2ª edição do Breaking do Verão aconteceu no Rio de Janeiro numa semana de sensação térmica de 54º
Luciana Mazza
Na última semana aconteceu no Velódromo do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, a 2ª edição do “Breaking do Verão”. Foram quatro dias intensos, de muito Breaking e também de muito calor, numa semana em que a sensação térmica no Rio de Janeiro chegou às alturas. De acordo com o Centro de Operações Rio, por meio do Sistema Alerta Rio, a sensação térmica chegou a 54°C às 13h30 e a temperatura máxima registrada ficou na casa de 40,3°C. Ambas as marcas são recorde para a estação deste ano e representam o ápice, pelo menos até aqui, de uma sequência de dias em que o carioca experimentou temperaturas cada vez mais quentes. Nesse calor escaldante, aconteceu o evento concebido e realizado pela agência Fábrica, apresentado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, Lei Estadual de Incentivo à Cultura e Petrobras, e contou com patrocínios das marcas Cheetos, Redley, Sprite e apoios da Red Bull e Dorflex. O Breaking do Verão reuniu não só brasileiros que vieram de todos os cantos do país, mas grandes nomes internacionais da modalidade que integra os jogos de Paris 2024. Estiveram presentes representantes dos seguintes países: Rússia, Alemanha, França, Argentina, Portugal, Estados Unidos, Cazaquistão, Japão e Holanda. Contando com B-Boys e B-Girls convidados, além dos inscritos nas eliminatórias na competição, que aconteceram nos dias 19 e 20 de janeiro. A competição teve a curadoria técnica de Pelezinho, B-Boy que se tornou o responsável por colocar o Brasil no mapa mundial do Breaking. Ao todo, foram 32 atletas que buscaram o título de melhor B-Boy e melhor B-Girl em solo carioca.

Imagem: ® Breaking World
O time de jurados foi composto por nomes conhecidos. Incluem-se o B-Boy americano RoxRite, o primeiro a somar 100 vitórias no Red Bull BC One All Stars, o B-Boy argelino-francês Lilou, um dos nomes mais emblemáticos da cena Breaking mundial, B-Boy Aranha, que integra os coletivos Style Crew, Tsunami All Stars e Darookies e a também brasileira B-Girl Bibi. Durante o evento, na sexta-feira (20) aconteceu um bate-papo com o CNDD Breaking (Departamento de Breaking do Conselho Nacional de Dança Desportiva) sobre as Olimpíadas 2024 e, no sábado (21), um workshop com o B-Boy argelino-francês Lilou. No Domingo (22) uma novidade foi a Cypher Step One.

Imagem: ® Rudá Albuquerque
Na disputa do título, B-Boy Ratoo, segundo os jurados, venceu o holandês Lee. Após o período de duelo entre o brasileiro e o representante da Holanda, os juízes decretaram a vitória e deram o título para o atleta do Brasil. Entre as mulheres, Kastet fez um duelo internacional com a francesa Sarah Bee e levantou o troféu. Outro campeão foi o brasileiro B-Boy Samuka, na Cypher Step One.
Conheça alguns dos atletas Internacionais que estiveram no Breaking do Verão 2023:

Imagem: ® Breaking World
B-Boy Victor: Victor Montalvo é um nome bem conhecido na cena do Breaking. Nascido em Orlando, na Flórida, Victor aprendeu os primeiros passos do Breaking com o pai, um B-Boy mexicano. O B-Boy aumentou a coleção de medalhas e troféus ao conquistar em 2022 o título mundial do Red Bull BC One pela segunda vez. Conquistou também o Campeonato Mundial de Breaking. O evento, organizado pela Federação Mundial de Dança Esportiva (WDSF na sigla em inglês), foi o primeiro grande evento do ciclo que terminará com a estreia olímpica em 2024. Acredita que o importante não é ganhar campeonatos ou dinheiro, mas aprender a dançar, curtir o momento e melhorar com o passar do tempo. “Um bom dançarino deve ser humilde e continuar aprendendo, sempre pensando como um aluno”, diz Victor. “Na dança, não há espaço para ciúme ou ego – você deve apenas ser você e manter-se positivo”, finaliza.

