De dançarino machista a uma das lendas do Rap mundial
As informações são do site “CheatSheet”.
Para quem não sabe, antes de ser reconhecido como um dos melhores rappers da história, Tupac Shakur dançava no grupo “Digital Underground”, que foi um grupo de Rap de Oakland, Califórnia, fundado em 1987 por Gregory, Tupac Shakur e Jacobs, conhecido como “Shock-G”.
Shock-G passou a maior parte de sua juventude em Nova York, sendo fortemente influenciado pelo Funk dos anos 1970, então, começou a se envolver com música criando um estilo de Rap na West Side (Costa Oeste).
O grupo foi formado para prestar uma homenagem aos ativistas sociais do “Black Panthers” (Panteras Negras), que tinha todas as ligações com a família de Tupac.

A mãe de Tupac, Afeni Shakur, fazia parte deste famoso grupo político, um movimento que lutava contra o preconceito aos afro-americanos. Afeni estava grávida de Tupac quando foi presa. Seu padrasto, Mutulu Shakur, foi sentenciado a 60 anos de cadeia por roubar um carro e matar a vítima. Isso teve um grande impacto na vida Tupac, que cresceu sem a figura paterna ao seu lado. Nas ruas, os únicos modelos em que Tupac podia se espelhar eram os traficantes e cafetões.
No final da década de 1980, o “Digital Underground” alcança um grande sucesso com o álbum “Sex Packets”, que chega a ganhar Disco de Platina e a receber comentários positivos da crítica. Tupac também ajudava a carregar equipamentos e algumas vezes teve a chance de cantar com o grupo. Ele se tornou dançarino aos 19 anos, quando o grupo conseguiu o primeiro sucesso com “The Humpty Dance”, em 1990. A faixa chegou ao 11º lugar na parada “Hot 100” da “Billboard”, além do primeiro lugar no chart de Rap da revista.
Dono de uma carreira meteórica e de um talento único que iria impactar o mundo para sempre, suas primeiras letras eram notáveis e revelaram a tendência para sua personalidade violenta. Em uma música que fez parte da trilha sonora do filme “Nothing But Trouble” chamada “Same Song”, Tupac conheceu o sucesso pela primeira vez e não parou mais! Em 1995, o Rapper foi acusado de abusar sexualmente de uma mulher em um hotel.

Segundo Pac, a mulher, que ele havia conhecido em uma boate, teria feito sexo oral nele em plena pista de dança e teria ido com ele para um hotel por livre e espontânea vontade. Shakur disse que tudo não passou de uma armação. Em fevereiro do mesmo ano, devido a tal fato, Tupac foi sentenciado a quatro anos e meio de prisão por estupro, embora tivesse negado veementemente. Pouco depois do ocorrido, Tupac havia levado cinco tiros em um assalto ocorrido em um estúdio de Nova York. Tupac deu informações em detalhes sobre o ocorrido em uma entrevista para “Vibe”. O astro começou a cumprir sua pena no presídio de Clinton.
Pouco depois, seu multiplatinado “Me against the world” é lançado. Tupac entra para a história como o único artista a ter um álbum em primeiro nas paradas estando preso. “Este sempre será meu álbum favorito”, disse ele a uma entrevista. Enquanto os guardas provocavam na cadeia dizendo que Tupac não era mais o mesmo, ele ria e dizia: “Meu álbum é número 1 no país inteiro e apenas bateu Bruce Springsteen no topo da Billboard”. Após quase onze meses na prisão, Tupac foi liberado, logo depois de ter feito um acordo com Suge Knight, o cabeça do “Death Row Records”. Suge pagou a fiança de 1.4 milhões de dólares. Em troca, o artista deveria lançar 3 álbuns pela sua gravadora. Imediatamente após sair da prisão, Tupac começou a trabalhar em um novo álbum. Em fevereiro de 1996, ele lança seu quarto álbum, “All eyes on me”, o primeiro álbum duplo da história do Rap. O sucesso foi tremendo e vendeu mais de 9 milhões de cópias e é considerado por muitos o melhor álbum do gênero. Em meio a tanto sucesso, Tupac foi assassinado em 1996, quando saía de uma luta de seu amigo Mike Tyson.

Logo após sua morte, a “Death Row” lança o álbum “The Don Killuminati”, com o pseudônimo de “Makavell”. A capa traz um 2Pac crucificado, com uma coroa de espinhos na cabeça e um mapa das principais gangues do país. Em janeiro de 1997, a “Gramercy Pictures” lança “Gridlock’d”, um filme em que Tupac interpreta um viciado em drogas e que foi bem aceito pela crítica, recebendo inúmeros elogios. Seu último filme, “Gang Related”, seria lançado meses depois. Antes de morrer, Tupac deixou centenas de músicas gravadas na época de “Death Row”. A maioria foi lançada em álbuns póstumos como “Better Dayz”, “Until the end of time”, “Loyal to the game” e em seu último póstumo “Pac’s Life”. Tupac é o Rapper que mais vendeu álbuns na história. Sua morte até hoje continua a ser motivo de discussão, não só pela forma que foi mas principalmente no mundo das grandes gravadoras onde o artista vende mais discos morto do que vivo.
Sim, a história é estranha no entanto representativa de um dos nomes mais fortes do que chamamos de “Gangsta Rap”. Tupac era considerado um terrorista como também um dos mais promissores poetas do Hip-Hop. Tupac, que era do signo de gêmeos, tanto foi considerado um B-Boy machista como um talentoso ator. E o Rap? O Rap era sua arte, sua obra prima, o milagre poético que o mundo conheceu!
Fotos: Reprodução