B-Boys e B-Girls mostram o Nordeste que todos deviam conhecer
“O sertanejo [nordestino] é, antes de tudo, um forte.” (Euclides da Cunha)
O nordeste, ao contrário do que muitos possam pensar, é um celeiro de talentos, rico na diversidade de sua cultura, história, terra de gente forte, com sangue nos olhos, que não tem medo de dias difíceis e desafios. Seus problemas e dilemas foram retratados em alguns textos e canções que foram eternizados, ganharam o mundo. Quem nunca escutou Asa Branca: “Quando olhei a terra ardendo; Qual fogueira de São João; Eu perguntei a Deus do céu; Ai, Por que tamanha judiação…”, música de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga, ou, “Nordeste Independente”, composição de Bráulio Tavares e Ivanildo Vilanova. “Já que existe no sul esse conceito, que o nordeste é ruim, seco e ingrato; Já que existe a separação de fato, é preciso torná-la de direito. Quando um dia qualquer isso for feito; Todos dois vão lucrar imensamente começando uma vida diferente de que a gente até hoje tem vivido; Imagina o Brasil ser dividido e o nordeste ficar independente; Dividindo a partir de Salvador o nordeste seria outro país; Vigoroso, leal, rico e feliz; Sem dever a ninguém no exterior…; Tem o pão repartido na metade; Tem o prato na mesa, a cama quente; Brasileiro será irmão da gente; Vai pra lá que será bem recebido; Imagina o Brasil ser dividido; E o nordeste ficar independente…”.
Composta pelos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, a região Nordeste “antes de tudo um forte”, assim foi descrita por Euclides da Cunha, se tornando um canalizador de movimentos culturais e talentos.
Nessa atmosfera, a Cultura Hip-Hop chegou para ficar e fazer a diferença na vida de muitos nordestinos, na década de 1980 quase tudo era visto por meio de revistas, filmes e vídeos que vinham de fora do país, nessa época não existia internet. Existia, sim, algumas festas que as pessoas frequentavam e dançavam, ali começava uma história, uma movimentação que nunca seria passageira, no final dos anos 80, 90 já era possível ver na cena vários breakers espalhados na região.
O tempo passou, hoje o nordeste continua sendo o berço de muitos talentos e tem motivos de sobra para se orgulhar disso, na Cultura Hip-Hop a história se repete e não deixa nada a dever a qualquer outra região. Se você é daqueles que torce o nariz quando encontra numa roda um B-Boy ou uma B-Girl do nordeste, talvez você precise rever seus conceitos e tomar cuidado para não levar um couro na cypher.

Nomes como o do cearense Mateus Melo, conhecido como Bart e Francisco Cleiton Verçosa, o B-Boy Till, estão entre os nomes dos melhores B-Boys brasileiros, destaques na cena nacional e mundial do Breaking. “Vem conhecer, saber o porquê que sempre vamos defender essa terra tão querida de brilhantes artistas e rico em culturas e festivais. Conhecer as deliciosas comidas típicas nordestinas. Tenho certeza que você pode mudar sua visão em relação a minha terra”, declara Till, atual campeão da Red Bull BC One Cypher Brasil. Nascido em Fortaleza (CE), começou a dançar Breaking aos 14 anos e também nessa idade já praticava a capoeira, o amor pela Cultura Hip-Hop surgiu a partir do momento que começou a entender o que era o real Hip-Hop, assistindo vídeos, conversas com os “Old School”.

