha família, que é o mais importante para mim, quando era criança eu gostava muito de jogar bola e andar de bicicleta na rua (risos). Que criança não gosta, né? (risos).
BW: Quando você teve o primeiro contato com a Cultura Hip-Hop?
Pikira: Olha, quando eu comecei a dançar eu tinha 13 anos de idade, eu só fazia por amor mesmo e por achar irado aprender os movimentos giratórios, que no Breaking se chama de “Power Moves”, que são os movimentos com impacto maior na dança, porque usa muito a força e agilidade do corpo, eu aprendi a dançar quando fui morar em Minas Gerais, onde eu frequentava um Centro Olímpico para jogar bola, foi ali que eu vi uns meninos fazendo Power Moves e dançando com um Boombox no chão, bem no cantinho da quadra de Futsal, foi naquele momento que me aproximei e perguntei pra eles se podia ficar olhando eles dançarem, aí eles me olharam meio marrentos e responderam que podia (risos), foi naquele momento que me encantei com a dança e decidi fazer aquilo… Mas, sem pensar em viver da dança, nem virar um artista, foi só por amor e admiração pelos passos e movimentos que eram irados pra mim, foi aí, então, que perguntei para um dos meninos que se chamava Marcos, que eu queria aprender a dançar e se ele poderia me ensinar alguns passos daquela dança, foi aí que ele me explicou que se chamava Breaking e que era um dos elementos da Cultura Hip-Hop, depois desse dia, ele me ensinou o básico, que foi o Top Rock, Drop, Footwork e o Freeze. Isso foi somente em um dia (risos). Ele me passou os passos e foi embora, aí eu fui para casa, coloquei uma música do Black Eyed Peas, que eu gostava muito e comecei a treinar os passos que ele me ensinou, treinei muito! Até ficar rápido e leve, aí fui novamente no Centro Esportivo, no dia seguinte, para mostrar pra eles o quanto eu aprendi treinando sozinho em casa, mas aí eles não foram no Centro Esportivo nesse dia (risos), eu fiquei triste, mas não desisti e fiquei lá até fechar, aí batendo 8h da noite chega o Marcos, o menino que me passou os fundamentos da dança no Centro Esportivo, aí falei pra ele que treinei e que queria mostrar pra ele o quanto aprendi, aí fomos para dentro da quadra e mostrei pra ele e ele ficou surpreso com a minha agilidade e rapidez de aprender tão rápido o básico, foi aí que ele falou para ir todos os dias no Centro Esportivo que ele iria me ensinar novos passos, fiquei muito feliz e fui novamente no dia seguinte, debaixo de chuva (risos), com minha mãe brigando comigo e perguntando o que eu iria fazer no Centro Esportivo, na chuva (risos)… Até então, ela não sabia que eu estava dançando, aí fui na chuva e o menino não foi (risos), fiquei triste demais nesse dia porque eu realmente estava ansioso para aprender mais passos e treiná-los para mostrar pra eles que eu seria bom naquilo, foi aí que continuei indo nos dias seguintes e eles não apareciam mais, aí um belo dia eu fui para jogar bola e já tinha desistido de ir até lá e não achar eles no Centro Esportivo dançando, aí fui jogar bola e encontrei não só com eles, mas com uns 15 caras reunidos treinando Breaking no mesmo lugar, foi aí eu falei “Uaaaal, que irado!” (risos), fui lá olhar de perto e o menino que me ensinou os fundamentos falou pra eu fazer na roda, ali, pra todos verem (risos), aí tomei coragem e fiz e ainda arrisquei uns movimentos que eu vi no jogo de Vídeo Game, que eu tinha comprado de B-Boy na época, aí os mais velhos deles, que foi o que ensinou eles a dançarem, me chamou para ir em outro lugar aonde eles treinavam fechado o grupo todo, fiquei muito feliz no dia (risos), confesso que nem dormi direito (risos). Aí, no dia seguinte, fui no treino que era numa antiga prefeitura, em uma sala fechada, foi aí que comecei a treinar de verdade e aprender novos passos e movimentos olhando eles fazerem, depois disso, eu treinei bastante e aprendi muita coisa em pouco tempo de prática e aí eles me chamaram para entrar na crew, desde então eu não parei mais.
BW: Quando de fato se dedicou ao Breaking? Você teve referências na dança? Pessoas que te influenciaram?
Pikira: Desde que comecei a dançar eu me dedicava muito ao Breaking, mesmo sem pensar em viver daquilo. Eu simplesmente só queria praticar e aprender novos movimentos todos os dias, mas o dia em que eu realmente parei e falei “é, eu realmente quero ser muito bom no Breaking e viver disso como profissão”, foi quando eu vi o UK B-Boy Championship 2008, em que o apresentador era o Crazy Legs, um dos pioneiros da dança, nesse DVD, que eu tenho até hoje, eu vi os B-Boys recebendo premiação em dinheiro e ganhando vídeo games de premiação para o 1° lugar, aí eu achei irado! Foi aí que me dediquei mais e mais. Referência para mim na dança foram meus amigos mesmo, que dançavam muito na época e faziam movimentos que até hoje vi poucos B-Boys fazerem com tanta leveza e facilidade que nem eles.
BW: Como sua família viu sua ligação com a dança? Você teve apoio deles?
Pikira: No começo minha mãe tinha medo (risos) ela chegou a ir em vários treinos escondido de mim para ver se eu não estava usando drogas (risos). Ela achava que Hip-Hop era coisa de drogado, mas com o tempo ela foi conhecendo os meninos e foi ficando tranquila e percebendo que não era isso que ela pensava, mas ela não gostava mesmo assim (risos), mas não brigava comigo também.
BW: Aprender o Breaking foi algo fácil ou houve movimentos que foram mais difíceis?
Pikira: Eu aprendi tudo muito rápido e sempre tive facilidade em executar os movimentos.
BW: Quando você começou a competir? Em que ano? Que eventos te marcaram mais e porquê?
Pikira: Meu primeiro campeonato foi em 2010, na minha cidade, em Minas Gerais, com minha crew, chegamos na final do campeonato (risos), fiquei muito feliz! O evento que mais me marcou foi o Chelles Battle Pro, em Goiânia, em 2013, aonde eu conheci o campeão mundial da Red Bull BC One que é B-Boy Lilou, da França, esse evento me marcou muito! Porque foi o primeiro campeonato de crew que valia vaga para fora do país e que ali estava de jurado o B-Boy Lilou e o primeiro Red Bull BC One Cypher que participei, em BH, na capital de Minas Gerais, foi lá aonde eu vi pela primeira vez os B-Boys que eram muito famosos, que era o B-Boy Pelezinho, B-Boy Aranha da Tsunami All Stars, que eram e são referência para muita gente até hoje, então, foi lá que eu me destaquei e cheguei na semifinal da Cypher da Red Bull e fiz amizade com o B-Boy Aranha, que hoje é meu grande amigo e que treina comigo diariamente.
BW: De onde surgiu o apelido Pikira? Tem algum significado?
Pikira: Meu apelido surgiu quando eu era criança, eu sempre gostei de liderar a molecada em tudo que fazíamos na infância e o apelido vem de um nome indígena que se chama Piquerobi, que é um Cacique líder de uma tribo indígena que se chama Inhanpuaçu, foi aí que tiram o nome de Pikira, que na época de criança erravam o nome e falavam Pikira (risos), aí ficou o apelido.
