Sangue nos olhos e Breaking nas veias: Goiânia está bem representada!
Não se pode afirmar que talento é algo hereditário, mas no caso de Samuel Locatelli, conhecido na cena como B-Boy Samukinha, o amor pela Cultura Hip-Hop veio de berço e corre junto com o sangue nas veias.
Filho do B-Boy Sandro e da B-Girl Sátila, ambos de Goiânia, ele desde cedo desenvolveu o gosto e o amor pelo Breaking e tem se destacado nos últimos anos como um dos grandes nomes da nova geração.
Samukinha começou a dançar com apenas 4 anos e não parou mais. Seus movimentos cheios de personalidade e acrobáticos o fazem se destacar nos eventos por onde passa, ano passado foi um dos ganhadores do “Quando as Ruas Chamam”, em Brasília.
Ele faz parte da “Bairro Feliz Crew” e da “Dream Kids Brazil”. Fora das batalhas é um menino doce, cheio de vida, que gosta de brincar, apegado à família, onde o pai é sua referência e seu herói, pessoa em que Samuka se inspira.
Ele também tem sonhos, um deles realizou quando esteve em São Paulo, que foi dançar Breaking dentro do Metrô paulista, outro sonho é competir fora do país.
O Portal Breaking World teve um grande papo com esse menino que quebra tudo nas rodas. Confira:
BW – No seu caso, o breaking é algo de família. Sandro é B-Boy e Sátila é B-Girl, como surgiu o amor pelo Breaking e pela Cultura Hip-Hop?
Samukinha – Sim, meus pais se conheceram por meio do Breaking e desde pequeno meu pai sempre me ensinou, então, nunca mais parei de dançar. Isso é minha base.
BW – Com quantos anos você começou a dançar Breaking? Quem são suas referências?
Samukinha – Comecei a dançar desde bem pequeno, por volta dos 3 e 4 anos, meu pai sempre foi minha inspiração e minha referência.
BW – No início surgiu de você a vontade de dançar?
Samukinha – Sim, desde o início sempre tive vontade de aprender a dançar.
BW – Quantas horas e dias por semana você treina? Como são os treinos aí em Goiânia?
Samukinha – Treino 3 vezes por semana, 3 horas por treino, temos um grupo de dança e sempre estamos juntos. É bem legal!
BW – Com quantos anos você começou a competir?
Samukinha – Minha primeira batalha foi aos 5 anos.
BW – No Breaking tiveram movimentos mais difíceis de aprender do que outros? Quais foram?
Samukinha – Sim, sempre tem movimentos mais complexos, por exemplo, o flare, tive mais dificuldades neste movimento.
BW – Fale sobre os eventos aí em Goiânia e no resto do país que já competiu e sobre aqueles que você ganhou?
Samukinha – Goiânia tem bastante eventos grandes, já participei de vários e também já tive várias vitórias, não só em Goiânia, como também em outras cidades, competindo nas categorias infantil e adulto, sempre que aparecem eventos eu procuro participar para ter experiência para poder competir fora do país.
BW – Como você divide seu tempo entre estudo e dança? Na escola as pessoas pedem para você dançar?
Samukinha – Estudo em tempo integral e sempre treino no horário noturno. Consigo conciliar bem e sempre que tem eventos na escola participo com minha dança, não só na minha escola, como também em outras.
BW – É verdade que você já participou de propagandas na TV? Fale sobre isso?
Samukinha – Sim, já fiz comerciais e participei de shows de talentos de programa de TV. E foi uma experiência ótima para meu desenvolvimento e crescimento no Breaking.
BW – Você fica nervoso quando vai competir? Como você se sente?
Samukinha – Fico nervoso, mas, porém, fico focado, procuro não me distrair e quando termino de batalhar procuro ficar mais tranquilo.
BW – Fale um pouco da sua crew aí em Goiânia e da sua outra crew que reúne crianças de vários estados do Brasil, a “Dream Kids Brazil”?
Samukinha – Tenho uma crew em Goiânia chamada “BF Crew” que significa “Bairro Feliz Crew”, sempre estamos juntos nas batalhas, nos eventos e nas apresentações, nos tornamos uma família que um apoia o outro, e também participo de outra crew a “Dream Kids Brazil”, que tenho a oportunidade de representar o Brasil lá fora e também estamos nos tornando uma família.
BW – É verdade que a “Dream Kids Brazil” estava planejando competir fora do país esse ano quando estourou a pandemia? Como você se sentiu em relação a isso?
Samukinha – Sim, nossa crew, a “Dream Kids Brazil”, estava planejando sair para competições internacionais, porém, teve um imprevisto com essa pandemia, mas não fiquei triste, pois tudo tem seu tempo.
BW – Normalmente em Goiânia, em vários eventos, você já rachou várias vezes com o Ferrugem, que é um outro grande B-Boy da nova geração. Também já rolou uns desafios! Fale sobre isso!
Samukinha – Fui desafiado pelo B-Boy Ferrugem e isso é bom, pois faz parte de ser B-Boy e ser desafiado por alguém que dança muito é um privilégio.
BW – Agora, no momento de pandemia, você chegou a participar de eventos on-line, correto? Nos conte sua experiência e o que pensa desse novo modelo de campeonatos?
Samukinha – Sim, participei de eventos on-line, não cheguei a ganhar o evento, mas foi uma experiência bacana, porém, não tem a mesma emoção de um campeonato presencial, mas foi boa a experiência.
BW – O que significa o Breaking para você?
Samukinha – O Breaking é a essência da minha vida, faz parte de mim, da minha família e do que eu sou.
BW – Como você vê a participação da nova geração do Breaking nos grandes campeonatos?
Samukinha – Vejo a nova geração nos campeonatos como um início de um sonho, novos B-Boys irão continuar essa cultura, que não pode parar, sempre me sinto apoiado por todos.
BW – Ano passado, você esteve em São Paulo e visitou a São Bento, que é o templo da Cultura Hip-Hop, como foi essa experiência?
Samukinha – Me senti honrado por ter conhecido a São Bento, pois lá foi o berço do Breaking, onde tudo começou e tive a oportunidade de dançar com vários B-Boys “Old School”.
BW – Quais são seus sonhos para o futuro?
Samukinha – Meu sonho para o futuro é me tornar um homem de bem, quero me especializar em dança, me tornar um grande profissional da dança e também competir fora do país, representar o meu Brasil.
Fotos: Arquivo Pessoal