Conta que teve grandes referências em Fortaleza, onde aprendeu a dançar. São dele as palavras: “A cultura é muito importante na minha vida e acredito que na vida de muitos periféricos que nem eu. A Capoeira e a Cultura Hip-Hop salvam vidas, sim! Eu sou a prova disso! Na minha vida já tiveram algumas pessoas com aquele desconforto de querer se sobressair sobre mim ou aquele preconceito de nos tratar como minoria. Mas tudo bem, é vácuo para essas pessoas ou papo reto quando tiver face a face. Gosto de dialogar e falar o quanto não me importo com o que o fulano acha de mim e do meu nordeste, que por sinal, venhamos e convenhamos é maravilhoso. Pessoas preconceituosas, racistas, marxistas, homofóbicos, esses tipinhos sabe?! Qual o problema de cuidar da própria vida? Seu preconceito não mudará nada do quão eu não me importo e sei que muitos nordestinos também não. Respeito hoje, respeito amanhã e respeito sempre”, conclui Till.
Para Ivis Love, que é paraibano, B-Boy e Arte-Educador desde 2012 e trabalha com uma metodologia própria de ensino, desenvolvendo material digital, como treinamentos e conteúdos digitais de Design como forma de informação sobre a Cultura Hip Hop, o foco é priorizar a vivência de cada criança, adolescente e adulto, tentando assim ampliar o universo do Breaking.
O Nordeste é a região mais rica culturalmente do Brasil e até do mundo. Ele relata: “Com variedades pouco conhecidas pelos B-Boys e B-Girls do nosso país, a realidade nunca foi enxergar a pobreza, até por que o povo não tinha e muitos ainda não têm outra perspectiva de mundo, só resta viver como dá. Toda cultura dá um sentido para a vida, em todos os sertões se tem culturas populares fortes, que são seguidas como religião. E são muito mais além do que se pode descrever. O Hip-Hop, de fato, sempre salvou vidas de inúmeras formas, temos consciência que a juventude é facilmente iludida pelo injusto sonho alimentado de ser atleta e no nordeste temos muitos nomes que se deram bem, e inúmeros com muito potencial que não conseguiram, graças ao gritante distanciamento social e divergência de classes que existe em nosso país. Posso dizer que o Hip-Hop veio como uma válvula de escape, uma oportunidade de ver o mundo de outra forma, um incentivo para buscar outros idiomas, outros povos, outros costumes, onde se educou como sermos melhores em casa, como poderíamos ser alguém diferente do que a sociedade impõe e ainda sim levar sustento para nossa casa. Creio que assim pudemos ter um diferencial e quebra de preconceitos”.

O contato de Ivis com a cultura vem de muito tempo, ele conta que teve o real entendimento que o verdadeiro Hip-Hop se trata da cultura do povo, trabalhou com cultura popular nordestina desde os 15 anos, porém, com 18 anos teve de fato o que considera o primeiro contato com o Breaking, por meio do saudoso B-Boy Banks da “Back Spin Crew”.
Segundo Ivis foi amor instantâneo, quando o Banks falou palavras que o fizeram enxergar as coisas de forma diferente, pois havia sido expulso do local onde já havia Breaking em Campina Grande-PB. E foi quando Banks o convenceu que poderia sim ser B-Boy, falando que não era o que se fazia, era como fazia e pela causa que se fazia. E então, diante disso, se comprometeu a ser um B-Boy verdadeiro e levar essa mensagem pelo resto de sua vida. Ele declara: “Não tive professores de Breaking, aprendi sozinho, olhando e querendo fazer, referências para mim foram meu mestre de Frevo (Alexandre Felizardo) e Banks (primeiro a me falar sobre Breaking de verdade). Me orgulho por ter começado aqui, amo saber bem de cada cultura a que faço referência em minha dança, tem ciência da cultura local, me faz sentir-me muito mais pertencente e representante do local de onde sou, Nordeste, Brasil. Desafios são vários, posso citar alguns: distância e custo de viagens para o Sudeste, onde acontece, infelizmente, uma centralização de recursos e eventos de qualidade; outra dificuldade que eu vejo, é uma constante falta de união entre os estados nordestinos na atualidade, em relação a eventos e ações, a competitividade se tornou algo forte, quase nunca positiva por aqui. Eu tenho muitas amizades que nasceram dentro de competições, creio que uma outra dificuldade aqui é causada muitas vezes por “nós” mesmos, quando não se valoriza a história do local, quando não se busca conhecer e dar continuidade. Nordeste é forte e tem gente que não sabe disso, e quem sabe muitas vezes quer tirar vantagem em cima das demais pessoas. Eu vejo uniões por diversas coisas na rede social, mas que na prática nunca aconteceram, encontros de final de semana, não se transformam em ações diárias e essa é a dificuldade para nossa cultura no Nordeste. Fazer com que nos eduquemos, não para sermos mais do que outras pessoas, mas sim para nos unirmos mais com a comunidade, com o povo. Hip-Hop é povo e não evento! É importante entender que a força e o talento do Nordestino sempre estiveram presentes em competições e eventos pelo Brasil e mundo, pois bem lá atrás, o B-Boy Chimbade de Recife (PE) vivia na Europa, onde ensinava passos da dança frevo para europeus que valorizavam demais as danças nordestinas”, explana Ivis.

