O Breaking lhe deu asas para voar e superar o preconceito e os próprios limites
“O preconceito começou dentro de casa com meu pai, depois na escola, na rua e até dentro do Hip-Hop, onde muitos B-Boys me diziam para parar, que eu não chegaria a lugar nenhum” (B-Boy Perninha)
Ele nasceu em Mangabeira, um dos bairros mais populosos de João Pessoa, que fica na Zona Sul da cidade. Antes e depois de nascer sofreu rejeição e preconceito do próprio pai, que negava a sua paternidade, situação que foi potencializada com a descoberta da deficiência que ele tinha na perna. Uma malformação congênita, ou seja, um encurtamento no fêmur esquerdo. Chamado de bastardo pelo próprio pai, ele foi várias vezes colocado para fora de casa! Mas o carinho e o amor da mãe andaram sempre juntos, ela o motivava a enfrentar as dificuldades e jamais abaixar a cabeça para os problemas, sendo um pilar muito importante para que ele não tivesse rancor pelo pai ou fosse uma criança com problemas emocionais ou psicológicos por conta disso. O conselho era sempre pagar o mal com o bem!
O menino crescia, conheceu a Cultura Hip-Hop no ano de 2008, depois que alguns amigos mostraram o DVD do Red Bull BC One 2005, naquela época tinha 13 anos de idade. No início foi difícil, mas aos poucos foi encontrando a própria personalidade e com o conselho de amigos resolveu fazer os movimentos sem a prótese da perna, desenvolvendo movimentações originais que o caracterizam até hoje. Em 2019, foi para o The Legits Blast Festival, na Eslováquia, onde recebeu o prêmio de “B-Boy Float Most Valuable Breaker OutBreak 2019” como o destaque das cyphers e do evento no qual se encontravam mais de 1.000 B-Boys e B-Girls de todo o mundo e faz parte da Killa Rockers.
Estamos falando de Lucas Ferreira Machado, o “Perninha”, ele conversou com o Portal Breaking World e compartilhou sua história de luta e superação, vale conferir:
BW: Queria que você falasse seu nome, idade, onde e como foi sua infância? Que lembranças você tem dessa época? Fale um pouco da sua família e da sua criação?
Perninha: Lucas Ferreira Machado, 26 anos. Nascido e criado em João Pessoa/PB, no bairro de Mangabeira, minha infância foi um pouco conturbada, pois desde antes de vir ao mundo meu pai já havia dito que eu não era filho dele, após o meu nascimento ele “confirmou” mais ainda esse sentimento em seu coração, ao ver que eu tinha uma deficiência física em minha perna esquerda. E isso fez com que a minha relação com ele fosse muito distante e vazia, mesmo meus pais sendo casados durante minha infância. Minha mãe, por outro lado sempre me motivou a enfrentar as dificuldades e jamais abaixar a cabeça para os problemas, ela foi um pilar muito importante para que eu não tivesse rancor pelo meu pai ou fosse uma criança com problemas emocionais ou psicológicos por conta disso. Ela sempre me dizia “ele é seu pai meu filho, você deve amá-lo, pois o sentimento ruim só fará mal a você, sempre pague o mal com o bem”. Meus pais foram casados até pouco tempo antes de eu começar a dançar, até essa época, eu e meu pai éramos muito distantes, ele sempre teve problemas com bebida e sempre que chegava em casa bêbado ameaçava minha mãe, me chamava de bastardo, depois da separação, quando eu e minhas irmãs íamos passar o fim de semana com ele, ele sempre chegava alterado e me colocava pra fora de casa, repetindo sempre as mesmas coisas: “vá para a casa da sua mãe, aquela rapariga, seu bastardo!”. Na escola sempre sofri bullying por conta da minha deficiência, mas nunca levei pro coração e pelo que minha mãe havia me ensinado também “jamais abaixe a cabeça pra ninguém”. Passado o tempo, hoje eu e meu pai somos bons amigos e, quando eu tinha 18 anos, depois de várias coisas eu e ele falamos pela primeira vez “eu te amo” um pro outro e isso foi um divisor de águas na nossa vida.

Imagem: © Baki
BW: Do Nordeste para o Sudeste, escolheu morar no Rio de Janeiro, como aconteceu isso?