BW: Além da dança, você também foca muito seu trabalho na publicidade e na propaganda, correto? Fale sobre a importância do dançarino também trabalhar esse lado…
Pikira: Sim, além de dançarino de Breaking eu sou modelo e ator também, então, sobre importância eu acho isso muito de pessoa pra pessoa, sabe? Eu, particularmente, acho importante um B-Boy trabalhar com comerciais e publicidade de marcas, porque isso traz uma visibilidade muito boa para o dançarino que quer viver da dança, através disso ele pode arrumar patrocínios, ele vai ter contato com marcas grandes que podem querer organizar um evento de Breaking ou apoiar ele em alguma viagem para algum campeonato fora do Brasil, mas como eu falei antes, isso depende do objetivo de cada dançarino.
BW: Nos conte as principais propagandas que já participou?
Pikira: O primeiro comercial que eu quero falar é o da Casas Bahia, que eu fui o primeiro e único B-Boy a fazer a propaganda até hoje, no comercial eu fui o principal, fui chamado para dançar com os eletrodomésticos e no comercial eu faço um mortal para trás com um liquidificador na mão (risos). Para mim esse é o mais marcante porque Casas Bahia não tem nenhuma ligação com dança, mas lá estou eu representando os B-Boys com uma das marcas mais famosas do Brasil. E já fiz vários importantes, como comercial da TIM, Semp Toshiba, Oi, Venish, Renner, Riachuelo, Zara, entre outros.
BW: Na sua opinião, é possível viver da dança no Brasil?
Pikira: Depende de como o B-Boy ou B-Girl quer viver, se for de competição, no Brasil, eu acho impossível, porque além das premiações serem muito baixas, os breakers não vão ganhar sempre, na minha opinião! Agora, se viver da dança dando aulas de Breaking através de projetos e fazendo espetáculos e trabalhos com marcas, aí sim!
BW: Você já competiu fora do país? Ou teve experiências fora? Nos fale sobre isso…
Pikira: Infelizmente, não sai do país ainda. Quando eu ia sair, veio a pandemia (risos)… mas pretendo sair para competir e ver como é lá fora.
BW: Em toda sua caminhada na dança nos fale sobre momentos que foram importantes e também momentos lamentáveis que se pudesse voltar no tempo tomaria outro caminho.
Pikira: Um momento muito importante na dança pra mim foi quando eu gravei uma série de dança com a banda internacional Black Eyed Peas, que se chama Freestyle Fridays e ainda fui convidado por eles a dançar no show deles no parque do Ibirapuera, em São Paulo, junto dos meus amigos da Tsunami All Stars, que são referência mundial, isso foi bem importante pra mim porque eu sempre fui fã das músicas deles desde criança e poder conhecê-los e trabalhar com eles foi simplesmente incrível, agora sobre lamentações eu sou um cara que não fica se lamentando ou arrependendo de coisas que fiz, sabe? Acho que a vida é feita de momentos bons e momentos ruins, então, cabe a você saber lidar com os momentos e agradecer pelos momentos ruins também, porque tudo na vida é aprendizado.
BW: Como tem sido esse tempo de pandemia? O que tem feito?
Pikira: Esse tempo eu tenho trabalhado normal, mas tive que me adaptar e investir em um bom celular para poder fazer minhas publicidades em casa por celular.
BW: O que acha sobre o fato do Breaking virar uma modalidade olímpica?
Pikira: Acho incrível! Porém, não estou muito por dentro, porque é tudo muito novo, mas tenho grandes expectativas que isso venha a agregar coisas boas para a cena do Breaking no mundo.
BW: Quais são seus planos para o futuro?
É difícil falar, pois sou muito cauteloso com meus planos (risos). Mas posso dizer que vou continuar a dançar até que eu não consiga mais me movimentar (risos), pretendo conquistar muita coisa ainda e ir com calma, sou muito novo ainda, tenho 24 anos, ainda tem muita coisa que quero viver, sabe? Mas sempre pensando no futuro, claro!
Fotos: Arquivo Pessoal / Daniel Favieri / Hugo Victor
O B-Boy também trabalha como modelo
Atuando em série da Netflix
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Um garoto do Paraná, de apenas 12 anos, emocionou a toda a produção de um programa de rádio ao vivo na Rádio Exclusiva FM, estamos falando de José Lucas de Oliveira, mas no mundo artístico ele é o MC JLO. O menino participou do Programa Ação Teen, em São Paulo e começou a chorar ao vivo, contando o sonho que tinha e que estava sendo realizado, de cantar sua música de autoria própria, ao vivo, depois de uma longa trajetória que começou no Paraná, chegando até São Paulo.
Ele sonha em ser um dos grandes nomes do Rap nacional. Suas músicas têm uma proposta de consciência, com ousadia. Filho de uma ativista cultural, produtora, capoeirista e apresentadora do Programa Conexão das Periferias, o menino é muito incentivado por sua mãe. Eles foram acolhidos pelos The Rap Monster’s, que de cara já colocou o garoto no projeto do Coletivo, além de ter sua participação na música “Gente Da Gente” do Coletivo, o garoto gravou uma música na MB Produções, que vai fazer parte do CD dos The Rap Monster’s.
E é claro que o Portal Breaking World, que adora conhecer e ver o que a nova geração anda fazendo, não podia deixar de conversar com JLO. Confira a entrevista:
BW: Qual o real nome do MC JLO? Quantos anos tem? Onde mora e como é sua vida em família?
JLO: José Lucas de Oliveira Machado tem 12 anos, atualmente moro no Jabaquara, Zona Sul de SP. Minha vida é um pouco “puxada”, pois tenho muitas coisas para fazer: estudar, ensaiar Hip-Hop, treinar capoeira e brincar (risos).
BW: Está em que série? Na escola seus amigos pedem para cantar?
JLO: Eu estou no 6° ano da escola pública estadual Rui Barbosa, da cidade de Guarapuava, no Paraná. Agora com a pandemia, as aulas são on-line. Mas, antes os professores e os colegas sempre me pediam para cantar.
BW: Teve alguém na família que cantava? Quem são suas referências no Rap nacional?
JLO: “Escuto Rap desde a barriga da minha mãe”. Inspirações e referências são minha mãe, meu irmão, o artista plástico Olli, MC Caverinha, Djonga, Edi Rock, 7minutos e Hot e Oreia, Face da Morte…
BW: Quando começou a rimar e escrever músicas? Quando teve o primeiro contato com o Rap e com toda a Cultura Hip-Hop?
JLO: Comecei a escrever em 2020, mas o meu contato com tudo foi desde a barriga da minha mãe.
BW: Verdade que era um sonho cantar numa rádio? Nos conte como foi essa experiência aqui em São Paulo.
JLO: Foi demais! Eu não imaginava que iria tão rapidamente participar de entrevistas em rádios e TVs. Foi uma experiência nova, bem difícil, mas maravilhosa!
BW: Fale sobre a música de sua autoria, que cantou, sobre o que fala?
JLO: Minha primeira composição foi em homenagem à minha mãe e a todas as mães do mundo. A música se chama “Você é um Príncipe”. E a segunda, fala sobre a nova realidade diante da pandemia para um pré-adolescente. Se chama “Novo normal”.
BW: Você participa também de batalhas de rimas?
JLO: Sim, a última foi no ano passado
BW: O que tem feito nesse tempo de pandemia?
JLO: Estou estudando on-line e participando de alguns eventos on-line também.
BW: Fale um pouco dos seus projetos, dos seus sonhos para o futuro?
JLO: Meus projetos são continuar no The Rap Monster’s e no Cultuarte Capoeira. Também fui convidado a participar do Canto pela Paz. Sonho é ser rico e poder ajudar as pessoas com a minha arte.
BW: Deixe um recado para os leitores do Portal Breaking World?
JLO: Peço para que me acompanhem e assistam as lives que estou participando. E, por favor, usem máscara e álcool até a vacina sair para todos e acabar a pandemia.
