O Rap de protesto está morrendo?

Primeiro de tudo, é necessário amor pelo que faz. Aliás, em tudo na vida, quando nos propomos a desenvolver algo profissional, mais do que escolas, faculdades renomadas, a inserção do amor é fundamental para ser excelência no que você irá desenvolver.
No caso do Rap, vamos muito além. Ferramenta criada para ser arma dos menos favorecidos e totalmente excluídos, durante muitos anos era música de marginal.
Em meados dos anos oitenta, o Rap chega ao Brasil, grandes nomes fizeram os alicerces do estilo no país e alguns deles ainda estão em atividade até hoje.
Ataliba e a Firma, Thaíde e Dj Hum, DMN, Racionais, Pepeu, Gog, entre outros.
A cena mudou muito, o Rap não é mais o mesmo? Será isso uma verdade?
Estudiosos do assunto dizem que o Rap hoje é superficial, fala muito sobre ostentação, romances, baladas, sexo e drogas, meio ao estilo de muitos rappers americanos. Já para os antigos ou expressão muito utilizada “Old School”, o Rap perdeu sua essência, não é mais protesto, ou pior, existe uma minoria de artistas no cenário, que tem posicionamento cultural e político.
Estaria o Rap fadado a morte, sem pensadores e cheio de aproveitadores?
Ao longo desses muitos anos de Rap percebo muitas mudanças, uma série de novidades, talentos, tragédias anunciadas, mas o principal: sinto falta de ouvir aquele som que me inspire, que me faça sentir sede de justiça, que me faça gritar e protestar sobre meus direitos que foram roubados, sinto falta de referências.
Para finalizar, esses dias escutei um lançamento “Public Enemy – State of the Union”. Pronto! Renasce minha referência, o protesto à flor da pele preta e da voz!
Poder para o Rap, pros pretos e para os excluídos de uma sociedade racista e cruel.
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