Perninha: Minha mudança para o Rio de Janeiro foi devido a dois fatores: o primeiro, por conta que minha esposa é de lá, então, foi uma forma de ficar mais próximo dela e o segundo, que anda lado a lado com o primeiro, foi o mercado do Rio, que comparando com a Paraíba é bem mais lucrativo, eu já tive oportunidade de morar no Ceará, Minas Gerais, Brasília e São Paulo e de todos esses lugares, o Rio foi o lugar onde encontrei bastante trabalho, mas também um lazer de pegar uma praia com a família, coisa que em São Paulo, por exemplo, é quase impossível.
BW: Quando teve contato pela primeira vez com a Cultura Hip-Hop? Como começou no Breaking? Alguém te ensinou?
Perninha: Conheci a Cultura Hip-Hop no ano de 2008, depois que alguns amigos me mostraram o DVD do Red Bull BC One 2005, eles diziam “vamos lá ver, tem um cara que é igual a você”, falavam do B-Boy Junior, da França, depois de assistir aquele DVD, eu que na época fazia vários tipos de esportes, como futebol, parkour, handball, BMX, basquete, futsal, etc., com o objetivo de tentar me provar e também de provar para a sociedade que me olhava como se eu fosse um ET, que eu poderia fazer qualquer coisa igual ou até melhor do que qualquer um. Vi naqueles B-Boys algo surreal, diferente de qualquer outra atividade que eu já havia feito, na época eu tinha 13 anos de idade, daquele dia em diante eu comecei a tentar fazer aqueles movimentos que vi no DVD, em casa, até que um dia um amigo chamado César me levou para um projeto social que havia na igreja que ele frequentava e lá foi onde comecei.
BW: Com que idade começou a dançar? Como foi o tempo de aprendizado? E quando começou efetivamente a competir?
Perninha: Comecei aos 13 anos de idade e no início foi tudo bem dificil, pois eu tentei começar dançando com minha prótese, então, isso me limitava bastante, tanto pela minha deficiência como pela questão de que a prótese não possui articulação, mas um dia, em um treino no Centro de Juventude do bairro, um amigo chamado Nuily me viu tentando fazer alguns Footworks e Top Rocks com a prótese e viu a minha dificuldade, então, ele chegou próximo e disse “Ei, Perninha, porquê você nao tenta dançar sem esse negócio ai? Eu acho que, além de você ficar bem mais livre, você vai poder criar muita coisa original”, e nesse dia eu fiz meus primeiros Footworks, desde esse dia em diante, coloquei a prótese apenas para andar no dia a dia. Minha primeira competição foi no mesmo ano que comecei, em um evento de 2vs2 Kids, ao qual eu e meu irmão de criação, Fidel, participamos juntos, foi nessa mesma época que fundamos a Infect Break, uma crew que até hoje segue ativa na cidade, perdemos na semifinal, mas foi uma grande experiência.

Imagem: © Ernna Cost
BW: Perninha, queria que falasse um pouco da questão da sua perna, foi algo de nascença? Como superou essa situação que poderia ter sido uma limitação ou um motivo para desistir, mas você dança muito bem Breaking até hoje, nos conte isso…
Perninha: Eu nasci com uma malformação congênita ou mais precisamente, um encurtamento no fêmur esquerdo. Os médicos até hoje não sabem porque eu vim ao mundo com essa condição, pois minha mãe não teve nada que pudesse prejudicar a gestação. Como falei mais acima, os ensinamentos da minha mãe de “nunca desistir” ou “jamais se entregar” foram fundamentais para o meu crescimento e aceitação, juntamente com a Cultura Hip-Hop, que me abraçou e me mostrou que eu poderia ser eu mesmo, pois dentro de uma cypher ninguém olharia para o “perninha deficiente” e sim para o Perninha B-Boy. Sou grato também aos Old School da minha cidade, Kazzuza e o Vant Vaz, que foram pessoas que sempre me motivaram e me deram conselhos para adaptar os passos ou me fazer entender que meu caminho era diferente dos demais B-Boys e B-Girls. E foi graças a essas pessoas e mais algumas, que pude entender como eu poderia explorar minha dança e ser quem eu sou, tanto dentro como fora das batalhas.