Na última semana, o portal de noticias Breaking for Gold publicou em seu Instagram um comunicado da World Dance Sport Federation (WDSF) que lamentava o fato da Red Bull ter optado em não continuar as negociações para um acordo global.
Eles escreveram:
“Como Federação Internacionalmente Reconhecida a DanceSport, confiada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) para a organização e governança do Breaking nos Jogos Olímpicos Paris 2024, a Federação Mundial de DanceSport (WDSF) leva suas obrigações a sério. Tendo realizado com sucesso os eventos de Breaking nos Jogos Olímpicos da Juventude em Buenos Aires 2018, os Jogos Urbanos Mundiais de 2019 em Budapeste e o WDSF World Breaking Championships 2019 em Nanjing, o WDSF recentemente voltou seu foco para preparar a melhor competição possível em Paris 2024, após o Breaking ter sido adicionado ao programa de esportes olímpicos em dezembro de 2020. Com esse objetivo em mente, o WDSF conversou com a Red Bull em dezembro do ano passado, com a ideia de formar uma parceria em uma série de eventos decisivos na estrada para Paris 2024. Infelizmente, as negociações em andamento com a Red Bull não resultaram na finalização de um contrato. A Red Bull decidiu não continuar em negociações com o WDSF para um acordo global, uma decisão que o WDSF lamenta, mas respeita. Como órgão regulador global do DanceSport, o WDSF é responsável por trabalhar no melhor interesse de todos os atletas do Breaking. O WDSF continuará a trabalhar diligentemente em nome de todos os Breakers em todo o mundo, com base em uma política de inclusão que é aberta a toda a comunidade do Breakers. A este respeito, os órgãos membros do WDSF e do WDSF estão trabalhando em colaboração e diretamente com os principais membros da comunidade Breaking para garantir que a comunidade esteja totalmente engajada na jornada de sucesso para Paris 2024. O WDSF agradece sinceramente os esforços feitos pela Red Bull e todas as partes intermediárias, independentemente do resultado. Agradecemos a Red Bull por seus esforços com a Breaking e permanecemos abertos a discussões sobre cooperação no futuro.”
Procurados pelo portal Breaking World, a Red Bull respondeu prontamente ao comunicado: “Agradecemos à World DanceSport Federation por suas discussões conosco que – conforme observado em sua Declaração WDSF de 28 de abril de 2021 – lamentavelmente não resultou em um acordo. A Red Bull mostrou nos últimos vinte anos que tem um compromisso absoluto em contribuir e celebrar a cultura do Breaking em todo o mundo, e esse compromisso continua forte como sempre!”, concluiram.
Com esses dois gigantes trilhando caminhos diferentes, resta a B-Boys e B-Girls de todo o mundo se preparar e aguardar os próximos desdobramentos!
Fotos: Divulgação
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Nosso corpo é uma máquina, de infinitas possibilidades, veias, artérias, litros e litros de sangue; que percorrem o caminho certo, sem falhas.
Um cérebro que HD nenhum no mundo chega aos pés, somos dotados de algo único, um sentimento chamado saudade e o amor, o único caminho para se encontrar a tão sonhada paz.
Ao longo de nossa breve vida, sofremos muitas mutações, aprendemos a falar, a andar, nosso corpo vai mudando gradativamente, tanto os meninos e as meninas, até nos tornarmos homens e mulheres adultos.
O nosso foco de hoje é a mudança de voz que ocorre na adolescência, em maior escala para os meninos; continue a leitura e vou te explicar como isso funciona, quem são os responsáveis por essa metamorfose vocal e ambulante, garanto a vocês que não é o saudoso Raul Seixas.
Essa mudança ocorre devido ao crescimento da laringe, onde os músculos vocais estão localizados, as chamadas “pregas vocais”.
Com o crescimento da laringe, as mudanças acontecem, pois com o seu crescimento os músculos vocais esticam e na passagem do ar, vindo dos pulmões e passagem pela laringe, a voz passa a ser reproduzida de forma mais grave.
Os hormônios são responsáveis por muitas transformações em nosso corpo e organismo. Na adolescência, então, faz grandes mudanças na voz dos meninos e meninas.
Para as meninas em menor intensidade, mas para os meninos, na maioria das vezes trazem a voz um tom mais grave, graças a testosterona e, nas meninas, a produção de estrógeno e progesterona.
Estudos e pesquisas realizadas por uma série de otorrinolaringologistas (especialistas em ouvido, nariz e garganta) atestam e comprovam essas mudanças.
O mais interessante de tudo isso é que, quando crianças, temos as vozes em tom semelhante; meninos e meninas. E durante a velhice, voltamos a essa semelhança; pois ocorre uma queda na produção de hormônios e, por isso, fica difícil distinguir a voz de um senhor ou senhora ao telefone.
A certeza de tudo isso é: do pó viemos, ao pó retornaremos, não importa sua cor, se mora numa mansão ou favela, se sua voz é grave ou aguda, o que devemos guardar nessa vida são as boas amizades, amar ao próximo e cantar; pois quem canta, continua a expulsar os males dessa vida.
Ah! Quer um ótimo exemplo de voz grave até o talo?
Escute o monstro Barry White, de preferência a canção que amo: “Just the way we are”.
Ame e respeite as pessoas do jeito que elas são, a grande verdade é: somos todos iguais.
Foto: Reprodução
Barry White - Just the way we are
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Mais de um ano se passou desde que a cidade entrou em estado de alerta e foi decretado o primeiro lockdown por conta da pandemia do coronavírus, que ainda iria tomar proporções inimagináveis.
Já esperávamos ter resultados negativos comparados a outros países mais desenvolvidos, pelo nosso histórico de governo, mas não tínhamos parado para pensar no quanto isso poderia nos afetar: no trabalho, nas relações pessoais, nas finanças e na saúde.
Ninguém estava preparado para isso, muito menos a nossa cultura, que, em tempos normais já sobrevivia com muita dificuldade. Não tínhamos ideia de quanto tempo isso iria durar e nem sabíamos o quanto um evento presencial faria falta.
Estar a 300 metros do local do evento, já ouvir o som de longe e, com a proximidade, sentir adrenalina, ansiedade e sentimento de alegria por estar presente no evento, tão esperado, por você e por muitos. Pensado e organizado por um grupo de pessoas, que há meses planejam esse acontecimento, contratam pessoas, empregam parentes, abrem espaço para os pequenos empreendedores vender seus “panos”, seus produtos, gerando renda para várias famílias. Situações tão normais no dia a dia que nunca paramos para refletir a importância deles. Rever amigos, ver inimigos, dançar, conversar, observar o tênis do colega, a jaqueta style que o outro está usando, as novas tatuagens daquele outro B-Boy, aquele casal de B-Boy/B-Girl que está sempre junto… passar raiva com os jurados desqualificados, o evento que não valoriza o DJ e tocou as músicas de uma mixtape baixada da internet pelo pen drive… mesmo dos piores eventos sentimos falta.
Isso, infelizmente, tem desencadeado uma série de preocupações com a saúde psicológica e física dos nossos colegas.
Sem eventos para ir, lugares para treinar, sem poder viajar, muitos têm passado os dias e noites presos à uma das drogas mais prejudiciais para a nossa saúde: a internet.
Com a ociosidade, veio a ansiedade. E com a ansiedade, a falta de empatia. Ah, a tal falta de empatia que mais nos separou do que em qualquer outro momento da história.
Todos já com os nervos à flor da pele, muitos desempregados, outros que perderam familiares ou amigos para a Covid-19, devastados, com o psicológico abalado, aí veio o anúncio: O BREAKING FOI OFICIALMENTE CONFIRMADO PARA AS OLIMPÍADAS DE 2024.