E continua: “Falando de competição, em 2007, a Nação Break de Recife (PE), mostrou com apenas 7 B-Boys, tendo dormido na rua um dia antes da competição, que tinham muito mais a oferecer, sendo classificados nos shows da BOTY Brazil do ano. Em 2009, o Nordeste teve 4 B-Girls nas finais da BOTY América do Sul, em Campinas (SP). Em diversos outros anos o Nordeste teve B-Boys campeões em competições diversas pelo Brasil e fora do país e B-Girls em destaque por todo o território nacional. O preconceito existe e a xenofobia também na cena brasileira. Piadas idiotas, costumes em ridicularizar as falas e erroneamente falarem sobre seca e dificuldades. Infelizmente, as pessoas em nossa cena costumam lutar por uma causa só, se não as afeta, deixam passar, mas no Hip-Hop não deveria existir isso. E, por isso, não compareço em diversos eventos do nosso pais que não sejam realizados por uma organização de respeito. Se eu pudesse falar algo para todos diria: Curem-se, estudem, se achar que já sabem muito, estudem mais, sejam mais humanos, e parem de ser idiotas… Gostaria de ver a cena no Nordeste se fortalecer, todos por todos, valorização dos diversos valores que têm aqui presentes, pessoas com conhecimento, com potencial, pessoas de diversas áreas, capazes de atribuir muito valor em diversos segmentos da cena. Gostaria de ver a cena nordestina não parando no tempo, não se tornando corruptiva, sendo cada vez mais Hip-Hop como referências que já tem. Gostaria muito que as coisas não se limitassem apenas a capitais, que as pessoas que difundem cultura pudessem fazer por mais pessoas e localidades e não guardassem apenas para interesses próprios. Gostaria de ver a região Nordeste unida, valorizando e sendo valorizada, não apenas por títulos, mas por tudo que temos de qualidade”, conclui.

Do Maranhão, a B-Girl Elly faz coro com Ivis e acrescenta: “Eu gostaria que os meus irmãos B-Boys e irmãs B-Girls da cultura tivessem mais visibilidade e oportunidades para mostram todo o seu talento país afora. Aqueles que criticam nossa terra, que possam estar vindo conhecer de perto a maravilha que é o Nordeste. Somos humildes e acolhedores…”.
Elly, na cena, é conhecida como B-Girl Llys. Nascida em São Luis (MA), onde ficou até os 22 anos, depois se mudou para Brasília (DF). Llys conheceu o Hip-Hop quando tinha apenas 13 anos, por meio de filmes e pessoas que já dançavam e também dançava na igreja que frequentava. Fez parte de duas crews: “Resistência X” e “Plano B”. O amor pelo Breaking surgiu quando tinha 16 anos. O breaking marcou sua vida de uma forma especial. Conheceu por meio de um amigo B-Boy. Desde então, nunca mais abandonou o estilo que a desafia todos os dias. Uma grande referência para Llys é o próprio esposo, que também é B-Boy, além de outros B-Boys “Old School” e algumas B-Girls.

São dela as palavras: No Maranhão e em todo o nordeste, há muitos locais que não têm uma boa acessibilidade, apoio e investimento. Então, os jovens ficam à mercê de duas coisas: do crime e das facções. O Hip-Hop em si trabalha nessa área, leva acolhimento e disciplina, paz e união, fazendo com que os jovens comecem a ver na dança um refúgio para seguir um caminho melhor. Temos bons B-Boys e boas B-Girls nos representando, o Till ter ganhado a Cypher Brasil foi um salto muito grande para a visibilidade do Nordeste na cena. Muito importante esse acontecimento. Assim como ele, há dançarinos muito talentosos que não têm tantas oportunidades de mostrar isso afora. Para nós, mulheres, além do preconceito na cena o nosso maior desafio tem sido com o machismo e também o assédio dentro do Breaking”, finaliza.