BW: Recentemente, na sua rede social, você fez uma rifa para continuar a fisioterapia e a medicação no tratamento de uma lesão, uma protusão em 6 discos (2 na cervical e 4 na coluna). Como isso apareceu? Qual o prognóstico? E como estão essas ações que tem feito? Quem desejar ajudar, como pode participar?
Perninha: Sobre as lesões, eu já havia tido 2 protusões no ano de 2018, fiz fisioterapia e tomei medicação. Depois disso, fiquei “bom”, voltei aos treinos normalmente e nâo senti mais nada. Com a chegada da pandemia, fiquei alguns meses parado e isso provocou um choque no meu corpo. Quando decidi voltar a treinar e competir, por conta dos meses que fiquei parado devido ao início da pandemia, voltei a competir e até então tudo normal. Então, esse ano, quando eu estava treinando, senti uma fisgada no meu pescoço, fui ao médico e todos me falavam a mesma coisa, que era apenas um torcicolo, passei um mês assim e nada desse “torcicolo” melhorar, um dia, eu acordei e parecia que todo o meu corpo estava paralisado, eu não conseguia me mexer sem sentir dor, minha esposa estava tendo que me ajudar até para tomar banho, então, decidi ir novamente ao médico, onde o mesmo passou uma bateria de exames e após ver os resultados da ressonância, me falou que eu estava com 6 protusões, que não era caso de cirurgia, mas que eu deveria tratar o quanto antes para que não se transformasse em uma hérnia de disco e após o tratamento e as dores sumirem, eu deveria seguir um protocolo de fortalecimento para o resto da minha vida, com trabalhos de musculação e fortalecimento. A previsão dada pelos médicos e fisioterapeutas é de 1 a 2 meses para que eu possa voltar a treinar de leve com acompanhamento. A rifa foi uma ideia do Ratin da Killa Rockers, meu companheiro de crew, através da rifa conseguimos levantar o suficiente para custear as primeiras sessões de fisioterapia. Após o sorteio da rifa, eu deixei apenas o meu Pix para quem puder e quiser ajudar com algo, pois ainda estou tendo muitos gastos com medicação e terei que continuar a fisioterapia após as sessões pagas acabarem, pra quem quiser ajudar de alguma forma, é só falar comigo pelo Instagram que eu envio o meu Pix.
BW: Alguma vez você se sentiu discriminado, desanimado ou diferente dos outros? O que usou como ferramenta de superação?
Perninha: Minha vida inteira (risos), mas como falei anteriormente, por conta do que aprendi com minha mãe, sempre usei tudo que jogavam em mim como energia ou combustível para continuar e seguir em frente, o preconceito começou dentro de casa com meu pai, depois na escola, na rua e até dentro do Hip-Hop, onde muitos B-Boys me diziam para parar, que eu não chegaria a lugar nenhum. Mas essas coisas nunca me fizeram parar, aprendi a amar meu pai independentemente do que ele fez e aprendi que pessoas vazias jamais conseguiram ver aquilo que pessoas determinadas veem.
Imagem: © LM Fotografia
BW: Como você vê a questão dos B-Boys e B-Girls brasileiros que têm alguma limitação? Existem trabalhos e ações no Breaking efetivas para trabalhar esses dançarinos? Ou faltam iniciativas?
Perninha: O Brasil hoje, por incrível que pareça, é um dos países no mundo com o maior número de B-Boys com deficiência e que tem um alto nível, infelizmente, por conta das políticas públicas e da nossa própria cultura, muitas vezes lutamos por coisas que não são tão urgentes quanto outras, diferente do trabalho que fazem fora do Brasil, que mesmo sem ter tantos B-Boys e B-Girls com deficiência, os mesmos têm um amparo muito grande do Estado e das empresas privadas. No Brasil existem trabalhos e iniciativas, mas na maioria das vezes sem investimento. Acredito que falte uma atenção tanto da população como do Estado para a pauta das pessoas com deficiência no geral, pois muitas vezes falamos de diversas lutas, mas esquecemos de uma que dependendo da condição física ou mental, precisa de ajuda para ir ao banheiro, para ler, para comer. Então, que possamos ter essa sensibilidade de lutar pelas urgências.
BW: Nos conte um pouco sobre os seus trabalhos nos Artistas de Rua , na ILL Abilities e no Coletivo Gang Gangrena?