Alguns ficaram felizes, encontraram nesse anúncio um pouco de esperança e motivação. Outros, ficaram indignados com o fato do Breaking ser incluído em uma modalidade esportiva. Não precisa ser gênio para saber qual foi o resultado disso, muita discussão e mais falta de empatia tomou conta das redes sociais.
Oportunistas se fizeram presentes imediatamente, mesmo aqueles que tinham se declarado contra o Breaking nas Olimpíadas, brigaram por postos de poder para liderar o comitê representativo nacional.
Enquanto estes brigam sem nem saber por quem ou por quê, os números no país continuam crescentes e a previsão de retomada cada vez mais distante.
Antes de sermos artistas, somos seres humanos, somos seres humanos, SOMOS SERES HUMANOS. Precisamos ter mais HUMANIDADE, mais EMPATIA e mais CONSCIÊNCIA da REALIDADE que estamos vivenciando.
Amamos o Breaking, vivemos o Breaking, mas há questões mais emergentes que precisam da nossa energia e do nosso tempo, de todos que estão saudáveis e podem ajudar. O futuro está à frente, o presente é HOJE, e hoje muitas pessoas precisam de ajuda – ajuda para comer, ajuda para superar uma depressão, ajuda para enfrentar crises familiares, ajuda para se levantar.
Sejamos mais humanos e menos egoístas.
Assisti uma série recentemente de dança e uma frase se destacou “por mais que estejamos todos competindo uns com os outros, tenhamos nossas diferenças, sejamos inimigos, ainda estes são os únicos que me entendem, porque eles vivem o que eu vivo e sabem das dores, das dificuldades, da luta”. É isso, no fim, estamos todos no mesmo barco, somos iguais.
O que você tem feito por você nesse último ano? E, o que você tem feito pelos outros nesse último ano?
Que não percamos nunca nossa essência e que sempre nos lembremos da nossa história, da nossa cultura, que prega PAZ, AMOR, UNIÃO E DIVERSÃO.
This is Hip-Hop!
Fotos: Reprodução
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“Eu percebi que o Brasil não me oferecia muita coisa e resolvi me projetar para fora, onde a minha arte é mais valorizada! ” (B-Boy Neguin)
Ele é de Cascavel, Paraná, mas hoje mora em New York e se considera um mensageiro da Cultura Hip-Hop e da arte. Com 33 anos, é considerado um dos melhores B-Boys do mundo. Conhece mais de 141 países e já participou de mais de 100 campeonatos internacionais, sendo o único latino-americano e brasileiro a conquistar o cinturão de campeão da Red Bull BC One. Também coleciona outros títulos, destaque para: UBC Championship em Las Vegas, Unbreakable, Freestyle Session e Outbreak Europe. Foram vários mundiais 1 vs 1, onde foi o único brasileiro a alcançar esses títulos até hoje. Trabalhou com grandes nomes internacionais como Fergie, Gwen Stefani, Sean Paul, Justin Timberlake, Paul McCartney e Missy Elliot. Estamos falando de Fabiano Carvalho Lopes, mais conhecido na cena e no resto do mundo como Neguin. O nosso Neguin do Brasil! O Portal Breaking World bateu um papo com ele e hoje apresentamos com exclusividade para vocês:
BW: Queria que você falasse como foi sua infância. O que gostava de fazer quando criança e que lembranças tem dessa época? Foram tempos difíceis ou tranquilos?
Neguin: Minha história começa em Cascavel, no Paraná, eu comecei na capoeira aos três anos de idade. E, depois de 10 anos praticando capoeira, me interessei em aprender uma cultura diferente, então, eu despertei o interesse e comecei a praticar a Cultura Hip-Hop. Eu pratiquei todos os elementos da Cultura Hip-Hop, mas o que eu mais me destaquei foi o Breaking, devido eu já ter toda essa filosofia e conhecimento da capoeira. Então, eu mesclei as duas artes que englobam várias artes em uma só e a partir dali dei início a uma nova trajetória dentro da Capoeira e do Breaking, onde sou reconhecido mundialmente hoje. Mas, nesse período de criança, da infância, eu me envolvi também com outras atividades, o skate, o jiu-jitsu, sempre me envolvi com artes, pinturas. Sempre fui um menino voltado a aprender coisas novas que me inspiravam artisticamente. Sim, foram tempos difíceis devido ao nosso país não proporcionar apoio e nada, eu vim de família super humilde, que sempre apoiaram a minha arte, mas financeiramente sempre houve um obstáculo de viajar, ir para outros estados para poder competir, mas foi uma infância muito saudável, curti muito e ainda curto. Hoje estou com 33 anos, mas eu ainda me sinto aquele moleque de 13…
BW: Quando você disse: “É isso que eu quero para minha vida”? A capoeira, o jiu-jitsu vieram antes da paixão pela dança?
Neguin: Foi quando eu terminei o ensino médio e a capoeira e o jiu-jitsu chegaram antes do Breaking, sim. Eu terminei o ensino médio, comecei a trabalhar, eu teria a capacidade de ser um gerente numa empresa mas não foi isso que eu escolhi, pois a minha arte sempre falou mais forte e eu me joguei, peguei a primeira oportunidade e saí para fora do país, como competidor de Breaking e aproveitei essa oportunidade e me destaquei, a partir dali eu já fiz o meu cartão de visita, as pessoas identificaram o meu talento e eu comecei a viajar para outros países, em princípio para competir e, obviamente, eu comecei a ministrar palestras, workshops e tal, e surgiram outras coisas como Cirque du Soleil, comecei a trabalhar com a Madonna e minha carreira teve uma projeção rápida, ainda nos meus 19 e 20 anos.
BW: Verdade que você sofreu grandes influências dos seus irmãos que dançavam e faziam ensaios em casa? O que eles dançavam? Nos fale um pouco dessa convivência com os irmãos e como passou a entender a dinâmica da música e da dança?
Neguin: Sim, os meus irmãos dançavam o estilo deles de “club”, os “flashbacks” e foi minha irmã que me introduziu na capoeira. A minha família sempre me inspirou na arte, mas o estilo de dança deles era de passinho e tal, mas o que me influenciou bastante foram as músicas que eles escutavam na época. Escutavam flashbacks e as músicas mais clássicas e obviamente passando pelo Techno e música eletrônica. Eu cresci ouvindo música eletrônica e mesmo quando eu comecei a praticar o Breaking eu ia também nas festas raves, então, a música eletrônica sempre esteve presente dentro do meu estilo.
BW: Nos fale um pouco sobre inspirações… houve pessoas que te inspiraram na dança? Queria que você falasse também da fusão de Breaking, capoeira, movimentos acrobáticos, jiu-jitsu. No Breaking houve movimentos mais difíceis de aprender ou você sempre teve facilidade em todos?
Neguin: As inspirações, como qualquer arte que você aprende no início, lógico que tem várias inspirações, várias pessoas que são referência na modalidade, então, as minhas maiores inspirações foram vários dançarinos. Ken Swift, K-Mel, os membros da minha equipe, Pelezinho, antes de o conhecer eu já admirava bastante o trabalho dele e a minha mesclagem com a capoeira é um complemento, toda movimentação da capoeira introduzida no Breaking é uma característica minha e vice-versa e o Breaking sim, tem o grau de dificuldade mais difícil que a capoeira, mas um complementa o outro e a dedicação em cada movimento e cada etapa dentro do que você pratica acaba se adaptando e desenvolvendo uma movimentação nova. Enfim, um complementa o outro.
BW: Fale dos principais eventos que participou e que foram especiais para você?
