Agora é oficial: Breaking está confirmado nos Jogos Olímpicos de Paris em 2024
O Comitê Olímpico Internacional (COI) confirmou nesta segunda-feira (7) a entrada do Breaking, do Skateboard, da Escalada e do Surfe como esportes olímpicos em 2024, nas Olimpíadas de Paris.
O Breaking será a primeira disciplina de “Dance Sport” a aparecer em Jogos Olímpicos, após sua estreia bem-sucedida nos Jogos Olímpicos da Juventude (YOG) em Buenos Aires, Argentina, em 2018. “Hoje é uma ocasião histórica não apenas para B-Boys e B-Girls, mas para todos os dançarinos ao redor do mundo”, disse o presidente da World Dance Sport Federation – WDSF, Shawn Tay. “O WDSF não poderia estar mais orgulhoso de ter o Breaking incluído em Paris 2024 e agradecemos a todos que ajudaram a tornar isso possível: o Conselho Executivo do COI, os organizadores de Paris 2024, a equipe do WDSF e, o mais importante, a própria comunidade do Breaking. Foi um verdadeiro esforço de equipe chegar a este momento e vamos redobrar nossos esforços na preparação para os Jogos Olímpicos, para garantir que a competição de Breaking em Paris 2024 seja inesquecível.”
A decisão de incluir o Breaking em Paris 2024 foi feita hoje pelo Conselho Executivo do COI em sua reunião final de 2020. A competição em Paris 2024 contará com 16 B-Boys e 16 B-Girls competindo em batalhas 1vs1. O Conselho Executivo também aprovou Skateboarding, Escalada Esportiva e Surf para o programa de esportes da XXXIII Olimpíada, que está programada para acontecer na capital francesa de 26 de julho a 11 de agosto de 2024.
Os organizadores de Paris 2024 propuseram os quatro esportes em resposta a um novo nível de flexibilidade concedido às cidades-sede dos Jogos Olímpicos, para incentivar a inovação no programa olímpico. As cidades-sede, começando com Tóquio 2020, têm a opção de sugerir novos esportes e eventos para inclusão em sua edição dos Jogos que não vinculem os futuros anfitriões dos Jogos. “É com imensa alegria e um toque de alívio que recebemos este evento e esta decisão”, disse Mounir Biba, um B-Boy francês e embaixador do Breaking, que foi juiz do YOG de Buenos Aires. “É um grande passo e um momento histórico. Começando do nada há 50 anos, o Breaking foi construído por conta própria, mas agora encontrou uma família. Resta-nos cumprir a honra que nos foi concedida, mas estou totalmente confiante de que o faremos. Existem muitas pessoas apaixonadas em todo o mundo, fazendo um trabalho incrível todos os dias para nutrir e preservar a cultura. O percurso desportivo em que vivemos só vai reforçar a posição que sempre defendi, ou seja, de que somos atletas! Elogio à disposição dos organizadores de Paris 2024, o trabalho do WDSF e a escolha do COI de incluir nosso esporte nos Jogos Olímpicos de Paris. Nos vemos em 2024 para um grande show”, conclui.
A decisão de hoje do COI reconhece o apelo mundial e o crescimento do Breaking, exemplificado pelo sucesso dos três eventos de Breaking nos Jogos Olímpicos da Juventude 2018 na Argentina, onde mais de 30.000 pessoas compareceram cada dia para ver a competição. Desde então, a jornada olímpica de Breaking mudou cada vez mais. O WDSF World Breaking Championship 2019, realizado em Nanjing, China, foi saudado como um grande sucesso. Mais de 150 B-Boys e B-Girls de 66 países, incluindo alguns dos maiores nomes do Breaking, competiram no evento. A edição de 2020 do campeonato, também marcada para Nanjing, foi adiada para 2021 como resultado da pandemia. O Breaking chamou a atenção na primeira edição dos Jogos Urbanos Mundiais (WUG) em setembro de 2019, em Budapeste, Hungria, e está programado para deixar sua marca na próxima edição dos Jogos Mundiais também, programados para julho de 2022 em Birmingham, Alabama, EUA. Em dezembro de 2019, o COI confirmou que o Breaking retornaria para os próximos Jogos Olímpicos da Juventude de Verão em Dakar, Senegal. Originalmente programado para 2022, o Dakar YOG foi adiado no início deste ano para 2026, devido a pandemia pelo novo coronavírus.