Perninha: Então, eu sempre fui artista de rua, desde que comecei a dançar e foi algo que me ajudou muito a falar em público e interagir com as pessoas, o Coletivo Gang Gangrena foi a crew que cresceu comigo, a maioria amigos da mesma cidade e que hoje desenvolve um trabalho por todo o mundo, em batalhas, shows etc… o Killa Rockers eu entrei em 2014, a convite dos B-Boys Rock Lee e Ratin, desde então seguimos produzindo conteúdos, batalhando e promovendo a cultura no geral, tanto no Brasil como no exterior. O Ill-Abilities é um grupo de Breaking composto apenas por pessoas com deficiência, que tem o objetivo de levar ao mundo a mensagem “Sem Desculpas e Sem Limites”, promovendo shows, batalhas, palestras, workshops e sendo agente de transformação para pessoas em situação de vulnerabilidade social por todo o mundo.
Imagem: © Max Brito
BW: Você faz parte da Killa Rockers Crew correto? Como começou seu relacionamento com a crew e nos fale dessa convivência com o pessoal.
Perninha: Sim, então, eu conheci o pessoal no ano de 2012, mas já acompanhava por vídeos, na época que morei em Minas e em São Paulo, fiquei muito próximo praticamente de todos os integrantes, treinamos juntos e convivemos bastante. Até que, em 2014, o pessoal decidiu participar da batalha da Amizade na cidade de Rio Claro-SP, o B-Boy Rock Lee estava na minha casa na Paraíba e me perguntou se eu não gostaria de participar com eles e o que eu achava de fazer parte da crew. Pra mim foi algo natural, pois eu já convivia com o pessoal que para mim era como se fosse minha própria família. Desde então, faço parte do Killa Rockers.
BW: Em termos de competições, que eventos mais te marcaram? Que vitórias foram inesqueciveis? Você já competiu fora do Brasil? Fale da sua caminhada na dança e dos momentos memoráveis.
Perninha: Falando de vitórias em competições e momentos marcantes, houve 3 em minha vida que eu considero como momentos que mudaram o rumo da minha carreira: o primeiro, foi quando ganhei junto do meu brother Deinho, o Vivadança 2013 2vs2, onde a premiação era exatamente 1000 reais para cada, eu peguei todo o dinheiro daquela premiação e me mudei para o Sudeste sem pensar duas vezes e isso me abriu muitas portas, foi uma decisão difícil ficar longe da família, mas vendo hoje eu sei que foi algo necessário, então, guardo na memória até hoje, tanto a vitória nesse evento como o que fiz ao receber a premiação; o segundo momento foi a vitória no Batalha na Vila Latino America 2013, o meu companheiro de crew, o B-Boy Douglas, havia vencido a etapa do Rio de Janeiro e deveria ir para competir nesse evento em São Paulo, mas infelizmente ele não conseguiu ir, então, ele entrou em contato com a produção do evento para que deixassem a vaga para mim, que era da Gang Gangrena assim como ele, os organizadores infelizmente não me deixavam competir, até que no último segundo, depois de tanto eu insistir e falar que não havia nada errado em entrar no lugar dele, os mesmos me colocaram para competir, olhando pra mim com uma cara de tipo “vai deixa ele ir, é provável que perca de primeira” e foi muito incrível, porque eu fui passando fase a fase, na semifinal cheguei a tirar os jurados das cadeiras de tanta energia que foram minhas entradas e, por fim, venci o evento, então, os organizadores tiveram que vir me dar a premiação e me parabenizar mesmo, não acreditando que aquele deficiente “chato” tinha ganho o evento deles, que inclusive foi o último que eles fizeram, evento esse que tinham grandes nomes presentes no 1×1 como Luka, Kapu, Aranha, Canito, Kley, Rock Lee, dentre outros e um deficiente desconhecido lá da Paraiba ganhou; e o terceiro momento foi no ano de 2019, no The Legits Blast Festival na Eslováquia, onde recebi o prêmio de “B-Boy Float Most Valuable Breaker OutBreak 2019”, como o destaque das cyphers e do evento, no qual se encontravam mais de 1000 B-Boys e B-Girls de todo o mundo, mais uma vez um paraibano no meio desse povo todo foi visto por alguém. Esses três momentos para mim foram os mais marcantes na minha carreira até hoje, pois em cada um teve seu significado para que eu pudesse conquistar ou ser quem eu sou, tanto como profissional, mas também como pessoa.