Neguin: Eu participei de mais de 100 campeonatos internacionais, eu sou o único latino-americano, o único brasileiro a ser campeão mundial do Red Bull BC One, eu sou o campeão de 2010, também ganhei outro mundial chamado UBC Championship, em Las Vegas e ainda Unbreakable, Freestyle Session e Outbreak Europe. Foram vários mundiais 1 vs 1, eu fui o único brasileiro a alcançar esses títulos. No Brasil, participei de vários também menores, mas o início da minha carreira como competidor já me destaquei mais nos eventos internacionais, então, uma vez que eu entrei no circuito internacional, as batalhas foram em todos os continentes e eu já viajei a 141 países e dentro desse número, pelo menos nuns 80 eu estive competindo.
BW: Neguin, viver da dança é um desafio? Recentemente vi um depoimento seu onde dizia que você conheceu o mundo através da dança e da Cultura Hip-Hop. Que dicas você dá para quem pretende viver da dança?
Neguin: Sempre será um desafio como artista ter obstáculos a serem enfrentados. Primeiramente, você tem que acreditar na sua arte, ser bom naquilo que você faz, se dedicar, porque nada na vida vem fácil, é muita dedicação, muita disciplina e é preciso ter foco, ser focado nessa arte e ver o que o mundo te oferece para facilitar esse espaço para você, no meu caso era sempre difícil, mas eu pensava “eu vou me preparar para quando rolar a oportunidade eu estar pronto, então, o que vou precisar? Vou precisar do e-mail? Vou! Vou precisar falar inglês? Opa, não falo inglês, então, vou praticar inglês, não vou ficar no Facebook falando com as garotinhas. Eu vou afiar o meu inglês para que eu esteja preparado para viajar para o exterior”. Então, é uma questão de preparação! Falar inglês, estudar a sua arte! Ter todo o conhecimento para investir na sua arte, no seu talento, aproveitando as oportunidades que virão e a partir dali ter o que chamamos de sucesso! Para chegar no sucesso, precisa valorizar a sua arte e estudar muito!
BW: Atualmente, onde você mora? Como foi sair da sua terra e viver em outro país, com outro idioma e outros costumes? Como foi essa transição e adaptação?
Neguin: Atualmente, eu moro em New York, essa cidade sempre foi a minha base, eu morei na Califórnia um tempo, mas atualmente eu moro em New York. Com as viagens que eu fazia como competidor, através das minhas viagens com a dança, com a capoeira e o jiu-jitsu, eu percebi que era o lugar que eu me identifico muito, é um local onde as oportunidades estão aqui para tentar! Tanto New York como São Paulo não é nada fácil, é o mesmo perrengue e a mesma correria, porém, eu sempre gostei da Cultura Hip-Hop e como nasceu lá e a Cultura House Dance no contexto geral, New York despertou essa minha possibilidade de viver lá, então, me projetei para viver naquele local e já tem 12 anos que moro lá. Não me lembro muito das dificuldades do início, mas olha, eu não olhei para trás não! Eu percebi que o Brasil não me oferecia muita coisa e resolvi me projetar para fora, onde a minha arte é mais valorizada!
BW: Parece que você conseguiu rapidamente se conectar com as pessoas certas, trabalhando com celebridades como Madonna, Fergie, Gwen Stefani, Sean Paul, Justin Timberlake, Paul McCartney and Missy Elliot. Nos conta como tudo aconteceu?
Neguin: O meu talento sempre se destacou de uma certa forma, as redes sociais também, a internet facilita esse traslado, o network com as pessoas que eu conheci. Eu já estava morando em New York quando a Madonna assistiu um vídeo que mostraram para ela e ela ficou sabendo que eu estava em New York, ela foi no clube onde eu estava e falou: “eu quero ir lá ver quem é esse cara e vou conhecê-lo”. Na verdade, a Madonna foi até uma festa onde eu estava dançando em pessoa, você vê como em New York tem uma realidade bem diferente, a celebridade, a ícone da música pop chegou lá na festa, como uma cidadã comum, né? Ninguém olhou para ela como celebridade e a partir dali eu comecei a trabalhar com ela, aí a história vai muito mais a fundo. O meu network sempre foi voltado a estar em lugares e representar bem quem eu sou, representar a minha imagem, representar o Brasil, eu acho que isso reflete em todos os meios, seja num show, seja num vídeo. Seja na rede social.
BW: Falando especificamente da Madonna, nos conte sobre o tempo que dançou e trabalhou com a Rainha do Pop. Como foi essa oportunidade e o que lembra desse período?
Neguin: Eu conheci a Madonna em 2009, então, eu fiquei de 2009 até 2014, foram 5 anos, eu desenvolvi trabalhos com ela como performance, como coreógrafo nas turnês e acabei também ficando com ela! Eu tive um “affair” com ela também, durante um ano, poucas pessoas sabem disso, mas aconteceu, foi uma coisa bem saudável, um relacionamento saudável, teve toda a dinâmica, a gente ainda conversa, ultimamente pouco, faz muitos anos que não nos vemos, mas sempre trocamos ideia pela internet, mas foram 5 anos de trabalho e tive essa experiência muito legal.
BW: E o Cirque du Soleil? Fale como surgiu o convite e como foi essa experiência?
Neguin: O Cirque du Soleil desenvolvo trabalhos com eles desde 2008, mas eu sempre trabalhei com eles num formato de fazer shows de viagens e turnês e não num lugar fixo em Las Vegas, então, sempre fiz shows em Andorra, na Europa, no México onde eles me chamavam. Aí eu ia fazia um mês, às vezes ou uma semana. Ou shows específicos numa reunião ou num evento, então, eu sempre trabalhei em turnê com o Cirque du Soleil. Isso aconteceu em 2010, 2014, 2016, ou seja, sempre estou fazendo shows com eles. Então, o meu relacionamento é desde 2008!
BW: Em 2010, como você mesmo falou, você foi o único latino-americano, único brasileiro a vencer o Red Bull BC One, que é um dos maiores campeonatos 1vs 1 do mundo. E as pessoas o têm como referência. O que na sua opinião foi determinante para esse sucesso?
Neguin: A diferença é nítida, se eu cheguei lá é porque eu sou autêntico através da minha arte de representar quem eu sou e o que eu aprendi, nesse caso, a capoeira misturando e tendo uma identidade específica, não sendo igual a todos. Eu não sou que nem o europeu, asiático ou americano. Eu tenho características brasileiras! Afrodescendente, toda a mistura que o Brasil nos oferece, então, isso caracterizou muito o meu estilo, o meu talento. E seu eu cheguei lá foi porquê eu busquei isso! Eu passei as dificuldades, superei todos os obstáculos e foquei naquilo, o foco e a disciplina ajudaram que eu alcançasse o que alcancei. Então, se eu consegui, qualquer um pode conseguir também! Basta ter esses princípios para ser autêntico, original e ter foco e força na disciplina!
BW: Bom, atualmente o assunto que mais se fala aqui no Brasil entre B-Boys e B-Girls é o fato do Breaking ter entrado para os Jogos Olímpicos. O que acha sobre isso? Na sua opinião temos B-Boys e B-Girls preparados para competir de igual para igual com outros países e trazer uma medalha olímpica para o Brasil? O que acha do nível dos nossos B-Boys e B-Girls atualmente?