A notícia foi comentada por alguns B-Boys e B-Girls espalhados pelo mundo:
B-Boy Lil Zoo (MAR): “Fazer parte dos Jogos é algo lindo. Isso agrega mais valor à dança para pessoas que não a conhecem. Isso traz muitas oportunidades e patrocinadores. Estou muito feliz e mal posso esperar.”
B-Girl Kastet (RUS): “Acho que o fato do Breaking se tornar parte dos Jogos Olímpicos é uma boa oportunidade de crescer. Minha dica para vencer é ter a mente aberta, estar aberto à cena e estar ciente de suas fraquezas. Apenas seja verdadeiro com quem você é.”
B-Girl Mess (NED): “Quando eu comecei o Breaking, ninguém acreditava que era algo sério. Se você assistir hoje em dia, pode ver o nível de Breaking – o quão alto ele se desenvolveu por meio de movimentos incríveis e uma abordagem muito artística. Tornou-se uma arte, tornou-se um esporte e uma cultura global. Tudo é possível e você pode se desenvolver como um artista incrível, um atleta incrível.”
B-Boy Kid Karam (GBR): “Se eu fosse representar meu país nos Jogos, seria muito impressionante. Representar um lugar como aquele onde tem uma grande identidade e o público em geral, poder se envolver e ver o que fazemos – seria uma coisa incrível. Ficaria honrado com isso e adoraria fazer isso.”
B-Boy Shigekix (JPN): “É uma coisa tão incrível que Breaking vai ser um dos esportes nos Jogos olímpicos. Se eu for capaz de representar meu país, gostaria de dar o meu melhor e mostrar tudo o que puder. ”
B-Girl Madmax (BEL): “Eu estou dançando Breaking desde os 14 anos e nunca esperei que um dia pudesse representar a Bélgica nos Jogos. Se eu tiver sorte e me sair bem nos próximos anos, talvez um dia eu tenha a chance. Vamos!”
O assunto também foi comentado em Portugal e no Brasil:
Max Oliveira (POR): “Será importante existir uma estrutura nacional forte e organizada. Podes ser o melhor B-Boy do planeta, mas se o teu país não tiver uma boa estrutura e organização, dificilmente irás ter acesso às Olimpíadas em pé de igualdade com outras potências mundiais, sabemos que existem países que já têm o seu lugar reservado nos Jogos Olímpicos, independentemente do nível dos praticantes.”
Rooneyoyo (BRA) Presidente da Confederação Brasileira de Breaking – CBRB: “Aguardamos por 4 anos este anúncio e por fim chegou em um momento delicado politicamente, devemos acreditar firmemente no objetivo e avançarmos nas negociações propositivas e de políticas públicas para o esporte da nossa categoria, não faltarão esforços para isso da confederação. Agora é hora de trabalhar sério e mostrar do que o brasileiro é capaz.”
B-Boy Leony (BRA): “Agora só depende de nós, brasileiros, se organizar para representar o Brasil lá.”
A nova geração de B-Boys e B-Girls também opinam:
B-Girl Angel do Brasil: “É muito bom receber essa notícia! Esse ano tive boas oportunidades no E-Fise Montpellier Honor, na França e em eventos internacionais. Estou me preparando todos os dias para grandes eventos. Com determinação, dedicação, é possível chegar lá.”
B-Boy Maguila (BRA): “Eu acho uma ideia boa, por que o Breaking vai ser mais reconhecido e também praticado. Eu gostaria muito de participar.”
B-Boy Richard (BRA): “Eu acho muito bom. Eu gostaria de participar, a esperança é a última que morre.”
B-Boy Eagle (BRA): “O Breaking agora faz parte dos Jogos Olímpicos e isso é muito bom. Gosto da cultura, da essência, mas também gosto da modernidade e da possibilidade de representar o meu pais durante as Olimpíadas.”
B-Girl Aninha (BRA): “Achei muito interessante, isso será uma chance para todos nós de sermos reconhecidos.”
O Portal Breaking World se alegra em poder dar essa notícia e cobrir todas as notícias sobre os Jogos Olímpicos, além de ouvir os B-Boys e B-Girls. Também torcemos para que haja mais entendimento e uma melhor organização. E, claro, muitos brasileiros preparados para subir no pódio!
Fotos: Arquivo Pessoal / Divulgação
- B-Boy Bart
- B-Boy Leony
- B-Girl Angel do Brasil e FabGirl
- B-Boy Maguila
- B-Boy Eagle
- B-Boy Richard