Imagem: © Arquivo Pessoal
BW: Você é um cara atuante, principalmente nos debates dentro da Cultura e no meio do Breaking. Você se acha polêmico em algumas circunstâncias? Já teve problemas em expor algumas opiniões?
Perninha: Não me acho polêmico, eu não me acho nada na verdade (risos), o que eu acho é que há muita coisa que precisa ser conversada e muitas vezes apenas A ou B fala, enquanto muitos seguem calados ou com medo de se expressar e serem julgados, entende? Eu, como fui julgado minha vida inteira até dentro de casa, não ligo muito pra isso, sou uma pessoa sincera, se eu gosto, eu gosto, se eu não gosto, não gosto. O problema são os outros que criam, porque eu mesmo sigo trabalhando e fazendo meus projetos, dançando e sendo diferença na vida de quem precisa e quem quer “problematizar” o que eu falo ou faço, pra mim tá só perdendo tempo, onde o mesmo poderia estar ajudando e incentivando alguém. Por isso, eu sigo nos meus objetivos, as pessoas falando ou não de mim. Isso não muda nada na minha vida (risos).
BW: Como você analisa os B-Boys e as B-Girls brasileiras? Na sua opinião, temos condições de competir de igual para igual lá fora? Principalmente em eventos como as Olimpíadas?
Perninha: Então, sendo bem direto, todos nós sabemos da diferença em estrutura e incentivo que temos no nosso país, se comparado com Estados Unidos, Europa e Ásia, mas mesmo em condições precárias de treinamento ou de sobrevivência, muitos de nós batem de frente, se destacando muitas vezes e até ganhando eventos de grande porte, na minha opinião, temos sim condições de competir com qualquer Breaker pelo mundo, mas sendo crítico e sabendo entender que estamos saindo alguns passos atrás e que precisamos correr alguns passos a mais para diminuir essa diferença que existe, as Olimpíadas podem ser uma plataforma que irá gerar mais investimento e visibilidade para que possamos ter mais apoio e condições de encurtar essa diferença que citei, comparando com os países de primeiro mundo. É apenas uma especulação, mas eu estou bem confiante sobre as Olimpíadas, pois sei que temos sim um potencial de crescimento ainda maior, é só ver nos últimos 5 anos o número de brasileiros que têm se destacado no cenário internacional.
Imagem: © Little Shao
BW: Normalmente, como funciona sua rotina de treinos?
Perninha: No momento, eu estou parado a cerca de 3 meses, devido a lesão, mas normalmente eu treino entre 4 a 5 vezes por semana, em média 3 a 6 horas por dia, costumo dividir meu treino entre criação (novidades), aperfeiçoamento (de coisas que já sei), preparo de competição (treino várias entradas e todas as possibilidades possíveis e em músicas diferentes).
BW: O que tem feito nesse tempo de pandemia?
Perninha: No início da pandemia, como falei eu estava parado devido às medidas de proteção, mas depois, voltei a treinar e competir, ano passado fui destaque na primeira edição on-line do Break Free, no primeiro semestre de 2020, fui finalista da segunda edição e vencedor da terceira edição, ambas em 2020, no final do ano, fui indicado ao prêmio de destaque internacional do ano ao qual estava concorrendo com mais 4 grandes nomes, Hong 10, Shigekix, Amir e Gravity. No início do ano de 2021, fui campeão do Campeonato Nacional Fluxo, que teve sua edição em formato on-line e fui destaque do evento na primeira edição de 2021 do Break Free. após isso, eu me lesionei e desde então sigo sem treinar, ajudando o pessoal do meu estado com a Federação Paraibana de Breaking e também trabalhando no projeto The Big Players, juntamente com alguns outros nomes da cena nacional.
BW: Quais são seus planos para o futuro?
Perninha: Trabalhar muito! Pense numa coisa que eu gosto, é de treinar e trabalhar, ainda quero tirar minha mãe do aluguel e ter condição de olhar pra ela e falar “pode parar de trabalhar, deixa comigo”, há muitos países ainda que tenho pra conhecer e alguns projetos que quero concretizar para ajudar mais pessoas.
Imagem em destaque: © Little Shao