Neguin: Essa é uma conquista extremamente importante, não que o Breaking precise das Olimpíadas, mas com certeza nessa nova plataforma, que são os jogos olímpicos, isso vai fazer com que as pessoas que não conhecem o Breaking vão ter uma visão de conhecer um pouco mais, então, isso veio para somar. Referente ao Brasil, somos um dos povos mais reconhecidos no circuito mundial, eu acredito que os brasileiros têm sim um grande potencial de trazer medalhas e representar mas vai ter que correr atrás, bastante, porque têm outros países que já são maiores potências, ter mais disciplina, ter mais apoio. Tipo a Rússia, a China e, então, para os brasileiros, acho que vão precisar continuar praticando e estudando, ter todo esse lado de ajuda, de tentar ajudar o país o melhor possível com toda a minha bagagem como competidor, mas é isso… As Olimpíadas eu apoio totalmente, porque o Breaking não é um esporte apenas, é uma cultura, mas também somos atletas, querendo ou não, então, seja um campeonato da Red Bull BC One, seja nas Olimpíadas ou numa batalha da esquina o Breaking vai estar presente em todas as plataformas e torcemos para que os brasileiros tenham grande destaque e nos representem bem e esperamos também que o Brasil apoie um pouco mais seus competidores, seus atletas! Vamos ver o que rola…
BW: Para finalizar, queria que falasse sobre o Programa da MTV “De férias com o Ex” que participou recentemente. Foi desafiador?
Neguin: A participação veio através de um convite logo em novembro, e eu resolvi participar porque eu não estou viajando muito, então, estou disponível e usei o programa como uma forma de experiência nova para mim e ao mesmo tempo representar o que eu faço dentro de um ambiente que é bem diferente do que eu faço, então, entrei lá como atleta e toda a minha vida, style, que tem esse lado de curtição, foi uma experiência muito boa para mim e vamos ver agora como vai ser, eles vão lançar essa semana, por ser um programa editado espero que a repercussão da minha imagem seja bem positiva e que tragam novos públicos e pessoas que não me conheciam e passem a me conhecer vendo o que faço artisticamente.
BW: Que mensagem você deixaria para todos os B-Boys e B-Girls que curtem o seu trabalho?
Neguin: A mensagem que eu deixaria é gratidão! Eu tento sempre inspirar essas pessoas e cada um ensina um (risos), então, eu acho que se eu posso inspirar milhares de pessoas, que as pessoas que se inspiram em mim possam fazer o mesmo! A minha mensagem é que estamos todos num mesmo barco, somos todos mensageiros da arte e da Cultura! Abraço a todos!
Fotos: Arquivo Pessoal
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Hoje é comemorado o Dia do Breaking, em São Paulo, o dia foi criado pelo vereador Milton Ferreira (Podemos) em 2017, por meio da PL 253, promulgada a Lei 16.753, de 13/11/2017.
Mas o Breaking vem muito antes disso… é um elemento da Cultura Hip-Hop que nasceu no Bronx, em Nova Iorque, com os fundadores da dança, na década de 70. Era algo que aparecia nas festas. A palavra “B-Boying” significa a manifestação corporal do Hip-Hop. Não eram só os pés, mãos em movimento, eram usadas todas as partes do corpo. Cabeça, pescoço, mas intelecto e também caráter.
O Breaking nunca foi moda, mas uma arte legítima!
Os B-Boys comiam, bebiam, respiravam e pensavam “B-Boying”. Toda vez que se escutava “Sex Machine”, “Just Begun”, “Apache”, que era hino, era possível ver a música ser sentida nos corpos, fazendo esses meninos dançarem, tratava-se de algo mágico, que apenas a música e sua energia faz com as pessoas. Na verdade, foi a música que fez desenvolver todos os estilos e movimentos. O Breaking é Hip-Hop puro!
Ken Swift uma vez disse: “O Breaking começou com uns poucos irmãos e irmãs que não se importavam com o que as pessoas pensariam de seus movimentos”. Eram meninos sem dinheiro, que moravam nos guetos, no meio do ambiente urbano. Nas festas, a pessoa entrava fazendo pose, depois descia ao chão. E se os movimentos fossem bons, se formava uma roda em volta para que outro pudesse também entrar e desafiar o mano na dança. A palavra B-Boy veio de Kool Herc, deveria ter representado o Bronx, na verdade era “Breaking Boys”. Quando a galera estava “Breaking” nas festas, significava que estavam procurando confusão, eram “Breaking Boys” e “Breaking Girls”. Breaking vem da terminologia de rua. A pergunta: “Por que você está Breaking?”, significava “Por que você está fazendo coisas fora do normal?”. Estar zangado era estar “Breaking”, ou seja, nos dias de hoje seria “estar bravo, estar chutando o balde!”. Essa se tornou uma expressão oficial quando Kool Herc usou. Os B-Boys eram “os meninos que quebravam” e as B-Girls eram “as meninas que quebravam”, não tinha nenhuma ligação e não veio dos breaks no disco, como muitos pensam. Esses meninos e meninas desciam até o chão e giravam, foram os primeiros a fazer isso. Alguns chegavam nas festas com charutos e casacos compridos: eles arrebentavam! Dançavam em cima de cimento.
Desde a criação do Breaking, a dança possibilitou que muitos jovens se distanciassem da violência, juntando-se em Crews para dançar e trocar vivências. Quando chegou ao Brasil na década de 1980, não foi diferente. Muitos encontraram no Breaking motivações e objetivos para tocar a vida! Muitos saíram da droga e da marginalidade graças ao Breaking! O Breaking sempre representou vida! 51 anos depois do início do movimento, muita coisa mudou sim, no dia 4 de dezembro de 2020, o Comitê Olímpico Internacional (COI) confirmou a inclusão do Breaking no programa dos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Novos ventos parecem soprar nas rodas de Breaking, mas a essência deve continuar!
O Portal Breaking World, para comemorar esse dia, destaca nesta matéria com orgulho alguns nomes de B-Boys e B-Girls que levaram no passado e continuam levando o nome do nosso país para os quatro cantos do mundo. Desejamos a todos os B-Boys e B-Girls de todas as gerações muita luz e muita dança! Confiram:
Pelezinho: O nome que consta na certidão de nascimento é Alex José Gomes Eduardo, ele não poderia ser mais brasileiro. Nasceu numa família alegre de sambistas e capoeiristas em São José do Rio Preto, interior de São Paulo. Da infância guarda boas lembranças das feijoadas e dos churrascos em família. Criado pela avó, matriarca da família, o menino que não tinha tênis, mas que desde pequeno já mostrava habilidades diferentes e muito especiais, a famosa estrelinha no meio da testa que alguns carregam para esse mundo, filho de mestre de capoeira era bom nos movimentos do corpo e também no futebol, por isso recebeu o apelido de “Pelezinho”, mas seu destino não foi escrito num campo de futebol e nem jogando capoeira, mas sim nas ruas. As rodas que frequentava eram outras, as de Breaking, onde sua grandeza foi reconhecida e conquistada, sendo ponte para o resto do mundo. Foi o primeiro brasileiro a participar da competição que em poucos anos se firmaria como uma das maiores de Breaking do planeta, o Red Bull BC One. Pelezinho agarrou firme a chance e teve seu talento reconhecido internacionalmente. Hoje, é membro da Red Bull BC One All Stars, equipe internacional composta por artistas e dançarinos que representam os melhores da cena. Atualmente fora das competições, continua comprometido com o Breaking pelo resto da vida, ele sempre lembra: “O Breaking mudou a minha vida e pode mudar de muitas pessoas”.
Kokada: Maurício Araújo de Souza, conhecido na cena Hip-Hop como B-Boy Kokada morreu aos 35 anos, no dia 21 de dezembro de 2012. Um dos mais talentosos B-Boys que o Brasil já teve. “Mr. Kokada”, como também era conhecido, começou a dançar em 1993 na Estação São Bento, participou de vários campeonatos nacionais e internacionais. Durante os 16 anos atuando na cena B-Boying, ficou conhecido não só no Brasil, como também em todo o mundo. Kokada também era MC e integrante da Tsunami All Stars Crew. Conhecido como “Mestre do Power Move Brasileiro”, Kokada possui um currículo invejável e era considerado o primeiro B-Boy a ganhar fama mundial antes do YouTube, além de ser lembrado por sua habilidade de realizar movimentos para ambos os lados, cujo grau de dificuldade o tornava ainda mais único. De personalidade forte, impactou a cena com a sua presença.
