Porque assistir o documentário “Nem Eu Sei Tudo”?
Fui desafiado para escrever uma coluna sobre o documentário “Nem Eu Sei Tudo” (2020, Brasil), que estreou em junho em uma exibição on-line, para evitar aglomerações [devido a pandemia do novo coronavírus].
Penso que seria massa elencar alguns motivos para convencer o leitor desse site a assistir esse filme e por isso vou citá-los abaixo:
O primeiro fator é que o média-metragem mostra o que é a “Nest Panos”, como ela começou há 10 anos e quais são seus propósitos, o que é muito louco porque essa é uma marca de roupas/coletivo que atua com muita força no cenário Hip-Hop de toda América do Sul e é feita totalmente por pessoas que vivem diariamente a cultura, desde a produção e vendas de roupas voltadas para “Street Wear”, produção de eventos, ministrando oficinas em projetos sociais, registrando essa cultura tanto na sua cidade sede que é Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, como em todo o país e continente.
Outra justificativa “da hora” é que o documentário mostra muito sobre o “Battle In The Cypher” e tem muitas imagens fortes da edição de 10 anos e, também, das pré edições no Uruguai e em outros estados, com destaque para São Paulo, na “Casa do Hip-Hop”, todas essas edições ocorreram no ano de 2019.
O “BITC”, atualmente, é um dos encontros de Hip-Hop mais respeitados no Brasil e o filme tem uma sensibilidade de mostrar que é muito mais que uma competição, transmitindo a mesma emoção para a tela, cenas que marcaram quem estava nesses “rolês”.
A parte técnica do filme, produzida pela “Âncora Produções”, também está bem finalizada: som, imagens e um roteiro com muita qualidade, que conta uma história de um coletivo nascido a partir do amor pela Cultura Hip-Hop, em um dos lugares mais contraditórios para isso. Buscam incansavelmente fomentar e fortalecer essa cultura na região, levando seu nome para o Brasil e o mundo.
Enfrentando diversos preconceitos, juntos, persistem na batalha de serem melhores para os outros. Pois acreditam que cultura não se trata do que gostamos, mas sim do que pode mudar vidas, além da trilha sonora que vai desde a nova escola do Rap nacional, como “Síntese”, até o resgate do sempre pesado e significativo som do “Jigaboo”.
Mas o principal motivo para você assistir eu guardo para o final, apesar de seguir o “Nest Panos” e suas ações e eventos, “Nem Eu Sei Tudo” não fala apenas do coletivo e seus agentes, mas fala das ações, sobre fazer o seu melhor pela sua cultura e pelas pessoas.
As cenas de bastidores de eventos, projetos sociais, a maneira de como vencer os preconceitos e a busca por um (necessário) protagonismo das minas nessa cultura são lições que você toma ao assisti-lo. Além da galera do coletivo, o documentário também conta com participações dos Rappers “Miliano”, “P.MC” e “Neto do Síntese”, dos B-Boys “Casper”, “Onnurb”, do grafiteiro “Wagz” além de imagens e homenagens ao “Banks Back Spin” (R.I.P).
“Nem Eu Sei Tudo” é o lema deste filme, pelo qual buscamos sempre aprender mais e inspirar as pessoas e o ambiente ao nosso redor.
Fotos: Nest Panos