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B-Boy Amir: B-Boy Amir, que em 2021 se tornou o primeiro cazaque a vencer a Final Mundial do Red Bull BC One. Amir também foi o primeiro campeão mundial do Red Bull BC One que não estava entre os B-Boys convidados. Ele venceu a cypher do seu país e precisou passar pela Last Chance Cypher, até conquistar o título. A dança sempre foi uma paixão. Vindo de uma cidade pequena, onde não havia onde fazer aulas e aprender, ele começou praticando parkour. Um dia, voltando para casa, viu um cartaz anunciando aulas de Breaking. A família não tinha dinheiro para bancar os treinos, e aí? “Eu usava o dinheiro da merenda para pagar as aulas, e por não comer tinha dor de estômago, era difícil me concentrar na escola”, lembra Amir.

Imagem: ® Breaking World
B-Boy Lee: Lee-Lou Demierre já tem quase duas décadas de experiência como B-Boy. É isso mesmo: filho de uma talentosa B-Girl, o holandês, membro da crew Red Bull BC One All Stars foi alimentado com uma mistura de Hip-Hop e Breaking praticamente desde o dia em que nasceu. Assim que deu os primeiros passos, Lee começou a imitar os movimentos de sua mãe. “Não lembro da primeira vez que a vi dançando, eu tinha só dois anos”, conta o B-Boy. “Mas minha mãe foi o começo de algo muito maior e eu provavelmente não teria entrado no mundo do Breaking se não fosse por ela”. Em 2010, Lee se juntou ao The Ruggeds, onde conseguiu rapidamente desenvolver um estilo próprio de dança. A originalidade de seus movimentos, que apresentam uma flexibilidade fora do comum – com destaque para o moinho de vento deslizante de sua autoria – logo mostraram que ele merecia um lugar de relevância entre os membros da crew, da qual faz parte até hoje. “A equipe sempre me motiva a continuar me superando. O nível nos treinos é muito alto e isso me faz querer ficar cada vez melhor”, diz. Entre 2020 e 2022, acumulou uma lista impressionante de vitórias solo em batalhas, como Crashfest 2020, Red Bull BC One E-Battle 2021 e Dutch Breaking Solo B-Boy 2022. Ele também venceu a competição LCB 2×2 2022, com seu companheiro de crew Phil Wizard e o torneio World Breaking 2×2 2022, ao lado do B-Boy Link.

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B-Boy Alvin: Em 2022, o venezuelano participou da Final Mundial do Red Bull BC One. Com movimentos poderosos, Alvin é membro das crews Formless Corp e Team Vinotinto.

Imagem: ® Red Bull
B-Boy Sunni: De Bristol, Inglaterra, B-Boy Sunni começou no Breaking aos 10 anos. Ele lutou por tudo, dormiu em pisos de concreto em Londres e superou lesões para se tornar um Red Bull BC One All Star. Uma de suas maiores inspirações foi o Red Bull BC One All Star, Hong 10. Os destaques da carreira incluem vitórias no Notorious IBE, Unbreakable, Circle Industry, BBIC e Radikal Forze Jam e duas vezes vencedor no UK B-Boy Championship. Ele também chegou às semifinais da competição de dança da TV Got to Dance.

Imagem: ® Breaking World
B-Girl Jilou: B-Girl Jilou nasceu na cidade de Freiburg, na Alemanha, foi criada em Colônia e hoje mora em Berlim. Membro das equipes Nin10do e Jimakeno, ela começou no Breaking em 2006 aos 13 anos de idade. Os professores de Jilou foram B-Girl Maren, B-Boy Mighty Mike, Shabba e Shepherd, de sua primeira equipe, Nin10do. Tem um estilo acrobático e explosivo com muitos freezes flexíveis. Fora do Breaking, ela também organiza e coreografa shows. Jilou foi a grande campeã na competição de B-Girls do Breaking do Verão 2021.