Neguin: Neguin nasceu e foi criado no Paraná. Durante sua infância, foi influenciado pela capoeira, música e artes e acabou apaixonado pela dança. Atualmente, além de fazer parte do time da Red Bull BC One All-Stars, ele é o único latino-americano com o título de campeão mundial e o dançarino que mais carrega títulos em competições internacionais como Red Bull BC One, UBC Championship, Unbreakable, Freestyle Session, Outbreak Europe e outros.
Luka: Ele nasceu no bairro do Tatuapé, mas sua infância foi na Vila Curuçá, em São Miguel Paulista. Seu sonho, como a maioria dos meninos brasileiros, era ser jogador de futebol, sempre incentivado pela família. Começou a jogar com apenas 4 anos. Depois, conheceu a capoeira, onde no primeiro dia se identificou, sentindo-se em casa e livre. Durante anos, jogava futebol e fazia capoeira. Mas foi em 2006, com apenas 12 anos, que mergulhou de corpo e alma no Breaking. Sua evolução foi rápida! Foi o futebol e a capoeira que lhe deram a base para tudo, confessa que sem eles não teria a dedicação e foco que tem hoje. Foram nessas artes que aprendeu a ser persistente, paciente e dedicado. Os primeiros passos de Breaking deu na própria sala da casa onde morava, vendo um DVD da Red Bull BC One, onde tentava copiar os movimentos, o pai também tinha coleção de discos em casa, cresceu escutando alguns clássicos do Hip-Hop, a música sempre foi presente em sua vida. O menino ganhou idade, conquistou seu espaço, aprendeu a dançar no meio da pressão e sobreviver às críticas, resolveu viver sua própria vida, da sua forma e aprendeu que o segredo sempre foi focar no presente, no agora, plantar as sementes para colher no futuro com muita paciência e dedicação. Recebeu influência de grandes nomes do Breaking e participou de vários eventos naturais e internacionais. Em 2014, assinou o contrato com o Cirque de Soleil e foi morar fora do pais, onde tem se destacado. São de Lukas as palavras: “No Cirque eu tive essa oportunidade, de poder acordar todos os dias e fazer o que mais amo. Treinar, dançar e inspirar as pessoas. No show, todos nós artistas, através da sua especialidade, inspiramos o público a viver a vida com amor e que tudo vai melhorar. Sobre o Breaking, atualmente vem fazendo parte de empresas e eventos grandes, procurem se valorizar e entender o business por trás dos eventos e trabalhos. Como se comportar, aprender a falar outras línguas, principalmente o inglês. Se hoje o B-Boy brasileiro tem uma oportunidade, tem que saber conversar e negociar. Muitos da nova geração têm o sonho de viver de eventos e batalha, mas não podem esquecer que temos outros caminhos e oportunidades para viver e se expressar através da dança. Cada dia mais estamos evoluindo, o mundo está em constante crescimento, novos talentos e oportunidades. Precisamos acompanhar esse processo de mudança. Quem acompanhar essa evolução, não só do movimento, mas da cultura em si, são aqueles que irão colher bons frutos. A nossa ação precisa ser aplicada no nosso momento presente, no agora. Não adianta querer ser um bom B-Boy ou B-Girl, ser campeão, fazer parte de grandes eventos e projetos, se não estiver preparando e vivendo o dia-a-dia. Não vamos esquecer o poder de cura e mudança de vida que a nossa dança pode trazer na vida das pessoas, como inspiração. Quando dançar, mostre o seu espírito em sua maneira única. Não coloque rótulos na sua dança, pois dançar é infinito e cada movimento é uma nota na música. Repare que quando você dança de mente livre, você entra na zona e em uma dimensão diferente. Essa é sua essência e verdade. Busquem isso e sigam a sua jornada, sem olhar pra trás. O que passou, passou. Continuem evoluindo, estudando e vivendo”.
FabGirl: Ela começou a dançar aos 18 anos e enfrentou o machismo inerente à cena, abrindo caminhos que permitiram que essa revolução feminina acontecesse no País. “É mais uma conquista de muita resistência e luta”, diz Fab. As primeiras referências de dança da FabGirl vieram da televisão. “Quando eu era novinha, eu gostava de Jennifer Lopez, Madonna e Beyoncé, queria dançar aquelas coreografias”, lembra. Mas o que fez FabGirl se apaixonar mesmo pela dança foi ver uma B-Girl de seu bairro dançando. “Fiquei encantada, nunca tinha imaginado uma mulher fazendo aquilo”. No dia seguinte, FabGirl foi a um ensaio de Breaking e pediu para os caras lhe ensinarem alguns passos. “Eles me falaram que Breaking não era dança de mulher”, relembra a B-Girl. “Foi sempre difícil esse espaço dentro da cena”. FabGirl não se deixou abalar e, em 2003, criou a BSBGirls, primeira crew do Distrito Federal formada só por mulheres. Além de liderar o grupo, a dançarina, coreógrafa e pesquisadora se destacou pelos vários títulos conquistados, foi a primeira brasileira a representar o país no campeonato mundial We B-Girlz, na Alemanha, por dois anos consecutivos. Sua carreira lhe rendeu um lugar no time de jurados do Red Bull BC One. “B-Girls jovens estão vendo mulheres em posição de liderança e ter referências é motivador”.
Bart: Ele nasceu no Ceará, quando criança teve contato com muitos movimentos por meio do Kung Fu e da Capoeira. Aprendeu também a ter disciplina e flexibilidade desde cedo. Mas foram os pulos feitos na areia improvisada que pedia aos vizinhos que o fizeram se aproximar do Breaking. Mateus Melo (22), conhecido como B-Boy Bart, hoje é um dos nomes mais cogitados para representar o Breaking brasileiro nas Olimpíadas de Paris, em 2024. Já participou de muitos eventos nacionais e internacionais. Ele compara a dança a um grande jogo de xadrez e afirma que, além de ter um corpo preparado, é necessário ter estratégias, planejar ações para se chegar no objetivo que se deseja. Sobre as Olimpíadas, fala: “Eu vejo como uma evolução, na verdade, não acho que seja positivo e nem negativo, é somente algo do mercado. Isso já vem acontecendo tem muito tempo. O R16, todos esses eventos que tem, são em ritmo de Olimpíada, de ranking. Existe o ranking de B-Boys tem muito tempo. A Olimpíada entrou para apimentar ainda mais a competição. Acho que nada vai mudar… Como no futebol existem pessoas que jogam pelada e existem pessoas que jogam nos mundiais. Então, acho que vai melhorar muita coisa!”.
Nathana: Ela nasceu em Uberlândia, perdeu o pai com 5 anos em um acidente, mas sempre teve o amor e o carinho da mãe. Começou a dançar com 16 anos e não parou mais. Na sua caminhada, enfrentou preconceitos pelo fato de ser mulher e até escutou comentários que fariam muitas pessoas desistirem da própria dança. Mas ela não! Nathana Vieira Venancio, ou B-Girl Nathana, como é conhecida na cena, sempre foi forte e usou o comentário negativo para crescer e evoluir na própria dança. Sendo uma verdadeira inspiração para quem pretende ir longe no Breaking. Ela participou da E-Battle da Red Bull BC One e vem participando, mesmo em tempo de pandemia, de muitos eventos internacionais. Faz parte de 3 Crews que são We Can Do It B-Girls, da qual é uma das fundadoras, Rock Niggaz e Gangsta Squad, Nathana declara: “As pessoas da minha crew são as minhas inspirações, elas sempre me motivam e falam daquilo que preciso melhorar, críticas construtivas, a importância de ter pessoas lado a lado com você é grande, ter essa ajuda e companheirismo é muito válido, as meninas sempre estão a me passar energias positivas, enfim, sou muito grata a todos da Crew.”