Michelle Arcanjo, B-Girl de Salvador, concorda e declara: “O machismo na nossa terra é muito forte! É uma luta diária! Precisamos nos impor e fazer o que temos que fazer, meter as caras, ficar atenta sobre a questão do assédio, existe muito pouca escuta dos B-Boys em relação a pautas femininas no Nordeste. Ser B-Girl no Nordeste não é fácil. No Nordeste é algo bem desafiador, porque primeiro não há muito reconhecimento, falo mais ainda da Bahia, que são menos conhecidas. Tem menos visibilidade. Pela dificuldade que temos de sair daqui e ir para outros estados para participar de eventos, até mesmo pela questão financeira, e aí acabamos não sendo vistas e nem conhecidas. Mas isso tem se modificado principalmente agora em tempo de pandemia, que as pessoas estão mais conectadas na internet, do surgimento da “Rede de B-Girls”, então, observamos que esse intercâmbio tem favorecido a comunicação e o conhecimento entre os estados. O maior desafio de ser nordestina é vencer essas questões da própria sobrevivência e estar ativa dentro do movimento”.
Michelle passou a maior parte da vida morando numa cidade que fica na região metropolitana chamada Simões Filho. Seu contato com a Cultura Hip-Hop começou na escola de dança da “Fundação Cultural do Estado da Bahia”. Começou a dançar por meio das danças acadêmicas, então, foi por meio do Ballet Clássico e da Dança Moderna, que costumava frequentar e fazer aula, que conheceu uma B-Girl que se chamava B-Girl Pink, ela a convidou para uma aula de Breaking. Michelle já tinha, na época, 19 anos e aí esse foi o primeiro contato com esse elemento. Também teve contato com o Hip-Hop por meio de filmes, na mesma época de 2008, 2009, assistia muito filmes de dança, então, via muita coisa de Hip-Hop nesses filmes, mas levar o Breaking a sério foi mesmo em 2010.

O amor pela Cultura Hip-Hop surgiu nas aulas de Breaking que frequentava no Pelourinho. Começou aprendendo com a B-Girl Pink, mas seu mentor foi o B-Boy Índio Medeiros, que hoje não está mais ativo na cena. Michelle se inspirava muito neles, atualmente suas referências são FabGirl, B-Girl Pekena, B-Girl Jaque, B-Boy Sabota, B-Boy Insano, B-Boy Jessé, de Alagoas e B-Boy Fabrício, de Belo Horizonte. Sobre os desafios da região, são da B-Girl Michelle, que faz parte da “Soul´ta Crew”, as palavras: “Em Salvador, nós temos uma condição de extrema pobreza nas comunidades e é inevitável falar como a Cultura Hip-Hop tem um papel importante na conscientização de quem somos e onde estamos nessa pirâmide social, trazendo possibilidade de crescimento para que a pessoa possa sobreviver não apenas de suas áreas, mas de outras também, que permeiam os movimentos culturais, como a produção cultural e tudo o mais. Mas a maior contribuição da Cultura Hip-Hop é tirar as pessoas de condições de violência, de criminalidade e realmente tem salvo vidas neste sentido. Outro problema é a xenofobia muito presente, eu percebo isso, até porque B-Boys e B-Girls de outros estados subestimam muito o B-Girling Nordestino e falo de algo que tenho propriedade para falar, porém, eu vejo muito mais isso na Bahia do que em outros estados do Nordeste. Eu já escutei piadinha, sim, por ser da Bahia, quando viajei no Centro-Oeste eu escutei muitas coisas, de ser preguiçosa, enfim, estereótipos que atribuem a baianos e que são mentirosos e também piadinhas machistas em relação à mulher nordestina. Eu nunca me senti diminuída, porque eu sempre fui muito de dar a cara à tapa. Mas eu já fui constrangida dentro de cyphers em relação a fazer alguns movimentos para validar a minha dança, de ter que validar o que eu faço tendo referência de B-Girls de outros estados e isso foi bem chato. Mas seguimos firme nas nossas metas, as mulheres brasileiras no Breaking são muito batalhadoras e cada vez mais organizadas e isso tem sido um diferencial na cena. Para quem discrimina o Nordeste eu digo: venham ver o que nós temos, a nossa criatividade, é uma grande besteira a discriminação. Toda discriminação é algo muito burro! Perdemos força com isso, quando poderíamos estar ganhando força e o que mais gostaria de ver na cena em relação ao Nordeste é um verdadeiro intercâmbio onde um pudesse aprender com os outros!”, conclui a B-Girl.