Imagem: ® Breaking World
B-Girl Ami: Nascida em Saitama, no Japão, B-Girl Ami foi apresentada pela primeira vez à cultura Hip-Hop e à dança aos seis anos de idade, por sua irmã mais velha, e aos 10 já havia desenvolvido um amor pelo Breaking. Ela seria ensinada por alguns dos melhores B-Boys do Japão, incluindo Katsu-One, Taisuke e Wata. Eles ajudaram Ami a desenvolver o estilo “clean Breaking” pelo qual ela agora é conhecida, com seu fluxo suave, trabalho de pés afiados e movimentos de força explosiva, ajudando-a a ganhar vários títulos. Em 2016, ela venceu a competição Battle of the Year 2×2 B-Girl com sua irmã B-Girl Ayu, e em 2017 ganhou o título Silverback Open B-Girl e a competição Undisputed World B-Boy Series B-Girl. Sua maior conquista até o momento chegou em 2018, quando Ami fez história ao se tornar a primeira B-Girl a vencer o Red Bull BC One World Final. Isso foi logo seguido por se tornar a primeira B-Girl a se juntar ao Red Bull BC One All Stars. “Quando ganhei, senti muito orgulho de representar meu país e a mim mesma”, diz ela. “Na época, eu não estava apenas focada em ganhar o cinturão e fazer história, mas também em me divertir”. Em 2019, Ami foi novamente coroada campeão mundial, desta vez no primeiro WDSF World Breaking Championship. Isso levou a entrevistas com nomes como a Forbes, campanhas publicitárias e convites para julgar competições. Ela também estrelaria uma turnê mundial com o Red Bull BC One All Stars. Atualmente morando na prefeitura de Kanagawa, no Japão, Ami continua treinando cinco ou seis dias por semana e espera ter a oportunidade de mostrar seu talento ao redor do mundo. Ela diz: “Aprendi tantas coisas vendo o mundo que nunca teria aprendido se não tivesse me tornado uma B-Girl. Cada lugar que visitei é uma experiência nova e sempre especial para mim. Eu amo conhecer novos dançarinos. Ainda quero visitar tantos lugares e vivenciar cenas e culturas diferentes”, conclui.

Imagem: ® Reprodução
B-Girl Sarah Bee: Nascida em Dijon, França, B-Girl Sarah Bee é membro da equipe de dança feminina de todos os estilos, Zamounda. Originária da Argélia, Sarah começou a dançar aos 11 anos. No início, ela não se interessou pela Cultura Hip-Hop até que sua irmã começou a dançar. Em um dia de tédio em sua cidade natal, Sarah foi convidada a acompanhar sua irmã na sessão de dança. Sarah foi e naquele dia tudo mudou para ela. A irmã de Sarah, sua amiga e parceira de dança, Manuela, e sua primeira equipe, Figure2style, inspiraram Sarah Bee no começo. Agora, ela compartilha muito com sua crew, Zamounda, misturando tudo, desde Waacking a Popping, Locking e House, gostando de aprender com seus companheiros, que ela considera sua família. Quando se trata de seu estilo de Breaking, Sarah Bee é rápida, dinâmica e destemida em sua expressão e atitude de batalha. E mesmo que Sarah diga que ainda não é perfeita em sua dança, tendo que praticar seus fundamentos e aprender todos os dias, quando ela dança Sarah se expressa plenamente, o que a faz se sentir livre. Sarah venceu a competição 2×2 B-Girl no evento Battle Of The Year de 2008, com Manuela, especialmente porque ninguém derrotou as B-Girls japonesas que competem no evento todos os anos desde então. Ela já dançou com a Madonna duas vezes. Sarah se sente abençoada por acordar todas as manhãs capaz de dançar, viajar, compartilhar e se apresentar como sua carreira e estilo de vida.

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B-Girl Kastet: Nascida e criada na cidade russa de Krasnodar, Natalia Kiliachikhina, também conhecida como B-Girl Kastet, tornou-se uma das destruidoras de maior sucesso do mundo. Foi uma criança ativa que cresceu cantando, dançando e pintando, Kastet começou no Breaking no outono de 2010, quando tinha apenas 12 anos de idade. Na época, ela estava fazendo aulas de dança latina e aprendendo judô, porém, queria experimentar algo que tivesse mais liberdade criativa. Ela decidiu tentar o Breaking e logo se dedicou à forma de arte. Membro da equipe Red Bull BC One All Stars, a maior inspiração de Kastet foi a B-Girl Nadia, uma das melhores B-Girls da Rússia. Ela também desenvolveu suas habilidades graças a seus companheiros de equipe B-Boy Marvel e B-Boy Jerry Metal. Esses nomes ajudaram Kastet a desenvolver o estilo Funk pelo qual ela é conhecida, com sua energia e incrível trabalho de pés, tornando-a uma das dançarinas mais exclusivas da cena. Reconhecida por enfatizar cada movimento e criar passos originais, ela teve muito sucesso internacional. Conquistou seu primeiro título do Red Bull BC One em 2019 e se tornou a primeira competidora da história a defender o título com sucesso, superando a B-Girl Madmax da Bélgica, em uma final épica no ano seguinte, sagrando-se bicampeã mundial. Em 2021, ela ganhou o Campeonato Europeu WDSF de 2021. Tendo alcançado o topo, Kastet ainda continua a desenvolver seu estilo e aprender novos movimentos. Uma grande seguidora da expressão artística, ela quer usar sua criatividade para evoluir constantemente e inspirar outros jovens dançarinos. Kastet ganhou o Breaking do Verão 2023.