Leony: Ele nasceu em Belém, capital do estado do Pará, que é uma cidade portuária e a porta de entrada para a região do Baixo Amazonas do Brasil. Sempre morou no bairro do 40 Horas. Como todo menino, quando pequeno gostava de jogar bola e brincava na rua até altas horas da noite. Hiperativo, não parava nem um minuto sequer. O que nunca lhe faltou foi energia! Sendo o mais velho dos filhos de Dona Elizete, foi criado com suas irmãs por sua mãe sozinha, mulher guerreira, como ele mesmo relata com orgulho. Aos 12 anos de idade, por influência de um primo próximo, conheceu o Hip-Hop, se apaixonando no primeiro momento pelo movimento Head Spin [Giro de Cabeça], começando sua caminhada de sucesso no Breaking, passando a competir em 2012. Mas foi em 2013 e 2016 que conquistou o título de Melhor B-Boy do país. E, em 2017, foi tricampeão do Red Bull BC One no Brasil. Segundo B-Boy Pelezinho, que foi um dos jurados do evento que deu o segundo título para Leony, ele começou a se destacar por sua autenticidade. Na época, Pelezinho declarou: “sabe muito bem combinar os movimentos. Sua habilidade é impressionante, por isso mereceu mais uma vez o título”. O tempo passou muito rápido e foi generoso com o B-Boy, que gosta de saborear açaí com mortadela em Belém, o consagrando como um dos maiores nomes da sua geração no Breaking, mas também trouxe responsabilidades por ser um B-Boy mundialmente conhecido.
Miwa: B-Girl desde 1999, diretora do grupo de Breaking feminino Bonnitas Crew e da Hotstepper B-Girls, foi uma das primeiras B-Girls brasileiras a ganhar reconhecimento no exterior. Campeã das competições “Sudaka 2007” (Chile), “El Rey del Seven 2 Smoke 2009” (Venezuela) e “KB Battle Original Flavor 2013” (Israel), Miwa também levou para casa o terceiro lugar na “Eurobattle 2008” (Portugal) e o vice-campeonato na competição de trio de B-Girls “UK Bboy Championships 2010” (Inglaterra). Em 2008, participou do Battle of the Year. Como produtora, realizou o primeiro festival feminino de Hip-Hop “FNMH2 Festival” (São Paulo, 2013 e 2014) e é responsável pelo “Elas por Elas” (2012), primeiro documentário brasileiro sobre mulheres no Hip-Hop.
Klesio: Ele é de Brazlândia, cidade satélite de Brasília e começou a dançar Breaking com 13 anos. Não teve uma infância fácil, escondido do pai e da mãe, usava um pedaço do colchão para colocar na touca de giro, para não machucar a cabeça na hora de fazer o Head Spin. O menino cresceu e evoluiu rápido, sendo o ganhador da Batalha Final em 2009, evento tradicional de Breaking que abriu portas para sua carreira na dança, mas foi com 22 anos que ficou conhecido mundialmente, sendo um dos finalistas da mundial do evento “Red Bull BC One”, realizado no Rio de Janeiro (RJ) em dezembro de 2012, o que o fez ser notícia em toda a grande imprensa brasileira. Na ocasião, Klesio batalhou com o Mounir, da França e foi considerado um dos 8 melhores B-Boys do mundo. Ele ainda foi o vencedor do reality show “Vai Dançar”, da Multishow. Hoje mora na Polônia e já ganhou diversas premiações para o Brasil.
Itsa: Com apenas 20 anos, a B-Girl Itsa venceu a etapa nacional do Red Bull BC One e depois foi para Mumbai, na India. “Foi o momento mais marcante da minha carreira”, diz. Itsa faz parte de uma safra de dançarinas que está se unindo cada vez mais para fazer barulho na cena Breaking. “As mulheres farão parte de um cenário que tenha consciência e respeito da sua existência e da sua história no Hip-Hop como civilização”, afirma. “Tem que haver um interesse dos B-Boys em estudar, questionar e aprender com as mulheres da cena.”
Till: O cearense Cleiton Verçosa, 26, conhecido no mundo do Breaking como B-Boy Till, é forte candidato para representar o verde-e-amarelo nas Olimpíadas. Talento e experiência em competições não falta para o dançarino. Membro do grupo Perfect Style Crew, Till disputou o evento Red Bull BC One Cypher Fortaleza nos anos de 2014, 2018 e 2019, sendo campeão da etapa nos dois últimos anos. A seletiva estadual serve como qualificação para o Red Bull One Cypher Brazil, que reúne os vencedores de cada um dos estados brasileiros. Em 2019, foi campeão e garantiu sua participação no Red Bull BC One — o campeonato mundial.
Mini Japa: A paraense Mayara Colins, conhecida como Mini Japa, saiu vencedora da arena montada no prédio do Red Bull Station, em 2018. Foi para a Suíça em setembro e representou o Brasil no mundial do Red Bull BC One. Nascida e criada no bairro Terra Firme, em Belém, Mayara há mais de oito anos se dedica aos movimentos e acrobacias do Breaking. Atualmente, a dançarina faz parte da Amazon Crew, um celeiro de talentos da dança no Norte do país, da qual também faz parte o B-Boy Leony Pinheiro, que já foi tricampeão brasileiro do Red Bull BC One Cypher Brazil.
Luan: Luan Carlos dos Santos é natural de Bauru (SP), disputou a final mundial em Paris. Foi vencedor da final do Red Bull BC One Latin America, em 2014 e finalista do Red Bull BC One World Final. Foi eleito o melhor B-Boy da América Latina e venceu a Red Bull BC One E-Battles em 2018.
Paola: Ela é paulista, mas atualmente mora na França com a família e é uma das B-Girls mais vigorosas do nosso país. Por meio do Breaking teve oportunidade de trabalhar com pessoas reconhecidas na cena e fazer vídeo clipes com Guizmo e Flash Zoom, na França e comerciais. Além de alguns trabalhos com Rashid, Nelson Triunfo, Mr. Kokada.
E o Breaking continua…
A nova geração que representa o Brasil no exterior chega cada vez mais forte:
Sonek: De Catalão direto para o mundo, B-Boy Sonek é considerado o “Príncipe do Power Move Brasileiro” da nova geração: com apenas 10 anos, ele ganhou o 1° lugar na Eurobattle Kids e foi vice-campeão mundial na Power Move Battle. Hoje, com 18 anos, continua treinando e faz parte da Dream Kids Brazil.
Marcin: Também de Catalão, com apenas 15 anos já esteve em Portugal, na França e no Chile. Foi tricampeão da Brazil Batlle Pro e também premiado no Dance Summer Camp, em Portugal.
B-Girl Angel do Brasil: De São Paulo, com apenas 10 anos foi vice-campeã no mundial E-fise Montpellier na França, 2° lugar no Battle Kids Argentina e ficou no Top 10 no Breaking Kids Champion, na Rússia. Também faz parte da Dream Kids Brazil.
Eagle: Foi vice-campeão no B de Dança em Braga, Portugal e ficou entre os Top 16 na Porto World Battle, também em Portugal.
Fotos: Arquivo Pessoal / Reprodução
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