Para o casal David Anderson e Vanessa, bem presentes na cena do Breaking nacional, mais conhecidos como B-Boy Suicibreak e B-Girl Lora, os nordestinos, mesmo com toda dificuldade, vêm derrubando barreiras e conquistando seus espaços. Eles garantem que ser B-Boy e B-Girl no Nordeste é muito bom, contam que a população incentiva sempre, passando positividade, as vivências que acontecem com o Breaking sempre são muito boas, mas lamentam sobre as dificuldades com patrocínios e apoio de órgãos públicos e privados para representar o estado em outras regiões.
Declararam: “O Nordeste, principalmente o Ceará, está crescendo muito na cena Breaking. Ano passado tivemos vários representantes na “Cypher Red Bull” e dois B-Boys cearenses na Índia, na “Last Chance”: B-Boy Till e B-Boy Bart. Aos poucos, tudo começa a mudar com os espaços conquistados por nordestinos, o preconceito existe, já escutamos algumas coisas, têm muitos Raps feitos por nordestinos que falam sobre esse preconceito. Essa situação, de certa forma, não nos atinge, pois aqui aprendemos a dar a volta por cima”.
Suicibreak é nascido em Fortaleza (CE), seu primeiro contato com o Hip-Hop foi na infância, escutava Rap nacional. Na escola, a professora de artes fez um estudo sobre o Hip-Hop, onde então conheceu um pouco sobre o assunto, depois, viu um treino de Breaking no bairro e achou “muito massa”, na feira encontrou um DVD de uma competição de breaking, “Red Bull BC One 2005”, então, no ano 2008, procurou alguns B-Boys da cidade e começou a aprender o máximo com eles e até hoje vem vivendo essa cultura.
Lora também nasceu em Fortaleza (CE), seu primeiro contato com a cultura Hip-Hop foi na escola, tinha 14 anos. Atualmente, representando o Nordeste, vem fazendo várias viagens. Sua presença dentro dos eventos vem sendo destaque, com algumas conquistas de vários títulos dentro da cultura, tanto no Nordeste como no resto do país. Foi Campeã na categoria B-Girl no evento “True Floor”, no ano de 2018, em Goiânia (GO); 1º Lugar na categoria B-Girl no evento “Fendafor”, no ano de 2018 em Fortaleza (CE); 2º Lugar na categoria B-Girl, na “Batalha do Cerrado”, no ano de 2018, em Jataí (GO). Seus corres para estar em outros eventos, em outros estados, foi difícil. Enfrentou diferentes climas, teve que se adaptar para os treinos, já viajou para São Paulo (SP), Uberlândia (MG), Goiânia (GO), Rio Grande do Sul e Brasília (DF).
Atualmente, eles contam o que andam fazendo: “Estamos treinando, aprendendo novos conteúdos para futuras competições, estamos fazendo “Street Shows” na cidade, participando de eventos on-line, organizando o nosso grupo “É Nois Crew” e esperando a pandemia passar para retomarmos as atividades por completo”, concluem.

O nordeste resiste e persiste, possui quase 50 milhões de habitantes e é a região geográfica do Brasil com o maior número de estados. Suas festas populares, danças, folguedos, crenças, mitos, comida, artesanatos e principalmente seus talentos, mostram que o nordeste é rico! E pobre é o preconceito! Como diz Rapadura Xique-Chico na música “Nordeste me veste”, que começou na cena dançando Breaking e depois foi rimar: “O nordeste é poesia; Deus quando fez o mundo fez tudo com primazia; formando o céu e a terra cobertos com fantasia”. Ele, em uma das estrofes, manda o recado: “… Minhas irmãs, meus irmãos; Se assumam como realmente são; Não deixem que suas matrizes, que suas raízes morram por falta de irrigação. Ser nortista e nordestino meus conterrâneos; Num é ser seco nem litorâneo. É ter em nossas mãos um destino, nunca clandestino para os desfechos metropolitanos…”.
Fotos: Arquivo Pessoal
- B-Boy Till
- B-Boy Till
- B-Boy Till
- B-Boy Till
- B-Boy Till
- B-Boy Till
- B-Boy Till
- B-Girl Llys
- B-Girl Llys
- B-Boy Ivis Love
- B-Boy Ivis Love
- B-Boy Suicibreak e B-Girl Lora nas comemorações de 25 anos da Casa do Hip Hop em Diadema (SP)
- B-Girl Lora (esquerda) e B-Boy Pelezinho (direita)
- B-Girl Lora, B-Boy Suicibreak e a "É Nois Crew"
- B-Girl Lora
- B-Girl Michelle