Imagem: ® Reprodução
B-Girl Carlota: A B-Girl Carlota começou no Breaking aos seis anos na escola primária, onde conheceu seu treinador, que dava aulas. Ela nasceu em Pertuis, uma cidade no sul da França, mas se mudou para Montpellier para estudar e se aprofundar em uma cidade muito maior e mais aberta a evoluir. Adora movimentos técnicos e não é de ficar parada. Quando pressionada a compartilhar seus próprios objetivos com a dança, ela diz: “Quero evoluir sempre o máximo que puder com meu Breaking e nunca me sentir presa na minha dança”.

Imagem: ® Red Bull
B-Girl Carito: Nascida e criada em Buenos Aires, Argentina, Carito é membro da equipe Superpoderosas. Ela viu o Breaking pela primeira vez quando sua irmã, que já estava dançando, a levou a um evento quando criança. Ela, então, conheceu a dança em 2006, quando tinha 15 anos, dizendo que tudo começou porque ela queria ir assistir a uma batalha. A entrada era cara, então ela se inscreveu para competir no concurso B-Girl para entrar no evento de graça, sem saber o que faria quando chegasse a sua vez de dançar. Felizmente, nenhuma outra B-Girl se inscreveu para a batalha naquele dia, então, ela não teve que competir, mas isso a fez começar no Breaking. No final daquele ano, ela conquistou uma qualificação para disputar um campeonato contra B-Girls de outras províncias argentinas. Essa oportunidade levou Carito a começar a procurar mais lugares para treinar, e mesmo que a batalha pelo campeonato não tenha acontecido no final, ela continuou dançando. Carito diz que encontrou no Breaking tudo o que procurava na vida. Não teve ninguém para orientá-la no Breaking, Carito aprendeu em sessões de treinamento compartilhadas observando como os outros dançavam e depois praticando o que via. Mas, para se preparar para a final mundial do Red Bull BC One de 2021, ela pediu conselhos a B-Boy Davis, da equipe Stupi2 Punkys, para ajudá-la a aprimorar seus movimentos. Carito descreve seu estilo de Breaking como “doce rapper ninja” e se orgulha de ter chegado às semifinais e finais nos campeonatos Break Free Worldwide. Ela diz que ser convidada para competir no Red Bull BC One World Final 2021 foi a maior conquista de sua carreira. Fora do intervalo, Carito está estudando direito. Sua filha, irmãs, mãe, equipe e amigos são os mais importantes para ela, Carito diz que continuará dançando e praticando.

Imagem: ® Breaking World
Fora os competidores nacionais e internacionais, DJ’s, artistas e jornalistas presentes não poderíamos deixar de registrar a presença da nova geração do Breaking do Rio de Janeiro e de São Paulo, que já vem colecionando medalhas e troféus escrevendo a própria história e conquistando o seu espaço. Mesmo não podendo competir no Breaking do Verão devido à idade, pois no regulamento do evento só era permitido acima de 18 anos, eles prestigiaram a competição e iluminaram as Cyphers, lembrando a todos que o futuro já chegou! Destaque para a Cypher Kids do Rio de Janeiro e, de São Paulo, B-Boy Eagle (Dream Kids Brazil), B-Boy Richard e ainda B-Girl Angel do Brasil (Dream Kids Brazil) e B-Girl Mary-D (Street Breakers Crew) ambas medalhistas do Kids no Primeiro Campeonato de Breaking como Esporte da CNDD (Conselho Nacional de Dança Desportiva), realizado em 2022, também em São Paulo.
O Portal Breaking World agradece à organização toda atenção direcionada ao nosso veículo durante o tempo que estivemos na cobertura da 2ª edição do importante Breaking do Verão! Parabenizamos os competidores e ganhadores. Estamos na torcida para que o Brasil mantenha os mesmos resultados por nós registrados no Rio de Janeiro também nos eventos internacionais e, claro, nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.
Imagem em destaque: fotomontagem ® Breaking World
- B-Boy Ratoo Imagem: ® Breaking World
- B-Girl Carito Imagem: ® Breaking World
- B-Boy Pelezinho Imagem: ® Breaking World
- B-Girl Kastet Imagem: ® Rudá Albuquerque
- B-Girl Kastet e B-Boy Ratoo Imagem: ® Rudá Albuquerque
- B-Boy Victor Imagem: ® Breaking World